segunda-feira, 31 de maio de 2010

A certeza da profissão

Desde pequeno, tenho o sonho de ser jornalista. Sempre fui fascinado epela rapidez de informação, por análises, por esse infinito universo de palavras, que podem fazer o bem geral ou causar destruições das mais generalizadas com a mudança apenas duma vírgula. Esse é o meu desejo, sempre foi.
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Hoje vi a palestra minsitrada por Joaquim Alessi, profissional de longa data, que já foi diretor executivo do atual Diário de São Paulo e hoje é apresentador da TV+, da região do ABC. Confesso-lhes: jamais imaginei o tamanho da bagagem do palestrante. Carreira iniciada na ditadura, cobriu todo o período da redemocratização, fazia parte do jornal que vetou o escândalo da escola BASE, etc, etc, etc. Sua história realmente é bonita, e, como ele mesmo comentou, de sorte. É difícil subir degraus tão rapidamente como ele subiu, sobretudo para ume studante da FIAM. Convenhamos, uma faculdade não tão conceituada assim.
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Algumas frases ditas por ele me chamaram a atenção: " Um jornal não faz um candidato ganhar uma eleição, faz o outro perder ". Visível que alguns jornalistas só sabem falar mal. Criticam, criticam, e nunca argumentam com a mesma força. O palestrante e eu condenamos sumariamente tal prática. Foi dado o exemplo de Diogo Mainardi. Quando interrogado, ele comenta que faz literatura. Mas, na hora de botar a boca no mundo, ele é jornalista. Ora, decida-se. Tenha hombridade.
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O mesmo se aplica para o CQC. Segundo Joaquim, eles fazem jornalismo crítico para perguntar e, quando perguntados, fazem humor. Procuro entender o porquê de achar que o programa caiu tanto de qualidade desde o ano passado, e talvez encontrei a resposta. Falar mal dos inimigos da Band ( como disse Alessi, uma " rede mercantilista, aonde manda o dinheiro " ), tem se tornado cada vez mais frequente no programa, e isso fez minha ficha cair, como se diz no popular. É bem por aí mesmo. As críticas, antes bem feitas e distribuídas a todos os segmentos mentecaptos da sociedade, agora se restringem. O CQC se transformou em mais um programa que ataca com a mão fraca e quer levar fama graças a isso.
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Talvez a frase mais impressionante foi dita sobre a Veja e a Globo: " Não as acho manipuladoras. Nessa era Ali Kamel e William Bonner, a Globo tornou-se mais ética, ela só vai à fundo na notícia. A veja idem. Não a acho anti-Lula ou anti-PT. Em matérias eles elogiam a equipe governista deslavadamente. Em outras, a criticam. Isso é jornalismo, cada repórter tem uma opinião. " Sempre achei isso, não via motivo pra tantas críticas nesse quesito. E, well, ele mesmo explicou pra mim.
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Fica a lembrança duma palestra muito boa, dum palestrante que me surpreendeu positivamente e, sobretudo, a certeza, ainda mais forte, sintetizada numa última frase de Joaquim Alessi:
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" Jornalismo é igual cachaça. Você vicia. Ganha pouco, só trabalha, não tem feriado nem férias, mas adora isso, com todas as suas forças. "

sábado, 29 de maio de 2010

Chances

Sempre me disseram que quando você tem a chance de cortar um mal, mesmo pequeno, deve-se faze-lo. Esse mal, mais tarde, pode se transformar no maior dos teus problemas. Muito sábio. E é claro que eu, tão ignorante, não aprendi essa lição.
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Tudo havia sido perfeito. Matar as saudades, comer pizza, conhecer um pouco mais do cotidiano dela, rir de pérolas do grupo, ficar na praça, ve-la lendo a carta feita com tanto amor e carinho, visualizar a Lua cheia e brilhante... tudo, tudo. Eu me pergunto porque raios no fim tudo vai por água abaixo. E eu... eu mal fiz nada ! É aquela história de cortar o mal pela raiz. Vou corta-lo, então.
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Isso tudo só me mostrou uma coisa: eu gosto de você. Fico muito pior em ve-la mal por minha causa do que qualquer outro fato. Bem você, que me faz tão bem, me anima e me alegra... você não merece isso, não mesmo. Mesmo tendo motivos plausíveis pra me defender, eu não ligo pra isso. O pior, pra mim, é saber que a sua feição mudou. Do riso incontido pro rosto cabisbaixo, seja ele leva ou imenso.
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E eu só quero te fazer feliz. Sei que posso, sei do que você gosta, do que você não gosta, o que você quer. E lembre-se da carta que te escrevi. Nela está contida toda a verdade.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dessa vez vem algo bom

