sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O ano da virada

Saí de 2009 escurraçado. Sem ninguém pra chamar de meu, sem faculdade pra cursar, sem amigos por perto, sem uma família unida, sem nada. Até eu, tão esperançoso, pensei no pior ato que uma pessoa pode cometer nos últimos dias de 2009. Poderia 2010 representar o início de uma nova ?
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Confesso: não acreditava. E após os dois primeiros meses do ano, essa confirmação apenas mostrou-se mais certeira. Sem nada pra fazer, com o pensamento a milhão e tendo pra lembrar apenas os fracassos passados, eu me sentia um inútil.
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Veio Março, veio o cursinho, veio o meu aniversário. Dediquei-me inteiramente aos estudos a partir daqui, e ele, de alguma forma, retribuiu-me. Intensifiquei ainda mais as amizades com as meninas do Objetivo, conheci pessoas que estudavam na escola citada e eu não conversava, conheci pessoas novas no Anglo... o ano começava a estruturar-se, tardiamente.
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Entre fórmulas e regras gramaticais, veio o feriado de Tiradentes. O dia 21 é feriado, o dia 22 é o do descobrimento e o dia 23 tornou-se o início duma nova era na minha vida. Desde o primeiro beijo dado na Fernanda, na praça em frente ao Centro Digital, eu tive a certeza de que ela seria minha companheira. Tornou-se. A tal ponto que eu não me vejo mais sem ela, e a simples presença dela em 2010 fez desse ano um dos mais maravilhosos já vividos por mim. Nesse ano começamos, e, porque não, apenas começamos. Os anos subsequentes serão de muitas outras vitórias, que farão desse começo de relacionamento pequeno, apesar de seu gigantismo. Fica a lembrança do dia que terá consequências cada vez maiores ao longo do tempo.
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Uma das melhores amigas ( ao menos no começo do ano ) também foi fundamental para que 2010 tenha sido estupendo. Sempre disposta a ouvir, dar puxões de orelha e rir de mim e comigo, a Amandinha representa a certeza duma amizade forte e eterna, duradoura e próspera, intensa e benéfica. Com seu jeito tão peculiar, ela ao pouco foi ganhando minha confiança, e hoje digo sem medo de errar que ela tem 110% de minha gratidão e firme esperança. Colocaria não uma mão, mas sim meu corpo inteiro no fogo por ela.
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Infelizmente, as duas fizeram apenas por um curto período o Anglo. Conheci outras pessoas da sala dela ( Fabi, Marília, Glauber, Andrei, Lucas ), mas, obviamente, fiz mais amigos na minha sala, a do período matutino. Destaco as Thaís, Ana, Carol, Camila, Larissa, Bruna, Jéssica, André, Luis, Fábio, Muçul e Guilherme. Mas, sem dúvida, as duas peças mais fundamentais dessa sala, pra mim, eram Marina e Fernanda. Era gratificante olhar pro lado e ve-las, sempre dispostas a me animar, cada qual com seu jeito. A primeira com seu jeito espontâneo, pensamento forte e riso fácil, a segunda com sua expressão marcante ( " rosto de quadro expressionista de Anita Malfatti " ), palavras sinceras e tranquilidade. Mais do que ninguém, as duas me conheceram e vivenciaram esse turbilhão de emoções chamado de 2010. Bem como eu, elas venceram, e, mais do que eu, são merecedoras disso, por simplesmente aguentar-me com meus trejeitos e defeitos, por ( muitas ) vezes irritante.
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Obviamente, fato também de pessoas que nada tem a ver com o cursinho. O meu irmão e uspiano Bruno, com quem tenho uma amizade interessante: cada vez menos falo, cada vez menos o vejo, mas cada vez mais sei o quanto ele é importante. A saudade de conviver com ele todos os dias e ver o quanto ele é grande, não só por estar na maior faculdade da América Latina, me faz ter noção do quanto eu amadureci nesses anos todos de convivência com a figura. Thiago Nacoa, o meu amado Naca, é outro expoente perfeito desse 2010. Das poucas pessoas que nunca traíram minha confiança, passei a confiar ainda mais nele ( se é que isso era possível ) ao receber o convite para ser o premiado para ir ao show do Darvin, no místico Hangar 110. Entre histórias, conversas, reflexões e muitas risadas, o nipônico foi, de longe, uma das melhores pessoas de 2010. Existem ainda muitos outros ( Marianas, Samuel, Lucas Timbó, Lucas Losch, Preto, Maila, Yuri, Dobo, Renan, Murilo, Samuca, Marcos, Augusto, Daniel, André, Danilo, Luquinhas, Bia, Jaque, Paulinho, Alex, Alê, Natalia, Luiza, Marina Rufino, Rafael Sardinha, Rafael Mansour, Tarsila, Estela ) os quais gostaria muito de agradecer nesse último dia de ano.
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Tão presentes nos últimos anos, os amigos da internet, graças a falta de tempo, distanciaram-se. Não os culpo, mas sim, culpo os estudos. Isso não foi empecilho para que eu conhecesse pessoas maravilhosas como Caroline Pasa, Kamila Piovesan, Ledilene Trindade, Flávia Carneiro, Jacqueline Carvalho, Fernando Clemente, Amanda Colombo, Fernanda Santana, Carol Waknin, Ana Carla Portela, Larissa Reis, Giane Garcia, Paola Príamo, Karoline Torres, Carla Guimarães, Beatriz Mayer, Thayna Gonçalves, Giovana Campos, Elaine Castilho, Letícia Pinheiro, Andressa Thoman, Jessica Oliveira, Paulo Carvalhães, Jade Medina, Marina Ponzo, Mariana Vieira, Renata Chagas, entre outros. Também fortaleci, apesar da distância e da falta de tempo, grandes amizades, como Gabriela Sant'Anna, Marina Ribeiro, Marina Sarte, Mariana Ibrahim, Tuani Carvalho, Fernanda Dolabella, Bruna Campos, Thaís Garcia, Vinícius Bepler, Camila Atleticana, Rafael Dudu Gomes, Lucas Flores, Bruno Fiuza, Larissa Pagodeira, Amanda Cardoso, etc. Mesmo aparecendo pouco, vocês foram fundamentais. Muito obrigado !
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Todos sabem que minha família não é o maior exemplo pra mim, graças a todas as desuniões existentes em ambos os lados. Mas, cada dia mais, o meu primo Henrique torna-se o elo salvador entre mim e meus consanguíneos. Leal, sincero e de caráter ímpar, nos entendemos, mais do que nunca. Parece que cada fase de nossas vidas são equivalentes, com características parecidíssimas. E ele não sabe o quanto é importante. Também nesse ano conheci o novo integrante da família, o namorado da minha prima Natália, Lorenzo, sendo os dois dotados duma inteligência invejável, os quais também admiro muito apesar de nossas nítidas diferenças. Meu pai e a Sandra mostram-se cada vez mais próximos, e é ótimo ver o crescimento da Ellen e da Grazi. Também me revigora ver o esforço dos meus avós, sobretudo minha avó Merita, para continuar suas vidas mesmo com todas as barreiras que o tempo os impóe.
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Além de todas essas pessoas, o maior presente veio no fim do ano: passar na faculdade. Pode não ter sido a minha meta, mas a Metodista é uma ótima faculdade na área de comunicação social, e fiquei imensamente feliz em ver meus esforços gerando resultado. Em 2011, enfim na carreira acadêmica, irei dar meus primeiros passos como jornalista, correr átras dum emprego e tentar conquistar minha liberdade, simbolizado num carro novo. Aliás, o espírito automotivo fez-se presente ao tirar minha CNH, e tornar-me um condutor, bom condutor, modéstia à parte. A maioridade obtida em 2010 confirmou-se com a dispensa do Tiro de Guerra, tardiamente.
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Ano de Copa, de fila tricolor, de títulos de Rosas de Ouro e Unidos da Tijuca no carnaval ( que, juntas, tinham 90 anos de tabu ), de reaproximação do futebol americano, basquete, vôlei e hóquei, duma Ferrari aguerrida na F1 mas com título de Vettel, de SWU, de show de Paul McCartney, Scracho e Darvin, de eleições... e nada disso foi mais importante que as pessoas citadas, o que eu nunca imaginei que fosse ocorrer. A todos vocês citados aqui, meu muito obrigado. E, por favor, permaneçam comigo nesse 2011, pra que ele seja irretocável.
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Abaixo, um top 5 do ano. Levei em conta a importância delas, meu gosto pessoal e o quanto elas repercutiram em 2010:
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Top's 5
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Música nacional
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1° -> Michel Teló ~ Fugidinha
2° -> Restart ~ Recomeçar
3° -> Luan Santana ~ Sinais
4° -> Exaltasamba ~ Tá Vendo Aquela Lua
5° -> Charlie Brown Jr. ~ Só os Loucos Sabem
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Música internacional
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1° -> Shakira ~ Waka Waka
2° -> Yolanda Be Cool -> We No Speak Americano
3° -> Lady Gaga ~ Alejandro
4° -> Knaan ~ Wavin' Flag
5° -> Mariah Carey ~ I Want To Know What Love Is
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Shows
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1° -> Paul McCartney
2° -> Queen of the Stone Age
3° -> Rage Against the Machine
4° -> Pitty
5° -> Avenged Sevenfold
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Eventos esportivos
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1° -> Copa do Mundo, Espanha campeã.
2° -> Competições de vôlei masculino ( Brasil campeão da Liga Mundial e da Copa do Mundo ) e feminino ( Brasil vice-campeão do Grand Prix e do Campeonato Mundial )
3° -> Fim da fila de 26 anos do Fluminense, futebol-arte do Santos campeão da Copa do Brasil e do Paulistão
4° -> Afirmação de Fabiana Murer e César Cielo como grandes nomes da história doe sporte mundial
5° -> SuperBowl do New Orleans Saints, marco pós-Katrina e confirmação de temporada arrebatadora de Dreew Brees.
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Personalidades curiosas
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1° -> Polvo Paul
2° -> Tiririca
3° -> Goleiro Bruno
4° -> Mineiros do Chile
5° -> Mick Jagger
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Homem
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1° -> Lula
2° -> Julian Assange
3° -> Liu Xiaobo
4° -> James Cameroon
5° -> Tiago Leifert
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Mulher
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1° -> Lady Gaga
2° -> Dilma Rousseff
3° -> Larissa Riquelme
4° -> Marina Silva
5° -> Katy Perry
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Desastres
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1° -> Terremoto no Haiti
2° -> Mineiros do Chile
3° -> Terremoto no Chile
4° -> Chuvas em diferentes períodos do ano no RJ, SP e Nordeste
5° -> Vazamento de óleo no Golfo do México
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Mortes
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1° -> Leslie Nielsen
2° -> José Saramago
3° -> Zilda Arns
4° -> Armando Nogueira
5° -> José Mindlin
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E assim termina 2010. Ano que deixará saudades, mas que precisa acabar, como todos os outros. E assim que começar 2011 eu agradecerei o fato de 2010 ter sido o ano da virada, e lutarei para que 2011 seja o ano da consagração.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Carta aberta ao presidente Lula

