sábado, 28 de fevereiro de 2009

No fim das contas, o título do Salgueiro foi merecido, bem como o vice da Beija-Flor. Difícil de entender a péssima colocação dada para a Imperatriz e pra Viradouro, e a boa posição de Portela, Mangueira e Grande Rio. A Porto da Pedra superou os problemas e conseguiu ficar com méritos, para a Império Serrano cair, infelizmente. Fica novamente a impressão de que a Mocidade se safou por pouco.
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O ruim do pós-carnaval é que tu sabe que as exigências começarão a vir à galope. No meu caso, vestibulando, nem se fala. Tento não pensar nisso, por vezes até consigo. Mas quando a lembrança vem é difícil de ficar quieto. Enquanto isso, ouço os CD's que meu amigo me emprestou dos carnavais cariocas de 93, 94 e 96. Aliás, taí outra coisa que é bem estranha. Depois de tanto samba, chegar e ouvir Aerosmith ou Pitty é minimamente estranho. Tu fica procurando os tamborins na música e só acha o baixo. Vai entender.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O carnaval carioca foi aberto com a campeã do Grupo de Acesso 2008, a Império Serrano. Mesmo com tal status, uma das maiores escolas do carnaval do Rio de Janeiro sofreu para por o seu desfile na avenida. Aliás, a crise econômica se fez presente em 3 escolas das 12. Além da escola da Serrinha, a Mocidade e a Mangueira. Reeditando um clássico de 1976, a debutante carnavalesca Márcia Lávia fez o que foi possível, e bem. Com alegorias e fantasias minimalistas porém bem acabadas e contando com o canto dos integrantes e do público, o Império tem a certeza quase que absoluta de que ao menos se manterá no Grupo Especial em 2010.
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Das escolas mais regulares e bem-posicionadas desde 2005, a Acadêmicos do Grande Rio veio falando da união entre Brasil e França, e como um influencia o outro. O esquenta no ritmo da Marselhesa e as dançarinas de can-can foram os pontos que mais empolgaram os presentes na Sapucaí. A bateria de Mestre Odilon, que já anunciou o seu desligamento da escola, foi o destaque. Os carros grandiosos sem um acabamento muito regular e diversos problemas de harmonia no fim do desfile credenciam a escola do também estreante carnavalesco Cahê Rodrigues apenas a briga pela sobrevivência, porém.
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A primeira candidata ao título foi a terceira a pisar na avenida. A Vila Isabel veio cantando o centenário do Theatro Municipal do Rio. Com as alegorias dinâmicas de Paulo Barros e a pesquisa de 10 anos de Alex de Souza, a escola foi certamente a com o enredo mais completo da avenida. Com os componentes acompanhando o belo samba interpretado por Tinga, a Vila levantou poeira e promete brigar pelo tricampeonato de direito.
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Após um desfile de superação em 2008, a Mocidade parece ter novamente perdido o foco. E logo no começo do desfile. O carnavalesco Cláudio Cebola foi conter um princípio de incêndio no abre-alas da escola da Zona oeste e acabou sendo atropelado. O desfile, que não prometia muito, ficou ainda mais caótico. Falando das duas estrelas da literatura, Machado de Assis e Guimarães Rosa, a escola de Padre Miguel ficou devendo aos presentes na passarela.
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Atual bicampeã, a Beija-Flor mostrou que vem forte rumo ao tri. Antes do desfile, a escola nilopolitana promoveu o casamento de seu baluarte mor, o intérprete Neguinho da Beija-Flor. Acometido de um câncer no intestino, ele prometeu e cumpriu a promessa de cantar a escola o tempo inteiro e ainda ganhou o Estandarte de Ouro. O desfle foi um show proporcionado pela trupe de Laíla e Alxandre Louzada. Alegorias e fantasias luxuosas e uma comissão de frente inventiva fizeram o sucesso da escola que é disparadamente a maior favorita para a conquista do 12° título da escola. 
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Fechando a primeira noite, a escola que teve o maior salto neste milênio. Em busca de um título que não vem a mais de 70 anos, a Unidos da Tijuca vinha com um promissor desfile falando das viagens humanas para o espaço sideral. Logo no começo da passagem da escola da Zona Norte, porém, um problema com um carro alegórico deixou um imenso clarão na avenida, que fará a escola perder preciosos pontos que já a descredenciam pela disputa do título. O belíssimo desfile projetado por Luiz Carlos Bruno segurou a escola, que apesar dos pesares, passou bem na avenida, na linha dinâmica que a escola faz desde 2004.
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Com a missão de abrir bem a segunda noite, a Porto da Pedra veio renovada com o experiente e vencedor Max Lopes para fazer seu desfile. Contando as grandes idéias e a criatividade mundial, a escola de São Gonçalo vinha fazendo um lindo desfile, tendo nas matizes de suas cores o foco principal, característica de seu carnavalesco. A comissão de frente, reproduzindo os neurônios do cérebro humano, causou impacto. No entando, uma alegoria quebrou no início da passarela do Samba Darcy Ribeiro e abriu um dos maiores buracos da história do carnaval. Com os descontos em todos os quesitos em mente, a escola se torna a principal candidata ao descenso em 2009. Uma pena.
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Graças à vice-colocação ano passado, o Salgueiro entrou de volta para o hall de grandes escolas do Rio. Em 2009, falando sobre o tambor como instrumento musical e forma de comunicação, a escola veio com alegorias impressionantemente tecnológicas, como Renato Lage sempre faz. A última alegoria foi o destaque, uma póstuma homenagem a Mestre Louro, dos maiores mestres de bateria do carnaval que reinou soberano por muito tempo na escola da Tijuca. No final das contas, a Academia ficou com Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial.
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Comemorando seus 50 anos, a Imperatriz veio fazendo uma homenagem a si mesma e ao bairro de Ramos, reduto da escola. Alegorias com acabamento perfeito, tradicional de Rosa Magalhães, a comissão de frente com um trem simbolizando a linha de trem que passa na rua Uranos e a bateria de mestre Marconi foram os pontos fortes. O último carro, uma imensa representação do distintivo do Cacique de Ramos, trouxe algumas personalidades criadas no local, como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Elymar Santos. A escola da Leopoldina voltará no sábado das campeãs, e desponta como séria candidata ao título.
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Após a melhor classificação desde 1995 ano passado, a Portela resgatou o amor, o sentimento mais puro do ser humano. Os carnavalescos estreantes no Grupo Especial Lane Santana e Jorge Caribé se perderam ao explicar o enredo, de tema muito bom, diga-se. A águia, toda dourada, veio modernista demais, até. Alegorias em azul neon deram o tom do desfile, que se não fosse o erro de mão dos carnavalescos terminaria num grande resultado da azul e branco de Madureira.
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Uma das maiores vítimas da crise mundia, a Mangueira teve grandes dificuldades pra por seu desfile na Sapucaí a tempo. Falando da miscigenação do povo brasileiro, a verde-e-rosa fez o que podia. Sem dinheiro, sobrou pra comissão de frente apagada e pra bateria Surdo Um, este ano sem mestre Taranta graças a problemas em decorrência do diabetes, segurarem o rojão. Fantasias e alegorias com um péssimo acabamento se desfacelararam na Avenida. Não mais que um desfile mediano da Estação Primeira que já viveu dias melhores.
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Fechando o carnaval veio a Viradouro. A agremiação de Niterói contou os combustíveis alternativos que estão saindo da Bahia para salvar o planeta. Com o dia amanhacendo, a comissão de frente representando os próprios combustíveis e a bateria de mestre Ciça com uma incrível paradinha de atabaques que marcou o ano foram os pontos fortes. O bom desfile organizado por Milton Cunha fez bem aos olhos dos expectadores que o viram, e certamente voltará no desfile das campeãs.
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Com esse pequeno resumo fechado, a classificação ao menos para mim ficará assim:
1° Beija-Flor.
2° Imperatriz.
3° Vila Isabel.
4° Salgueiro.
5° Viradouro.
6° Portela.
7° Unidos da Tijuca.
8° Mangueira.
9° Império Serrano.
10° Mocidade.
11° Grande Rio.
12° Porto da Pedra.
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Sobre a apuração de São Paulo, apenas digo que foi tudo merecido. Tanto o 7° título do Mocidade quanto o vice do Vai-Vai e o terceiro lugar do Rosas de Ouro. Ajudadas foram os Gaviões da Fiel e o X9 Paulistana. O Império de Casa Verde foi prejudicado e foram assaltados a mão-armada o Mancha e o Tom Maior. A queda da tradicionalíssima Nenê e da adormecida Peruche foram normais, até certo ponto. No Acesso, o Águia de Ouro sem tirar sequer um 9,5 foi campeão sem grandes dificuldades. A briga pela segunda vaga foi vencida pelo Imperador do Ipiranga, que terminou na frente dos Dragões da Real. Caíram o Combinados de Sapopemba e o Acadêmicos do Tatuapé. Lamenta-se apenas o Camisa Verde e Branco, segunda maior vencedora do carnaval paulistano, num modesto quarto lugar. 