Sempre me diziam que até o fim tem seu lado bom, por marcar o começo de algo novo. Eu, sempre tão positivo, desconfiei disso. Após te conhecer, notei que isso era verdade. No fim do meu tempo de escola, mais precisamente no último dia de ensino médio, fui a um evento musical. Por gostar duma música, cheguei até você. Se eu consegui ouvir a música ou não, já nem lembro mais. O importante, afinal, foi ter chegado até você.
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Você que, no fim do ano, me deu ânimo e vontade pra pensar num 2010 melhor, após o desastre total que foi 2009 pra mim. Você que me fazia rir igual criança, falar de tudo o que era possível, de todas as formas possíveis. Enquanto meus antigos amigos se afastavam, você era talvez a pessoa mais próxima a mim, aquela na qual eu tenho toda a confiança e posso falar de tudo, sem frescuras e sabendo que receberei em troca o que eu mais quero: a verdade. A sua verdade, nua e crua, mas que me faz enxergar o outro lado, o que não vejo, não penso, e acaba ocorrendo.
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Confesso também que você já me fez ficar irritado. Quando eu falo algo importante e você me interrompe com algo totalmente fora do assunto, me fazendo andar São Caetano inteira e ir até a estação á pé, me deixando plantado igual uma mula cearense na porta duma loja de roupas femininas ou me fazendo esconder a verdade da minha mãe. Porém, escondo pois sei que nossa amizade, por ser pra sempre, vai ser importante, e minha mãe obrigatoriamente deve gostar de ti, assim como eu gosto.
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Irritação, sem esconder a preocupação e toda a ajuda, que mais valem. A preocupação ao te ver mal por qualquer coisa que seja, e a ajuda, essa sim, a palavra que me vem à cabeça ao lembrar de você. Seus conselhos, suas dicas, seu jeito nazi de ser e que, por incrível que pareça, tem alguma valia... por ser você.
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E você, que tem entrado tão frequentemente nesse blog por motivos dos mais diversos, merece um texto pra si nele. Que te exalte, faça você ver o quanto é importante. Como tu sempre diz " quem tá junto, tá junto ". Você não precisa ouvir aqui toda aquela ladainha de aniversários, pois nós tamos juntos. Basta dizer duas palavras, Amanda Corrêa: você merece.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Desculpa

Não basta agora ser sincero ou fazer tudo com a consciência tranquila. Eu quero, agora, o seu bem. Sei que errei e isso é óbvio nesse momento, assim como é óbvio que tudo o que eu disse por meio deste blog são textos remotos e nada mais.
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Cá estou eu, de novo, pedindo desculpas. É interessante o fato de sempre eu fazer as burradas, mandar as mensagens e não vê-las sendo retornadas ou aguentar comentários dos mais diversos depois, além daquele zumbido irritante de si mesmo dizendo " você é um otário, cagou no pau " e por aí vai.
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Eu não desejo pra ninguém essa sensação de arrependimento que sinto agora. A sensação de que estava tudo bem, e fez o suficiente pra estremecer o que parecia ser perfeito. O que ainda pode e, espero, vai voltar a ser. A impressão agora é que tudo o que eu falo vira motivo de chacota, os seus amigos vao se voltar contra mim e fazer de tudo pra acabar com o que nós temos. O que eu, obviamente, não quero.
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Sou orgulhoso, e pra falar, com todas as letras, que errei, a pisada na bola tem que ser imensa. Mesmo com todos os poréns que já te expliquei, vi o ato e me sinto mal agora.
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É isso, né ? Só se lembra o que eu disse pra ti hoje. Esse é o verdadeiro Willian. O que quer você.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eu já cansei de entender o que me liga a você

Simplesmente... sinto. Sabe ? Você me dá todos os motivos pra te largar, faz o que eu não gosto, fa l da maneira que eu nunca queria ouvir e... eu continuo na sua. Chega a ser bizarro of ato de eu gostar tanto de ti, dessa maneira tão extrema e intensa. Mas, não procuro mais entender. Deixo apenas sentir.
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Você nunca escolhe de quem vai gostar ou quem vai amar, sei disso. Mas é intrigante o fato de você ser tão o meu sonho fisicamente, e tão o que eu não quero internamente. Eu te conheci duma forma totalmente distinta, e não canso de acha-la em ti. Pois sei que, no fundo, tu não mudou totalmente. Aqueles sorrisos bobos, mordiscadas nos lábios e palavras de amor ainda estão aí contigo.
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Gostaria de liberá-las. Não por um dia, como hoje. Mas, para todo o sempre. Sei que isso vem de ti, mas também sei que, pra ti, também não acabou. Queria muito voltar, mesmo a distância. Para o seu bem, abro mão desse meu desejo. Quando estivermos mais perto e tudo ser mais fácil para ambos, vamos conversar e pontuar tudo.
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Até lá, vou aguentar tuas mudanças bruscas de humor, teus peguetes, teus problemas, tua família. Eu, sinceramente, acho que posso voltar a ser o ar que você respira. E eu adoraria se-lo novamente.

