sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fim de semana

Com 18, parece que, enfim, eu consigo alguma independência e posso fazer programas legais com maior frequência. Quinta-feira meu primo me chama pra ir passar a noite na casa do meio, jogando videogame, conversando sobre futebol e comendo muito bem. Programa excelente, e nem comentei sobre minhas espetaculares vitórias nos dois campeonatos disputados e nem sobre o almoço na churrascaria.
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Após esse almoço, voltei pra casa. Duma forma mais corrida que o normal, pois teria festa à fantasia à noite. Esperei meu amigo, dei carona pra outro e partimos juntos. Ri muito lá ao ver as fantasias de todos ( eu, por exemplo, fui de Osama Bin Laden ), e fiquei calado na maior parte do tempo, em muito graças à barba da fantasia, ao meu cansaço e há alguns pensamentos que me abateram no recinto graças a lembranças recentes.
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No final de tudo, saldo muito positivo. Ver pessoas as quais tinha saudade, notar o fim dum ciclo, e, sobretudo, ver que eu tenho mais liberdade e me conheço um pouco melhor. É bom estar ao redor das pessoas certas.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Segundo plano

Talvez eu tenha descoberto o meu problema. Quase todo dia falam que todos gostam de mim, eu coleciono amigos tal qual um álbum de figurinhas e não tenho inimigos, um ou dois pra não dizer que eles não existem. Como pode então eu me sentir tão solitário como me sinto algumas vezes ?
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Simples. Eu, querendo ou não, sempre acabo jogado pra escanteio em horas cruciais, ou na maioria delas. O momento no qual faço esse texto é perfeito. Tenho umas boas 7 janelas abertas, com conversas já iniciadas e com pessoas online. Existe todo o tipo de caso: o da sua amiga que descobre em outras conversas risadas mais fáceis, a outra amiga que se distrai com as amigas, e essas, consequentemente, enganam meio mundo ( engraçado isso, né ? Muito, eu também acho ( e há muita ironia nisso ) ), o amigo na qual tu fala a realidade e o assunto morre, o outro amigo no qual existe muito assunto, mas tu simplesmente não consegue se entrosar mais como nos velhos tempos...
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E quando todos se lembram de mim, todos vêm na mesma hora. Aí o esnobe e quem não dá valor às amizades sou eu. Seria legal se vocês, todos vocês, olhassem mais pro dia-a-dia, e não pra uma só conversa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pode vir, Inter

Respeitamos muito vocês, colorados. Muito mesmo. Sabemos da grandeza do Internacional, do quanto ele é importante pro futebol brasileiro. Mas, em se tratando de grandeza, não existe nenhum clube maior que o São Paulo. E ele vai entrar com tudo nessa disputa.
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Vocês já levaram a melhor uma vez numa final ante o São Paulo. Numa grandiosa final diga-se de passagem, digna de dois clubes predestinados a lutar por título sob qualquer circunstância. Mas ninguém nos derrota duas vezes em Libertadores. Perguntem aos torcedores de outro grande clube, o Cruzeiro, sobre isso.
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A hora da vingança chegou. Vocês estarão em casa, com 50 mil vozes nos pressionando e cantando músicas de incentivo. Mas nós temos um ideal, nosso DNA é vitorioso por natureza e sabemos lidar com isso e com muito mais. Somos 15 milhões de fanáticos espalhados pelo planeta, e só de ouvir a expressão Libertadores da América ficamos mexidos. Sabemos disputar essa competição, fazemos de cada jogo uma caminhada singular duma grande epopeia em três cores pelo continente. E chegou a nossa hora de brilhar pela quarta vez na América do Sul. O troco tem data, colorado. Começa hoje e termina daqui há oito dias.
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São-paulino, hoje é dia de torcer. É dia de não deixar nenhum pensamento negativo tomar conta de sua mente, de apoiar qualquer que seja a circunstância, de comemorar cada carrinho ou desarme. Deixe pra cornetar o técnico, os jogadores ou a diretoria após os primeiros 90 minutos dessa saga heroica pela qual passaremos. Adoramos Libertadores e sabemos joga-las melhor do que ninguém, e não vamos cair nas armadilhas das críticas que conehcemos tão bem e nos fizeram fraquejar em alguns instantes. Somos guerreiros e passaremos por cima de tudo isso. Do Inter, dos rivais, dos nossos problemas, de nós mesmos.
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Chegou a hora. Respeitamos, mas não tememos ninguém. E sabemos que a América será copada e terá o vermelho, o preto e o branco como cores dominantes em Agosto.

A era Mano

Após a esperada ( e lamentada, por mim ) saída de Dunga da seleção, da corajosa recusa de Muricy Ramalho em assumir o cargo ( mesmo motivada pelas divergências entre CBF e Fluminense ) e do convite aceito por Mano Menezes, veio a primeira convocação do ex-técnico corinthiano. Ao menos pra mim, tal lista deixou muito a desejar. Tanto que a convocação merece ser dissecada. Após o nome da posição, os selecionaos pelo novo treinador da seleção canarinho. Um breve comentário sobre eles, e, após isso, os jogadores que eu convocaria se estivesse no cargo de Mano Menezes.
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Goleiros: Victor, Jefferson e Renan.
Não entra na minha cabeça uma lista de jogadores brasileiros sem Júlio César. O melhor goleiro do mundo é figura certa pra Copa de 2014, e deveria ser aproveitado desde esse momento. A convocação de Victor foi muito defendida por mim para a Copa, no lugar do fraquíssimo Doni. Mas... Jefferson ? Simplesmente não dá pra acreditar, só pode ser piada. Existem no mínimo 5 arqueiros melhores que ele, e o botafoguense sabe que não tem capacidade técnica para estar na seleção nem sob a condição de ser terceiro goleiro. Renan é um ótimo nome, mas pro futuro
Quem eu chamaria: Júlio César, Gomes e Victor
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Laterais-direitos: Rafael e Daniel Alves.
Muitos gostaram da convocação de Rafael, do Manchester United. Eu não fui um deles. É um nome pra seleção, mas depois da Copa América, talvez. No Brasil existem dois nomes que deveriam ser lembrados e ainda jovens: Mariano, do Fluminense e Patric, do Avaí. Sou fã de Maicon, mas para a Copa de 2014 ele estará com uma idade muito avançada para a posição.
Quem eu levaria: Daniel Alves e Mariano.
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Laterais-esquerdos: Marcelo e André Santos.
Talvez a posição mais carente do Brasil foi a melhor escolha do novo técnico. Até porque qualquer nome pode ser discutido aqui, e todos, portanto, tem que ser acatados. Júnior César, do São Paulo, talvez merecesse mais, porém sua idade já é muito avançada.
Quem eu levaria: Marcelo e André Santos
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Zagueiros: David Luiz, Rever, Henrique e Thiago Silva.
Aqui temos a única boa surpresa dessa convocação, pra mim. Enfim o futebol magnífico apresentado por David Luiz no Benfica será coroado com uma convocação pra seleção. Junto com Thiago Silva, temos uma dupla de zaga pras próximas duas Copas do Mundo. Os reservas, porém, me preocupam. Henrique sumiu após ser vendido pelo Palmeiras em 2008. No mesmo ano, Réver fez um Brasileirão espetacular pelo Grêmio, caiu de produção e depois sumiu. Temos zagueiros muito melhores que os dois hoje em dia.
Quem eu levaria: David Luiz, Thiago Silva, Miranda e Alex Silva.

Volantes: Hernanes, Sandro, Jucilei, Lucas, Ramires
Lucas é o volante de contenção mais adequado pra jogar na Copa de 2014, mesmo não jogando tudo o que sabe. Ramires tem potencial pra ser o melhor segundo volante do planeta num futuro próximo. Sandro é uma jóia rara, tal qual Hernanes. O são-paulino, porém, há muito não joga o que deve e não seria convocado por mim. Jucilei, então, nem se fala. Apenas sua polivalência poderia justificar sua convocação, mas nem ela me deixa seguro quanto a lembrança dele para vestir a amarelinha.
Quem eu levaria: Ramires, Lucas, Sandro e Elias.
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Meias: Carlos Eduardo, Éderson e Ganso.
A tão esperada convocação de Ganso enfim veio. Talvez seja a mais merecida e barbada dessa lista de hoje. Os outros dois jogadores, porém, me desapontaram deveras. Éderson não passa dum jogador mediano do medíocre time do Lyon, e Carlos Eduardo destaca-se no Hoffenheim pois seu time é limitado. O francês não tem, de longe, qualidade pra ser titular em muitos times do Brasil, quanto mais na seleção. Já Carlos Eduardo tem certa técnica. No entanto, ainda preferiria outros nomes.
Quem eu levaria: Ganso, Giuliano, Elkeson e Bruno César.
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Atacantes: Neymar, Robinho, Alexandre Pato, Diego Tardelli e André.
Na convocação, Dunga colocou um jogador a mais que os 23 da Copa, e deu espaço a mais um atacante. Neymar ganhou sua vaga, Robinho manteve-a e André completa a trifeta de ponteiros santistas. Alexandre Pato e Tardelli foram relembrados por diferentes motivos. Pato por sua tenra idade, fator determinante nos convocados de hoje, e Tardelli por sua inquestionável capacidade técnica. André é um bom jogador, talvez até tenha nível de seleção, mas hoje temos nomes melhores.
Quem eu levaria: Luís Fabiano, Neymar, Diego Tardelli e Kleber.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A vida sob outro foco