Gostaria de deixar claro que não sou Lulista e/ou petista, e que não me encaixo em nenhuma desginação política atual. Não votaria no senhor em 2002, não votaria no senhor em 2006 e não votei na futura presidente Dilma Rousseff em 2010 em nenhum dos dois turnos. São opções minhas, mas o fato de não votar na sua legenda não muda algumas considerações que tenho sobre o seu governo, as quais gostaria de pontuar nesse texto.
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Antes de tudo, deixo bem claro: o senhor é a maior figura política brasileira desde Getúlio Vargas. Em muito por elevar a classe econômica de muitos e ser adorado pelos menos abastados. É um mérito imenso ter os indicadores sociais que o seu governo apresentou, os quais não preciso ficar aqui falando e todos os brasileiros conhecem bem, sobretudo após eleições que orbitaram em torno desses números. Programas como o Bolsa-Família ajudaram quem pouco ou até mesmo nada tinha, e foram a mola propulsora da calmaria econômica pela qual o país navegou em seus mandatos. É ótimo andar pelas ruas e ver casas mais bonitas e bem-acabadas, sentir o clima de prosperidade e notar o quanto cada um vive melhor, com mais dinheiro, em suma.
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Convenhamos, esse quadro socioeconômico contou com muito mérito de seu governo e também com uma ponta de sorte, graças à prosperidade do mercado internacional até 2008, sem grandes crises. Passamos praticamente ilesos pela crise imobiliária dos EUA em 2008, como grande parte dos países emergentes, muito em parte pelo que foi feito pelo senhor anteriormente. O país, rejuvenescido com investimentos dos próprios brasileiros, continuou comprando, num círculo vicioso benéfico para o país. A economia girava com uma perfeição exuberante, como nunca antes visto por mim. O grande mérito do senhor, ao meu ver, foi saber conciliar o social do econômico, deixando bem claro que a primeira sustentaria a segunda, algo que faltou no governo dos seus antecessores. Aliás, antes do senhor, faltava transparência em assuntos monetários, e os investimentos, embora maciços, eram às cegas, com resultados discretos.
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Mesmo com tudo o que foi apresentado, não vejo com bons olhos o senhor renegar totalmente a política econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem o senhor se referiu diversas vezes de maneira negativa e, certas vezes, até depreciativa. O senhor herdou dele uma imensa parcela de sua política econômica internacional, obtendo resultados expressivos e, talvez, sem os oito anos de FHC, o senhor teria falhado em sua tentativa. Até mesmo o Bolsa-Família, ao menos pra mim a grande passagem do senhor para a eternidade, teve início no governo anterior, com o Bolsa-escola. O senhor aprimou o que já existia, mas é necessário reconhecer os esforços passados, também importantes para esse estupendo governo do senhor.
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Seu maior erro, imenso, foi omitir-se nos infindos escândalos de corrupção que assolaram seu governo. Não julgo nesse texto se o senhor sabia ou não do mensalão ou dos desmandos com os cartões corporativos, mas a falta de ética da sua base governista ficará marcada, para mim, como um exemplo de como eu não quero que seja o próximo governo. Concomitantemente a isso, fiquei feliz com o distanciamento do senhor de nomes pouco confiáveis e/ou assumidamente corruptos como José Dirceu, José Genoíno, Silvio Pereira e Delúbio Soares - bem como espero vê-los longe do Planalto com Dilma Rouseff.
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O senhor entrou pra história. Um governo tão bom em certos aspectos e tão desastroso em outros, mas que, certamente, será lembrado por seus pontos fortes, que prevaleceram. Desejo boa sorte para a nova presidente Dilma Rousseff, e espero dela um governo que tenha as mesmas diretrizes sociais e econômicas, com muito mais ética em seus atos. Ao senhor, Luis Inácio Lula do Povo, um sincero muito obrigado, por tudo o que fez.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Paciência, calma, tranquilidade

Repetirei essas 3 palavras como um mantra nesse fim de ano e até a Fernanda voltar de Ibiúna. Não dá pra se ver antes disso, não dá pra mudar o que é fato... e cabe a mim ser paciente e aguentar as saudades, a falta dela. Vai ser assim por algum tempo, né ? E só passando por esse martírio vai ser como tem que ser, né ? Então é assim que vai ser.
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Bom fim de ano pra você, quero muito ouvir o que você tem a me dizer, desculpe por tudo de ruim que fiz/falei e eu te amo.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Brigas, discussões, estranhamentos...

Fim de ano é sempre assim: sinto-me um estranho no ninho. Ainda empolgado com o ano que passou, tentando manter a energia positiva caso o ano tenha sido bom ou lutando muito pra reverter a sina caso o ano tenha sido ruim, você esbarra na falta de vontade das pessoas de fazer qualquer coisa nessa época. Seja ir ao mercado ou berrar contra a política, essa fase personifica o velho espírito de " tá ruim mas tá bom " que assola esses tempos.
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Hoje mesmo eu briguei feio com a minha mãe ( pode não ser novidade, mas... ), que resolveu dar palpites e profetizar minha vida, discuti com a Ellen por ela não me deixar ouvir meu CD de carnaval enquanto fazia esteira, tô estranhando a indisposição de todos para comigo, tô me achando um chato de galocha graças a isso... e assim vamos indo. Coisas ruins com os outros que acabam me afetando, me deixando mal. Sina de fins de ano.
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O pior de tudo é que sempre vem aquela angústia, aquele sentimento de " pera, sou eu que tô errado, e não os outros " mesmo quando você tem total ciência que você tá bem e não mudou nada.
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Eu só quero as pessoas que conviviam comigo, só isso !

domingo, 26 de dezembro de 2010

Palavras de mãe

Em muitas casas, em troca da confiança dos filhos, as mães falam coisas do gênero " Pode confiar em mim filho, eu não vou te decepcionar ". Na imensa maioria das vezes elas conseguem o que querem, para o bem de seu rebento. Ele merece, é o queridinho... enfim, esse tipo de papo. Em algumas casas, a confiança por vezes é traída, uma ou duas vezes. Mas, aqui na minha casa, a palavra da minha mãe não tem valor nenhum.
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Por inúmeras vezes ela me promete algo e não cumpre. Coisas simples, como comprar uma sobremesa qualquer. Coisas necessárias, como remédios. Coisas importantes pro meu futuro, como treinar a direção. Coisas das mais variadas, como me permitir ir a algum lugar com meus amigos ou com qualquer outra pessoa. Ela fala algo e depois desdiz-se.
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Já cansou de voltar átras, prometer algo, dizer que sim mais de uma vez, pra depois dizer que não é nada disso e que não vai deixar nada. Isso acontece com uma frequência incrível, e me irrita. Não dá mais pra acreditar nela.
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Hoje, por exemplo. Falei desde o começo do ano pra treinarmos nesse dia 26, historicamente morto, indo pra algum lugar mais distante. Ela falou alguns nomes, eu falei outros e fechamos na Avenida Paulista. Iríamos e voltaríamos comigo na direção. Hoje, ao acordar, perguntei que horas iríamos e veio a desculpa:
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" -Hoje não vai dar. Vou ver a Dna. Terezinha no hospital.
- Mas mãe, porque você não me acordou antes, então ? Você falou a semana inteira ! "
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Silêncio. A falta de argumentos dela novamente mostrou-se.
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Após o almoço, enquanto eu estava puto da vida, ela, com a maior cara de pau, me diz que vai dormir. Será que dormir é mais importante que dar ao filho a chance de guiar um pouco ? Aliás, custa ser menos carrasca e entender que eu já sei dirigir e só ela não percebe isso ?
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Tirei minha carta em Setembro. Amigos meus que a tiraram mais cedo já pegam a Anchieta como se entrassem na garagem de casa, sozinhos. E eu nunca fui muito além do centro de São Caetano até em casa com a mãe na carona. É ridículo, é absurdo essa atitude imatura da minha própria mãe. Porra, eu cresci !
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E não é a primeira vez que ela troca alguns instantes de sono por mim. Lembro-me dum projeto no Objetivo no qual eu fui prestigiar meus amigos e minha namorada, e ela havia me dito pra eu liga-la na hora de vir me buscar. Ao ligar, a surpresa:
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" -Você não pode voltar de ônibus ? Tava dormindo.
-Oi ? Mas voc...
-Tu, tu, tu... "
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Custa falar que ela não se importa comigo ? Fala logo na cara, a recíproca é verdadeira e não me fará mal algum. Mas deixe claro. E, principalmente, me deixa crescer, me deixa viver a vida.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sobre ontem

Percebi que você não saiu feliz ontem do MSN. Não era pra menos, óbvio. Eu exagerei, não sabia o que tava falando e estraguei um dia diferente contigo, mas que não quer dizer que foi ruim. A culpa foi minha, simplesmente, e eu não sei como te pedir perdão.
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Antes, eu só queria que você soubesse: o único motivo de falar tudo o que falei é um misto de agonia, paixão, loucura e saudade. Eu não aguento mais te ver poucas vezes e tão pouco tempo, eu preciso de você pra dar um sorriso ou ficar bem sem nenhum porém. Nesse momento, inclusive, você tá longe e não totalmente satisfeita comigo ( com razão ) e, pra mim, isso é uma dor semelhante a levar um tiro. Não há algo muito diferente que eu possa fazer a não ser pedir desculpas, e que o meu ato infantil de ontem será superado com atitudes bem mais maduras e inteligentes. Desculpa, novamente.
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Eu gostei muito da nossa tarde. Nos vimos pouco, você se atrasou e teve um temporal no fim de nosso encontro, mas eu realmente gostei. Foi atípico, e isso me atrai. Consegui entregar seu presente de Natal, você parece ter gostado da carta, do colar e do brinco, e você sempre transforma tudo com o seu bom humor. Definitivamente foi uma ótima tarde diferente. A maior prova disso foram os nossos sorrisos e risadas no Habib's, após tentar escapar em vão da chuva.
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Você nem vai ler isso... porque raios eu tô escrevendo ? Não sei. Uma ponta de esperança, lá no fundo de mim, espera que você saiba dessas palavras nesse simples blog. E, principalmente, eu quero que nossas conversas, quando você voltar, sejam como sempre: um zuando o outro, com muita cumplicidade e carinho. Eu te amo.
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Feliz Natal, amor. E eu não esqueci da nossa aposta, após você perder o seu jogo. =*

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Acabou !

Aquele período maldito de vestibulares, estudos e ausência de vida agora é parte do passado. Tô cansado, acabado e destruído, mas tô de volta e aos poucos vou recuperando o fôlego. Esse post é só pra marcar o recomeço do blog e da minha existência social. HABEMUS VITA !

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

SeleBarça

Venho insistentemente dizendo que tudo deu certo no esporte pra Espanha em 2010. Copa do Mundo vencida, Rafael Nadal número um do mundo no tênis, Fernando Alonso fazendo ótima temporada na F1. Hoje, porém, dei-me conta que quem venceu tudo nesse ano foi a Catalunha, e não Madrid. Alonso pipocou na última corrida, Nadal perdeu pra Federer o torneio mais celebrado da atual ATP e a Fúria da Copa não era espanhola, e sim catalã.
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Dos 11 titulares da Espanha, 7 eram do Barcelona. Todos os 8 gols da seleção foram feitos por culés. O artilheiro da seleção foi David Villa, o destaque ( e o mais cotado pra ser o melhor jogador do mundo no ano ) é Xavi Hernandéz e o gol do título foi de Iniesta. Todos os jogadores aqui citados são azuis-grená. Desde 2005 o time é o mais comentado do planeta, sempre exibindo um futebol de encher os olhos. Rápido, inteligente, bonito, driblador, versátil, altivo... só há adjetivos bons para falar do Barcelona desde meados da década.
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Mesmo com tudo isso, o time da Catalunha estava em baixa. Havia perdido a Champions League para a Inter de Milão de José Mourinho no pré-Copa, e estava átras do arquirrival Real Madrid, também de José Mourinho, depois do Mundial. Havia raiva, angústia e um desejo enorme de vingança dos barcelonistas para com todo mundo. Contra os merengues, contra Mourinho, contra quem duvidava de tal time fascinante.
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Hoje era dia de revanche. Mal o jogo começou e Messi fez um daqueles lances antológicos que só a Pulga consegue. Chutou de longe e sem ângulo, por cima, e a bola pegou no travessão. Xavi fez 1x0 e não haviam passado nem 10 minutos de jogo. A pelota foi rolando e o que se viu foi um massacre catalão. No fim de tudo, um 5x0 sonoro, massacrante, impiedoso e merecido do Barça.
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O Real Madrid perdeu as estribeiras ao longo do jogo. Sérgio Ramos foi expulso após um pontapé antidesportivo em Puyol. Até Casillas, capitão da Espanha na Copa, colocou o dedo na cara de seu companheiro de seleção Piqué. Definitivamente, o clássico mexeu com toda a Espanha, toda a Europa e todo o planeta.
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Mourinho, que disse que vencer o Barça estava no seu DNA, sentou no banco e nada fez, engolindo suas palavras. Cristiano Ronaldo pode estar em uma ótima temporada, mas, quando pressionado, continua o mesmo mimado e chorão de sempre.
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Acima de tudo, foi um jogão. Quem não gostava de futebol aprendeu a gostar se assistiu 5 minutos da partida e viu o toque de bola envolvente do Barcelona, a atmosfera, o Camp Nou em festa. Um jogo pra história de qualquer complemento nominal que você queira colocar aqui.

Tá acabando !