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A segunda noite do carnaval paulista era esperada com ansiosidade desde o sorteio para se definir a ordem das escolas, em meados do ano passado. A noite colocava todas as escolas campeãs do carnaval desde 2001, com exceção do Nenê campeã naquele ano junto com o Vai-Vai. E para abrir o desfile, o Leandro de Itaquera veio cantando as periferias e citando a estrela das favelas Regina Casé. A harmonia da nação itaquerense era notável, tanto quanto o Leão alado no abre-alas e a própria Regina Casé no último carro alegórico. O setor falando da musicalidade da favela também chamou a atenção, porém a escola correu um pouco para passar dentro do tempo permitido.
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Com muito luxo e falando da Índia veio a Pérola Negra. O tripé do deus Ganesh, simbolizado por um elefante, a posterior ala de dançarinas indianas mostrou que a escola da Zona Oeste veio pra ficar. O belo samba cantado por Douglinhas levantou os setores, e a bateria de mestre Pateta fez desenhos rítmicos e evoluções no final do desfile que fizeram a diferença. As cores vibrantes contrastaram com a falta de harmonia dos integrantes da Vila Madalena, que pareciam um tanto quanto murchos na Avenida.
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Credenciada pelo vice-campeonato por 0.25 ano passado, a Mocidade Alegre veio com status de candidata ao título e confirmou isso. O primeiro setor, inteiro dourado e com um grande abre-alas, estava deslumbrante. Porém, a parte que mais chamou a atenção no desfile da Morada do Samba foi o terceiro setor, que era aberto com um carro trazendo o atacante Washington do São Paulo, inteiro vermelho pulsando na batida de um coração, tema da escola. Ao entrar no recuo da bateria, os comandados por Mestre Sombra fizeram a evolução mais marcante de ritmistas desse ano. Uma parte da bateria Ritmo Puro saiu e fez um coração, depois uma flecha e após isso as duas figuras, símbolo dos corações apaixonados. Para entrar no recuo, usaram a nova forma do Caracol, idealizada por Sombra. Um verdadeiro show, do início ao fim. Certamente brigará pelo título.
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Por muitos uma candidata séria ao rebaixamente esse ano, a Acadêmicos do Tucuruvi afastou os comentários engativos e fez um desfile lindíssimo, dos mais belos do ano, esteticamente falando. Contando a história de Ouro Preto e todo o seu esplendor barroco, a escola emocionou com a comissão de frente falando do triunfo eucarístico e com o abre-alas om anjos barrocos suspensos. No fim do desfile, a homenagem a Aleijadinho e a Mestre Ataíde emocionaram a todos. O belo samba foi cantado por muitos setores do Anhembi.
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Sempre favorita, o Gaviões da Fiel foi a quinta a entrar na passarela. Falando do automobilismo, a comissão de frente contou a invenção da roda com tons modernistas, e o carro abre-alas trouxe o Gavião da escola inteiro cromado. Os comandados de mestre Pantinho aceleraram o passo a partir do segundo setor, o que prejudicará a escola no quesitos d eharmonia e evolução. A prometida homenagem ao corinthiano Ayrton Senna ficou devendo, mesmo com a torcida cantando o samba, disparadamente o mais simples do ano, a plenos pulmões. No fim do desfile, uma confusão envolvendo diretores de harmonia e o cinegrafista da TV Globo acirrou os ânimos. Um grande show anunciado que acabou não correspondendo totalmente.
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Entrando com o apoio incondicional da massa alvinegra, o Vai-Vai como sempre assustou na entrada, dando a impressão de título antecipado falando da saúde mundial. As alegorias e fantasias escuras eram luxuosas, mas derrubaram o ânimo de componentes e da torcida, que faziam festa, mas em grau bem menor que o ano passado. Para completar, a correria para colocar a Saracura inteira na dispersão dentro do tempo causará certamente uma grande perda de pontos. De perfeito no Bixiga apenas a bateria incrivelmente marcada de Mestre Tadeu. Pouco pra maior campeã do carnaval paulistano. 
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Fechando o carnaval paulistano, o Império de Casa Verde veio falando dos feriados do nosso calendário e homenageando os seus 15 anos. A surpresa veio na voz. Dividindo as vozes com o puxador oficial, Raphael do Império, veio o pagodeiro Belo, namorado da rainha de bateria Gracyanne Barbosa. No abre-alas estranhou-se a ausência do Tigre, símbolo da escola. As fantasias estavam simples, em cores claras e muito bem acabadas, contrastando muito bem com o dia que já estava nascendo e depois clareou de vez. O carro abre-alas de 90m de comprimento mostrava que o gigantismo de suas alegorias, marca registrada da escola da Zona Norte, estava presente. E o Tigre veio fechando o desfile, ao contrário de anos anteriores. Aliás, que tigre, 50m de comprimento e 14 de altura, além de estar em perfeito estado. O carro homenageava o próprio Império, a caçula do grupo Especial com apenas 15 anos e já bicampeão do carnaval paulistano. O mote dos 15 anos da agremiação foi o tema do último caro, onde um imenso bolo de debutante foi repartido por 15 casais que dançavam uma valsa, como em festas de meninas debutantes. O fechamento do carnaval ganhou uma nova candidata ao título. 
