segunda-feira, 29 de novembro de 2010

SeleBarça

Venho insistentemente dizendo que tudo deu certo no esporte pra Espanha em 2010. Copa do Mundo vencida, Rafael Nadal número um do mundo no tênis, Fernando Alonso fazendo ótima temporada na F1. Hoje, porém, dei-me conta que quem venceu tudo nesse ano foi a Catalunha, e não Madrid. Alonso pipocou na última corrida, Nadal perdeu pra Federer o torneio mais celebrado da atual ATP e a Fúria da Copa não era espanhola, e sim catalã.
.
Dos 11 titulares da Espanha, 7 eram do Barcelona. Todos os 8 gols da seleção foram feitos por culés. O artilheiro da seleção foi David Villa, o destaque ( e o mais cotado pra ser o melhor jogador do mundo no ano ) é Xavi Hernandéz e o gol do título foi de Iniesta. Todos os jogadores aqui citados são azuis-grená. Desde 2005 o time é o mais comentado do planeta, sempre exibindo um futebol de encher os olhos. Rápido, inteligente, bonito, driblador, versátil, altivo... só há adjetivos bons para falar do Barcelona desde meados da década.
.
Mesmo com tudo isso, o time da Catalunha estava em baixa. Havia perdido a Champions League para a Inter de Milão de José Mourinho no pré-Copa, e estava átras do arquirrival Real Madrid, também de José Mourinho, depois do Mundial. Havia raiva, angústia e um desejo enorme de vingança dos barcelonistas para com todo mundo. Contra os merengues, contra Mourinho, contra quem duvidava de tal time fascinante.
.
Hoje era dia de revanche. Mal o jogo começou e Messi fez um daqueles lances antológicos que só a Pulga consegue. Chutou de longe e sem ângulo, por cima, e a bola pegou no travessão. Xavi fez 1x0 e não haviam passado nem 10 minutos de jogo. A pelota foi rolando e o que se viu foi um massacre catalão. No fim de tudo, um 5x0 sonoro, massacrante, impiedoso e merecido do Barça.
.
O Real Madrid perdeu as estribeiras ao longo do jogo. Sérgio Ramos foi expulso após um pontapé antidesportivo em Puyol. Até Casillas, capitão da Espanha na Copa, colocou o dedo na cara de seu companheiro de seleção Piqué. Definitivamente, o clássico mexeu com toda a Espanha, toda a Europa e todo o planeta.
.
Mourinho, que disse que vencer o Barça estava no seu DNA, sentou no banco e nada fez, engolindo suas palavras. Cristiano Ronaldo pode estar em uma ótima temporada, mas, quando pressionado, continua o mesmo mimado e chorão de sempre.
.
Acima de tudo, foi um jogão. Quem não gostava de futebol aprendeu a gostar se assistiu 5 minutos da partida e viu o toque de bola envolvente do Barcelona, a atmosfera, o Camp Nou em festa. Um jogo pra história de qualquer complemento nominal que você queira colocar aqui.

Tá acabando !

Esse blog tá paradíssimo, eu sei. Hoje corrigi meus vestibulares e fui muito bem na UNESP, relativamente bem na FUVEST ( mas não o suficiente pro meu curso ), razoável na Cásper e mal no ENEM. Faltam Metodista e PUC ainda, mas tenho o feeling de que ano que vem estarei numa faculdade, e isso é o mais importante.
.
Não tenho tempo pra acompanhar mais esportes in loco, não tenho mais vida e minha mãe me informou o início das vendas do CD do carnaval sem eu saber disso. Tudo isso me desespera e me revolta. Mas ao menos eu tenho a Fernanda, e ela faz do meu 2010 corrido um mar de alegrias.
.
E tem gente pior que eu...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A revolução educacional começou