Esse blog tá paradíssimo, eu sei. Hoje corrigi meus vestibulares e fui muito bem na UNESP, relativamente bem na FUVEST ( mas não o suficiente pro meu curso ), razoável na Cásper e mal no ENEM. Faltam Metodista e PUC ainda, mas tenho o feeling de que ano que vem estarei numa faculdade, e isso é o mais importante.
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Não tenho tempo pra acompanhar mais esportes in loco, não tenho mais vida e minha mãe me informou o início das vendas do CD do carnaval sem eu saber disso. Tudo isso me desespera e me revolta. Mas ao menos eu tenho a Fernanda, e ela faz do meu 2010 corrido um mar de alegrias.
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E tem gente pior que eu...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A revolução educacional começou

Quando eu disse que ia protestar contra o descaso na educação, minha mãe foi radicalmente contra. Disse que eu ia levar borrachada do governo, que isso era uma furada, que isso não ia dar certo. Eu apenas perguntei se ela foi ao protesto das " Diretas Já ", e obtive uma resposta negativa. Enquanto o povo ganhava as ruas para voltar a ter liberdade, ela cruzou os braços e alienou-se a tudo. Desconsiderei de primeira sua opinião.
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Quem me conhece sabe o quanto dou valor pra educação. Ela é, sim, mais improtante que saúde, transporte ou obras assistencialistas, sem nenhuma discussão a respeito. Seus resultados nãos erão vistos hoje, amanhã ou depois, mas sim no futuro. Não vou em delongar em exemplos e no porquê de achar isso, basta apenas estudar o caso dos Tigres Asiáticos.
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No horário marcado, estava na estação de trem de São Caetano. Bem antes do horário marcado, cheguei ao MASP e encontrei os outros integrantes do movimento. Não conhecia ninguém, mas ganhei um cartaz para ser empunhado, o qual aceitei de primeira. Lutando pela educação, saímos do vão livre do MAS e ganhamos duas faixas da Paulista, cantando os mais diversos coros:
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" Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu ?
Aqui está presente o movimento estudantil ! "
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" Puta que pariu, o ENEM é a cara do Brasil ! "
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" Dança Haddad, dança até o chão, esse é o povo unido a favor da educação ! "
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" Se você paga, não deveria, educação não é mercadoria ! "
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Do MASP até a Consolação, da Consolação até o MASP. Andávamos. Parávamos. Abaixávamos e nos levantámos como uma ola no futebol Ganhamos a simpatia dos pedestres e dos motoristas, que buzinavam e acenavam positivamente pro movimento. O sonho de todos aqueles estudantes que se reuniram via internet estava começando a se concretizar.
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Atemorizando os palhaços sem ética e que não ligam pro povo, o movimento estudantil voltou com força. Mostramos nossas garras, e precisamos de cada vez mais apoio. Não é uma luta apenas de quem estuda, e sim de quem pensa.
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Ganhamos as ruas, iniciamos de fato nosso movimento. Vamos continua-lo e, certamente, ganharemos a luta contra o irracionalismo e a falta de isonomia educacional para todos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pausa para um refresco ( ou: pequena carta aos que gastam sola de sapato fazendo Jornalismo)

Uma das máximas das redações diz que “jornalista não é notícia”.
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Mas, uma vez por ano, quando são anunciados os vencedores de prêmios jornalísticos, jornalistas mudam de lado por breves instantes: viram “notícia”.
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O locutor-que-vos-fala teve a honra de ser premiado, nesta quarta-feira, com o Prêmio Embratel de telejornalismo, pelas entrevistas com os generais Newton Cruz e Leônidas Pires Gonçalves sobre os bastidores do regime militar. As entrevistas foram ao ar na Globonews.
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Sou dos que acreditam que jornalista pode ser, também, uma espécie de arqueólogo - que revira o passado em busca de novidades. A contradição é apenas aparente: o passado pode nos surpreender com novidades,sim. Por que não ?
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Um detalhe me chamou atenção e me deixou feliz ao inspecionar a lista de finalistas do Prêmio Embratel : o júri selecionou para a grande final, em várias categorias, uma série de reportagens que mergulhavam no passado em busca de luzes.
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Lá estavam reportagens sobre a guerrilha do Araguaia ( O Estado de S.Paulo), uma série sobre ”como a censura calou a música brasileira”(Correio Braziliense), os arquivos do ex-governador Miguel Arraes ( Diário de Pernambuco) , “os espiões que viveram nas sombras dos anos de chumbo” ( Zero Hora).
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Fiquei feliz ao ver,premiadas, reportagens que envolveram obviamente um grande esforço de investigação, como os “diários secretos” – uma equipe da Gazeta do Povo e da RPCTV denunciou um caminhão de irregularidades na Assembleia Legislativa do Paraná (os repórteres: James Alberti, Kátia Brembatti, Karlos Kohlbach, Gabriel Tabatcheik). Ou a denúncia do jornal O Estado de S.Paulo sobre os atos secretos baixados pelo Senado Federal – esta, a grande vencedora da noite. Os autores: Rosa Costa, Leandro Colon, Rodrigo Rangel. Ou a reportagem que provocou o cancelamento da prova do Enem (autores: Renata Cafardo e Sérgio Pompeu). Idem com as duas matérias de denúncia sobre o Festival de Corrupção que assolou o governo do Distrito Federal: uma reportagem de Matheus Leitão, Rodrigo Haidar, Érica Killingl, Lucas Ferras, Fred Raposo, Gustavo Gantois e Priscila Borges publicada pelo site IG e outra de Andrei Meireles,Marcelo Rocha e Murilo Ramos, na revista Época. Eu poderia citar todas as outras. Todas mereceram estar ali.Porque ninguém estava ali por acaso.
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Quando vi autores de reportagens deste calibre vibrando como se fossem iniciantes, pensei, aqui, com meus velhos botões: minha tribo é esta.
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Sou insuspeito para falar porque tenho, obviamente, meus momentos de desilusão com o jornalismo ( e de abatimento profissional).
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Sempre me lembro de uma história que meu guru Joel Silveira, tido como o maior repórter brasileiro, gostava de contar. Uma vez, estava datilografando furiosamente um texto numa máquina de escrever,na redação.
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De repente, Nélson Rodrigues estacionou diante de Joel e ficou contemplando a cena em silêncio durante um bom tempo: lá estava um jornalista escrevendo um mero texto de jornal como se fosse mudar o destino da humanidade. Nélson Rodrigues limitou-se a suspirar uma palavra, antes de seguir adiante: “Patético!”.
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Joel – com quem tive o privilégio de conviver durante vinte anos que valeram por cinquenta de aprendizado – ria ao descrever esta cena. Poderia até concordar com o que Nélson Rodrigues dizia – em última instância,somos todos “patéticos” – ,mas continuava a teclar devotadamente um texto que estaria esquecido vinte e quatro horas depois. O que importava, ali, não era a transitoriedade do Jornalismo. Era a devoção – um traço que, aliás, diferencia um jornalista burocrático de um jornalista “de verdade”. Não se faz Jornalismo com tédio. Faz-se com devoção. Jornalista existe para levantar – não para derrubar – assuntos. Ponto.
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Sou um dos piores oradores que já tiveram a ventura de transitar pelo Cone Sul da América. Ainda assim, arrisquei-me a dizer umas palavras ao receber o Prêmio Embratel de telejornalismo.
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Como sempre acontece quando me vejo diante de qualquer plateia, terminei me esquecendo de metade do que gostaria de dizer.
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Agora, mando às favas todos os escrúpulos da auto-referência: é hora de falar um pouco sobre o Jornalismo.
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Sou um quase dinossauro. Tenho 54 anos. Comecei a trabalhar em redação aos dezesseis. Posso dizer que aprendi duas ou três coisas.
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Em homenagem aos colegas que suam a camisa, gastam sola de sapato na rua, atazanam os poderosos, levantam escândalos e,por fim, vibram quando são reconhecidos, publico o que tentei dizer mas não disse totalmente na hora da premiação.
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Era algo assim:
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“Toda atividade – seja qual for – precisa de um lema, uma bandeira, um slogan. O meu poderia ser qualquer outro, mas é : “Fazer jornalismo é produzir memória”. O jornalismo pode ser útil, então. Pode jogar luzes sobre o passado. Por que não? .
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É preciso ter convicção. Pois bem: posso estar errado, mas acredito que fazer jornalismo é olhar o mundo, os fatos, os personagens e as histórias com os olhos de uma criança que estivesse vendo tudo pela primeira vez; somente assim, o Jornalismo será vívido,interessante, inquieto – não este monstro burocrático,chato e cinzento que nos assusta tanto;
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fazer Jornalismo é saber que existirá sempre uma maneira atraente de contar o que se viu e ouviu;
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fazer Jornalismo é ter a certeza de que não existe assunto esgotado. Há fatos a explicar sobre 1964, por exemplo; tudo pode ser revirado: a crucificação de Jesus Cristo merece ser investigada. Por que não ? Jornalista não pode se deixar vencer pelo tédio destruidor – nunca;
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Se um estreante perguntasse, eu diria: deixe o tédio em casa. Traga a vida das ruas para a redação. Porque, em noventa e oito por cento dos casos, o que a gente vê na vida real é mais colorido e mais arrebatador do que o que se publica nos jornais ou o que se vê na TV;
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Diria também: não faça jornalismo para jornalista. Faça para o público!
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Fazer jornalismo é não praticar nunca,jamais,sob hipótese alguma, a patrulhagem ideológica. Ponto. Um general – seja quem for – deve ser ouvido com tanta atenção quanto o mais renitente dos guerrilheiros. Lugar de votar é na urna. Não é na redação;
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(eu disse ao general Newton Cruz: não quero parecer bom moço, jornalista vive procurando escândalo e declarações bombásticas, mas, como personagem jornalístico, o senhor me interessa tanto quanto Luís Carlos Prestes, a quem, aliás, entrevistei algumas vezes);
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Por fim: fazer jornalismo é desconfiar,sempre,sempre e sempre. A lição de um editor inglês vale para todos: toda vez que estiver ouvindo um personagem – seja ele um delegado de polícia, um praticante de ioga ou um astro da música – pergunte sempre a si mesmo, intimamente : por que será que estes bastardos estão mentindo para mim?
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Não existe pergunta melhor”.
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Post do blog do Geneton Neto sobre o ofício do jornalista. É por essas e por outras que eu tenho certeza que nasci pra isso.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sobre tudo o que aconteceu desde o último post

Como puderam ver, fiquei ( bem ) ausente graças aos estudos e ao ENEM. Uma constante nesse ano, sobretudo no segundo semestre, e que agora, com o início dos vestibulares, devem ser ainda mais frequentes.
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Achei o ENEM uma incógnita. Devo ter ido muito bem em linguagens, melhor que o previsto em matemática e naturais e esperava mais de mim mesmo em humanas. A redação foi bem direcionada, mas, sinceramente, falar de trabalho sob qualquer efígie já é um clichê imenso de vestibulares.
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A prova estava ligeiramente tendenciosa pro lado do governo federal e muitíssimo mal-feita. As confusões subsequentes apenas mostraram pra mim o fracasso adminsitrativo que é o exame. A ideia do ministro Fernando Haddad é excelente e eu sou totalmente à favor, Mas o MEC e o INEP mostraram pelo segundo ano consecutivo problemas graves de organização.
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Fato recorrente 1: Corinthians e São Paulo fizeram um Majestoso disputado e igual, e o Corinthians venceu por ser mais eficiente que o tricolor. O tabu pesou novamente.
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Fato recorrente 2: O Cardinals perdeu. A novidade aqui fica por conta do equilíbrio na partida contra o Vikings do monstro Brett Favre em Minnesota. Jogo decidido na prorrogação, indicando uma sensível melhora na franquia do Arizona.
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Fato recorrente 3: A NBA começou, os Lakers estão invictos e são seguidos de perto pelo Boston Celtics. Destaque também pras boas campanhas de Atlanta Hawks e New Orleans Hornets.
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Não aguento mais ver fórmulas, ciclos e constantes. Se não fosse meus amigos e a Fernanda eu já estaria totalmente louco. Por mais que a minha mãe tente, ela não cosnegue me tirar dos trilhos. Posso ter 20 minutos de extremo mau-humor, mas os 20 dias seguintes são de foco, esperança e estudos.
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Me impressiono em ver a imbecilidade de certas pessoas, a incompreensão de outras e as duas caras de mais algumas.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Muito mais que vrum vrum