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Percebe-se que qualquer erro esse ano será crucial para as pretensões das escolas, todam lindíssimas. Pesando erros e acertos, acho que a classificação assim fica:
1º Mancha Verde.
2° Império da Casa Verde.
3° Mocidade Alegre.
4° Tom Maior.
5° Vai-Vai.
6° Rosas de Ouro.
7° Acadêmicos do Tucuruvi.
8° X9 Paulistana.
9° Gaviões da Fiel.
10° Unidos de Vila Maria.
11° Unidos do Peruche.
12° Leandro de Itaquera.
13° Pérola Negra.
14° Nenê de Vila Matilde.
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No Grupo de Acesso carioca, a mais cotada para o título e para a única vaga ao grupo Especial é a União da Ilha do Governador, desde 2002 no Acesso. Concorrendo com a azul-e-branco temos a Estácio de Sá, a Renascer de Jacarepaguá e a Paraíso do Tuiuti. Para cair pro Acesso B, cota-se a Inocentes de Belford Roxo, a Caprichosos de Pilares e a Acadêmicos de Santa Cruz.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Na sexta-feira do dia 20/02, começaram os desfiles das escolas de samba do grupo Especial de São Paulo. A vice-campeão do Acesso, a o Unidos dPeruche, abriu o desfile falando das jóias e da inevitável cobiça que elas trazem. Com um estilo diferente de fantasias ( foscas, ao contrário do brilo até exagerado das fantasias atuais ), idealizadas pelo carnavalesco Raul Diniz, a escola passou bonito pelo Sambódromo, levantando os primeiros setores ao som do belo samba cantado por Leandro Alegria e da bateria Rolo Compressor. Porém, já no fim do desfile, a escola abriu um imenso branco na avenida graças ao mestre de bateria, Carlinhos, que veio sambando e esqueceu de conduzir sua bateria para o fim do desfile, o que certamente irá custar muitos pontos para a escola.
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A segunda escola a pisar no Anhembi foi a Rosas de Ouro, que fez uma homenagem a todas as escolas co-irmãs e às pessoas que fazem o carnaval todo o ano confeccionando fantasias, carros alegóricos e etc. Um desfile que, s enão fosse o horário, brigaria pelo título sem dúvida alguma, apesar da correria no fim do desfile para passar dentro do tempo.
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Após um desfile que ao menos para este que vos fala foi o mais bonito da história do carnaval paulistano no ano passado, a Unidos de Vila Maria entrou com seus 5000 componentes disposta a mostrar que a terceira colocação ano passado foi injusta. Porém, o retrocesso foi visível. O desfile, as fantasias, os carros e até o samba foram de pior qualidade. Certamente ocupará o meio da classificação. O enredo tratava do dinheiro, e traçou um panorama desde a Idade dos cruzados até a atual crise mundial
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A maior surpresa do ano passado foi a quarta a entrar na passarela paulistana. A Tom Maior, tradicionalíssima escola da Zona Oeste sediada no Morro de Sumaré foi puxada pela sua comissão de frente incrivelmente linda e pelo ânimo de seus componentes jovens. A vermelho-e-amarelo aliás tem a tradição de ser a escola mais jovem do carnaval, sobretudo dos universitários da região. O samba, homenageando Angola e Martinho da Vila, foi cantado a plenos pulmões pelos integrantes e pela arquibancada.
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A primeira torcida organizada de São Paulo a adentrar a Avenida foi a Mancha Verde. Empurrada pelos milhares de palmeirenses que estavam no sambódromo, a Mancha fez um desfile lindíssimo, de longe o mais bonito e equilibrado da noite. Com acabamentos perfeitos, a escola desde já se credencia ao título. O imponente abre-alas e o samba da escola, homenageando Pernambuco, dos 3 preferidos do autor do texto, foram os pontos fortes da escola. 
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Conhecida por ser a " Imperatriz de São Paulo ", a escola mais técnica do Grupo Especial, a X9 Paulistana veio fazendo uma crítica aos EUA que querem " roubar " o território amazônico do país. O desfile, muitíssimo bem-humorado e feito pelo carnavalesco Paulo Fuhro, passou fria pela Avenida, com alegorias grandiosas e bonitas. Talvez não é o suficiente para vencer o título que não vai pra escola da Zona Norte desde 2000, mas está no hall das escolas que pode surpreender.
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Esperada até o Sol raiar, horário que a escola entrou, por sua apaixonada torcida, a Nenê de Vila Matilde teve grandes problemas na concentração. A escola foi abandonada por seu carnavalesco Lucas Pinto, que discutiu com Betinho, presidente da escola. Uma destaque de carro alegórico sentiu falta de segurança em sua alegoria e por pouco não entrou. O braço do abre-alas se quebrou pouco antes dele ir à Avenida. E por fim, os tradicionais merendeiros, ou empurradores de carros, se revoltaram e atrasaram a entrada de um dos carros. Apesar de tudo isso, a escola, que vinha homenageando os seus 60 anos e os 87 anos de seu Nenê, que dá nome a escola, os integrantes vibraram e não pararma de cantar o maravilhoso samba da escola da Zona Leste. A comissão de frente, incluindo o lindíssimo tripé com uma imensa águia segurando um pandeiro com a foto de seu Nenê no meio e com as 11 estrelas, cada uma indicando os títulos da segunda escola mais vezes campeã do carnaval paulistano, e a bateria com seu tradicional Purugundum fizeram bonito. Infelizmente, a escola não conseguirá muita coisa devido a todos os problemas. Os matildenses mereciam demais. 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Adeus aparelho.