Outro foco e outro prisma, sem mudar a retina e a córnea, mas já sem óculos.
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Eu não conseguia me imaginar sem óculos. A armação e as lentes, das mais variadas formas e protegendo das mais variadas enfermidades focais. No dia 22, fiz a tal operação.
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Não dói nada, isso é verdade. Mas a cirurgia é muito incômoda. Seu olho está sensível e a imensa quantidade de luz da cirurgia traz um desconforto descomunal. O laser se encarrega do resto, e a cirurgia, mesmo inconveniente, é tranqüila.
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O pós operatório incluía cinco colírios, que seriam pingadas de meia em meia-hora das 7h até as 22h e repouso absoluto. O colírio é talvez a parte mais chata de tudo isso, deixa o olho lacrimejando horrores e tudo mais. A visão nem fica mais turva, talvez eu tenha me acostumado com isso. Mas claro que alguns problemas surgiram.
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O único medicamento de via oral receitado pelo cirurgião era um analgésico. Ele não falou que tal droga poderia causar dor de cabeça e ânsia de vômito, e, assim, tomei-o como outro qualquer. No dia da cirurgia foram três comprimidos, no seguinte mais um. Óbvio que tais sintomas apareceram de maneira muito forte em mim, e eu fui pro hospital graças a tudo isso. Lá tomei injeção de Dramin e soltei os cachorros pra direção do hospital, pra médicos e pra minha mãe. O atendimento era péssimo e lento. Fui atendido, tomei soro e fiquei melhor. Às 1h do sábado sai de lá. Acordei, e meus olhos ardiam horrores. Novamente saí de casa atrás de atendimento médico, dessa vez do cirurgião. Lá ele disse que a ardência vinha do fato de não tomar analgésico. Ele em receitou outro, bem recebido pelo meu corpo.
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Estava bem comigo mesmo. Me recuperando da cirurgia, com a vista embaçada graças a lente a ser retirada quarta-feira... mas bem. E é claro que quando está tudo bem alguns pensamentos vem mudar isso. O passado, as conversas com a amiga, o futuro e todos os medos decorrentes disso te assombram novamente. Como tenho ouvido muito, veremos com o tempo.
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E assim foi minha vida de quinta-feira até hoje. Vi a corrida, o futebol, e tive tudo isso aí. Nada demais, como podem ver.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Aos meus amigos

Talvez eu não seja o melhor dos amigos. Me esforço muito pra ser, mas não consigo. Sou atencioso, companheiro, leal, sei aconselhar bem e tenho o mínimo de noção para tráta-los com educação e ouvir suas mágoas, quando necessário. Porém, antes de amigo, sou humano. Tenho meus dias nos quais nada dá certo, meus dias de raiva e aqueles nos quais eu quero ver o mundo inteiro mal, como eu.
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Com quem errei, desculpe. Com quem me ouve, obrigado. Eu, que já nem sei mais quantos amigos tenho e quais são eles, sigo minha vida, em grande parte, graças a vocês.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Topicopa