Em visita ao Salão do Automóvel, vendo um daqueles carros espantosos em todos os quesitos e positivos em todos os sentidos, perguntavam-se se aquele bólido andava. De fato, só isso faltava pra confirmar a perfeição daqueles pedaços de aço, ferro e titânio que encantavam a todos na feira.
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É um verdadeiro show, a visita está recomendadíssima a todos que gostam de automotivos e tudo mais, isso é óbvio e nem precisaria ser dito aqui. Por sorte, por muita sorte, e graças a um convite de um grande amigo, tive o prazer de ir ao local de graça e podendo visitar o stand da Chrysler, com direito a quitutes e bebidas de graça, além de bater um papo com um dos maiores representantes da marca no país.
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Os números são espantosos. Seja o de carros vendidos, o de lucro ou qualquer outro, é incrível ver o quanto o salão e o mercado automotivo no país gira de dinheiro. No mercado de luxo, espantam casos específicos, como o do comprador que desprezou uma Ferrari ao troca-la por um outro carro famoso, dizendo que o carro italiano é fraco se comparado com o de seu concorrente.
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O desing é algo igualmente incrível nos carros da mostra. O BMW Vision, extremamente futurista, foi o que mais me chamou a atenção. Mesmo assim, ainda prefiro as tradicionais Lamborghini, Porsche, Maserati, Audi, mercedez e sobretudo a Ferrari, minha eterna paixão no automobilismo. Achei as mulheres superestimadas demais ( haviam, claro, as irretocáveis, mas a maioria tem rosto feio ), e foi visível a presença de carros ecologicamente corretos, sejam eles híbridos ou de qualquer outra espécie. Automóveis, mais do que nunca, se transformaram num espelho pro mundo.
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E pra quem acha que carros são só os motores roncando, duma vez entenda o quanto a satisfação pessoal, a economia, a personalidade, as loucuras e o futuro do planeta passa em torno deles.

sábado, 30 de outubro de 2010

Uma ligação do prefeito

Desde quando o São Caetano ameaçou mudar de cidade graças a desavenças com a prefeitura, fiquei possesso. Se isso se concretizasse, boa parte das minhas infindas memórias nessa cidade ( a única em toda a minha vida ) iriam pelo ralo. Manifestei meu repúdio à lei de municipalização dos clubes mandando um e-mail para a prefeitura municipal, através da qual pontuei bem meu ponto de vista e o por quê de não apoiar tal projeto.
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Para minha surpresa, o prefeito mostrou-se interessado em me responder pessoalmente o e-mail, ligando na minha residência. Me explicou detalhes da lei e me tranquilizou dizendo que os lados haviam chegado num acordo.
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Não foi só isso, pra ainda mais espanto de minha pessoa. Conversamos sobre a política atual, sobre as próximas eleições e sobre a história de São Caetano, em cerca de cinco minutos de diálogo. Ganhei até um convite do prefeito para ir conversar com ele no Palácio da Cerâmica, sede do executivo municipal, logo rechaçado por mim graças aos vestibulares e por saber que isso não passa de educação e uma tentativa de aproximação dele comigo, sendo eu uma alegoria do eleitorado.
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Certos fatos só acontecem em São Caetano. E, com esse, fiquei extremamente feliz.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Costa, batendo de frente com a minha vida

Um ano depois dá pra falar melhor da importância da viagem de formatura. Mais maduro, maior de idade e com uma cabeça ainda mais feita, posso olhar pra trás e ver o quanto Costa do Sauípe foi importante e um divisor de águas não só no ano passado, mas também em toda a minha vida.
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Dias antes da viagem, passei por um episódio traumático com uma pessoa, episódio esse o qual prefiro não recordar. Fui viajar baqueado e triste com a situação e com a pessoa, mas prometi pra mim mesmo que isso não ia me abalar. Ia sim era fazer o contrário: marcar a minha volta por cima.
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Com uma semana de Sol pleno num lugar paradisíaco, não tinha como não ser perfeito. Ir dormir a hora que quiser, curtir todas as opções dum completo hoteleiro completo, várias bebidas, shows espetaculares ( Alexandre Peixe, Timbalada, Cláudia Leitte, O Rappa e Jammil e Uma Noites ), risadas e conversas á beira do deck da piscina ou jogando futebol à todo instante, me senti revigorado.
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Houveram seus pontos ruins, claro, sobretudo com meus amigos. Talvez eu precisasse de um tempo pra ouvir coisas novas, um tempo pra me abrir, um tempo pra mim. Fui ausente demais com eles, reconheço e até hoje me culpo por isso. Entretanto, conhecer de fato algumas pessoas da minha escola, estreitar relações já existentes e conhecer pessoas me fez um bem absurdo. Sempre tive ânsia de papos novos, ideias novas, vozes novas. Consegui isso lá.
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Marcando exatamente um ano de minha ida pra lá, posso desmembrar meu ano em dois: antes e depois da Fernanda. Antes não passei no vestibular, sofri pelo mesmo motivo o qual me deixou triste antes de Costa, fiquei no ócio, me atrasei na vida... enfim, um desastre. Ao começar meu relacionamento tudo mudou, e me sinto tão revigorado quanto fui pra Bahia. A diferença é que ela me faz bem todo dia.
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O Sol que falta no ABC brilha o ano todo no paraíso o qual chamamos de Costa do Sauípe. Um ano depois posso dizer com saudade o quanto o local, a turma, os monitores, o hotel e o simples fato de estar lá fez dum período nefasto da minha vida uma chance de viver feliz.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Outro tango triste em Buenos Aires

Tudo que envolva a Argentina e sua boêmia tem uma face melancólica. Isos é cultural e independe da área, seja nos esportes, na cultura, na religião, no clima ou na política. Essa última deu o tom menor no país hoje novamente, graças ao infarto e posterior morte de seu ex-presidente Néstor Kirchner.
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Enquanto presidente da " era K ", seu governo teve no assistencialismo sua principal base, aumentando o poder de compra das classes mais pobres, fazendo crescer o comércio interno e levando a economia Argentina a taxas de crescimento de 8% ao ano. Por outro lado, seu governo foi marcado pela censura e pela desconfiança de investidores estrangeiros quando ao real panorama da Argentina - seus opositores diziam que todos esses números eram uma ilusão. Querendo ou não, ele salvou o país da crise de 2001 e do desastre do governo de Fernando de la Rúa.
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Elegeu sua mulher, Cristina Kirchner, como sua sucessora, e venceu a eleição. Obviamente, muitos diziam que era ele quem comandava de fato o país, e que sua mulher era apenas figuração na Casa Rosada. Qualquer semelhança com Lula e Hugo Chávez não é mera coincidência, diga-se de passagem. Censura, programa voltado pros mais pobres...
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E agora ele está morto, a Argentina não sabe qual caminho tomar e 2011 é ano de eleição. A tristeza recorrente dos argentinos têm mais um cenário perfeito para aparecer ao som das canções de Gardel.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sobre a situação da AD São Caetano ~ Cópia de e-mail pra prefeitura de São Caetano do Sul

Caro prefeiro José Auricchio Jr.,

Confesso que entendo os seus motivos para querer despejar a AD São Caetano de sua sede social. A lei de municipalização dos clubes é totalmente legal, e o senhor tem todo o direito de fazê-la. No entanto, não acho que a cidade precise tão urgentemente de recursos advindos de terrenos em propriedade privada há tanto tempo para se manter. São Caetano do Sul é próspera, e se manteve em tempos piores sem essas terras.
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Leio jornais, sites e agências de notícias da região e da cidade diariamente, e não ouvi outros clubes municipais reclamarem de tal atitude da prefeitura. Partindo do pessuposto de que ninguém quer perder uma terra comprada por si próprio, a lei não se aplica a eles, ao menos por enquanto. Porque começar bem com o clube que representa toda a cidade no cenário esportivo internacional ? Isso significaria uma significativa perda de dinheiro, de visibilidade Brasil afora e do reconhecimento de pessoas de todos os cantos para a cidade, e causaria algum estrago no orçamento.
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Independentemente do impacto orçamentário, há algo que não está transcrito em dinheiro ou atitudes: a identidade da cidade. Certamente muitos munícipes tem orgulho da agremiação desportiva que é, indiscutivelmente, um dos maiores clubes do país, campeão estadual e vice-campeão nacional e continental, posições que muitas equipes mais velhas que o " Azulão " não obtiveram, nem ao menos chegaram perto. O futebol, principal categoria do clube, é o esporte mais querido em todo o país, e ter um representante tão grande nessa área é de fundamental importância para atrair turistas, pessoas e gente interessada em por aqui estabelecer residência ou investimentos das mais variadas espécies.
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Politicamente falando... o que o sr. Luiz Tortorello, finado e histórico prefeito de São Caetano do Sul e torcedor fanático da equipe, acharia de tal ato ? Lembre-se que foi ele quem fez todo o nome do senhor rumo à prefeitura, desde a indicação para o secretariado municipal até a eleição para prefeito. Vou além: seu principal oponente nas eleições de 2008, Jayme Tortorello, vinha da mesma família que o ex-prefeito, e pregava em seu plano de governo apoio total à equipe. Com a lei que poode desapropriar o clube, não prevista pelo senhor, a opinião de muitos de seus eleitores - eu me incluo nesse grupo - poderiam mudar. A AD São Caetano tem uma projeção maior que a própria cidade em alguns aspectos, e para a grande maioria do povo brasileiro a situação se repete.
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Aprovo seu mandato, que fique bem claro. Mas tal indisposição para com o clube pode realmente me fazer mudar alguns conceitos. Votei no senhor em 2008 e não me arrependo disso, mas me sinto apunhalado diante de tal injustiça moral com a maior vitrine sulsancaetanense.
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Atenciosamente,
Willian Goueia Ferreira

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tempo, ao menos por um dia

Nessa vida tão corrida de vestibulando, ando me queixando incessantemente da falta de tempo. Sempre estudo, fico no cursinho, leio sobre as mais diversas matérias... e, óbvio, falta tempo pro lazer, seja ele qual for. Me distanciei um pouco dos esportes e do convívio social com o único fim de passar numa boa faculdade.
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Nessa segunda-feira, porém, tive um dia atípico. Cheguei em casa e pude estudar um pouco além do que estudo normalmente. Pude ver alguns vídeos de futebol, brincar com a minha irmã, ver duas partidas simultâneas de futebol e ver o programa sobre a NFL, meu novo vício. Tudo isso sem descansar, malhando e colocando o intelecto pra funcionar, alcançando um equilíbrio que deveria ser mais comum nos meus dias, mas que a exigência selvagem dos vestibulares não permite.
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O ideal seria ter mais dias como esses, não por ser segunda-feira, obviamente, mas pelo tempo para ter uma vida e pelo tédio domado, que não se transformou em ócio, e sim em trabalho produtivo, e não apenas cansativo. A chave pra passar no vestibular foi definitivamente alcançada.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Isso não tinha no meu tempo...

Tinha sim, seu mentiroso. Quantas vezes você não ouviu isso duma pessoa mais velha querendo dar lição de moral e falando implicitamente que sua geração ( e sim, isso te inclui ) não presta e são todos marginais/vagabundos/inúteis/vadios/desvirtuados e que só fazem e pensam absurdos ? Não fique encanado com isso, a geração deles era idêntica.
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Vi num desses programas mundo-cão da TV o caso conhecido como " A Chacina da Ponta da Praia ". O crime é famoso em Santos, e foi relatado com detalhes pelo televisivo, que esmiuçou cada aspecto brutal do episódio, característica desse tipo de noticiário. Resumindo, um homem de 34 anos namorava uma adolescente de 16. A diferença de idade desagradava os pais, e a adolescente foi morar com o namorado. Ela não aguentou viver com um homem possessivo e ciumento, e voltou para o lar. O homem não aceitou tal fato, e matou pai, mãe e ex, com requintes de crueldade.
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Tudo perfeito, é só mais um crime hediondo. O detalhe do caso é o fato do ocorrido ter 36 anos. Após o triplo homícidio, o homem viajou pelo mundo, e reapareceu após o período no qual ele poderia ser julgado ter expirado. Hoje ele tem quase 70 anos e passeia livremente por qualquer lugar, como se não tivesse feito nada.
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A matéria ficou interessante quando a repórter colheu a opinião de terceiros sobre o caso. O promotor do caso disse que seu maior arrependimento na vida foi não ter prendido o criminoso. Um senhor falou que gostaria de sentar lado a lado com o meliante e perguntar como ele consegue dormir toda noite.
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Com um crime tão hediondo ocorrido há quase 40 anos, cai por terra o mito de que nos tempos de nossos pais ou avós não havia esse tipo de assassinato. O que não havia era uma mídia tão presente e sensacionalista. E, claro, num país com menos habitantes, as chances de tais eventos ocorrerem são menores.
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Mas... os mesmos que nos dizem que " filho de peixe peixinho é " são os saudosistas que lembram de sua infância num tempo no qual violência não estava nem no dicionário. Pois bem, se foram eles quem nos criaram, eles também tem culpa da atual violência, seguindo o que eles mesmos apregoam por aí.
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Geração perdida ou ruim não existe. A minha pode ter seus defeitos, mas tem suas qualidades também, e tem muitas. A violência é algo inerente ao ser humano, bem como a necessidade de achar tudo o que se viveu superior aos demais.
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Defenda sua geração da hipocrisia dos mais velhos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Futebol S/A