Parece que um longo tempo com determinado problema passam imperceptíveis. Você acaba se acostumando, e só se lembra que o tem quando perguntam. Mesmo ao ser indagado, fala um " Ah, tenho sim ", como quem nem pensa muito no assunto. E problemas, acreditem, eu tenho muitas. Cito dois. Um que tenho e outra que até ontem, tinha.
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O primeiro, infelizmente, não tem cura. Quando falo que sou diabético, as pessoas ficam até mais assustadas que eu quando soube da doença. Elas perguntam se é difícil, das insulinas e se não sinto falta de doces, sobretudo. A resposta é praticamente padrão " eu já acostumei, tomo 4 injeções de insulina por dia mas nem sinto nada mais e tem muitos doces diet hoje em dia. " O que é custoso pra mim é fazer o destro duas vezes por dia, furando o dedo pra ver a quantas anda sua glicemia no exato instante. Mas sempre deixo passar.
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O outro problema, o que já não tenho, era o aparelho bucal. Parece que tirá-lo, após 7 longos anos, foi um carma resolvido na minha vida, mesmo que eu já nem me desse conta que ele estava lá a alguns anos. Ainda tenho que usar uma contenção fixa e outra móvel, sendo que ambas são discretíssimas e passam quase batido. E novamente, quando mostrei o resultado para meus familiares e amigos, eles ficaram ainda mais felizes que eu. " Nossa, que sorriso lindo ! " e " Nem se repara que você ficou tanto tempo com o aparelho " são respostas que já ouvi bastante, o que me anima bem.
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Vai entender essas reações. Minha mãe diz que nunca me surpreendo e nem me desespero. Prefiro assim. Até para ver a surpresa e o espanto dos demais com mais clareza. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Valeu a pena.