domingo, 16 de maio de 2010

Três semanas

Dizem os casais que todos temem a tal crise dos sete anos. Após o sétimo ano de matrimônio, segundo eles, as brigas conjugais se intensificam. Os que sobrevivem a tal período tem algum desentendimento maior, falam, no décimo primeiro ano de casamento. Meus pais, por exemplo, foram vítimas dessa. Mas eu sempre tive um sério problema com outra duração de romance. Três semanas
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Até bem pouco tempo átras, meus relacionamentos tinham esse prazo de validade. Duravam pouco, não passavam desses malditos 21 dias. Motivos eram dos mais diversos. Ciúmes, falta de contato, pirraças. E ao notar a estranha curiosidade das durações dos meus casos, me achava ( ainda mais ) desinteressante. Era um dos fatores pelos quais minha baixo-estima era sempre presente, não conseguir prender alguém por tempo considerável.
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No meu atual relacionamento, o vigésimo dia marcou o primeiro estranhamento. No instante, fiquei em choque, deepcionado e arrependido de algo que eu nem sei que fiz. Quase na terceira semana, o trauma ia se repetindo. À noite, tudo se resolveu. E, melhor: no vigésimo primeiro dia, ou na terceira semana, certinho, nos vimos, tudo correu às mil maravilhas, com muitas risadas e tudo aquilo que um casal faz. Sem ser clichê, claro, tudo do nosso modo.
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Tá tudo tão bom... e agora, que já superei meu trauma, posso dizer que eu quero que seja assim por um bom tempo.

domingo, 9 de maio de 2010

Um conto de santos

Lembre-se do furacão Katrina, que em 2005 devastou a região sul dos EUA e praticamente deixou a cidade de New Orleans debaixo d'água. A capital do jazz e dos negros americanos tocava uma melodia ainda mais triste que a habitual. Menos de 5 anos depois, a tristeza vira carnaval na mesma cidade graças ao esporte.
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O New Orleans Saints, time de futebol americano, chegava a Miami para a final do SuperBowl. A franquia dos Santos era o azarão, já que enfrentaria o temido Indianapolis Colts, do gênio Peyton Manning. Era praticamente impossível vencer um time mais qualificado e mais experiente. O Saints nunca chegou a uma final de SuperBowl, enquanto o Colts tem 2 títulos, sendo um em 2007.
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A equipe de Indiana começa fazendo 10x3. Porém, aos poucos, o conto de fadas, ou melhor, de santos, vai se concretizando. O time de New Orleans virou o jogo pra 24x17. Faltando 3 minutos para a partida se encerrar, Manning recebe a bola. O passe é interceptado por Tracy Portes, que faz um touchdown de 74 jardas e coloca 31x17 no placar.
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Os Colts não desistiam. Fizeram uma grande campanha e, faltando 44 segundos, estavam próximos da End Zone. Bola, novamente, pra Manning. Ele erra o passe. Com a falha, os Saints começaram a festa. Uma linda festa que fez a outrora devastada New Orleans se encher de alegria.
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E você... não acredita em conto de fadas ? Todos nós passamos por uma, uma vez na vida. E isso muda nossas vidas pra sempre.