Bafana Bafana: O desempenho mediano da seleção sul-africana na Copa do Mundo não abalou o sempre alegre povo local. Pra quem achava que o país subdesenvolvido iria desapontar organizando um mundial quebrou a cara. Estádios belíssimos e uma comodidade acima do previsto foram os destaques por parte dos anfitriões. O golaço de Tshabalala, primeiro do certame, empolgou, mas a primeira vitória veio só na última partida e a terceira colocação no grupo A foi insuficiente pra levar o selecionado pra segunda fase. Fica a lembrança dum povo feliz, apesar de todos os pesares, e satisfeito em conseguir a atenção mudnail apra seus sorrisos e seus problemas.
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Celeste Soy Yo: Ao chegar na África, o Uruguai ouvia as mesmas palavras de sempre dos ditos especialistas: é uma seleção de camisa, mas falta algo. Imagina se não faltasse, não ? No mundial da superação, vimos um Uruguai melhor a cada jogo. Após o sonolento empate na estreia ante a França, os platinos acharam a fórmula do sucesso. Para isso, foi necessário o sacrifício do melhor jogador da equipe, Diego Forlán. Ele, atacante, atuou como meia de ligação, deixando a função de matador para Luis Suárez e a de segundo atacante para Cavani. A escolha revelou-se boa para a seleção, que terminou numa surpreendente quarta colocação, e para o loiro, eleito pela FIFA como o melhor jogador da competição. Sobre a campanha uruguaia, uma só palavra: emoção. No 2x1 ante a Coreia com o golaço de Suárez, nos 3x2 desfavoráveis ante Holanda e Alemanha, na vitória da raça ante a África do Sul por 3x0 ( com direito a um golaço de Forlán ), e, sobretudo, no 1x1 ante Gana, nas quartas de final. No jogo, Suárez foi merecidamente expulso após meter a mão criminosamente na bola, num ato de desespero ao ver a bola se aproximando da linha de gol. O pênalti foi desperdiçado, e o camisa 9 foi de vilão a heroi num chute. Antes de sair da disputa pelo título, outra demonstração de garra. Maxi Pereira fez 3x2 ante a Holanda, nos minutos finais da partida, e se viu uma blitz incrível perto da meta laranja. Infelizmente não deu, mas a Celeste voltou.
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Domenech, o espelho francês: O saudoso Otto Glória disse certa vez que o treinador ideal prum time é aquele cujas ideias servem como espelho para seus atletas. Visto isso, Raymond Domenech, técnico francês, foi a mais perfeita síntese do esquadrão francês nessa Copa do Mundo: feio, perdido, desrespeitoso para com a rica história dos Bleus no futebol e mal-educado. Tal qual em 2002, a França foi eliminada na primeira fase e na última colocação de seu grupo, vergonhosamente. Mais vergonhoso que tal campanha, só o fato do treinador franco não cumprimentar Carlos Alberto Parreira após o término do terceiro jogo, numa atitude pouco condizente com qualquer esporte. Isso sem contar no fato de viver às turras com a imprensa de seu país e dispensar o atacante Anelka sem maiores motivos concretos antes mesmo do fim da participação francesa no torneio. Ao menos ele tem seu lado cômico, pois escala o time de acordo com a astrologia, deixando, por exemplo, o craque Thierry Henry no banco por ser leonino, não condizendo com o mapa astral planejado por ele para levar o bicampeonato. Complicado, não ? Pois é, eu também não entendi. O futebol puniu, e a França não foi muito longe.
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Decepção ou volta por cima ?: Terminada a eliminatória, a Argentina ganhou a vaga na Copa após um perigoso quarto lguar, obtido à duras penas na última partida da seleção. Nos amistosos do primeiro semestre, a equipe foi se acertando, e graças a nomes de peso como Messi, Tevez e Verón, ganhou o eternos tatus de favorita. Na primeira fase viu-se um show de futebol argentino, principalmente nos 4x1 sobre a Coreia do Sul. Contra o México a Argentina parecia se complicar, mas a sorte sorriu para o país ao ver um gol irregular de Tevez validado pelo árbitro. Carlitos, aliás, fez um gol impedido, é verdade, mas fez também um golaço no mesmo jogo. O time caiu após tomar um banho de bola da Alemanha, por 4x0, e como em toda a Copa Maradona chamou a atenção, visivelmente emocionado e envolto dum sentimento patriota sempre legal de ser visto. Dentro de campo, a ofensiva seleção pensava ter em Tevez seu maior estandarte, mas brilhou a estrela do jovem Higuaín, atacante matador do Real Madrid de apenas 23 anos de autor de 4 gols no certame.
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Decepção inglesa: Brasil e Espanha eram favoritas pra qualquer pessoa que entendesse o mínimo de futebol nessa Copa. Depois apareciam as demais seleções, e talvez a terceira mais cotada pro título era a Inglaterra. Na primeira fase, um futebol sofrível e apenas uma vitória contra a Eslovênia, de forma apertada. Ainda houve espaço pro frangaço do goleiro Green ante os Estados Unidos. Nas oitavas-de-final, o English Team enfrentaria a Alemanha e seu bom futebol. Os bretôes tomariam vergonha na cara e jogariam ? Após tomar dois gols e reagir com gol do bom zagueiro Upson, Lamaprd chutou de longe e fez um golaço. Sim, um golaço. O mundo inteiro viu a bola que entrou, e entrou muito dentro do gol. Mas o juiz não viu, e não houve gol. Dos maiores escândalos desse mundial. A partida acabou 4x1, com show alemão na segunda etapa. Poderia ter sido diferente caso o gol fosse validado, mas isso não apaga a vergonha dos ingleses esse ano.
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Futebol suor: As seleções norte-americanas nunca chamaram a atenção no futebol. Ou melhor, no soccer, segundo eles. Mesmo com resultados não tão desastrosos assim desde quando sediaram a competição, em 94, o futebol nunca foi vistoso e nem tinha muito a apresentar. Nesse ano, algo se destacou na seleção yankee: a garra. Nas quatro partidas do selecionado, em todas os jogadores demonstraram uma vontade incrível de vencer, algo muito bacana de ser visto. O reflexo disso foi o último jogo da fase de grupos, ante a Argélia. Uma vitória colocava o time na primeira fase do grupo, mas o empate sem gols persistia até os minutos finais da partida. Nos acréscimos, após bate-rebate na área, Donovan faz o gol chorado, o da classificação norte-americana, comemorado de forma efusiva e extasiante. Contra Gana, nas oitavas-de-final, mais raça, não se entregando jamais mesmo com o 2x1 adverso. Mas a linha acabou aqui pros americanos. De consolação, a certeza de que o futebol nos Estados Unidos evoluiu absurdamente de do ano passado ao que era antigamente.
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Alguém sentiu falta do Ballack ?: Essa foi a pergunta que todos se fizeram após o dia 10 de Julho, depois do triunfo alemão na decisão do terceiro lugar vencida pelos tedescos ante o Uruguai. Ballack, principal estrela alemã já há algum tempo, contundiu-se pouco antes da Copa. Em seu lugar entrou um meia que não era titular absoluto nem de seu clube, o jovem Muller. Ele, junto com Ozil e Schweinsteiger, deram origem ao melhor meio campo do mundial, o mais envolvente e de melhor toque de bola. Com Klose atuando como centroavante, Podolski quase como um ponta-esquerda e Lahm sempre bem na lateral-direita, a Alemanha veio como um furacão, desacreditado e jogando muito. O time até perdeu num jogo atípico ante a Sérvia, mas não se abalou e fez 16 gols em 7 jogos, o melhor ataque do mundial. Klose tornou-se o segundo maior artilheiro na história das Copas, com 14 gols, após anotar quatro nessa edição. O jovem, leve e ótimo time, de contra-ataque letal, tem nos garotos Ozil e Muller a promessa duma Copa de 2014 espetacular. Já nesse ano os germânicos encantaram, o que não estão acostumados a fazer.
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It's not time for Africa: Uma das duas músicas-tema da Copa, " Waka waka ", da cantora colombiana Shakira, tinha como subtítulo " It's time for Africa ". Caso ela quisesse se referir à oportunidade singular do continente msotrar-se para o mundo sediando uma competição importantíssima, ela acertou. Mas, se apostou no futebol, deu com os burros n'água. Ao menos quatro das seis seleções tinham condições de fazer um bom papel no mundial. Não dava pra esperar muito dos argelinos, a África do Sul conseguiu uma vitória e foi além do que se imaginava. Camarões perdeu as três partidas e decepcionou muito, tal qual a Costa do Marfim, presa fácil pro Brasil e incapaz de fazer um gol em Portugal. A Nigéria só fez um ponto em seu grupo e terminou como lanterna, em campanha pífia. Quem honrou, ou melhor, fez história nessa Copa foi Gana. As Estrelas Negras fizeram bonito no grupo da Alemanha, e passaram na base da vontade e do faro de gol do atacante Gyan contra os EUA. Nas quartas-de-final os ganeses até mereciam a classificação, mas Suárez impediu o gol nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação e o mesmo Gyan perdeu a penalidade máxima. Na disputa de pênaltis, os erros de Mensah e Adiyiah eliminaram os ganeses. Mesmo assim, a seleção tornou-se a terceira equipe africana na história a tornar-se quadrifinalista dum mundial, igualando as colocações de Camarões-90 e Senegal-02. A geração de Essien e Gyan honrou Abedi Pelé.
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Menos beleza e mais resultado: Nas eliminatórias européias, apenas Holanda e Espanha terminaram a trajetória com 100% de aproveitamento. A Holanda apresentava um belo futebol, de toque de bola, ofensividade, 3 atacantes e belas jogadas, como é sua tradição. Nessa Copa, porém, tudo mudou. Uma seleção sem graça, ainda que eficiente e atuando apenas pra vencer deu o tom, e todos se eprguntavam onde estava aquela seleção acostumada a encher os olhos, sob qualquer cicunstância. O laranja só não azedava pois os resultados vinham, querendo ou não. Foi assim na primeira fase e nas oitavas-de-final ante a forte e nao menos fria Eslováquia. Nas quartas, contra o Brasil, todos esperavam os europeus fora, sobretudo após o gol de Robinho e o show no primeiro tempo. Após o intervalo eles viraram e dominaram a partida, nos eliminando, para incredulidade geral. Contra o Uruguai, nas semifinais, nova vitória apertada, dessa vez por 3x2, após levar um sufoco descomunal no fim da partida e marcar um golaço vindo dos pés de van Bronckhorst. A seleção de Robben, Sneijder e sobretudo do cai-cai e do teatrinho pra juiz ver, quem diria, chegou até a final. Nela, protagonizou um jogo de nível técnico abaixo da crítica, e desferiu pontapés pra todos os gostos, incluindo um chute digno de MMA de De Jong, no peito de Xabi Alonso. A Holanda merece muito um título pra honrar as 3 décadas nas quais teve ótimos jogadores e conjuntos clamorosos, mas o caneco definitivamente não merecia vir nesse mundial.
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Futebol não é vinho: Os apreciadores dum bom vinho e os enólogos, consequentemente, vivem dizendo que quanto mais velho o rótulo, melhor. Marcelo Lippi, técnico italiano, lembrou-se da máxima e adaptou-a ao futebol, em vão. Com uma seleção muito envelhecida e sem renovação alguma ( até por reflexo do futebol italiano, que não revela mais ninguém ), a Squadra Azzurra foi a campo sem disposição e sem poder da reação. A experiência aqui era eufemismo de velhice, e não fez nada bem à seleção da bota. Um primeiro jogo fraco contra o Paraguai, um empate desastroso ante a Nova Zelândia e uma partida emocionante ante a Eslováquia, na qual os últimos 15 minutos foram de gols e pressão azul, resultando até num lance salvo pelo zagueiro eslovaco em cima da linha minimamente duvidoso foi tudo o que fez a tetracampeã do mundo. A atual campeã da Copa despediu-se sem nenhuma vitória, na lanterna do grupo e sem deixar saudade alguma.
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Estreante mal-educada: Era a primeira vez da Eslováquia em Copas após a separação da República Tcheca, na antiga Tchecoslováquia. A seleção chegava com alguma esperança, pois tinha um conjunto no qual despontavam três nomes de respeito. Weiss, além de filho do técnico, é um jogador com alguma técnica e de fôlego acima do normal. Vittek tem faro de gol, tanto que guardou um por jogo no mundial, na média. Comandando tudo isso, Hamsik, camisa 10 à moda antiga. Após eliminar a Itália numa partida que mostrou os brios da equipe, eles foram eliminados pela vice-campeã Holanda, e vendendo muito caro a derrota por 2x1. Olho neles. O país já formou uma república de respeito nos primórdios do futebol e agora parece manter o bom nível.