O quão é chato acordar numa ter-feira as 5:55h da manhã ? Mais, o quão é incrível o dom da surpresa humana e saber que o dia mudará da água pro vinho ? Tais fatos são de fato incríveis, e puder vive-los neste dia 10 de fevereiro, que para muitos pode ter sido apenas mais um dos 365 dias do ano de 2009m nas pra fim foi especial, em dois motivos tolos mas que pra mim marcaram.
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A aula não foi um deles, já adianto. Não comi nada de especial. Até comi, dois pedaços gigantes de chocolate diet. Mas mesmo assim, não ultrapassou a tênue linha entre a normalidade e a antologia de um fato. O que me animou são dois fatos ainda mais comuns que os dois que falei. 
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Após ver a sequência de sitcoms no SBT ( Um maluco no pedaço e Eu, a patroa e as crianças ), fui fazer a coleção da escola, ou intocáveis como gostam de dizer. O problema é que, de acordo com o calendário de aulas, hoje seria dia de fazer matemática e química, somente. Até enrolei, refazendo algumas folhas de filosofia e álgebra e iniciando a redação. Mas cansei e fui pros finalmentes. E eu, exímio aluno de humanas e postulante a uma vaga em comunicação, não é que consegui fazer tudo ? O momento mágico foi o último exercício avançado de química orgânica, cheio de raciocínios lógicos e conceitos de propriedades atômicas. Ao terminar o exercício, de primeira, da forma correta, senti uma imensa sensação de prazer, indescrítivel. Cansado intelectualmente, fui dormir.
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Acordei as 18:20, e imediatamente lembrei que a data amrcava um grande amistoso entre Brasil e Itália, em Londres. Acordei e, pasmem, menos de 30 minutos e a seleção canarinha vencia por 2x0, gols de Robinho e Elano. Mas isso não foi o que mais me surpreendeu. Foi a tranquilidade da seleção, jogando bonito e colocando a Itália na roda. A seleção terminou 2008 goleando de maneira histórica Portugal, e começou 2009 vencendo de maneira incontestável a Itália. 
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Felipe Melo, contestado, jogou muito. Daniel Alves atuou improvisado como meia direita e atuou bem ao lado de Maicon. Elano surpreendeu, marcou um tento e apareceu bem também pelo lado direito. Marcelo, que já adianto que não acho jogador pra seleção, atuou bem como lateral esquerdo também. E tudo isso com a sombra de Felipão colocando em risco o cargo de Dunga, que de maneira espantosa, contornou a pressão e conduziu muito bem o time.
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Sou dos poucos que ainda briga pela seleção e gosta de ve-la atuar. Num país que tem, acredite, mais fãs da Argentina que do próprio país, cada vitória canarinho, por pior que seja, é uma lavada de alma em mim. E essa não foge a regra. Pra coroar uma bela terça-feira, que poderia ser monótona. Até foi. Mas soube se destacar.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Conversando com uma amiga, acabei me recordando da quantidade de histórias que o futebol do interior paulista possui. Nenhum outro estado é tão pródigo em contos quanto São Paulo. Citei o caso dos times " a volta dos que não foram ", o São Caetano da década de 90 que subiu pra primeira divisão paulista estadual e caiu no ano seguinte, e que depois voltou em 2001 já como time conhecido. Esse ano, temos o Oeste de Itápolis, que era da série A1 em 2003 e ninguém se lembra, cando em 2004. Hoje o time está bem no campeonato, e certamente não cairá pra série A2 novamente.
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A feliz coincidência de tudo isso é que no mesmo domingo ocorreu na metrópole caipira o maior clássico do interior brasileiro. Guarani e Ponte Preta duelaram no Brinco de Ouro da Princesa, casa brugrina. E foi um jogo sensacional, de longe a melhor partida do campeonato até agora. A chuva que caia em Campinas aumentava as pitadas de dramaticidade que o jogo adquirou conforme as chances iam sendo desperdiçadas. Aos 47 do primeiro tempo, Danilo Neco abre o placar pra Macaca num pênalti muito bem batido. 
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O segundo tempo prometia. E a promessa foi atendida logo aos 9 minutos, quando Maranhão efetuou um cruzamento da direita e Fernando Gaúcho acertou de voleio em cheio, pras redes do goleiro Aranha. Um golaço como há muito o derby não via, e o Bugre comemora o empate em sua casa. Porém, um clássico é essencialmente dualista, com heróis e vilões se confundindo. O mesmo Fernando Gaúcho, artilheiro nato, camisa 9 do Guarani, faz um gol contra num escanteio vindo da esquerda, e a Ponte salta pra frente no placar de novo aos 15 minutos da segunda etapa. Placar que, aliás, não informa o nome do time pontepretano, e sim apenas " AAPP ", de Associação Atlética Ponte Preta, as iniciais do time. Rivalidade em estado puro.
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Exatamente 5 minutos depois, o meia Cléverson, vindo do banco bugrino, acerta um chute quase do meio de campo no ângulo do goleiro Aranha, empatando de novo a partida, que acaba termimando empatada. Um singular confronto, certamente o melhor clássico de Campinas neste milênio.
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Mais um capítulo da rica história futebolística interiorana tinha acabado. Saudosismo é algo que se bem usado pode ser um excelente artifício, como agora. O Guarani pode não ser o de Careca, Zenon e Bozó. A Ponte pode não ser mais a de Dicá, Oscar e Waldir Perez. Não querendo comparar, mas o Guarani de hoje em dia tem Maranhão, Plínio, Dairo, Douglas e Fernando Gaúcho. A Ponte tem Aranha, Bia, Kim, Danilo Neco e Rodrigo Ninja. Temos que dar valor ao que temos hoje. E essa rivalidade campineira é fabulosa, engrandecedora. Parabéns as duas equipes que fizeram um grande duelo pelo Paulistão. E que continuem fazendo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fazia tempo que eu não me via numa situação dessas, de encessitar escrever para desafogar uma angústia. Pior é ver que os mesmos erros levam a mesma impressão lacônica. E eu sinceramente não entendo como uma madrugada de sexta-feira pode ser tão controversa.