sábado, 8 de maio de 2010

Nogueirando sobre os jogos da semana

Pra mim, o principal e maior campeonato do país tem que favorecer o melhor, ser minimamente mais justo que os demais. Porém, todos os demais devem ter emoção, e muita, até o final. Assim sendo, adoro os estaduais. A final do Paulistão foi um deleite para os amantes do futebol. No começo, confesso que fiquei de pirraça, por se tratar do time que mais odeio e de outro que eliminou meu time do coração. Me entreguei. O 3x2 santista, suado e com muito custo na primeira partida me encantaram. O jogo de volta, segundo todos, seria apenas para a entrega do troféu ao Peixe. Com menos de um minuto, Nunes fez 1x0 pro Santo André e instalou o temor nos corações alvinegros. Aí os meninos da Vila começaram. Após um lançamento longo, Robinho mata a bola e, ao mesmo tempo, a toca, de letra, pra Neymar. Pra muitos, letra " c ", de campeão. Pra mim, letra " e ", de encanto. Pro Santo André, letra " s ", de superação. Alê empatou pro time do ABC. No primeiro lance genial de Ganso na tarde, um toque de calcanhar do prodígio pra Neymar empatar de novo. Até que a pilha dos jogadores andreenses sobre os garotos do Santos deu resultado. Léo e Nunes expulsos por comportamento violento. Algum tempo depois, Marquinhos daria um carrinho por trás, desnecessário, no meio campo, e também vai pro chuveiro mais cedo. A primeira etapa se encerraria com o terceiro gol do Ramalhão, de Branquinho. Vale lembrar que desastrosa arbitragem já havia anulado um gol legal da equipe do ABC, que daria-os o título. O segundo tempo foi de apreensão. Roberto Brum foi expulso logo após entrar no gramado, e a parte final do jogo ficou ainda mais dramática. Dorival Júnior iria tirar Ganso, o melhor santista da final. Ele recusa, e diz que não quer sair pois pode decidir a final. Logo após o gesto, ele bate uma falta da intermediária que passa muito eprto do gol, semelhante ao lance imortalizado por Pelé. Sempre ao receber a bola, o camisa 10 a prendia com maestria. Um maestro de 20 anos prum time jovem e moleque. Aos 45 do segundo tempo o Santo André carimba a trave de Felipe, num lanco no qual Rodriguinho pega a bola meio sem jeito e a bola, caprichosamente, beija o travessão. Dois segundos sem ar para qualquer pulmão, eletrizado pela partida. No fim das contas, o melhor da final não venceu, mas o melhor do campeonato, sim. Fica a lembrança da melhor final estadual do novo milênio.
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O Gauchão tinha mais que um GreNal. O embate entre o time mais regular da competição, o Grêmio, contra o mais estrelado, a equipe do Internacional. A equipe colorada precisava de dois gols pra levar a partida para os pênaltis. Jogo no Olímpico. Inter com o time reserva, poupando jogadores para o jogo da Libertadores no meio de semana. Mesmo sendo clássico, o cenário parecia definido para o tricolor. Porém, como clássico, o imprevisível aconteceu. Giuliano fez 1x0, ainda no primeiro tempo. Mais apreensão nos pampas. O Inter vai pressionando, mas para no goleiro Victor e no próprio desesntrosamento do time. No fim da partida, o que nunca falta num jogo entre os dois gigantes do Rio Grande. Taison tira satisfações com um volante gremista e o clima hostil se instala. O 1x0 foi pouco pro colorado, e o Imortal é o campeão gaúcho de 2010. A regularidade e a eficiência apagaram o brilho das estrelas vermelhas.
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Diferentemente dos anos anteriores, a final em Minas Gerais não seria entre Cruzeiro e Atlético. O time azul foi eliminado pelo Ipatinga, nas semifinais. O Galo sim, marcava presença. Não tão forte, é verdade, ainda cambaleando com seu futebol regular. Mas, ao menos, chegou á final. Após vencer a primeira partida, fora de casa, o jogo no Mineirão seria apenas pra festa. De fato, o Atlético conseguiu neutralizar bem a equipe do Vale do Aço na primeira etapa. No segundo tempo, Tardelli arrancou pela esquerda e fuzilou, tal qual a sua já tradicional comemoração, atirando pra torcida. O título já ficaria com o Glorioso, era visível. Mas faltava algo pra deixar o quadragésimo título estadual do clube inesquecível. Elas, assim mesmo, no plural, vieram. Quase no fim do jogo, o veterano Marques, ídolo da massa, ganha do goleiro e faz 2x0. Como em seus tempos de garoto, atleticano fanático, o Mineirão, das cadeiras até a geral, pulava e gritava em uníssono. Tal qual no início de sua carreira, o lépido atacante deixava o goleiro pra trás e anotava mais um. No último jogo de sua carreira, Marques tirou sua camisa. Sem essa babaquice de tomar cartão amarelo, esqueça essa situação deplorável de cortar o melhor do futebol, a alegria. Com a camisa atleticana, ele se dirigiu até a bandeirinha e a vestiu, fazendo um bandeirão improvisado. O pioneiro Marques, sendo assistido por 70 mil ensandecidos fãs e cortejado por 10 leais escudeiros. A festa era dele. Era do Galo. Era da torcida mais fanático do Brasil. Galo 40 vezes. Que me perdoe quem discorda, mas o Mineirão é mais vibrante em preto e branco.
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Times de tradição estadual, aos poucos, voltam a ser campeões. O Atlético Goianiense, detentor de 11 títulos goianos, ganhou de novo o estadual, e no ano no qual volta a jogar a série A. O Avaí, após tantos anos no ostracismo futebolístico, voltou em 2009, vencendo o catarinense e com uma campanha fenomenal na primeira divisão. Ao menos a primeira parte foi cumprida novamente: o Leão da Ilha é bicampeão catarinense, com Guga no estádio e uma legião de torcedores comemorando.