Nessa quinta-feira, o São Caetano anunciou seu total descontentamento com a prefeitura da cidade graças a questões econômidas, e ameaçou sair da cidade, indo pra outro local. Nos últimos tempos, essa notícia poderia ser transcrita mudando apenas os substantivos próprios de clubes e cidades, mostrando a faceta mais sem-graça e triste do futebol: seu lado capitalistamente selvagem.
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No início do ano, o Grêmio Barueri anunciou sua ruptura com a prefeitura da cidade da Grande São Paulo, e a partir do Braisleirão passou a se denominar Grêmio Prudente, atuando na cidade de Presidente Prudente, extremo oeste paulista. A nova casa abrigaria o clube e concederia o estádio Farahzão ( com capacidade para 44 mil pessoas ) gratuitamente pros jogos da equipe. Recentemente, o consórcio proprietário do Guaratinguetá anunciou que à partir de 2011 o time atuará em Americana por motivos e com benesses semelhantes.
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O Brasil tem equipes como o Olé Brasil e o Pão de Açúcar, inteiramente ligados a empresários dos mais diversos. Hoje em dia muitos jogadores não tem mais seus passes ligados aos clubes, mas sim a grupos empresariais como a Traffic ou o Sendas, pra ficar nos mais famosos. O problema não é restrito ao país tupiniquim, pois em outros países existem casos curiosos de clubes que não jogam pela equipe, mesmo tendo seu nome no elenco, ou até mesmo de clubes que não existem. Os uruguaios Deportivo Maldonado e Rentistas, bem como os suíços Locarno e Bellinzona, integram tal grupo. A Traffic, já citada aqui, pretende comprar o Estoril, da segunda divisão portuguesa, dando novas dimensões ao futebol de mercado.
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Nos esportes americanos, é normal vermos uma franquia mudar de cidade. Repito: franquia. Franquia, por si só, já é um nome ligado ao mundo business, e não ao esportivo tradicional. O futebol brasileiro mostra-se cada dia mais falido - econômico e moralmente - conforme vê-se os times deixando de lado suas origens por qualquer tostão.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Reféns de suas próprias campanhas

Muitos dizem que ser rpesidente é fácil. Alto salário, viagens, poder, um palácio como residência oficial... talvez seja mesmo, pensando por esse lado. Mas até chegar lá o caminho é tortuoso, como estão comprovando Dilma Rousseff e José Serra. Nessa quarta-feira esse fato chegou ao ápice.
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Fazendo campanha no Rio de Janeiro, Serra e seus militantes foram parados por partidários pró-Dilma. Com o clima hostil e alguns enfrentamentos entre os eleitores, o presidenciável foi agredido por seus opositores, ao ser arremessado um rolo de fita crepe em sua cabeça. A hostilidade, a qual eu sempre fui favorável, torna-se irracional quando ela ganha a companhia das agressões.
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Já Dilma, discursando em Brasília, apresentou seu programa para o Meio Ambiente sob acalorados protestos de ativistas, sobretudo do Greenpeace. O evento, com a visível finalidade de aproximar os eleitores de Marina Silva da candidata petista, sofreu justamente com as críticas de quem deveria passar a apoia-la. Num país de elitores conscientes, isso seria o suficiente pra presidenciável perder votos. Porém, no balaio de gatos chamado de eleitorado brasileiro, nada irá ocorrer.
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As eleições pra presidente movem legiões de fiéis eleitores desde a redemocratização e as primeiras eleições federais pós-ditadura, em 89. Todas tiveram doses imensas de paixão intensa, e essa já teve episódios ( já citados nesse blog ) que amplificaram ainda mais a acirrada disputa. Pra substituir Lula, o político brasileiro mais amado desde Getúllio Vargas, o colegiado mostra-se com uma disposição ímpar, infelizmente confundindo-a com um clima de guerra desnecessário.
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Admiro muito os que apoiam firmemente seus candidatos, tentando convencer os demais e promovendo um debate de âmbito verdadeiramente nacional. Mas sem violência, sempre. Querer se rebaixar ao nível moral dos moribundos engravatados é se degradar enquanto eleitor e ser humano.
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PS: Ainda na quarta-feira, falando sobre a falta de quórum no Senado até pra pedir uma pizza, o fofo José Sarney disse que " com a campanha presidencial em segundo turno e a de alguns estados também, é compreensível o empenho dos senadores nas disputas e a consequente falta de pessoas no plenário ". Claro, senador. O incompreensível é saber porque eles estão há quatro meses recebendo um alto salário dos bolsos do contribuinte.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quando me ferve o sangue de jornalista

Era uma aula de redação como qualquer outra. Debates de ideias mornas e sem uma grande discussão, de qualquer espécie. Ao ler por alto os temas, um muito me interessou: censura. Como é de bom grado, esperei a vez dele ser comentado, calado. Ele chegou, e fui pego de surpresa.
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A professora comentou que tal palavra ganhou uma " carga muito forte nos tempos da ditadura ". Ela complementou dizendo que " há censuras boas ", e deu o exemplo dos reality shows, os quais ela censuraria " todos, pois é uma verdadeira putaria e crianças veriam o sexo com muito glamour ".
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Fiquei chocado. Falando especificamente dos reality shows, eles podem não dar exemplo algum de civilidade e educação, mas não acho nada digno barrar a capacidade criadora duma pessoa ou dum grupo midiático, por mais bobo que seja o programa. Ora, se ele existe há público. Deveríamos mudar nossos gostos incentivando um entretenimento mais digno. Até isso se complicaria caso levássemos em conta o fato de que eles são apenas um reflexo da sociedade, como disse na ocasião.
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A professora, talvez pela primeira vez, viu-se com uma opinião bem diferente da dos alunos, e não conseguia chegar num ponto de acordo conosco. Entendo o trauma da pessoa para com a educação dos tempos da ditadura e tudo mais, mas eu sou um defensor integral da liberdade de expressão, seja ela boa ou ruim pra quem quer que seja.
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Para ajudar, havia na sala uma menina que mudou de opinião umas quatro vezes, no mínimo. Entre suas falas, comentou que o pai votou no Tiririca e que achava um absurdo sua irmã reclamar do histórico de mensagens no MSN. Ao ve-la concordando com a professora, argumentei, contraatacando-a. E ela disse, simplesmente, que a Lei Ficha Limpa é um tipo de censura. Ri, apenas. Seria mais oportuno discutir com minha lapiseira.
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Citei Gualber Rocha na aula, e o cito de novo: " uma câmera na mão e uma idéia na cabeça ". Isso, e apenas isso, são necessário pro começo de algo. Seja um vídeo ou uma revolução, a liberdade de expressão e a criatividade jamais devem ser barradas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sobre eleições, alianças e a política atual

Erro já no começo desse texto. Não dá pra chamar o visto pelos civis à tarde e à noite atualmente de horário político. A denominação correta deveria ser horário da politicagem. A diferença pode ser pequena se levarmos em conta as palavras em si, mas quanto aos significados delas existe um verdadeiro abismo.
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A política é uma ciência, tal qual a economia ou a antropologia. Estuda o poder, sua constituição, bases, fundamentos e afins. Interessa para nós aqui como o homem aproveita-se dela, para se fazer representado, colocar ordem num determinado grupo de pessoas e fazer com que todos, de alguma forma, sintam-se representados.
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Ao menos no Brasil a política sempre foi bem distribuída, e era possível, desde os tempos imperiais, distinguir propostas, grupos, ideias e opiniões. Moderados e exaltados, restauradores e liberais, oligárquicos e burgueses industriais das cidades, queremistas, trabalhistas, progressistas, comunistas... todos esses grupos podiam ser identificados no século dos reis, presidentes e de Vargas. Veio a ditadura e o bipartidarismo. O ARENA defendia os militares, enquanto o MDB os combatia.
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Com a redemocratização a partir de 1982 em eleições estaduais e em 1989 nas eleições a nível nacional, a chamada Nova República prometia uma igualdade política jamais vista no país. Tempos iguais de discurso para cada candidato, visibilidade justa para cada um e uma mobilização comovente de toda a nação ávida pela volta do voto.
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A democracia sobreviveu ao abalo do falecimento de Tancredo Neves e ao mandato de José Sarney, mas a igualdade política foi pelos ares. Nas atuais eleições, vê-se o triunfo da politicagem, a banalização dos candidatos, a falta de propostas concisas e o consenso popular de que " temos que votar no menos pior ".
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Dilma e Serra concentram a imensa maioria do tempo no horário eleitoral. Eles, como todos os outros, fazem programas superficiais, parecidos com vídeos turísticos e mostrando o que já fizeram, e não o que irão fazer. Faltam propostas claras e palpáveis. E, para nosso azar, o cenário presidencial é bem parecido com o ocorrido nas disputas entre governadores e senadores.
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Para deputados, o martírio é grande. Subcelebridades das mais diversas aparecem com slogans e músicas desdenhando de si mesmos, do sistema eleitoral e, porque não, do próprio eleitor. De garotas do funk até comediantes e " personalidades " de baixo calibre, importância e competência para fazer algo digno para todos. Há baixaria moral pra todos os gostos. Os poucos que querem algo sério, e tem oportunidade e capacidade para isso, tem seu tempo diminuto, os obrigando a passar pela não menos humilhante situação de esfregar todas suas propostas em textos de quatro segundos.
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É ridículo falar de novo, mas nada vai mudar enquanto nós, meros civis, agirmos. Mas... quem aje, né ? Enquanto isso achamos graça, e também achamos que " pior do que tá não fica ". Vão pensando assim, comodistas. O inferno tá só começando.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Âmago

Fossa abissal
Centro da Terra
Camada pré-sal
Leite de pedra
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Inferno do cão
Órgãos humanos
Dor da tentação
Lugar dos panos
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Instante de fé
Quando falta ar
Miolo do mundo
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Bonito não é,
Mas quem vai negar
Quão é profundo ?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Febre

Costumo falar que as dores de dente ou de ouvido são as piores, se levarmos em conta apenas a dor causada. Mas a febre talvez seja a doença/sintoma mais agonizante existente. Não e sabe o que ela vai preceder, se é uma gripe, uma apendicite, uma das dores já citadas, diaarréia ou dor de estômago.
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Você torna-se refém dessa maravilha chamada de corpo humano. No entanto, essa maravilhosa se transforma alguns dias no seu pior pesadelo, sem saber o que ele te proporcionará. Tal qual um sorteio randômico, uma hora vem a doença de fato. E ele vai te fazer sofrer novamente.
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Me encontro nesse padecimento acima. Tenho dor no corpo intensa e generalizada, mas sei que algo pior virá. A " sorte " está lançada.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Undisclosed Desires

I know you suffered
But I don't want you to hide
It's cold and loveless
I won't let you be denied

Soothe me
I'll make you feel pure
Trust me
You can be sure

I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognize your beauty's not just a mask
I want to exorcize the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart

You trick your lovers that you're wicked and devine
You may be a sinner
But your innocence is mine

Please me
Show me how it's done
Trust me
You are the one

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Véspera de feriado

Ultimamente, tenho sido privado de minha própria vida. Virei um robô programado apenas pra decorar fórmulas ou entender os mais diversos ciclos biológicos. Quem me conhece sabe que não nasci pra isso. Estudo, mas não dá.
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Decidi largar tudo por um dia, e a data escolhida foi hoje. Aproveitei o último dia do SWU, o jogo da seleção à tarde, o Sunday Night Football, o frio e a preguiça pra tirar um dia meu nesse Outubro tão marcado pela falta de tempo até pra respiração pros vestibulandos.
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Deu tempo pra tudo. O sono até me tirou o prazer de ver o primeiro gol da seleção contra a Ucrânia, mas eu vi Pato fazer o segundo num jogo fraquíssimo tecnicamente. Ao menos a vitória tá contabilizada, e no futebol vale o resultado.
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Passada a partida, baixei algumas músicas das bandas do SWU. Rage Against the Machine, Queens of the Stone Age, Dave Matthews Band, Los Hermanos. Mas foi na primeira banda citada a que me fez perder o chão diversas vezes. Sentindo a pegada forte das músicas, as mensagens e as denúncias, minha tarde ganhou vida.
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Até fui pegar o violão pra desenferrujar um pouco, até tentei tirar músicas mais difíceis, até tirei Hey Soul Sister, do Train. Mas a tarde, definitivamente, era das letras de protesto de Zack de la Rocha e da guitarra sempre perfeita do genial Tom Morello. Cansei de ouvir a tão tradicional Killing the Name, reouvi Bullet in the Head, Testify, Bulls Parade e tive a surpresa do dia: uma canção que eu gostava muito num jogo de videogame era também do RATM, de nome Guerilla Radio. Cantarolava cada palavra de todas as músicas como um fiel em romaria ao ver sua santa desfilar pelas rusas.
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Certos prazeres a escola me expropria por nove meses. E quando eles tem a mínima chance de voltar, a sensação é amplificada e o dia torna-se especial.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Primeiro turno das eleições: todos os detalhes, com opiniões