Algo que eu não entendo e abomino em algumas pessoas é a mudança repetina de humor. Como num espaço de 4 dias uma menina altamente falante e simpática se transforma numa criatura que apaga o teu scrap sem responde-lo e diz que não conversa mais direito por que " tá com uma preguiça ", numa terça a tarde ?

O pior é ver que no mesmo espaço de tempo ela te mandou no mínimo duas mensagens automáticas para diferentes assuntos. E o incrível é que a pessoa que não sai de sua memória é a menina que tu conheceu, falante e que até disse que era a versão masculina dela. Prefiro não dizer que se trata do velho caso no qual a primeira impressão é a que fica, e sim que talvez o problema seja comigo.

Nas minhas outras investidas, diga-se assim, eu também não venho tendo muito sucesso, com uma única excessão, isolada por muitos fatores, aliás. Mas o caso da menina que comecei o post é de longe o mais incrível. Como pode um papo piorar tanto num curto tempo, ou como pode as primeiras impressões atrapalharem tanto ?

E no fundo eu sinto que ela é a diferente, a que pode dar um rumo pra minha vida.

A única conclusão que cheguei é que não é amor, paixão, ou qualquer sentimento afetivo que fosse. Ainda. Se ela não tivesse tanta preguiça, talvez já fosse. E eu já não sei se isso é bom ou ruim.

Poucas vezes na minha vida sento tão feliz em minha casa após um grande tempo sem computador frequentemente. Normalmente, as férias de verão são uma sequência de viagens familiares chatas e sem graça. Num primeiro instante parecia que essa sina iria se repetir. A viagem para o interior de São Paulo, mais precisamente para a pacata Lençóis Paulista foi totalmente sem graça. Até fiquei feliz em não ter ficado dois dias lá, e só. Depois ainda iria para o Rio de Janeiro ver alguns parentes. Em outros tempos isso também seria algo modorrento, pois ficávamos pouco tempo e nem saiámos de casa, na zona Norte da cidade. Minha mãe falou que esses 10 dias seriam de turistas na cidade maravilhosa. E realmente foram. Porém, não sabia que seriam dias cinematográficos e inesquecíveis. 

Chegamos no sábado, dia 10. Após uma viagem turbulenta até o aeroporto do Galeão, vimos que estávamos no Rio de Janeiro ao sair do ar condicionado do lugar. A distância entre o saguão e o o carro do meu primo, que não era de 60 metros, testemunhou cerca de 5 reclamações minhas. Também pudera, saímos de uma manhã fria em São Paulo para pegar 28 graus as 10:40h da manhã no lugar, isso com o tempo totalmente encoberto. 

Ao chegar e depois de dormir após o almoço, combinamos de ir passar o fim da tarde na praia de Copacabana. Não para tomar Sol, apenas para mostrar que de fato seríamos turistas no período. Eu, que nunca fui para o local, fiquei simplesmente maravilhado com o céu, a areia, o mar, a orla, o povo, o famoso calçadão. Tudo era divino, perfeito. Para completar, vimos alguns amigos na praia do Leme e matamos a saudade nos intervalos do futebol de areia. Após a tradicional sessão de fotos, comemos na rua Nossa Senhora de Copacabana uma pizza à francesa. Não sabíamos o que era e isso quase deu início a uma confusão, logo encoberta pela atendente que explicou do que se trata: comer sem pratos, na própria bandeja. Nesse dia eu vi que essa estadia seria longa e divertida. 