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Clássicos nordestinos, e hegemonias que continuam. No Ceará, o Tricolor de Aço perdeu a partida, mas venceu nos pênaltis. No Clássico-Rei da final, viu-se quem é o Rei do estado. O Fortaleza é tetracampeão. Também com 4 títulos seguidos vem o Vitória. Também com derrota, haja visto que o Leão da Barra perdeu para o arquirrival Bahia por 2x1. E quem se importa ? O título é do Vitória de novo, representante da Boa Terra na série A. Mais impressionante ainda é a sequência do Sport. A equipe sagrou-se pentacampeã pernambucana com o 1x0 na Ilha do Retiro sobre o Náutico. No clássico dos clássicos, o gol de Leandrão fez a festa dos torcedores rubro-negros, tão acostumados a vencer em Pernambuco.
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Na Libertadores, 4 brasileiros nas quartas-de-final. Mas poderia ser mais fácil. Fácil mesmo, só o Cruzeiro. Contra um perigoso Nacional, o time celeste simplificou tudo e fez 6 gols em 3 jogos, sendo 4 de Thiago Ribeiro. O 3x0 no Uruguai evidencia quem é o favorito pra conquista das Américas. Azar do São Paulo. O tricolor passou, num sufoco incrível, com direito a pênaltis. Com várias chances desperdiçadas nos 90 minutos, dava a impressão de que o time sucumbiria. Torcida vaiando, chamando Ricardo Gomes de burro, Marcelinho Paraíba entrando visivelmente irritado... o cenário era trágico. E só se agravou com o pênalti perdido por Rogério Ceni. Todos no Morumbi se entreolharam, atônitos, e pensavam " não vai dar ". Eis que, num desses milagres futebolísticos, um anjo já conhecido de todos fez das luvas suas asas. Seu nome é Rogério Ceni. Ele agarrou dois pênaltis dos peruanos do Universitário e foi parte fundamental da vitória nas penalidades por 3x1. Ao bater seu pênalti, o irritadiço Marcelinho mostrou sua fúria, tomando grande distância. Na hora de encher o pé, pegou errado. A bola triscou a trave. Silêncio. Não se ouvia nem respirações pois elas inexistiam. O coração se contraiu, e só se soltou ao ver a bola estufando as redes. O autor da cobrança extravasa na comemoração, e mostra-se um torcedor insatisfeito em ficar no banco. Após a vitória, um sentimento de que o time vibrou, e reagiu após o susto. É esperar pra ver. Cruzeiro e São Paulo, de novo. Libertadores, de novo. Insegurança, de novo. Mas algo me diz que a sorte sorrirá pros são-paulinos.
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O clima era tenso. Até as calmas águas do Guaíba sentiam a forte vibração do jogo entre Internacional x Banfield, no Beira-Rio. desde o príncipio, notava-se que a equipe argentina veio apenas catimbar. O time venceu em casa, por 3x1, e podia até perder por um gol de diferença, e veio com o único propósito de segurar o resultado. Mas o Inter é mais time, e mostrou isso com o gol de Alecssandro, no fim do primeiro tempo. Na segunda etapa, mais catimba. E, pra jogar com argentinos medianos e catimbeiros, nada melhor que um grande jogador do país platino. D'Alessandro fez uma partidaça, foi o melhor do jogo, disparado. De quebra, a jogada do gol da classificação começou com ele. O coloradou rolou pra Fabiano Eller, que cruzou na medida pra Walter anotar o 2x0. O Banfield pressinou, mas pecava em suas próprias deficiências. Fim de jogo nervoso, mas com o colorado classificado. Um argentino a menos, um brasileiro a mais. E cabe ao Inter a mais nobre das missões: eliminar o último argentino da Libertadores e atual campeão da competição. Se souber jogar e se atuar como sabe, a academia do povo educará os Estudiantes pra dentro e irá às semifinais.
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No confronto brasileiro das oitavas-de-final, as duas maiores torcidas do Brasil viram um primeiro tempo dum time só. O Corinthians jogava contra o vento. David fez o primeiro, contra. A Fiel, ensandecida desde o início do jogo, sentiu a classificação no ano do centenário vindo. Pra confirmar a aura mística do embate, ninguem mais ninguém menos que Ronaldo fez o segundo, de cabeça. Ele, carioca, declaradamente flamenguista e Fenômeno, tão criticado por uns e idolatrado por outros, decidiria a partida e fazia a torcida corinthiana perder a voz nas arquibancadas. O alvinegro poderia fazer mais um, dois, até três gols, não seria exagero. O domínio foi nítido. O Flamengo, sem técnico e zoneado dentro de campo era presa fácil. Mas, ainda sim, é o Flamengo. Na primeira chance na segunda etapa, Vágner Love chutou cruzado e fez 2x1. Derrota ainda, mas resultado que dava a classificação ao rubro-negro. O Corinthians tão tranquilo e calmo de outrora sumiu. Jogava agora na base do desespero, do chutão pra frente e da falta de inteligência. O Mengão se saia melhor contra-atacando em 20 segundos que os paulistas atacantado por 2 minutos. No fim de jogo, Chicão ainda obrigou Bruno a fazer uma defesa milagrosa. Mas, ficou por isso mesmo. O sonho do Corinthians, de vencer a Libertadores no centenário, ruiu. As maiores torcidas do Brasil protagonizaram um jogo incrível na quarta-feira. A maior venceu.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Underground