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A musa e a surpresa: Nunca se falou tanto do Paraguai numa Copa do Mundo. Enquanto a seleção guarani fazia um bom papel no mundial, terminando em primeiro lugar no grupo da gigante Itália, uma morena de seios voluptuosos e beleza latina de nime Larissa Riquelme fazia com que todos ganhassem uma simpatia pelos locais. Ela prometia sair nua pelas ruas de Assunción caso o escrete nacional chegasse até as semifinais. Após um jogo terrível ante o Japão nas oitavas-de-final, veio a Espanha na fase seguinte. E eles quase fizeram a modelo tirar a roupa. Perderam pênalti, defenderam pênalti e só foram eliminados graças a um gol chorado do craque David Villa. Não deu pro Paraguai, mas a seleção nunca teve tantos olhares pra si, seja pelo futebol consistente ou pelo decote de Larissa Riquelme.
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Dando trombadas: Foi assim que o Brasil jogou nessa Copa. Na base da canelada, da bicuda, do jogo feio e do futebol defensivo. Contra Coreia do Norte e Portugal, que não atacavam o Brasil, jogos sonolentos. Ante os asiáticos, ao menos veio a vitória, por 2x1. Já contra os lusos, um 0x0 no piores jogos da Copa. A Costa do Marfim atreveu-se a ir pra cima dos únicos pentacampeões do mundo, e perderam por 3x1 no melhor jogo brasileiro na primeira fase. Nas oitavas-de-final veio um freguês de mão cheia, e não tivemos dificuldades em bater o Chile por 3x0 atuando no contra-ataque letal de nossa seleção. Contra a Holanda, um primeiro tempo primoroso com duas jogadas espetaculares ( a do gol e a da finalização de Kaká ). Mas a Laranja Mecânica virou o jogo, e perdemos da forma que sempre jogamos: futebol ríspido e viril. Robben era puro teatro, e Sneijder foi pura eficiência ao marcar os dois gols da nossa eliminação. Apesar do fracasso retumbante, houveram destaques positivos, como a garantia de que nossas defesas vem melhorado demais para com o tempo. Muitos colocaram Juan na seleção da Copa, e todos se eprguntavam quantos Lúcio existiam no campo, devido a sua vontade de jogar. Por outro lado, nossa única estrela, Kaká, deixou muito a desejar, tanto quanto todas as demais estrelas sem um grande histórico de jogos de maior raça.
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Mundo comunista: Representando os poucos países que ainda adotam o comunismo como forma de governo atualmente, veio a Coreia do Norte. Na estreia ante o Brasil, se a seleção não demonstrou muito, chamou a atenção o camisa 9, Jong Tae Sae, o Rooney asiático, chorando feito criança, dominado pela emoção de atuar na Copa, defender seu país e jogar contra uma das seleções mais respeitadas do mundo. Satisfeito com o resultado e com o bom desempenho da equipe na estreia, o rígido governo do país decidiu transmitir ao vivo a partida contra Portugal. O vexame foi histórico, 7x0 para os patrícios e uma vergonha descomunal para o ditador Kim Jong Il. Eliminada na priemira fase, muitos disseram que os atletas seriam presos por envergonhar o sistema e o país. Não se pode saber se é verdade, e nem nunca poderemos saber, graças ao isolamento norte-coreano do resto do mundo.
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Parece piada: Uma seleção que deposita toda a sua esperança em um só jogador e tal atleta não corresponde, um time que faz todos os seus gols num mesmo torneio em apenas um jogo e mesmo assim termina como um dos melhores ataques da competição. Certas coisas são piadas-prontas portuguesas, não é possível. Cristiano Ronaldo mostrou mais uma vez que é só modelo, e mais olhava pro telão do que via a bola. Quem de fato jogou, e jogou muito bem, foi o meia Tiago, o lateral-esquerdo Fábio Coentrão ( talvez o único destaque nessa posição ) e o goleiro Eduardo. O arqueiro, aliás, destacou-se não só pelas defesas, mas também por chorar copiosamente após a eliminação patrícia ante a Espanha, num jogo no qual o resultado poderia ser diferente. Não foi dessa vez que o título tão sonhado português veio.
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Muito mais que touradas: Pela primeira vez na história, a seleção espanhola chegava à Copa do Mundo como favorita. O rótulo quase veio abaixo após a surpreendente derrota na estreia ante a Suíça, na qual a mais ofensiva seleção bateu a mais defensiva, num revés memorável pro futebol-arte. A volta por cima, nas vitórias ante Honduras e Chile, classificou-os em primeiro. Após fazer um jogo igual contra Portugal e se classificar na sorte, veio o forte Paraguai. Outro jogo emocionante, e o gol de David Villa, suado, selou a classificação pras semifinais pela primeira vez na história da Fúria Roja. Villa, aliás, merece algumas linhas. A seleção tinha em Fernando El Niño Torres sua principal esperança de gols, mas foi o meia do Barcelona que salvou a pátria, literalmente, e tornou-se dos melhores jogadores do mundial. Na reedição da final da EuroCopa de 2008, a Espanha levou a melhor de novo graças ao gol do ícone Puyol. A Espanha, acostumada a ser freguesa, ganhou sua própria seleção a qual pode se gabar. Na finalíssima ante a Holanda, os espanhóis aguentaram as porradas neerlandesas e contaram com os reflexos apurados de Casillas quando necessáro, e venceram na prorrogação com gol do volante-operário Andrés Iniesta. Poucas vezes viu-se um título tão bem ganho e tão merecido quanto em 2010.
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O grupo das diferenças: O Grupo H da primeira fase merece um páragrafo especial. Nele estavam duas seleções extremamente ofensivas, Espanha e Chile, e uma com um ferrolho defensivo já conhecido, a Suíça. A estrelada Espanha contrastava com a humilde seleção de Honduras. Os ótimos zagueiros suíços e espanhóis eram o contrário dos defensores de pouco índce técnico dos chilenos e hondurenhos. E claro, eram três países latinos, algo raro numa Copa. Ao menos a ofensividade levou as duas vagas do grupo.
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Juízes, pra quê te quero ?: Nessa Copa do Mundo, talvez fosse melhor não termos trio de arbitragem. Os erros foram tão primários e crassos que seria melhor deixar a porrada comer a ter algum controle. Alguns jogos, acredite, seriam mais justos assim. O impedimento de Tevez no primeiro gol ante o México só não foi nítido pro mundo inteiro pois o atacante estava tão na frente dos zagueiros que a câmera não conseguiu mostrá-lo no lance do gol. De repente, viu-se Carlitos. Na frente de todos os demais. E o gol foi anotado, mesmo com a repetição no telão do Soccer City e o juiz vendo-a. E sobre o gol de Lampard em Inglaterra x Alemanha ? Todos certamente viram aquela bola dentro do gol. Muito dentro do gol, questão de meio metro, no mínimo. Ambos esses lances, caso tivessem outra interpretação do juiz, a certa, causariam grandes rebuliços nas partidas. Podemos citar também a expulsão minimamente estranha de Kaká ante a Costa do Marfim. E, bem... quer algo mais estranho que o árbitro brasileiro, o tão falado Carlos Eugênio Simon, apitando bem suas partidas no mundial ?
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Capítulo à parte: Nunca se falou tanto duma bola de Copa do Mundo quanto tratou-se da Jabulani em 2010. Os atacantes a chamavam de sobrenatural, os goleiros a criticavam ferrenhamente. Tanta tecnologia prum futebol mais bem jogado foi desprezado por todos. Verdade seja dita: nos lances de super câmera lenta a deformação da pelota ao se chocar contra o corpo, sobretudo em cabeçadas, realmente impressionava. No entanto, não se pode negar que a Jabulani virou muleta pra muito jogador perna-de-pau sair por cima.
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Jornalistas mal-tratados: Praticamente todas as seleções fizeram treinos fechados em número excessivo, prejudicando a imprensa. Porém, duas grandes seleções fizeram outras práticas que dificultaram o trabalho dos jornalistas. Os repórteres franceses, declaradamente brigados com o treinador Raymond Domenech, foram impedidos de fazer qualquer imagem dos Bleus durante um bom tempo antes e durante a Copa, além de ouvir vários impropérios do técnico durante as coletivas. Já na seleção brasileira, Dunga mostrou-se intransigente e irritado, como sempre, para com a classe jornalística. Num episódio de destaque, barrou a reportagem da toda-poderosa Rede Globo de Televisão, que iria fazer uma exclusiva com alguns membros da seleção. Dunga mostrou-se firme ( mesmo o achando correto em sua decisão ), e ameaçou até entregar o cargo caso não fosse respeitado, bradando contra a emissora e contra a CBF. No entanto, o capítulo mais impressionante dessa relação de puro ódio entre o técnico canarinho e o jornalismo local deu-se após a vitória brasileira contra a Costa do Marfim. O repórter Alex Escobar, da Globo e da SporTV, falava ao celular com Tadeu Schmidt. Dunga interrompeu a entrevista e perguntou, ironicamente, se estava tudo bem com ele. O jornalista respondeu afirmativamente, e o treinador, no intervalo de cada pergunta, vociferava diversos palavrões destinados a Escobar.
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Futebol de mão: Engana-se quem pensa que só os goleiros podem colocar a mão na bola. Ao menos na Copa do Mundo, não foi assim. A polêmica se iniciou ainda nas eliminatórias, com o gol da classificação francesa ante a Irlanda. No lance, Henry, antes de cruzar a bola, leva claramente a bola com a mão. No mundial, dois lances chamaram a atenção. No golaço de Luís Fabiano contra a Costa do Marfim, por duas vezes o camisa 9 brasileiro levou a bola com a mão. Ou melhor, no peito, como Fabuloso disse para o árbitro. O lance mais escandaloso, porém, foi na partida entre Gana x Uruguai. No último minuto da prorrogação, Gyan chutou e Suárez, desequilibrado, colocou a mão na bola, impedindo o gol. Dessa vez, o a´rbitro viu e corretamente expulsou o atacante da Celeste Olímpica. O pênalti foi desperdiçado e foi o Uruguai quem passou pras
semifinais, mas não se pode reclamar do trio de arbitragem dessa vez.
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Figuras extracampo: Duas figuras, uma mundialmente conhecida e outra nem tanto, ganharam destaque nessa Copa. A famosa era Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones. O cantor esteve presente em três partidas no mundial, torcendo pra EUA, Inglaterra e Brasil. Nesses jogos, venceram Gana, Alemanha e Holanda, respectivamente. Concomitantemente a isso, um simpático polvo alemão de nome Paul fazia previsões sobre a seleção nacional. Acertou as vitórias contra Austrália e Gana na primeira fase, e até a derrota ante a Sérvia em seu grupo. Disse também que os tedescos venceriam Inglaterra e Argentina, previu a derrota para a Espanha e a vitória na decisão de terceiro lugar contra o uruguai. Na final, o mundo parou. Mick Jagger torcia pra Espanha, e o povo Paul apostou na Fúria. Veríamos então qual mandinga era mais forte. Nessa o animal de oito patas venceu, graças ao gol de Iniesta. É bom demais esse polvo, e como é bom ter um mundial animado por esse tipo de brincadeiras.
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Observação: Numa Copa marcada por naturalizações e por negros em equipes europeias, a seleção campeã não tinha sequer um afrodescendente, sendo das poucas equipes totalmente caucasianas. E isso ocorreu bem na Copa da África, o continente negro.
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Seleção da Copa: Kingson; Lahm, Lúcio, Piqué e Fábio Coentrão; Schweinsteiger, Iniesta, Ozil e Villa; Higuaín e Suárez.
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Top 8 gols bonitos: 1° → van Bronckhorst - Holanda 3x0 Uruguai
2° → Luís Fabiano ( segundo ) - Brasil 3x1 Costa do Marfim
3° → Tshabalala - África do Sul 1x1 México
4° → Suárez ( segundo ) - Uruguai 2x1 Coreia do Sul
5° → Birsa - Eslovênia 2x2 EUA
6° → Forlán ( primeiro ) - Uruguai 3x0 África do Sul
7° → Tevez ( segundo ) - Argentina 3x0 México
8° → Forlán - Uruguai 2x3 Alemanha