Domingo realizei um sonho de infância: conheci a Marquês de Sapucaí. Fomos ao ensaio técnico no sambódromo ver a Caprichosos de Pilares, a Grande Rio e a minha amada Beija-Flor de Nilópolis. Ver a bateria, as passistas, o samba comendo solto, tudo isso no setor 1 me deixou fascinado. A Caprichosos, que torço pra que volte ao Especial executou pela primeira vez a canção que eu tenho como tema pela minha passagem no Rio: o samba da escola do ano de 1985, entitulado " E por falar em saudade ", que se tornou célebre com o refrão " Tem bumbum de fora pra xuxu, qualquer dia é todo mundo nu... ". Confesso que não prestei atenção no samba desse ano da escola de Pilares, e que gostei de sua bateria e de sua rainha. A Grande Rio virá forte e com um samba que certamente melhorará na Avenida, já que a escola levou uma grande torcida à Sapucaí. A Beija-Flor, que dificilmente terá Neguinho, virá certamente disputando o tri, com uma força do chão nilopolitano contagiante, e com o mau-humor quase folclórico do diretor de carnaval Laíla. Porém o que mais me chamou a atenção foi ver a quantidade de pessoas que me paravam ao ver que estava cantando o samba entusiasmadamente, e como eu sabia a letra de cor. Conhecemos pessoas de todos os cantos da cidade, o que me alegrou bastante. Faça calor ou faça frio, é sempre carnaval no Rio, diria alguém. No mesmo dia conhecemos mais de perto a integrante caçula da família, a pequena Sophia, de 1 ano. Conhecemos também o prédio de meu primo Fábio e minha madrinha Carolina ( presença sempre constante, aliás ), sendo que ele, sua mulher Maíze e a pequena filha foram conosco na Sapucaí e viram boa parte dos ensaios. No almoço, churrasco com piscina pra começar um dia que se encerraria perfeito na passarela do samba. 

Ao visitar o Corcovado na segunda-feira, conheci algumas daquelas figuras anônimas que não saem da minha cabeça. A senhora que tinha medo do trenzinho, a bela carioca que não gostava de praia nem de Sol e o gaúcho que tinha vitiligo, por exemplo. No dia de receber o abraço do Cristo Redentor, minha mãe não conseguiu tirar a foto clássica com os braços abertos graças a claridade do Sol, que estava fritando a todos no algo do morro. Foi dos poucos passeios que a madrinha de minha mãe e que acabou virando a madrinha de todos nós pode ir junto, e apenas isso valeu a ida. A vista é algo deslumbrante, e isso nem precisaria citar aqui para todo mundo saber, creio eu. 

Dentre os passeios com vistas excepcionais, pode-se incluir o Pão de Açúcar, onde pudemos ver tudo bem melhor graças ao tempo nublado e ao horário das 18:00h onde fomos. A emoção de subir o morro da Urca e o pão de Açúcar foi indescritível, e poder tirar fotos com tranqüilidade e sem Sol no local idem. Mais a tarde, ameaçou chover e, com medo de um eventual acidente como ficar parado no ar, descemos mais rapidamente que o esperado. De estação em estação, vimos um francês que tinha certamente mais de 200 picadas só ao longo da perna. Para eles, tudo é festa. Mas que os pernilongos realmente são desagradáveis ninguém discute. No penúltimo dia na Guanabara, fomos ao Mirante Santa Marta, das mais belas vistas do Rio. Após um longo percurso por dentro da Floresta da Tijuca onde ficamos perdidos um bom tempo, tivemos uma vista incrível da enseada do Botafogo, com uma panorâmica geral da cidade. Incrível. Para coroar o passeio, indo para o carro vimos uma iguana, mostrando que a beleza do lugar é realmente natural. 

Por pouco não fui ver um jogo no maior estádio do mundo pelo fato do Carioca começar 3 dias depois da minha volta pra terra bandeirante, mas ao menos fui fazer uma visita ao Maracanã. Conheci a calçada da fama, os vestiários, o campo e pude observar o estádio inteiro do alto logo ao sair do elevador. Certamente, das visões que mais mexeram comigo na viagem. O passeio foi acompanhado de perto pelo meu primo Fabio, com a filha Sophia, o que foi motivo de muitas histórias, conversas e algumas fotos antológicas, como o chute no ar dele que eu defendi. 

Como todos sabem, eu, louco por carnaval, não podia deixar de ir em locais que representavam a maior festa popular do planeta. Fomos a quadra da Imperatriz Leopoldinense em Ramos, bairro aliás onde fiquei nessa minha estadia lá. A energia é incrível, as mulheres são lindas, a bateria é espetacular. O esquenta durou algumas boas 2 horas, com sambas antigos de carnavais passados. Quando o ensaio ia começar de fato, foi cantado o hino da Imperatriz, o já tradicional “ Você Pagou com Traição “ de Beth Carvalho e o esquenta oficial do Cacique de Ramos. O clima era de desfile, todos ficavam arrepiados. Isso sem contar nos vídeos que fiz dos comandados de Mestre Marcone e da sensacional foto com duas mulatas da Leopoldina no local. No dia seguinte, ainda voltei para conferir o ensaio da bateria na rua, ainda mais de perto. O som do surdão batendo pulsando junto com o meu coração era uma sensação que eu só tinha ouvido falar, não sabia que era tão divino assim. Sem contar nas diversas passadas que demos em frente ao Palácio do samba mangueirense, e dos barracões de outras escolas de samba menores. Lamenta-se apenas não ter ido na quadra da Beija-Flor, mas ir à noite para Nilópolis é realmente um sacrifício que por vezes não é compensado, e preferimos não arriscar. 