A palavra acima é usada, normalmente, para designar um gênero musical. Uma vertente do rock com um som de garagem e de batidas mais rápidas, caracterizado sobretudo pela falta de apoio da grande mídia. Nesse texto, darei outra atribuição a ela. As bandas que sequer tem tempo para ser chamadas de bandas, e tocam juntas.
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Num certo sábado, a banda dum amigo tocaria num festival no Mezzanine, em Santo André. O local é conhecido por suas baladas e pelos seus festivais com bandas mais famosas e desconhecidas do ABC, como esse. O nome do evento no sábado no qual fui era o Up Festival. A banda que mais chamava a atenção era o Stevens, banda de pop rock e com letras bem construídas. No popular, eles fazem as músicas " bonitinhas ".
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Começava as 13h. Chegamos as 14:30h e não havia começado ainda. Nada mais underground que atraso. A primeira banda era ruim, mas tinha o destaque duma morena com pernas grossas, ao menos. A segunda era algo de bizonho, com um vocalista que dava gritos histéricos, semelhante ao pokémon Totodile.
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Entre idas e vindas no local, encontramos nosso amigo diversas vezes, algumas beldades e pessoas com as quais já me deparei antes. Integrantes da banda Alfa Juliet, que já começa a criar fama no ABC. Eles, aliás, fizeram um excelente show no Festival, me empolgando com versões de " I Write sins not tragedies ", do Panic At the disco, e uma versão hardcore de " Poker Face ", da Lady Gaga.
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Para meu orgulho, a banda do meu amigo, a Since09, viria depois da Alfa Juliet. Após um longo período para a passagem de som, o show começou. Um excelente set list, com 2 músicas de Blink 182 ( " Stay Together For The Kids " e " All The Small Things " ), duas do ForFun ( " Costa Verde " e " Good Trip " ), " Mulher de Fases ", do Raimundos e uma composição própria com uma melodia bonita, também no estilo " bonitinho ". Apesar do vocalista ser ruim e não entrar no tom da banda, o set list e a execução dos demais integrantes da banda foram excelentes e fizeram toda a espera valer a pena.
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Acabei não vendo Stevens. Vi Alfa Juliet e Since 09. Vi belas meninas e passei uma tarde agradável com meus amigos. Nada melhor que isso.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A glória