terça-feira, 13 de julho de 2010

Rock 'n eu

Minha relação com o rock é antiga. Fui dos muitos fãs da banda de Guarulhos, das crianças alucinadas por Dinho, Bento, Samuel, Júlio e Sérgio. Os Mamonas Assassinas acompanharam toda a minha infância, mesmo não sabendo metade de tudo que eles queriam dizer. A morte deles foi muito sentida por mim, mas instaurou a essência rockeira na minha pessoa.
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Enquanto as rádios brasileiras eram monopolizadas por pagodes e sertanejos, certas bandas tinham algum sucesso com músicas chicletes e marcantes. Uma dessas foi o Raimundos e sua inesquecível " Mulher de Fases ", ou o Jota Quest lançando " Fácil ". Tentando relembrar os bons tempos, o Barão Vermelho lançava " Puro Êxtase ", canção dançante de grande sucesso. Talvez os CD's de mais êxito do rock nacional na época vieram do Skank, com seus Calango, Samba Poconé e Siderado. Músicas como " Garota Nacional ", " Te Ver " e " Jackie Tequila " ecoavam com alguma força pelo Brasil, ameaçando a hegemonia de cavaquinhos e falsetes.
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Nessa época meu pai me apresentou ao rock antigo. Anos 80, sobretudo. Nasce minha eloquência por Queen, Guns 'n Roses e U2. Ele ainda falava muito de Van Halen, Whitesnake e Tears for Fears. Com minhas próprias pernas conheci Nirvana, Aerosmith e Genesis. Até os meus 7 anos ou pouco mais, era isso o que eu, ingênuo, chamava de rock.
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Com a minha grande amizade com meu amigo Bruno, inseparável, aprendi e comecei a viver de fato o gênero. A paixão dele por Beatles, a descoberta de Tianastácia, Gram, Cachorro Grande, Wander Wildner, Charlie Brown Jr. e muito mais deu-me maior segurança ao falar de música e agir com as pessoas, sentindo-me mais culto.
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Um dos fatos mais marcantes na minha relação com o rock 'n roll deu-se num aniversário meu. No dia 12/03/2002, estava eu zapeando pela TV quando vi a vinheta de estreia de clipe novo. A cantora também era desconhecida. Uma baiana, uma tal de Pitty. A música dela era bem agradável, tornei-me ouvinte da intérprete, tudo como manda o figurino. Ao baixar suas músicas e me interar sobre a pessoa descobri um mundo de novidades, mesmo com algumas informações tendo mais de 50 anos. Posso dizer que a partir de tal dia conheci e me tornei amigo do rock, de vez.
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Não cabe, e nem vale a pena citar o conhecimento adquirido de 2002 pra cá sobre o gênero. Talvez não caibam nem palavras, mas elas ao menos tentam caracterizar um sentimento. Com tantas histõrias, shows, batidas, ritmos, divisões e ícones, a história do rock se mistura com minhas lembranças, saudades, emoções, atitudes, caráter e qualidades. Ao mais influente, barulhento e democrático tipo de música existente, os meus sinceros parabéns e o pedido de que nunca mude, ao contrário do que tenta fazer essa nova geração leiga e ignorante.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Roupas

Nunca fui de ligar muito pra roupas. Meu estilo ( se é que se pode chamar assim ), sempre foi nulo, combinando nada com coisa alguma e saindo à rua apenas vestido. Sabe-se lá porque, meu interesse por moda tem aumentado bastante nos últimos tempos. Não ao ponto de sonhar em cursar tal curso na faculdade ou de se ligar nas coleções de todas as grifes. Mas para, ao menos, parece um pouco menos feio no dia-a-dia.
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Uma amiga do cursinho disse-me uma vez uma frase da qual eu me lembrei hoje:
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" Comprar roupas desestressa. Você nem precisa compra-la, só precisa ver como fica, como se sente, a sensação que ela te proporciona ".
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Jamais imaginei concordar com ela. Hoje, concordo. Sou avesso a compras desmedidas, mas uma recapeada no meu guarda-roupa ( que será rearrumado, diga-se de passagem ) já era necessária. Não tinha camisas polo, por exemplo. Hoje as comprei aos montes: estampadas, lisas, vermelhas, azuis, listradas. Sempre esquecia de comprar um bermudão jeans, adquirido hoje. Blusas de frio bonitas, camisas rentes ao corpo, t-shirts com decote V.
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Minha mãe até comentou que eu parecia ter saído do Esquadrão da Moda, verdade. Com meu dinheiro, ainda comprei uma camisa oficial do Flamengo e uma retrô do Real Madrid. Tudo novo no quesito têxtil em meu quarto, amigos. Minha alto-estima também está crescendo, e ganhei um novo gosto exótico para mim mesmo.

domingo, 11 de julho de 2010

A final premiou o futebol

Foi com tal frase, brilhante, que Vicente del Bosque iniciou sua coletiva após a decisão da Copa do Mundo. Raras as vezes nas quais o futebol, tão imprevisível, premia o melhor time. Não necessariamente o mais ofensivo, o mais bailarino e o de futebol mais vistoso. Mesmo times mais equilibrados e coesos sentem o amargo doce duma derrota inesperada. Exemplos não faltam, e vocês já sabem disso. Escolham os que quiserem.
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Quando Espanha e Holanda entraram no Soccer City, sabiam da dimensão e da importância do confronto. Não só por ser uma final de mundial. Mas por quebrar vários tabus, como o de sempre termos Brasil, Itália, Alemanha ou Argentina nas finais, por exemplo. Ambos os selecionados lutavam para quebrar o estigma de serem pipoqueiras, por perder nas fases mais agudas da competição. Finalmente, as equipes precisavam mostrar algo a si mesmas: que tinham condições de tornarem-se campeãs. Foi a primeira final desde 1978 que não tinha títulos mundiais anteriores.
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O primeiro tempo foi a cara da Holanda de 2010: feio e com muitos pontapés. Tal qual como no jogo ante o Brasil, os holandeses batiam e seus adversários entravam na pilha, ficando destemperados. Basta ver a entrada antidesportiva de De Jong em Xabi Alonso ou a entrada violenta de Heitinga em Iniesta. Quando revidavam, os espanhois caíam no teatro laranja e se exaltavam ainda mais. O perdido e horrível juiz inglês Howard Webb deixava o jogo seguir, como se nada ocorresse. Mesmo de baixíssimo nível técnica, a primeira metade teve lá sua empolgação. Se não pelas raras chances de gol, pelos golpes marciais aplicados em campo.
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Pode-se começar que o futebol, de fato, começou aos 18 minutos do primeiro tempo. Em seu primeiro lance de efeito ( antes ele tentava apenas alçar a bola na área, sem sucesso ), Sneijder faz um longo lançamento para Robben, também sumido ( ele apenas caía em campo antes de tal jogada, pra variar um pouco ). O camisa 11 da Laranja Mecânica avança e chuta, mas Casillas defende com a parte externa do pé. Seis minutos depois, o melhor jogador da Copa, David Villa, perdeu chance incrível na pequena área após corte da zaga neerlandesa. A Fúria retomou o controle da partida após tal lance, mas tomou um grande susto ao ver Robben, de novo, sair na cara de Casillas e ver seu goleiro conte-lo novamente, em dia inspirado. Com o placar sem gols, tivemos a segunda final consecutiva de Copas do Mundo indo além do tempo regulamentar.
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Como não poderia deixar de ser, emoção, ansiedade e angústia se confundiram na prorrogação. Fábregas, recém-substitúido, chutou bem para defesa milagrosa de Stekelenburg com o pé. Iniesta enrolou demais e não chutou, desperdiçando boa chance, Navas finalizou ao lado do gol em outra oportunidade. O que era complicado pro lado laranja ficou ainda pior com a expulsão de Heitinga. A Espanha demonstrava ser mais madura para ficar com a taça nos primeiros 15 minutos.
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Então, depois de 115 minutos de final, o lance a ficar guardado na história: após recuperar a bola perto da área, Fábregas encontrou Iniesta livre, no espaço livre deixando pelo expulso Heitinga. O camisa 6 do time ibérico dominou e estuou as redes pela primeira e única vez em Johannesburgo, mesmo com o goleiro Stekelenburg tocando na Jobulani. O gol foi a deixa para o desespero holandês, que foi todo ao ataque, em vão. Com o jogo ainda em andamento Casillas já chorava compulsivamente, sentindo o inédito título espanhol.
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O próprio goleiro espanhol teve a honra de ser o primeiro espanhol na história a tocar a Copa do Mundo. O capitão ergueu a taça para o mundo, deleitado, ver a histeria da Fúria Roja. O antigo sonho de vencer um mundial, digno de Dom Quixote de la Mancha, tornou-se possível com essa geração irretocável, de jogadores extremamente técnicos e com ao menos um craque em cada posição. Num dos resultados mais justos de todas as Copas, a Espanha mostrou que camisa e histórico de nada valem quando se acredita num ideal e se tem confiança no que faz.