Presidência da República
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Dilma Rouseff ~ PT: 46,91% dos votos. Vencedora nos estados do RS, RJ, MG, ES, GO, TO, PA, AM, AP e em todos os estados do Nordeste.
José Serra ~ PSDB: 32,61% dos votos. Vencedor nos estados de SC, PR, SP, MS, MT, RO, AC e RR.
Marina Silva ~ PV: 19,33% dos votos. Vencedora no DF.
Plínio de Arruda Sampaio ~ PSOL: 0,87% dos votos.
José Maria Eymael ~ PSDC: 0,09% dos votos.
Zé Maria ~ PSTU: 0,08% dos votos.
Levy Fidélix ~ PRTB: 0,06% dos votos.
Ivan Pinheiro ~ PCB: 0,04% dos votos.
Rui Costa Pimenta ~ PCO: 0,01% dos votos
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→ O segundo turno ocorrerá, ao contrário do que apontavam todas as pesquisas após o início do horário político. O PT sai mal do primeiro turno, e o PSDB sai fortalecido.
→ Dois nomes ligados ao próprio PT possibilitaram o segundo turno: Marina Silva e Erenice Guerra. A primeira foi ministra do governo Lula, saiu da equipe e candidatou-se à presidência propondo a " terceira via " na política. Seu discurso cativante, fincando a bandeira do desenvolvimento sustentável seduziu os jovens no país duma forma jamais vista após o movimento dos caras-píntadas. As pesquisas davam cerca de 12% do eleitorado pra candidata do PV, e seus 19% são uma pequena mostra da força do eleitorado jovem.
→ A segunda assumiu o cargo deixado por Dilma Rousseff no governo: o ministério da Casa Civil. Acusada de corrupção, renunciou ao cargo durant a campanha eleitoral. Foi a deixa para Marina Silva sair do muro e atacar mais firmemente a situação, roubando pontos de Dilma, transferidos para ela. Tal ato possibilitou uma nova votação ao cargo presidencial no fim do mês.
→ O socialista Plínio aparecia sempre com cerca de 3% nas pesquisas. Seu desempenho lastimável é mostra da ascenção do PV na disputa e do quão fraca é a situação da extrema esquerda nacional.
→ Com o segundo turno, espero ver José Serra e o PSDB querendo ser presidente. O candidato passou omisso no primeiro pleito, e foi largado por sua legenda. A falta de vontade de ambos os lados facilitava o trabalho petista. Agora a disputa é direta, e será necessário sair do muro caso eles queiram melhor ventura.
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Governadores
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Eleitos
Acre: Tião Viana ~ PT
Amazonas: Omar Aziz ~ PMN
Bahia: Jacques Wagner ~ PT
Ceará: Cid Gomes ~ PSB
Espírito Santo: Renato Casagrande ~ PSB
Maranhão: Roseana Sarney ~ PMDB
Mato Grosso: Sinval Barbosa ~ PMDB
Mato Grosso do Sul: André Puccineli ~ PMDB
Minas Gerais: Antonio Anastasia ~ PSDB
Paraná: Beto Richa ~ PSDB
Pernambuco: Eduardo Campos ~ PSB
Rio de Janeiro: Sérgio Cabral ~ PMDB
Rio Grande do Norte: Rosalba Ciarlini ~ DEM
Rio Grande do Sul: Tarso Genro ~ PT
Santa Catarina: Raimundo Colombo ~ DEM
Sergipe: Marcelo Déda ~ PT
São Paulo: Geraldo Alckmin ~ PSDB
Tocantins: Siqueira Campos ~ PSDB
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Segundo turno
Alagoas: Teotônio Vilela x Ronaldo Lessa ( PSDB x PDT )
Amapá: Lucas x Camilo Capeberibe ( PTB x PSB )
Distrito Federal: Agnelo Queiroz x Weslian Roriz ( PT x PSC )
Goiás: Marconi Perillo x Íris Rezende ( PSDB x PMDB )
Paraíba: Ricardo Coutinho x Zé Maranhão ( PSB x PMDB )
Pará: Simão Jatene x Ana Júlia Carepa ( PSDB x PT )
Piauí: Wilson Martins x Silvio Mendes ( PSB x PSDB )
Rondônia: Confúcio Moura x João Cahulla ( PMDB x PPS )
Roraima: Neudo Campos x Anchieta ( PP x PSDB )
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Por partido já eleitos:
PMDB ~ 4
PSDB ~ 4
PT ~ 4
PSB ~ 3
DEM ~ 2
PMN ~ 1
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Por partido em segundo turno:
PSDB ~ 5 ( mais votos no primeiro turno em 3 )
PSB ~ 3 ( mais votos no primeiro turno em 2 )
PMDB ~ 3 ( mais votos no primeiro turno em 1 )
PT ~ 2 ( mais votos no primeiro turno em 1 )
PDT ~ 1
PTB ~ 1 ( mais votos no primeiro turno em um )
PSC ~ 1
PPS ~ 1
PP ~ 1 ( mais votos no primeiro turno em um )
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→ Com boas chances de sair com 7 governos, o PSDB sai fortalecido nos pleitos estaduais. O PMDB, muito forte em alguma sunidades federativas, idem. A surpresa fica por conta do PSB, com boas chances de abocanhar 5 estados.
→ A imagem de Lula não foi o suficiente pra convencer eleitores de alguns estados. Ficando com menos estados que PSDB e PMDB, o peso do partido da estrela cai consideravelmente.
→ Com exceção do Rio Grande do Norte, o Nordeste mostra-se reduto da esquerda nacional. Até mesmo a Bahia, conhecida pelos direitistas ACM e pela força do atual DEM, reelegeu o petista Jacques Wagner. Na contra-mão disso temos SC, PR, SP, MG e GO, de tendência conservadora.
→ O PT, entretanto, retomou o governo gaúcho, estado no qual sempre foi forte e havia perdido as eleições passadas.
→ Triste ver a família Sarney mais uma vez vencendo uma eleição majoritária, ao mesmo tempo no qual é bom ver Fernando Collor sendo derrotado em Alagoas.
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Senadores
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Alagoas: Benedito de Lira e Renan Calheiros ( PP e PMDB )
Amapá: Randolfe e Gilvam Borges ( PSOL e PMDB )
Amazonas: Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin ( PMDB e PC do B )
Bahia: Walter Pinheiro e Lidice ( PT e PSB )
Ceará: Eunicio e Pimentel ( PMDB e PT )
Distrito Federal: Cristovam Buarque e Rollemberg ( PDT e PSB )
Espírito Santo: Ricardo Ferraço e Magno Malta ( PMDB e PR )
Goiás: Demóstenes Torres e Lúcia Vânia ( DEM e PSDB )
Maranhão: Lobão e João Alberto ( ambos do PMDB )
Mato Grosso: Blairo Maggi e Pedro Taques ( PR e PDT )
Mato Grosso do Sul: Delcídio Amaral e Moka ( PT e PMDB )
Minas Gerais: Aécio Neves e Itamar Franco ( PSDB e PPS )
Paraná: Gleisi e Roberto Requião ( PT e PMDB )
Paraíba: Vitalzinho e Wilson Santiago ( ambos do PMDB )
Pernambuco: Armando Monteiro e Humberto Costa ( PTB e PT )
Piauí: Wellington Dias e Ciro Nogueira ( PT e PP )
Rio de Janeiro: Lindberg e Marcelo Crivella ( PT e PRB )
Rio Grande do Norte: Garibaldi Alves Filho e José Agripino Maia ( PMDB e DEM )
Rio Grande do Sul: Paim e Ana Amélia Lemos ( PT e PP )
Rondônia: Valdir Raupp e Ivo Cassol ( PMDB e PP )
Roraima: Romero Jucá e Ângela Portela ( PMDB e PT )
Santa Catarina: Luiz Henrique da Silveira e Paulo Bauer ( PMDB e PSDB )
Sergipe: Eduardo Amorim e Valadares ( PSC e PSB )
São Paulo: Aloysio Nunes Ferreira e Marta Suplicy ( PSDB e PT )
Tocantins: João Ribeiro e Marcelo Miranda ( PR e PMDB )
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Por partido:
PMDB ~ 16 ( 20 com os eleitos em 2006 )
PT ~ 11 ( 13 com os eleitos em 2006 )
PSDB ~ 5 ( 10 com os eleitos em 2006 )
PP ~ 4 ( 5 com os eleitos em 2006 )
PR ~ 3 ( 4 com os eleitos em 2006 )
PSB ~ 3 ( 4 com os eleitos em 2006 )
PSOL ~ 2
DEM ~ 2 ( 6 com os eleitos em 2006 )
PDT ~ 2 ( 3 com os eleitos em 2006 )
PPS ~ 1 ( 2 com os eleitos em 2006 )
PMN ~ 1
PRB ~ 1
PSC ~ 1
PC do B ~ 1 ( 2 com os eleitos em 2006 )
PTB ~ 1 ( 4 com os eleitos em 2006 )
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→ Todas as pesquisas em SP indicavam Netinho de Paula no senado por SP. Bom ver eo erro da população. Melhor: muito bom ver o competentíssimo e desconhecido Aloysio Nunes receendo sua justa chance.
→ Aécio neves obteve três vitórias retumbantes contra Lula em MG: elegeu seu governador e seus dois senadores, sendo ele mesmo um desses. As Alterosas estão blindadas contra o lulismo.
→ Em Alagoas, Heloísa Helena não consegui se eleger. Pelo mesmo estado, Renan Calheiros foi líder. No Piauí, Mão Santa e Heráclito Fortes ficaram de fora.
→ Muito bom ver Cristovam Buarque sendo reeleito. Muito ruim ver Marcelo Crivella reeleito.
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Deputados federais e estaduais
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Graças à desordem generalizada no STF, não temos tais dados. Temos os números relativos aos candidatos de maneira direta, sem conhecermos números levando-se em conta os partidos e as coligações ajudadas pelo coeficiente eleitoral legislativo.

domingo, 3 de outubro de 2010

Em busca da boa fase, e nada mais

Foi instantâneo: Paulo César Carpeggiani saiu do Atlético Paranaense e foi pro São Paulo. O ex-atleticano assumiu a equipe com a única missão de fugir do Z4, mas largou a equipe numa espetacular quinta colocação, capaz de, com algum esforço, levar o limitado elenco à Libertadores, um verdadeiro conto-de-fadas pro Furacão. Mais que qualquer coisa, o time jogava. Tinha defesa, meio campo e ataque, jogadas próprias, estilo de jogo, algo inexistente antes de sua chegada.
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Tio Carpa precisará fazer um trabalho do zero novamente. Assumir o time que ostenta a terceira maior torcida do país e onde a pressão é intensa à todo instante. Pior: time que ainda não estreiou esse ano. Teve um lapso de bom futebol pouco antes da Copa se iniciar, mas veio o Mundial e tudo voltou ao normal. As vitórias são por acaso, a raça é desconhecida e a torcida está desesperada. Se levarmos em conta apenas seu último trabalho, a contratação mostrou-se certeira. Mas temos alguns agravantes.
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Poucos se lembram, mas Carpeggiani já passou pelo São Paulo. Foi em 1999, durante o Campeonato Brasileiro. E não fez nada demais com um time que foi campeão paulista no ano anterior e no ano seguinte. Em 2007, o Corinthians apostou nele, e teve como resultado seis vitórias em vinte e quatro jogos, campanha do rebaixamento alvinegro.
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Ele também teve êxitos, claro. Foi campeão do mundo com o Flamengo, mas a base foi formada por Cláudio Coutinho um ano antes. No Paraguai montou um time espetacular com Gamarra, Ayala, Arce e Chilavert, mas pouco eficiente no ataque.
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O São Paulo o cotnratou por sua fase, e não por seus resultados ou pelo que ele pode fazer. É uma decisão imediatista, de pouco valor à longo prazo. Provavelmente ( e eu espero ), o demitiremos no fim do Campeonato Brasileiro para trazer um melhor. Só espero resultados melhores que os obtidos onze anos átras.
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Não gosto de Carpeggiani. Sou traumatizado graças à 99, e preferiria muito mais ver Silas em nosso banco, ainda mais sabendo de sua provável demissão amanhã. Ao menos ele está numa fase melhor que a de Vanderlei Luxemburgo e mostra-se melhor, ao menor por enquanto, que Sérgio Baresi. Mas o São Paulo perdeu o ano, de fato, ao deixar Dorival Júnior escapar.