Antes dos 8 meses de Brasileirão, temos 4 de estaduais. Até aí, nenhuma novidade. Mas nesse novo calendário brasileiro, com o primeiro semestre indo até a primeira semana de Maio, nos deparamos com jogos incríveis, inesquecíveis. Um tiro no pé de quem quer acabar com os estaduais, a verdadeira graça do futebol brasileiro.
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No Paulistão, a melhor final do milênio, simplesmente. O Santo André saiu na frente com menos de um minuto. O Santos empatou com Neymar, após um toque de letra no ar de Robinho, lance maravilhoso. O Santo André fez 2x1, com Alê, após um gol legal ser anulado pelo trio de arbitragem. Neymar fez outro, após um toque de calcanhar espetacular de Ganso. No fim da primeira etapa, Branquinho fez 3x2. Tal resultado era o limite para o Santos. Se tomasse mais um gol, o título ficaria no ABC. Num jogo de 4 expulsões, sendo 3 para o Peixe, uma arbitragem absurdamente ruim, que foi condescendente com a pancadaria generalizada e com a pilha dos jogadores andreenses, a partida se arrastou no segundo tempo. Até Dorival Júnior colocar Bruno Aguiar e tirar Ganso. O 10 santista recusou sair de campo e disse que queria ficar no gramado, pedido prontamente atendido pelo técnico. E ele fez por emrecer. Foi o melhor jogador do time da Baixada na finalíssima, segurando a bola como poucos, dando assistências e sendo um verdadeiro comandante, um maestro de 20 anos de idade. Aos 43 do segundo tempo, Rodriguinho ainda carimbou a trave de Felipe, num lance no qual todos prenderam a respiração. Fim de jogo, e, mesmo com a derrota por 3x2 para o espetacular Santo André, fez-se justiça: Santos campeão. O 18º estadual da história santista.
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Em Minas Gerais, tudo já havia se decidido semana passada. Porém, o jogo que entrará pra história é o de ontem. O Atlético venceu novamente o Ipatinga, por 2x0, e faturou seu 40º Campeonato Mineiro. O primeiro foi do artilheiro Diego Tardelli, e o segundo, no finzinho, do grande Marques. Ídolo da massa atleticana, ele encerrou ontem a carreira profissional e repetiu um gesto histórico na comemoração do gol: tirou a camisa e a colocou na bandeirinha de escanteio. Na entrega da taça, a provocação: Tardelli ironizou a torcida cruzeirense, que se referiu aos atleticanos como flanelinhas, por guardar a vaga para a Libertadores de 2010 durante o nacional do ano passado, e lustrou o caneco.
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No Sul, outro campeão com derrota. O Internacional, com time reserva, fez 1x0 no Grêmio em pleno Olímpico. No entanto, a vitória do Imortal por 2x0 na semana passada deu a taça ao time mais regular e eficiente, o tricolor. Foi a 36ª conquista do time no Gauchão. Um pouco mais acima no mapa, em Santa Catarina, o Avaí venceu a segunda partida da final por 2x0, na Ressacada, e faturou o bicampeonato, em cima do Joinville.
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A surpresa apareceu no Distrito Federal. Com o empate por 2x2 em Taguatinga ante o Brasiliense, o Ceilândia levou pra casa o campeonato candango, após o time amarelo se mostrar mais regular em todas as fases preliminares. No Ceará, o Fortaleza, na série C, venceu nos pênaltis o rival Ceará, da primeira divisão, após uma vitória do Vozão por 2x1 no tempo regulamentar. O tricolor de Aço levou o tetracampeonato e, de quebra, igualou o recorde histórico do Ceará, com 39 títulos ao todo.
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Nos demais estaduais, tudo correu normalmente. Após massacrar o Santa Helena em Goiãnia, o Atlético Goianiense voltou a bater o oponente. Desta vez, fora de casa, por 3x1. O Dragão levou o seu 11º estadual. Em Pernambuco, a primeira partida da final foi disputada ontem, com vitória do Náutico, por 3x2, nos Aflitos, ante o Sport. O Timbu vencia por 3x2, mas o oponente reagiu bem no segundo tempo e precisa apenas duma vitória simples para conquistar o pentacampeonato.
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No confronto mais aguardado das oitavas-de-final da Libertadores, o Maracanã viu muita chuva e pouco futebol. O Flamengo, ao menos reverteu a vantagem ao bater o Corinthians por 1x0, com gol do Imperador Adriano. Os brasileiros que jogaram fora de casa se deram mal. O São Paulo, com sorte, segurou o 0x0 ante o Universitario, em Lima, com um a menos. Já o Inter foi até a Argentina e perdeu de 3x1 para o Banfield. Completando o giro dos brasileiros, o Cruzeiro, atuando muito bem, fez 3x1 no Nacional em Belo Horizonte, com 3 gols de Thiago Ribeiro. Once Caldas e Libertad ficaram no 0x0 em Manizales, o Universidad de Chile venceu o Alianza Lima por 1x0 no Alejandro Villanueva e praticamente se garantiu nas quartas, e o Estudiantes, com o time reserva, fez 2x0 no San Luís, no México. A surpresa veio do jogo entre Chivas e Vélez Sarsfield. O time argentino perdeu por 3x0 para a equipe mexicana no Jalisco, e corre sério risco de ficar de fora da competição.