sábado, 10 de julho de 2010

Cinco títulos, cinco gols, um jogaço

Muitos pensavam, assim como eu, ao se iniciar a transmissão do jogo de hoje: " É decisão de terceiro lugar... qual a graça ? Já perderam, não tem mais chance, jogo chato ". Alguns viram por se tratar de duas seleções tradicionais. Outros assistiram pra ver a jovem e encantadora seleção alemã, ainda haviam os espectadores interessados em ver o Uruguai renascendo de vez em Copas do Mundo.
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No fim das contas, todos viram. Pra nossa sorte, o jogo foi espetacular. Os cinco títulos de cada seleção foram premiados, um com cada gol e na disposição de troféus correta.
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O começo de jogo já era quente. Dois cartões amarelos pros europeus ( distribuídos pra Aogo e Cacau ) e uma bola na trave da mesma seleção, em lance no qual Friedrich cabeceou um escanteio batido por Ozil. Aos 19 minutos, Schweinsteiger mandou uma bomba de longe que o péssimo goleiro Muslera rebateu pra frente, contrariando o mandamento principal dos arqueiros. Na sobra, Muller, das revelações da Copa, abriu o marcador com seu faro de artilheiro, à lá Fritz Walter.
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Nove minutos depois a Celeste renasce, como de costume. Perez rouba a bola de Schweinsteiger numa entrada perfeita e rola pra Suárez. O vaiado camisa 9 ( graças ao lance no qual tirou a bola com a mão nas quartas-de-final ante a seleção de Gana ) toca na medida pra Cavani, na ponta esquerda, empatar. A trama muito lembrou o Uruguai de 1930, em lances de Cea e Anselmo. Após o gol, apenas mais uma chance de gol. E ela veio por parte da seleção azul, numa finalização errada e quase impossível de se perder por parte do excelente atacante Suárez.
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Logo no início do segundo tempo, veio a virada. O raçudo volante Arévalo Rios aparece na direita e rola pra Forlán, num lindo voleio, marcar o segundo gol dos platinos. A virada, óbvio, lembra o Maracanazzo, no qual os uruguaios calaram o Maracanã com 200 mil pessoas e foram bicampeões mundiais em solo tupiniquim. Era o Uruguai ressurgindo, com sua garra e sua eterna vontade, vencendo o jogo.
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Seis minutos depois, num lance despretensioso, Boateng cruza na área e o mundo assiste Muslera falhar de novo, saindo mal e deixando a bola apenas encostar no fraco lateral Jansen pra proclamar novo empate. Quando ninguém esperava nada, a Alemanha empata. Parecido com 1974. Na final da Copa daquele ano, Paul Breitner empatou a partida ante a Holanda que, pouco depois, daria o bicampeonato aos germânicos.
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No fim da partida, Khedira aproveita mais uma péssima saída de Muslera e faz 3x2, vigente até o final do jogo. Poucos minutos antes de acabar, identicamente à final da Copa de 90, na qual Brehme converteu um pênalti seis minutos antes do fim da partida contra a Argentina.
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O jogo foi excepcional, claro. Pode não ter lembrado o futebol refinado dos jogadores citados no texto, mas serviu para reativar as emoções advindas do futebol para dois países com reconhecida tradição futebolística. Aos tedescos, uma terceira colocação merecida obtida com uma seleção jovem e de futebol bonito, contrariando a tradição local. Já para o Uruguai, o renascimento. A fênix do futebol é hoje azul celeste, com toques loiros das madeixas de Diego Forlán, seu principal nome. A seleção também de Suárez, Lugano, Cavani, Arévalo, Pérez e Maxi Pereira trouxe o orgulho e a fibra da Celeste Olímpica. E os deuses do futebol pedem para que ela jamais suma novamente.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

E eu achava que tudo tava voltando ao normal...

Após grandes amizades quase irem pro ralo por erros e fatos bobos e graves, tudo aprecia voltar aos eixos. Atos amistosos de ambos os lados davam a entender que, sim, o perdão era possível, ou ao menos o esquecimento e o consentimento viriam. Mas novas vaciladas ocorreram, e me deixaram fulo.
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Não vale a pena ressaltar as pessoas errantes ou a ocasião na qual fiquei sabendo de tudo isso. A pessoa quem me contou, essa sim, mereceria todos os créditos, não dados pois todos saberiam o resto da história e quero preservar a identidade de tal pessoa.
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Desacreditei ao ouvir tudo o que foi dito, e o pior foi ter a certeza de que tudo aquilo aconteceu. Todos mudaram, e pra pior, muito pior. Talvez eu seja careta demais, ou não saiba curtir a vida. Mas, definitivamente, quero esse tipo de atitudes e esse tipo de pessoa as quais eu já não conheço mais longe de mim. Certinho eu não sei se sou, mas não nasci pra ser um charlatão ou alguém subordinado a essa figura.
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Tô bem melhor com minhas novas pessoas de confiança. Ainda desconhecidas e em menor número, mas tô bem melhor. Pra mim, mais vale a vida regrada e um pequeno punhado de amigos que o mundo todo te conhecer e fazer atos dos mais irracionais possíveis.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Post da Amandinha

Os dias não tem sidos nada fáceis pra mim desde a notícia da sua partida; não que eles fossem muito melhores antes.
Acho que o mundo já não é mais o mesmo há 4 anos, ou um pouco menos. Mas nada se compara a intensificação da sua ausência,
em cada canto, em cada esquina, em cada palavra, em cada batida do meu músculo cardíaco, como ultimamente. É como acordar todos os
dias em uma contagem regressiva sem fim, 2191 dias sem você, é muito mais do que vivi em sua presença.
E se o mundo já não tinha tanta cor assim, quando uma barreira de rancor, orgulho e teimosia ergueu-se entre nossos mundos,
a escuridão é a única coisa que se pode prever com a adiação de 586 km separando minha felicidade da minha ânsia de fazer esse
sonho real, um dia.
Eu me vejo ocupando meu tempo, me entretendo com qualquer atividade que tenha a capacidade de manter minha mente longe de ti,
longe do teu abraço, longe dos teus olhos, longe do teu jeito que me faz perder o meu. E quase sempre, elas não são eficientes.
Se por um segundo o tempo pára, posso regressar praquelas tardes de domingo, quando era possível sentir teus lábios nos meus,
tuas mãos suadas acariciando minha pele e a voz completamente sem jeito me pedindo pra ficar; e como uma irônia do destino,
hoje quem não fica, é você.
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Por Amanda Corrêa ( @_amaaandinha )

O Zeus do Brasil

O que mais me incomoda em nosso presidente Luis Inácio Lula da Silva é a sua religião. Não, não a católica apostólica romana, da qual ele pertence. Isso nada tem a ver também com a minha opção religiosa, ateísta. Mas sim a seita fundada por ele.
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Lula se considera o Amon-Rá, o Zeus, o deus supremo duma religião politeísta cuja crença é no banditismo, na corrupção e na negação de valores passados. Para ele, o Brasil inexistia antes de 2002, do Bolsa Família e de sua eleição. Nosso país não teve colonização, monarquia ou Getúlio Vargas, ele foi o ponto zero duma nação surgida depois da internet e da informação livre.
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Na hierarquia sacra do lulismo, vê-se integrantes da base governista e seus históricos aliados políticos. Dilma Rousseff é a deusa, e não a ministra, da Casa Civil, por exemplo. Guido Mantega é a divindade da economia. Outros nomes, já não presentes no governo atual por erros próprios, como Antônio Palocci e José Dirceu, se encontram num panteão sagrado para adoração pública, pois sempre são lembrados e, de alguma forma, aparecem para o grande público.
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Hoje, durante a festa de apresentação do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, ele mais uma vez provou o quão bestial é. Após estourar em muito o tempo máximo para seu discurso, ele disse:
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" Eu só tinha 5 minutos para falar. Mas nós, presidentes, temos o direito de falar um pouco mais "
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Não dava pra esperar nada diferente duma pessoa que considera intocáveis ( uma espécie de deuses também, mas não os coloca no Olimpo de sua religião pois num passado remoto, cujo Lula nao deve se lembrar, no qual ele era parte da ralé da politicagem e roía o osso do sistema eleitoral brasileiro ), figuras como Renan Calheiros, José Sarney e Fernando Collor de Melo, com passado manchado por escândalos políticos dos mais diversos. Mas, ora, quem vai falar mal duma figura santa ?
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Porém, Lula mesmo retorna ao nosso mundo com erros. Ao falar de Beckembauer, citou uma " final entre Alemanha e Inglaterra, na Copa de 1966 ", na qual o Kaiser atuou com um ombro enfaixado. O jogo na realidade foi disputado no Mundial de 70, e foi uma semifinal entre Alemanha e Itália. Será que ele, como presidente, não poderia passar por um vexame a menos, pesquisando antes de falar ?
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Lula lá, no Olimpo, e nós aqui... aplaudindo ? Não. Contestando.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Tudo novo