Fechando os pontos que qualquer turista sempre visita no Rio, fomos aos arcos da Lapa. Mais do que isso, pegamos o bonde de Santa Tereza e fomos até o Largo do Guimarães, local onde temos um intenso comércio local, muito bonito por sinal. Voltamos antes de anoitecer e tiramos fotos na escadaria Selaron, também na Lapa. Para fechar o dia, comemos na pizzaria Guanabara, onde segundo minha prima Carolina e seu marido Marcelo ( que obviamente foram no passeio ) os famosos tem aficção pelas redondas de lá, que de fato são muito apetitosas. 

Mesmo nos dias que não saí acontecia algo de bom. Minha mãe foi no Mercadão de Madureira sem a minha pessoa e de lá trouxe um relógio para mim, coisa que estava necessitando a algum tempo. Quando ela e o Fábio foram ao Saara, ganhei a minha camisa do carnaval 2009 da Beija-Flor. Aliás, mesmo não indo aos conhecidos pontos turísticos do Rio de Janeiro eu me divertia. Na véspera do feriado de São Sebastião minha mãe voltou ao Saara, dessa vez comigo. Compramos camisas e panos das mais variadas espécies, e minha mãe comprou pra ela uma camisa da Imperatriz, escola do coração dela. Na Avenida Rio Branco, comprei uma camisa retrô do Vasco da Gama, relembrando Roberto Dinamite ( maior artilheiro da história do clube carioca ). 

O outro objeto que comprei lá foi um mascote do São Paulo, num estande de um ateliê no shopping Rio Sul. Aliás, shopping foram um ponto que eu me surpreendi positivamente no RJ, e muito. Dos 3 que visitei ( Norte Shopping, Rio Sul e Nova América ) gostei muito deles, amplos e com muitas lojas. Não sabia da cultura deles de grandes centros comerciais de classe média, e gostei muito. 

Histórias nesses 10 dias não faltaram. Pra começo de conversa, tomamos banho de balde alguns dias. Devido ao consumo bem maior que o normal, provavelmente a pressão da água não agüentou e causou transtornos. Logicamente, eu fui o primeiro. Ao ver que durante o banho a água estava caindo mais lentamente, peguei um balde e joguei inteiro pra tirar o condicionador da cabeça. Haja visto o calor escaldante na cidade, foi um alívio e no mínimo engraçado. Tomar banho com dois baldes regulando a água virou uma diversão sem fim pra mim. Eu também quase deixei a janela do meu primo Romeu, nosso anfitrião, cair. Fui fechar e a dobradiça quebrou na minha mão. Chamei a filha dele e a minha mãe e elas consertaram, enquanto eu suava pensando “ To aqui e fiz merda, que lindo. “ 

Aliás, graças a água que não estava tão confiável provei as iguarias culinárias mais gostosas de minha vida, certamente. E não foi nada requintado. Pelo contrário, simples demais, até. O arroz, feijão, fritas e o bife acebolado da casa Maranguape ( um boteco de esquina de Ramos, não se iluda pelo nome ) se saiu muito melhor que a encomenda, nos fazendo almoçar lá 3 vezes. Certamente o melhor feijão que já comi em minha vida, sendo que todo o resto estava muito bom também. As vezes, certos problemas nos trazem algum retorno bom, como foi o caso. 

Aliás, a mesma Casa Maranguape foi cenário do último dia da viagem, onde quase ficamos na cidade por um tempo maior. Estávamos lá quando uma chuva torrencial começou, por volta das 13h. Como tínhamos que estar no aeroporto até as 17:50h, pensávamos que ela não iria atrapalhar. E ela não parava. A rua onde estávamos estava inundada alguns quarteirões pra frente. De fato ficamos ilhados. Ao conseguir pegar um táxi ( um Santana para 4 pessoas e 4 malas grandes, onde uma veio deitada sobre o Fábio e sobre mim e outra foi inteira no colo da Ellen ) nos demos conta da tempestade que caia. A Avenida Brasil estava totalmente inundada, e estavam assaltando a todos na Linha Vermelha na altura do bairro do Caju, pois não tinham locomoção possível para escapar. Chegamos ao Galeão pegando ruas totalmente alternativas. Lá, mais calmos, fizemos o balanço altamente positivo da viagem. Aliás, lá eu recebi um olhar de uma carioca anônima que eu dificilmente vou esquecer, que até meu primo percebeu. 

Entramos na sala de embarque nos despedindo do Fábio, e antes que a saudade começasse a bater recebemos uma ligação do meu pai. As únicas palavras que eu consegui entender foram “ Nasceu, nasceu ! “ e a ficha caiu. Eu ganhei a minha segunda irmã. Graziela nasceu bem, após uma gravidez abençoada da Sandra. O parto foi cesária e hoje estarei indo ao Santa Joana conhece-la. 

Apesar de tudo isso citado acima, o melhor sem dúvida foi a estadia. As pessoas que revisitamos. Afinal, o que faz uma viagem não são os lugares pelo qual passamos, e sim as pessoas que conhecemos. E com isso, deixo o meu agradecimento a dona Carmen, Romeu, Denize, Igor, Clara, Fábio, Carolina, Maize, Marcelo e Sophia. Conhecendo de fato o Rio, tão maravilhoso, com pessoas tão maravilhosas foi encantador. 

Já falei que essas férias davam um filme. Certamente um filme de Hollywood, onde tudo acontece, algumas coisas dão errado mas o final é sempre feliz.