Juramento do eleitor

Eu, enquanto eleitor da República Federativa do Brasil, prometo dar meu voto somente à pessoas que me inspirem confiança, tenham projetos concisos, viáveis e interessantes, não tenham um passado manchado por escândalos de corrupção ou de quaisquer outra espécie e tenham liberdade para comunicar-se com quem os elegeu, não tornando-se apenas mais um candidato à subir ao poder e esquecer-se de seus eleitores.
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Reiteiro também que sei a hora na qual estamos chegando: o da verdade. O das definições, nas quais a pressão para se votar é imensa, mas falta o incentivo. Lembro a mim mesmo que o maior incentivador é a minha consciência, pois sei que apenas com o meu voto algo pode mudar nesse país atolado em escândalos, cheio de parasitas em todas as camadas políticas existentes, envergonhado-nos dia após dia em nossos noticiários.
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Assumo, por fim, a responsabilidade de, mais que eleger, fiscalizar. Devo notar que apertar teclas e esquecer os números os quais digito é fácil, mas para meu voto ter algum tipo de validade é necessário criar uma conexão com o candidato. Não improta o meio de comunicação, o importante é ter minha voz ouvida em qualquer casa política nacional. Eu sou a voz do povo, e o povo somos nós, eleitores e habitantes do Brasil.
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A hora é minha. A hora é nossa. O dia da democracia chegou, a hora já está à caminho e eu não posso perder essa oportunidade. A mudança começará hoje, com a força dum exército civil ávido por ética, respeito e cidadania. Uni-vos.

sábado, 2 de outubro de 2010

A disputa em outros estados

Rio Grande do Sul ~ Tradicional reduto petista, a esquerda gaúcha sofreu uma derrota histórica nas eleições de 2006, na qual viu o PSDB assumir o governo. Num mandato marcado por polêmicas, choques com eleitores e um escândalo de corrupção, a governadora Yeda Crusius é apenas a terceira colocada nas pesquisas e dificilmente irá pro segundo turno. Nele deve figurar o ex-ministro de Lula, Tarso Genro, e José Fogaça, dois velhos conhecidos da política local. Para o fim de Outubro, caso nada aconteça, Genro deverá ser eleito.
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Santa Catarina ~ Estado com posicionamento mais à direita do país, Santa Catarina deve ter um segudno turno dominado por partidos dessa doutrina. No início a líder era Ângela Amin, do PP. Hoje, Raimundo Colombo dá de braçadas, com cerca de 15% de vantagem. Ideli Salvatti tem os votos dos vermelhos locais, que não tem força, mas é o suficiente para leva-lá ao terceiro lugar. No entanto, a petista não conseguirá nada além disso.
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Paraná ~ Disputa polarizada em dois candidatos, à saber: Beto Richa, do PSDB, e Osmar Dias, do PDT. O tucano é líder desde a primeira pesquisa, obteve folga maior no meio da corrida estadual, mas agora o pedetista consegue encostar novamente. Há certo empate técnico entre os dois e o pleito só deverá ser decidido no fim do mês, em segundo turno.
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Rio de Janeiro ~ Eleição praticamente decidida. Sérgio Cabral, do PMDB, deve se reeleger sem maiores problemas. Ele conta com 60% de aprovação do eleitorado, enquanto o segundo posicionado nas pesquisas, Fernando Gabeira, tem a aprovação de 16% do colégio eleitoral.
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Minas Gerais ~ O estado proporcionou uma virada estratégica. Apoiado pela executiva nacional do PT, Hélio Costa começou a campanha à frente de Antonio Anastasia, do PSDB. O tucano hoje lidera com 13% de vantagem, podendo decidir a eleição em primeiro turno. Tudo isso porque Anastasia, vice-governador de Aécio Neves, começou a ter sua imagem vinculada ao do ex-governador. No embate entre Aécio e Lula, melhor pro mineiro. Isso dá argumentos para os que defendiam a escolha de Aécio pra presidência ( e isso inclui esse que vos fala ).
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Bahia ~ Antigo reduto de direita do país, a Bahia pode confirmar em 2010 a derrocada dos conservadores locais. Quatro anoas átras, o petista Jaques Wagner venceu a eleição num pleito histórico, e, nesse ano, tem 52% das intenções de voto, com boas chances de acabar com a disputa já amanhã. Paulo Souto ( DEM ) e Geddel Vieira Lima ( PMDB ) tem a ingrata missão de fazer a Boa-Terra ter um segundo turno, ao menos.
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Pernambuco ~ Dentro os estados destacados por esse blog, Pernambuco possui a maior barbada no que tange às eleições. Eduardo Campos, do PSB, tem 70% nas pesquisas de intenção de voto, e sua vitória são favas contadas. Seu principal opositor é Jarbas Vasconcelos, com ínfimos 18%.
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Ceará ~ Irmão do eterno Ciro Gomes, Sid Gomes, também do PSB, tem ampla vantagem para o segundo colocado Lúcio Alcântara, do PR. Com seus 52%, tem grandes chances de decidir tudo já no dia 3, representando a continuidade do clã Gomes no poder.
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Goiás ~ Marconi Perillo continua sendo o homem mais influente na política goiana. Depois de ser duas vezes governador do estado, entre 99 e 2006, ele foi para o senado em 2007 e agora desembarca novamente rumo ao governo estadual novamente. Com 45% das intenções de voto, o candidato do PSDB tem chances de vencer logo no primeiro turno. No entanto, Íris Rezende, do PMDB, aparece como possível opositora num eventual segundo turno.
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Distrito Federal ~ Após o escândalo de corrupção que destituiu o ex-governador José Roberto Arruda e até seu ex, Paulo Octávio, o Distrito Federal parecia ver o eterno Joaquim Roriz voltando com força. No entanto, com denúncias de corrupção ( sim, se acha pepino em tudo no DF ) durante a campanha, Roriz abdicou de seu nome em favor da sua mulher, Weslian. No único debate no qual ela participou, seu desempenho foi lastimável, digno duma pessoa que acompanha mais programas matinais da TV que política. Isso abriu o caminho para o ex-ministro dos esportes, Agnelo Queiroz, reinar soberano na liderança, com mais de 40% das intenções de votos e, graças aos acontecimentos recentes, ter alguma chance de decidir tudo no primeiro turno.
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Amazonas ~ Partidos de pouca expressão nacional dominam a política estadual. Omar Aziz, antigo vice-governador, deve faturar a eleição no primeiro turno. Quem pode deter o escolhido pelo PMN é o Alfredo Nascimento, do PR. Na última pesquisa, 54% x 38% nas intenções de voto.
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Centro-Sul ~ No Espírito Santo, Renato Casagrande tme 64% dos votos, segundo as pesquisas, e não tem empecilhos pra sair do Senado e caminhar rumo ao governo estadual. No Centro-Oeste, o PMDB deve levar seus dois candidatos à vitórias, independentemente dos turnos em questão: André Puccinelli, em MS, e Sinval Barbosa, no MT.
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Nordeste ~ Destaque ( negativo, obviamente ) para os nomes de Fernando Collor e Roseana Sarney bem cotados em Alagoas e Maranhão, respectivamente. Ao menos no caso aalgoano, ele está mutíssimo embolado com Ronaldo Lessa e Teotônio Vilela, e apostar em quaisquer candidatos para o segundo turno é arriscado. Nos demais estados, homegeneidade: O PMDB deve faturar a Paraíba, com Zé Maranhão ( não é piada e voce não está se confundindo... PARAÍBA ! ), o DEM deve vencer no Rio grande do Norte com Rosalba Ciarlini e Marcelo Déda deve abocanhar o governo estadual do Sergipe. Mas há também o curioso caso do Piauí. Nas pesquisas de intenções de votos, todos os candidatos ficam a´tras da opção " não sabe ". Os três primeiros, em empate técnico, são Wilson Martins ( PSB ), Silvio Mendes ( PSDB ) e João Vicente Claudino ( PTB ).
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Norte ~ Na curiosa disputa dos " Tião " no Acre, o Viana deve levar a melhor sobre o Bocalom: 58% do petista contra 25% do tucano. Entre as eleições bem definidas, deve haver vitória do petebista Lucas no Amapá e do tucano Anchieta em Roraima. Em Rondônia e Tocantins, indefinições: João Cahulla, Confúcio Moura e Expedito Júnior em RO, e Carlos Gaguim contra Siqueira Campos em TO.
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PS: Por motivos desconhecidos, não são disponibilizadas às pesquisas de intenções de voto nos estados do Pará e do Maranhão. À título de curiosidade, em ambas as undiades federativas tem candidatos famosos por suas picuinhas extra-eleitorais, como Ana Júlia Carepa e a família Sarney.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Aproveitando o clima político...

... lanço mais uma composição minha, de nome " Hipocrisia e mentira ", com forte cunho político, falando da politicagem e sobre como esses dois problemas nos afetam numa esfera mais pessoal. Particularmente, é minha canção favorita das que escrevi.
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Eu já cansei de ver a corja
De políticos ladrões
Não ligar pra quem vota
E roubar esses rincões
Eu não aguento o presidente
Elogiando seus aliados
Os mesmos que assaltaram
O país em anos passados
Não dá mais pra aturar
O Collor e o Sarney
Os generais e os comunistas
E aqueles que eu nem sei
Vamos à luta, meu povo
Nós cansamos de balela
O Brasil não pode
Virar a Venezuela

Não importa o que se fala
Se a fala é verdadeira
A hipocrisia é o mal
Da sociedade brasileira

Mas, você aí, pessoa
Não pensa que fica de fora
A crítica é pra todos
E é você também quem vota
Proteste, mas melhore
O meio no qual vive
Sapiência e integridade
Essas duas coisas crie
Sem guardar lugar na fila
Sem favor por um tostão
Seja limpo e austero
Sem jogar sua moral no chão
Sinceridade acima de tudo
Mostrar caráter te faz bem
Um país melhor pra todos
E a mentira pra ninguém

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Legislativo

Ao ver a lista de candidatos à deputados, somos sempre pegos de surpresa, e quase smepre com surpresas não tão gratas assim. Pro Legislativo federal, costumeiramente, vemos figurões das mais diversas espécies: famosos, comediantes, esportistas, pessoas públicas em geral. Todas implorando por um voto e querendo elvar em suas costas um sem fin de velhos pajés da política nacional, tão corruptos quanto desconhecidos, à mercê da sorte do canadidato mais conhecido do grande público.
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Ao menos aqui em São Paulo, temos uma média de dois famosos por partido. O caso mais conhecido é o do ator/cantor/comediante/palhaço Tiririca. O cearense tornou-se um fenômeno graças á sua campanha desbocada, debochando sem dó dos eleitores, e ganhou a simpatia de quem " vai votar nele por protesto ". Pobres os que não sabem que ele é do PR, mesmo partido de Valdemar Costa Neto, operador do mensalão. A mesma coligação tem Juca Chaves, Agnaldo Timóteo, Maguila, Mulher Pêra e Cameron Brasil para eleger pastores, mensaleiros e sanguessugas.
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Essa maravilhosa eleição legislativa é definida pelo coeficiente eleitoral, na qual os candidatos são meros chamarizes, pois quem recebe o voto são os partidos e suas coligações. Os resultados são divididos e os partidos fazem o que bem quiserem com eles. Assim sendo, um candidato pode levar consigo pra Brasília alguns outros de sua corja maléfica. Palmas pro sistema eleitoral mais injusto do planeta.
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Há também os políticos carimbados, que podem não fazer barulho, mas sempre estão lá. Nos partidos médios eles se tornam estrelas, como Maluf no PP e Ivan Valente no PSOL. Outros partidos, fortes no legislativo, se dão ao luxo de apenas desfilarem seus candidatos. É uma forma de demonstrar alguma força, pois normalmente os partidos com base legislativa não tem tamanha força no executivo. A verdade é que são dois poderes íntimos, e um simplesmente não funciona sem o outro.
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Além dos partidos, o povo parece não ter entendido isso. Ao votar em charlatões para cargos, para eles, menos importantes, estamos nos tornando coniventes com a aprovação de leis absurdas, e com aqueles que deixam de fazer projetos de fato interessante. Quando isso enfim ser assimilado pela população, começaremos a rvolução política por essa esfera, e não exigindo de governadores e do presidente algo sem pé nem cabeça.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Voto paulista