Novamente os números provam que não entendem nada de futebol. Pouco antes da Copa, estudos estatísticos baseados nos mais ridículos métodos de se explicar o esporte davam a Inglaterra campeã. O povo apostava em Brasil, Alemanha, Itália ou Argentina, imortalizados por Galvão Bueno como as " quatro gigantes ". Outros diziam que a camisa pesava, e os títulos idem. Dia 11, em Johannebusrgo, a final premiará o oitavo país campeão do planeta numa decisão inédita.
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Na semifinal entre Alemanha x Espanha, faltou futebol. Talvez as maiores expoentes do jogo bonito de ser visto desapontaram. A Fúria veio ao seu estilo, tocando a bola de pé em pé de maneira rápida, mas pouco conseguiu em termos de finalização. Já a Alemanha não achou uma brecha para encaixar seu contra-ataque letal com seus atletas rápidos e de técnica refinada.
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Primeiro tempo frio. Segundo tempo morno até os 27 minutos, quando Xavi Hernandéz cobrou escanteio ( num jogo fraco desses, só assim um gol sai ) e Puyol foi até o terceiro andar, na raça e na força de seus longos cabelos, pra fazer o 1x0. O poder de reação germânico mostrou-se limitado, com os jovens tedescos sentindo a pressão e indo afobados ao ataque, na base dos bicões e lançamentos longos, sem efeito.
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Duas seleções com histórico de fracassar nas fases mais agudas da Copa do Mundo farão a final. Os estudiosos quebraram a cara. O embate terá uma seleção recheada de jogadores criativos e inteligentes dum lado, e a equipe com o futebol mais vistoso do planeta do outro. Futebol, obrigado por ser uma ciência humana e calar quem achava entender tudo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Seleções tradicionais e um jogaço

Uma das cores mais amadas e visíveis do planeta e uma das mais chocantes e vivas entraram em campo hoje, na Cidade do Cabo. A tranquilidade e a serenidade do azul nem de longe são a característica do Uruguai, mas vale a imensidão do céu e do mar para lembrar de seus fatos históricos. Já a vividez do laranja e da Holanda são características marcantes em todo o futebol mundial. A cor berrante do país baixo é reconhecida em qualquer canto do planeta.
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O começo de jogo mostrava o que se esperava: os holandeses, mais técnicos, tentavam o primeiro gol, enquanto os desfalcados uruguaios esperavam os europeus pra sair em contra-ataque. A Laranja Mecânica, bem montada, não dava tal oportunidade, porém. Aos 18 minutos, o imprevisível, fator de tanto destaque nessa Copa do Mundo, ataca novamente. Num chutaço de van Bronckhorst, de muito longe, a Holanda abre o placar. Talvez a tão comentada Jabulani tenha ajudado o bôer, e o péssimo Muslera idem. Mas pro holandês de qualidade tão duvidosa acertar um petardo no ãngulo como na jogada, haja imponderável.
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Nada mudou no embate. Holanda tocando a bola, Uruguai esperando uma brecha. Com esse panorama, todos imaginavam ser impossível uma reação platina. Sem Suárez, dos artilheiros do mundial, e sem o capitão e raçudo Diego Lugano, a esperança caía demasiadamente nas costas de Forlán. O loiro aparecia, mas, sozinho, não conseguia encaixar um bom lance. Aos 41 minutos o craque sul-americano avançou e chutou de canhota. A inconstante Jabulani fez um efeito inesperado, deixando Stekelenburg sem pai nem mãe. Do seu modo, a Celeste Olímpica chegava ao empate, desacreditada e na raça.
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Os primeiros 25 minutos do segundo tempo foram fracos, com duas seleções medrosas que nada lembravam as valentes equipes de todo o Mundial. No minuto citado, Sneijder acha um espaço no lado direito da zaga uruguaia e chuta. A bola ainda desvia levemente em van Persie, impedido, e entra. A irregularidade era imperceptível e não se pode culpar nenhum dos juízes. Três minutos depois, Kuyt cruza pra Robben. O camisa 11 holandês, de 1,80m, cabeceia livre e vê Muslera ficar parado enquanto a pelota beija a trave e morre no canto do gol. Os três gols dos europeus pareciam ter liquidado o Uruguai, que ia pro desespero e não conseguia nada de muito relevante.
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Novamente aparece o fator surpresa. Num lance esporádico, já aos 46 minutos, Maxi Pereira chuta no cantinho e faz 3x2. O gol platino incendeia a partida, e o Uruguai se lança com tudo ao ataque. A partida vai até os 50 minutos, e o placar permaneceu inalterado. Aos uruguaios, a certeza de ir bem além do esperado, e um prêmio por chegar tão longe na base da raça. Pra eficiente Holanda, a mudança do futebol ofensivo para o pragmático resulta na melhor campanha do país em 32 anos num Mundial. Vamos ver se, contrariando sua história e totalmente repaginada, a Laranja Mecânica não ganha também a alcunha de vencedora.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Acabando com teorias da conspiração

Elas sempre existiram pra explicar mortes de famosos, fatos inusitados ou que não saem do imaginário popular, dar um medíocre clima de roubo quando o imprevisível acontece ou só pra complicar o fácil mesmo. Durante a Copa de 2010, circulou na Terra um e-mail contando o vencedor da Copa de 2010 e os reais motivos para isso. Segue a íntegra do texto em itálico:
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DIVULGADO O ESCÂNDALO QUE TODO MUNDO SUSPEITAVA...!!!
Talvez, isso explique a razão do jogador Leonardo ter declarado a
seguinte frase: '
"Se as pessoas soubessem o que aconteceu na Copa do Mundo de 1.998, ficariam
enojadas!".
Todos os brasileiros ficaram chocados e tristes por terem perdido a
Copa do Mundo de futebol, na França. Não deveriam.
O que está exposto abaixo é a notícia em primeira mão que está
sendo investigada por rádios e jornais de todo o Brasil e alguns
estrangeiros, mais especificamente Wall Street Journal of Americas e o
Gazzeta delo Sport e deve sair na mídia em breve, assim que as provas forem
colhidas e confirmarem os fatos.
Fato comprovado:
O Brasil VENDEU a copa do mundo para a Fifa.
Os jogadores titulares brasileiros foram avisados, às 13:00 do dia 12
de Julho (dia do jogo final), em uma reunião envolvendo o Sr. Ricardo
Teixeira (na única vez que o presidente da CBF compareceu a uma
preleção da seleção), o Técnico Mário Zagallo, o Sr. Américo Faria,
supervisor da seleção, e o Sr. Ronald Rhovald, representante da patrocinadora
Nike.
Os jogadores reservas permaneceram em isolamento, em seus quartos ou
no lobby do hotel.
A princípio muito contrariados, os jogadores se recusaram a trocar o
penta-campeonato mundial por sediar a Copa do Mundo.
A aceitação veio através do pagamento total dos prêmios,
US$70.000,00 para cada jogador, mais um bônus de US$400.000,00 para
todos os jogadores e integrantes da comissão, num total de US$
23.000.000,00 vinte e três milhões de dólares) através da empresa Nike
..
Além dis so, os jogadores que aceitarem o contrato com a empresa Nike
nos próximos 4 anos terão as mesmas bases de prêmios que os jogadores
de elite da empresa, como o próprio Ronaldo, Raul da Espanha,
Batistuta da Argentina e Roberto Carlos, também doBrasil.
Mesmo assim, Ronaldo se recusou a jogar, o que obrigou o técnico
Zagallo a escalar o jogador Edmundo, dizendo que Ronaldo estava com problemas
no joelho esquerdo (em primeira notícia divulgada às 13:30 no centro
de imprensa) e, logo depois, às 14:15, alterando o
prognóstico para problemas estomacais).
*A sua situação só foi resolvida após o representante da Nike
ameaçar retirar seu ** patrocínio vitalício ao jogador, avaliado
em mais de US$90.000.000,00 (noventa ** milhões de dólares)
ao longo da sua carreira.
Assim, combinou-se que o Brasil seria derrotado durante o 'Golden
Goal' (prorrogação com morte súbita), porém a apatia que se abateu
sobre os jogadores titulares fez com que a França, que absolutamente não
participou desta negociação, marcasse, em duas falhas simples do
time brasileiro, os primeiros gols.
O Sr. Joseph Blatter, novo presidente da Fifa, cidadão
franco-suíço, aplaudiu a colaboração da equipe brasileira, uma vez que o
campeonato mundial trouxe equilíbrio à França num momento das mais altas
taxas de desemprego jamais registradas naquele país, que serão agravadas
pela recente introdução do euro (moeda única européia) e o mercado
comum europeu (ECC).
Garantiu, também, ao Sr. Ricardo Teixeira, através de seu tio,
João Havelange,** que o Brasil teria seu caminho facilitado para
o penta-campeonato de 2002.
**Passem esta mensagem para o maior número possível de pessoas,** para que todos possam conhecer a sujeira que ronda o futebol!
Desde, já agradeço, Um abraço.
Gunther Schweitzer
Central Globo de Jornalismo*
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E tem Mais, nesse acordo ficou definido que em 98 a França seria campeã,(como foi) , em 2002 seria o Brasil (como foi), em 2006 a Italia, e em 2010 a Argentina e 2014 será a Alemanha, todos esses paises estavam envolvidos na negociação.
Agora é só aguardar para ver o resultado.
Porque será que o Maradona esta com toda essa euforia???