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Na Champions League, o Bayern de Munique confirmou o favoritismo. Fez 3x0 no Lyon, na França, e classificou-se pra final. A surpresa foi a eliminação do Barcelona na Catalunha. O time espanhol foi parado, literalmente, pela Inter de Milão, num show defensivo da equipe comandada por José Mourinho. O gol de Piqué, no fim do jogo, de nada adiantou. Os culérs venceram, mas quem vai pra final são os italianos.
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Na Europa League, a zebra passeou. Em Londres, o Hamburgo até saiu na frente, com gol de Petric. Mas o Fulham, valente, virou, tentos anotados por Davies e Gera. Com o 2x1 no Craven Cottage, os ingleses chegam a uma decisão europeia pela primeira vez. Já em Liverpool, o time da casa fez o mesmo placar que o jogo de ida, ante o Atlético, em Madrid, no tempo regulamentar. O 1x0 teve gol de Aquilani. Na prorrogação, os Reds fizeram o segundo, com Benayoun. Precisando de um gol, os espanhóis foram aoa taque e tiveram êxito. O gol de Forlán, aos 102 minutos, fechou o caixão da equipe inglesa.
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Na Bundesliga, o título praticamente se decidiu na 33ª e penúltima rodada. O Bayern de Munique venceu o Bochum, por 3x1 e foi beneficiado com a derrota do Schalke, em plena Veltins-Arena, por 2x0 para o Werder Bremen. Os verdes, aliás, estão em posição privilegiada para voltar a Champions League, dois pontos na frente do Bayer Leverkusen. A equipe empatou com o já rebaixado Hertha Berlim, em casa, por 1x1, e desperdiçou a chance de ficar melhor colocada. Corre por fora na briga o Borussia Dortmund, que também tropeçou, empatando com o Wolfsburg por 1x1.
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Disputa polarizada no Clausura. O Estudiantes foi até o Cemiterio de Los Elefantes e venceu o Chacarita por 2x1, e é o líder. Um ponto átras vem o Argentinos Juniors. A equipe foi até a casa do San Lorenzo, e venceu o Ciclón lá mesmo, por 2x1.
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Na La Liga, quase que o Barcelona desgarrou. A equipe da Catalunha fez o que dela se esperava, venceu bem o Villarreal por 4x1, no Madrigal. O problema é que o Real Madrid suou demais pra bater o Osasuna, na capital. Os Rojillos saíram na frente, mas o Real, com um gol no fim de Cristiano Ronaldo, venceu por 3x2. Assim, segue a vantagem de um ponto do Barça. Outra briga interessante é pela quarta colocação, que dá vaga na Champions League. O Mallorca foi até o estádio San Mamés e conseguiu uma difícil vitória ante o Athletic Bilbao, por 3x1. Já o Seviila, em casa, passou pelo mistão e cansado Atletico de Madrid, por 3x1. O Mallorca está dois pontos na frente.
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Contagem regressiva pro título do Olympique na Ligue 1. O time de Marselha foi até o Stade l'Abbé-Deschamps e empatou por 0x0 com o Auxerre, vice-líder. A vantagem é de 5 pontos, e faltam apenas 3 rodadas para o nacional acabar. Na briga pela terceira colocação, Lille e Lyon se degladiam. Ambos venceram. Os atuais terceiros colocados, les dogues, fizeram 3x1 no Nancy, em casa. Já o Lyon foi até Montpellier e venceu o time da casa por 1x0.
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Na Premier League, emoção à flor da pele. O líder Chelsea venceu o clássico ante o Liverpool, por 2x0, fora de casa, e ganhou moral pra sequência do campeonato. Com dificuldades, o Manchester United foi até o Stadium of the Light e venceu o Sunderland por 1x0, gol de Nani. Destaque pra briga pela quarta colocação. O Tottenham segue em vantagem, após bater o Bolton por 1x0. Em confronto direto, o Manchester City bateu o Aston Villa. Os Villans perderam por 3x1, fora de casa.
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Pelo Calcio segue a Inter líder. A equipe nerazzuri foi até a capital e fez 2x0 na Lazio, mantendo a ponta do nacional. Dois pontos átras aparece a Roma, que venceu o Parma por 2x1 no Ennio Tardini. E segue o calvário da Juventus. A equipe de Turim empatou com o Catania por 1x1, fora de casa, e, caso a liga acabasse hoje, ficaria de fora de todas ascompetições européias.
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A festa do título na Liga Sagres foi adiada. O Benfica perdeu o clássico para o Porto, no Estádio do Dragão, por 3x1, e vai ter que esperar a última rodada para desentalar o grito preso na garganta há 5 anos. O Braga segue na cola. Os vice-líderes venceram o Paços Ferreira por 1x0, sendo que os castores pressionaram muito pelo empate, o que daria o título para a equipe lisboeta.