Saber quem vencerá uma eleição executiva no estado de São Paulo é fácil: é só saber o candidato tucano na disputa. Assim é desde meados da década de 90, com Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. O último é novamente candidato, e, pra variar, deve vencer a eleição doia 3. Donos d'uma campanha morna e banal, ele não fez muito esforço para vencer, pois todos já o conhecem e porque seus opositores o ajudaram. O " picolé de chuchu " nunca foi tão sem sabor.
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Aloizio Mercadante tinha só um plano de governo: atacar Alckmin. Isso não dá certo noe stado, e o PT sempre erra no mesmo ponto. Celso Russomano desvinculou-se do PP e de Maluf, mas se mostrou tão desequilibrado quanto o cacique do partido. Paulo Skaf e Fábio Feldmann aparecem com propostas interessantes no que tange à integração entre as secretárias estaduais, mas a falta de tempo os atrapalha. Além disso, o fato do primeiro querer a USP paga e do segundo vir do PSDB não os dá crédito. Paulo Bufalo integra a área pensante do PSOL, mas peca pelos ataques aos demais candidatos, como toda sua sigla.
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Nos nanicos, destaque para o curioso caso de Mancha, do PSTU. Muitas vezes não citado, ele tem o maior índice de rejeição da camapnha, com 32%. Os outros esquerdistas, tanto no Senado quanto na eleição para governador só culpam o " sistema capitalista " por tudo, atribuindo a eles o aquecimento global e os terremotos no planeta, exigindo uma " reforma socialista ".
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A peculiaridade em São Paulo é o Senado. O estado sempre teve forte participação do PT em Brasília. Esse ano a esquerda pode eleger dois senadores, algo inédito na região: Marta Suplicy e Netinho. A primeira já foi prefeita da capital e é muito querida pela população de baixa renda, e ele já foi pagodeiro e já bateu em mulheres. São Paulo pode conseguir o que os EUA não conseguiram: eleger uma mulher e um negro em suas eleições. A petista tem bons projetos e ideias, e mesmo sendo uma má administradora pode ser uma boa escolha, enquanto Netinho não tem nem caráter para pleitear um cargo público.
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Os preferidos da direita são Aloyzio Nunes, que já fez de tudo na política nacional, e Romeu Tuma, sempre candidato ao Senado com a bandeira da segurança pública. Aloysio aparece como o candidato mais cerebral, com propostas clarar, e Tuma tem sua imagem abalada com esquemas de corrupção e nepotismo em seu gabinete. Ambos se beneficiaram da saída do peemedebista Orestes Quércia, que abandonou o pleito após ser diagnosticado com câncer. O ex-governador falou para seus eleitores votarem nos candidatos do PSDB e do PTB. Ciro Moura seria seu sucessor natural, mas ele prefere falar de valores familiares e religiosos, mostrando total despreparo. Ricardo Young seria outra boa aposta, mas fala apenas de meio ambiente, o que afasta propostas e eleitores. Sérgio Redó, Serpa e Moacyr Franco não tiveram chances de mostrar qualquer proposta.
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Dos socialistas, Marcelo Henrique é o úico a ter ideias viáveis, mas esbarra em suas palavras e pensamentos bolcheviques demais. Ana Luiza, do PSTU, ataca veladamente seu aprceiro esquerdista bem sucedido Netinho, dizendo que " São Paulo não quer quem bate em mulher ". Os candidatos vermelhos não passam de mais doe mesmo.
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Num estado " espelho do mundo " é natural a diversidade de opinião e itneresses distintos. No entanto, a ideologia tão diferente nos cargos tratados é algo tão espantoso quanto preocupante.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

À caminho do Planalto

Pode se dividir a campanha presidenciável de 2010 em dois fatos: o início do horário político e o caso Erenice. As atitudes de cada candidato e, sobretudo, as intenções de voto mudaram em decorrência desses episódios.
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Antes de cada candidato apresentar suas propostas diariamente na TV, José Serra caminhava rumo à vitória certa, apoiado nas pesquisas que o davam a dianteira e na alta rejeição de sua opositora, Dilma Rousseff. Marina Silva apresentava índice irrisório em pesquisas de opinião, sendo apenas importante para ter seus votos distribuídos num eventual segundo turno.
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Com o programa eleitoral no ar, Dilma terminou sua metamorfose estético-política completa, tal qual Lula na eleição de 2002. Em seu programa, ela deixou seu radicalismo de lado e apregoou um discurso social-liberal, agradando a classe média, como Lula. Por ser do PT, usou e abusou dos ótimos índices do governo Lula. Faltou dizer que Dilma dedicava grande parte de seu programa à Lula. Deu certo. Mais que assumir a ponta na corrida presidencial, a candidata cresceu ao ponto de definir a eleição ainda em primeiro turno. Serra, ao ver seu bom momento acabar, apostou na tranquilidade, sem tomar medidas mais enérgicas. Marina tornou-se uma força considerável após algum tempo, ainda que sem incomodar os dois ponteiros.
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Com o escândalo de corrupção envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra - cargo outrora ocupado por Dilma -, esperava-se um rebuliço na campanha. Porém, o PSDB foi pouco efeito na arte de ganhar voos, deixando Serra na mão ( para muitos, pois tal omissão facilitaria eventuais negociações de cargos e votações importantes no Brasil de Dilma. A petitsta, aliás, teve uma queda bem discreta em suas intenções de voto, mas sua vitória no primeiro turno já não é mais tão certa. A sorte do PT foi ver os votos de Dilma indo para Marina Silva, e não para o tucano. O caso também fez Marina " acordar " na disputa, saindo de ima do muro e atacando mais os principais candidatos. Certamente, a representante vere foi a principal beneficiada com o episódio.
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Tão importantes em outros anos, os debates na TV não surtiram o efeito grandioso no público em 2010. Graças a falta de interesse dos candidatos, sem propostas, ideias e opiniões claras; e dos eleitores, mal informados e sem muita vontade de sair de tal nível, os embates ao menos colocaram holofotes em Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL. Com críticas contundentes e humor ácido, o socialista ganhou a simpatia de muitos. Nunca chegou a 3% nas pesquisas, mas já é conhecido como a " quarta força " da disputa.
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Entre os nanicos, Eymael executou mais algumas vezes seu jingle marcante e conhecido, Levy Fidélix tornou-se um chato após ver o seu eterno projeto, o aerotrem, prestes a ser iniciado pelo atual governo, e o tridente comunista, formado por Rui Costa Pimenta, Ivan Pinheiro e Zé Maria continuam não votando em burguês, e não sendo votados.
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Houve pouca movimentação de números eleitorais, poucas viradas significativas e poucos episódios para mudar a história das eleições 2010. Tudo correu tranquilamente, tanto quanto a situação política brasileira.O bom trabalho de Lula será substituído/alterado, mas como presente ele entregará a faixa prsidencial a alguém que deve ehrdar sua simpatia e sua forma de sucesso no poder.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Evidências claras d'um povo desinteressado

O debate da Record, realizado ontem, ficou abaixo da expectativa. Não só graças ao lenga-lenga costumeiro dos políticos, mas também tratando-se da audiência. O embate teve média inferior a dois pontos, ficando em quarto lugar no ranking nacional.
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Para uma emissora que gasta - e lucra - alto, foi uma tragédia. Acostumada até a incomodar a Globo em certos horários, a TV dos bispos ficou átras do SBT e da RedeTV!. Um verdadeiro fiasco.
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O fato levanta duas discussões: a rejeição do povo para com a política em si e a falta de vontade em votar. A primeira constatação é mais grave, pois mais que não ver o debate e não se animar em decidir o futuro do país, o telespectador deixa de assistir o canal que normalmente vê graças a algo que interessa somente a ele, em tese. Ademais, está tudo interligado: sem um candidato disposto a fazer algo diferente ( ou uma máquina de votos, como Lula ), vota-se por obrigação, e não pelo futuro.
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Isso suscita a indagação sobre o voto obrigatório. Seria ele necessário ? Pessoas de todas as classes sociais não votariam se pudessem, independente de seus estudos e/ou cultura. Num primeiro momento, poucos votariam, mas ao ver uma classe social ou um grupo desprivilegiado, tais pessoas voltariam a votar, forçando seus opositores a irem às urnas para garantir seu governante. Isso, claro, considerando a lógica, mesmo ela não se fazendo presente num país onde vemos polítiocos acima de qualquer lei e o povo nada fazendo para mudar isso.
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Exigir mudanças nos engravatados só será possível quando os eleitores tomarem consciência de sua importância. E quando eles perceberem que o engravatado também vota.

domingo, 26 de setembro de 2010

Roriz, o mártir

O escândalo de corrupção ( mais um... ) envolvendo o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, serviu como base para a criação do projeto da Lei Ficha Limpa, que visava barrar a candidatura de candidatos com histórico de corrupção, em qualquer esfera sócio-política no país. Lembro que o DF já havia perdido seu governador, José Roberto Arruda, por outro episódio lamentável de disputa de poder e dinheiro, no qual vídeos revelavam pessoas ligadas ao governo colocando dinheiro em qualquer lugar que pudesse recebe-lo.
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A tal lei Ficha Limpa ganhou corpo ao cair nas graças do povo. Via twitter, ela foi organizada, idealizada e encaminhada para a esfera política, algo raro nos dias atuais. Passou por onde deveria e chegou ao Supremo Tribunal Federal, onde seria aprovada. Com tamanha mobilização em torno do manifesto, ela tinha grandes chances de passar, mesmo essa indo contra a vontade de dinossauros da política brasileira, que mandam em nosso Estado até hoje.
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O problema surgiu com o já citado Joaqui Roriz: por meio duma brecha na lei eleitoral, ele desistiu de sua candidatura, colocando sua mulher, Weslian, nas eleições do dia 3. O ato, por si só, já seria duma cafajestagem sem tamanho. Porém, há o efeito dominó: graças a ela, a votação para a Ficha Limpa esfriou no STF, ao ponto do pleito terminar empatado em cinco, em muito graças à desistência do candango.
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Sobre a lei, muito já me disseram: que ela deixaria pra ser votada mais tarde - e tornando os ficha suja elegíveis em Outubro -, que ela passa, que ela não passaria, ou até que o presidente Lula iria intervir, indicando um novo ministro do STF temporário apenas para dar o voto de minerva.
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Ao causar tamanha confusão na cabeça de todos, Roriz tornou-se o heroi de figuras como Paulo Maluf, Antônio Palocci, Celso Russomano, Jader Barbalho, José Genoíno, Valdemar Costa Neto, Fernando Collor e Renan Calheiros, ao se sacrificar em nome da quadrilha que extorque nosso dinheiro e dá risada de nós todos, pedindo votos com um sorriso cara-de-pau. Seu ato é visto por eles como o de um Messias, pregado na cruz para salvar toda a raça pilantra ao seu redor.
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Vamos deixar Roriz Cristo e seus apóstolos vencerem mais essa batalha, na semana na qual eles serão votados ? Vamos entregar nosso voto e nossa confiança neles novamente ? Eu não.
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PS: Joaquim Barbosa é ídolo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O precursor da liberdade

Há 175 anos, quando se iniciava a Revolução Farroupilha, o gaúcho já era um povo diferente. De origem platina, com o sotaque espanholado e suas bombachas e guaiacas, os riograndeses já se mostravam insatisfeitos com ot ratamento recebido pelo restante do país, que desconhecia naquela altura ( e desconhece até hoje ) o porquê deles se orgulharem tanto desse pedaço de terra compreendido do Chuí à Passo Fundo.
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Hoje, na comemoração tradicional da Guerra dos Farrapos, vê-se toda a população nas ruas, vendo a passagem de seus baluartes e de sua Armada, num cortejo que nem de longe lembra a demagógica parada do Sete de Setembro. A alegria e o orgulho de fazer parte das festividades dum evento tão marcante é nítido. Não há nada mais gaúcho que isso: tradição, respeito, honra, saudade e muito, mas muito orgulho.
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Com sua cuia cheia d'água fervente misturada com chá mate, seu churrasco na vala, sua fala cantada, o cavalo crioulo cortando o vento que faz esfriar os pampas e suas pradarias e o truco gaudério, a nação riograndense faz a festa.
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Meus respeitos deste paulista com orgulho, mas que tem igual orgulho de já ter visitado o Rio Grando do Sul e seus costumes, e compreender porquê todos os demais invejam tanto esse povo tão educado, inteligente e altivo.