Repare agora nesse trecho, em específico:
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(...) nesse acordo ficou definido que em 98 a França seria campeã,(...) e em 2010 a Argentina (...)
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Argentina campeã em 2010 ? É... não deu. A euforia de Maradona era nítida por voltar a dar esperanças a um povo tão sofrido e a uma seleção tão carente de títulos recentes como a Argentina.
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Espero ansiosamente o tetracampeonato alemão, para circular um novo e-mail dizendo que Alemanha e Argentina trocaram os anos de seus títulos. Mas, como disse oe meu amigo Bruno certa vez, existe dois jeitos de explicar um fato, o fácil e o difícil. O fácil é quase sempre o verdadeiro.
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Pra quem não acredita na pureza do esporte, outro duro golpe. E as minhas mais sinceras ofensas pra vocês.

sábado, 3 de julho de 2010

Passeios

Esperava-se um jogo muitíssimo equilibrado e um verdadeiro passeio na Copa do Mundo hoje. Como certas coisas só o futebol pode te proporcionar, a profecia se concretizou. Porém, o jogo previsto como ranhido foi um baile duma seleção e a peleja na qual todos esperavam jogo fácil foi uma árdua batalha.
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Num jogo que já foi por duas oportunidades final de Copa, Alemanha e Argentina se enfrentaram hoje. Para o lado argentino, em clima de revanche, pois em 2006 os tedescos os eliminaram do Mundial, nos pênaltis, nas mesmas quartas-de-final. O caminho argentino, aliás, se repetiu, pois em 2006 tal seleção também enfrentou o México na fase anterior. Não deu nem tempo pra falar que o filme se repetiu. O gol de Muller, aos dois minutos, ocorreu ainda durente os traillers. O jogo prometia muito e com tal tento parecia ser um verdadeiro épico, mas o primeiro tempo não teve tantas emoções quanto o esperado. Na segunda etapa, a Alemanha veio fechada, saindo pros contra-ataques, chamando a Argentina pro jogo. A tática, arriscada, quase foi por água abaixo após lindo chute de Di María. Ainda viriam chutes com Tevez e Higuaín, mal aproveitadas. O jogo morreu aos 23 minutos, quando Lahm e Podolski trabalharam bem, e deixaram pro artilheiro Klose fazer o 2x0. Novamente pela esquerda, Schweinsteiger fez o que bem entendeu e rolou pra Friedrich, zagueiro de qualidade duvidosa mas que atuou bem hoje, marcar o terceiro. O golpe de misericórdia veio aos 44, em linda jogada de Podolski, Ozil e Klose. O último anotou o derradeiro gol alemão. Indiscutíveis 4x0 em um baile germânico. A Argentina volta pra casa decepcionada com si mesma e com muita ilusão na cabeça.
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À tarde, Espanha x Paraguai fariam a última quartas-de-final do torneio. Tida como a melhor seleção espanhola de todos os tempos, a equipe entrou no Ellis Park confiante, talvez até demais. O primeiro tempo foi duma monotonia sem tamanho. Jogo chato e sem emoção alguma. Assim ia até o segundo tempo, quando o juiz guatemalteco Carlos Batres marcou pênalti de Piqué em Cardozo. O paraguaio mesmo bateu, mal, para a defesa de Casillas. No ataque posterior, Alcaraz segurou Villa dentro da área, causando o segundo pênalti na partida em três minutos. Xabi Alonso converteu a cobrança, mas o árbitro mandou voltar o lance alegando invasão da área. Na segunda cobrança, Villar fez uma linda defesa, no canto esquerdo. No rebote, Villar foi direto nas pernas de Fábregas. Seria uma terceira penalidade máxima em tempo recorde, mas esta o juiz ignorou. Tantos fatos num curto período de tempo mudaram totalmente a partida. Eram ataques e chutes ao gol à todo instante, o que não se via até então. Aos 38 minutos, o incrível Iniesta arranca pelo meio e rola para Pedro chutar na trave. Na volta, Villa recebe sozinho. Ele chuta no canto esquerdo e a bola beija o poste novamente. A bola passa milimetricamente pela linha e encontra a trave direita. Após chocar-se contra ela, o gol é marcado. Os poucos segundos desse ato duraram uma eternidade para quem via a partida, imersos num poço sem fim de emoção e ansiedade. Com o gol, a seleção guarani foi pra frente. Aos 43, Barrios chega bem a área e manda a bomba. Casillas defende, mas dá rebote. Nele, Santa Cruz desperdiça a oportunidade graças ao pé esquerdo do goleiro espanhol. No fim de jogo, foi comovente o choro copioso de Cardozo, atacante paraguaio. O melhor passou, mas com muito mais dificuldades do que se imaginava. A Fúria permanece, mas já deu sustos demais aos seus torcedores.
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Se o futebol é uma caixinha de surpresas, a Copa do Mundo tem se mostrado até aqui um baú delas. E ainda comentam que o Mundial está ruim...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Estatísticas de nada valem perto da emoção

Desde de manhã o Brasil vivia a ânsia do jogo da seleção. No meio de toda a fuzarca típica desses dias, alguns comentavam que era importante fazer o primeiro ou único gol da partida, sair na frente. A conversa era justa, e não tão óbvia quanto pensam. Tais falas se tornam chatas quando o argumento único dos indíviduos é " nesse mata-mata sempre quem saiu na frente avançou ".
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De que vale alguns números e fatos diante de fatos novos e apromessa de muita emoção pela frente ? Todos sabem da relação entre frieza e calor. Um cubo de gelo, quando colocado em ambiente quente, se derrete. A explicação do porque a emoção é sempre mais gostosa e marcante que a razão é nítida, e só não enxerga quem não quer.
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E assim foi, com a emoção em primeiro plano, que se iniciou a partida. Aos sete minutos, Robinho marca um gol bem anulado pelo juiz. Três minutos depois, não teve jeito. Após linda assistência longa de Felipe Mello, o mesmo Robinho sai na cara do gol holandês e faz o primeiro gol da partida. Os mesmos chatos que já citei comemoravam como se fosse o fim da partida. Para os verdadeiros amantes de futebol, os de sangue fervente, só se ouvia um ar de otimismo imenso, e todos pensavam consigo mesmo que poderia ser goleada. E, de fato, poderia ter sido. Em linda jogada, Robinho fez um carnaval na defesa laranja pela esquerda, Luís Fabiano tocou de letra e encontrou Kaká livre. O camisa 10 chutou e obrigou Stekelenburg a fazer uma belíssima defesa. O Brasil perdeu boas chances também com Juan e Maicon. E foi só o primeiro tempo. No segundo, porém, tudo ruiu. Os estatísticos, a seleção canarinho, o Brasil. Foi um domínio absurdo holandês, com o gol de empate saindo aos oito minutos, após cobrança de falta batida por Sneijder. Aos 22, o golpe de misericórdia: tabelinha aérea na área brasileira, com a nossa zaga vendo tudo de maneira estoica. A bola novamente vai até Sneijder, que marca o 2x1. Com o gol, o Brasil se abalou e perdeu a cabeça. Felipe Melo deu um pisão vergonhoso em Robben e foi expulso. Dali pra frente, tentativas desesperadas de colocar a bola pra frente e tentar o milagre da virada, que, obviamente, não veio, tal qual o hexa. Quem se baseava na frieza numérica não acreditava ao ouvir o apito final da partida.
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Mais tarde, Uruguai e Gana se enfrentariam no confronto mais inesperado das oitavas. A Celeste Olímpica tinha mais peso, e os ganeses mais disposição. Num primeiro tempo sem muita emoção, os platinos pressionaram mais, mas sempre esbarraram num Kingson inspirado como sempre. Os africanos pouco chegavam, mas sempre levavam perigo. Muntari ensaiou um voleio plasticamente perfeito, mas, pro seu azar, a bola pegou na canela. Instantes depois, a mesma Jabulani foi amiga de Boateng, Ao desferir o canudo de fora da área, ela curvou-se toda e escapou do alcance de Muslera. As Estrelas Negras iam realizando o sonho de colocar um país africano pela primeira vez nas semifinais duma Copa. Na segunda etapa, os azuis foram pra cima, e logo aos dez minutos Forlán cobrou uma falta perfeita e empatou a partida. Os sul-americanos continuavam a blitz sobre Gana, mas a partida foi pra prorrogação. Primeiro tempo truncado, segundo tempo com fôlego renovado graças às boas investidas ganesas. No instante final, após bate-rebate na área, Suárez mete a mão na bola descaradamente sobre a linha. O juiz português vê e expulsa o 9 uruguaio. Na cobrança, Gyan, que poderia se tornar o artilheiro da Copa e fazer história, chuta no travessão. Após o pênalti, viriam outras oito cobranças. Forlán, Victorino e Scotti ( que substituiu o contundido capitão Diego Lugano ), converteram. Gyan, dessa vez, e Appiah, idem. Aí brilhou a estrela do fraco goleiro platino Muslera, que defendeu as cobranças de Mensah e Addiyah. Sem dó nenhuma, Loco Abreu deu a classificação pra Celeste batendo cavado e no meio, à lá Palenka. Das camisas mais vitoriosas dos mundiais está de volta. O futebol agradece ao mesmo tempo em que a África chora a eliminação honrosa de seu último representante, num dos jogos mais emocionantes de todos os torneios de seleções.
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Os enfadonhos estatísticos estavam incrédulos após o fim do jogo. Seus corações palpitavam como nunca antes, transpirando a emoção. Aliás, estatística... alguém ouviu falar nela após as duas aprtidas de hoje ? Desistam desagradáveis pessoas exatas, a emoção sempre está um patamar acima dessa chatice toda.