Quando eu disse que ia protestar contra o descaso na educação, minha mãe foi radicalmente contra. Disse que eu ia levar borrachada do governo, que isso era uma furada, que isso não ia dar certo. Eu apenas perguntei se ela foi ao protesto das " Diretas Já ", e obtive uma resposta negativa. Enquanto o povo ganhava as ruas para voltar a ter liberdade, ela cruzou os braços e alienou-se a tudo. Desconsiderei de primeira sua opinião.
.
Quem me conhece sabe o quanto dou valor pra educação. Ela é, sim, mais improtante que saúde, transporte ou obras assistencialistas, sem nenhuma discussão a respeito. Seus resultados nãos erão vistos hoje, amanhã ou depois, mas sim no futuro. Não vou em delongar em exemplos e no porquê de achar isso, basta apenas estudar o caso dos Tigres Asiáticos.
.
No horário marcado, estava na estação de trem de São Caetano. Bem antes do horário marcado, cheguei ao MASP e encontrei os outros integrantes do movimento. Não conhecia ninguém, mas ganhei um cartaz para ser empunhado, o qual aceitei de primeira. Lutando pela educação, saímos do vão livre do MAS e ganhamos duas faixas da Paulista, cantando os mais diversos coros:
.
" Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu ?
Aqui está presente o movimento estudantil ! "
.
" Puta que pariu, o ENEM é a cara do Brasil ! "
.
" Dança Haddad, dança até o chão, esse é o povo unido a favor da educação ! "
.
" Se você paga, não deveria, educação não é mercadoria ! "
.
Do MASP até a Consolação, da Consolação até o MASP. Andávamos. Parávamos. Abaixávamos e nos levantámos como uma ola no futebol Ganhamos a simpatia dos pedestres e dos motoristas, que buzinavam e acenavam positivamente pro movimento. O sonho de todos aqueles estudantes que se reuniram via internet estava começando a se concretizar.
.
Atemorizando os palhaços sem ética e que não ligam pro povo, o movimento estudantil voltou com força. Mostramos nossas garras, e precisamos de cada vez mais apoio. Não é uma luta apenas de quem estuda, e sim de quem pensa.
.
Ganhamos as ruas, iniciamos de fato nosso movimento. Vamos continua-lo e, certamente, ganharemos a luta contra o irracionalismo e a falta de isonomia educacional para todos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pausa para um refresco ( ou: pequena carta aos que gastam sola de sapato fazendo Jornalismo)

Uma das máximas das redações diz que “jornalista não é notícia”.
.
Mas, uma vez por ano, quando são anunciados os vencedores de prêmios jornalísticos, jornalistas mudam de lado por breves instantes: viram “notícia”.
.
O locutor-que-vos-fala teve a honra de ser premiado, nesta quarta-feira, com o Prêmio Embratel de telejornalismo, pelas entrevistas com os generais Newton Cruz e Leônidas Pires Gonçalves sobre os bastidores do regime militar. As entrevistas foram ao ar na Globonews.
.
Sou dos que acreditam que jornalista pode ser, também, uma espécie de arqueólogo - que revira o passado em busca de novidades. A contradição é apenas aparente: o passado pode nos surpreender com novidades,sim. Por que não ?
.
Um detalhe me chamou atenção e me deixou feliz ao inspecionar a lista de finalistas do Prêmio Embratel : o júri selecionou para a grande final, em várias categorias, uma série de reportagens que mergulhavam no passado em busca de luzes.
.
Lá estavam reportagens sobre a guerrilha do Araguaia ( O Estado de S.Paulo), uma série sobre ”como a censura calou a música brasileira”(Correio Braziliense), os arquivos do ex-governador Miguel Arraes ( Diário de Pernambuco) , “os espiões que viveram nas sombras dos anos de chumbo” ( Zero Hora).
.
Fiquei feliz ao ver,premiadas, reportagens que envolveram obviamente um grande esforço de investigação, como os “diários secretos” – uma equipe da Gazeta do Povo e da RPCTV denunciou um caminhão de irregularidades na Assembleia Legislativa do Paraná (os repórteres: James Alberti, Kátia Brembatti, Karlos Kohlbach, Gabriel Tabatcheik). Ou a denúncia do jornal O Estado de S.Paulo sobre os atos secretos baixados pelo Senado Federal – esta, a grande vencedora da noite. Os autores: Rosa Costa, Leandro Colon, Rodrigo Rangel. Ou a reportagem que provocou o cancelamento da prova do Enem (autores: Renata Cafardo e Sérgio Pompeu). Idem com as duas matérias de denúncia sobre o Festival de Corrupção que assolou o governo do Distrito Federal: uma reportagem de Matheus Leitão, Rodrigo Haidar, Érica Killingl, Lucas Ferras, Fred Raposo, Gustavo Gantois e Priscila Borges publicada pelo site IG e outra de Andrei Meireles,Marcelo Rocha e Murilo Ramos, na revista Época. Eu poderia citar todas as outras. Todas mereceram estar ali.Porque ninguém estava ali por acaso.
.
Quando vi autores de reportagens deste calibre vibrando como se fossem iniciantes, pensei, aqui, com meus velhos botões: minha tribo é esta.
.
Sou insuspeito para falar porque tenho, obviamente, meus momentos de desilusão com o jornalismo ( e de abatimento profissional).
.
Sempre me lembro de uma história que meu guru Joel Silveira, tido como o maior repórter brasileiro, gostava de contar. Uma vez, estava datilografando furiosamente um texto numa máquina de escrever,na redação.
.
De repente, Nélson Rodrigues estacionou diante de Joel e ficou contemplando a cena em silêncio durante um bom tempo: lá estava um jornalista escrevendo um mero texto de jornal como se fosse mudar o destino da humanidade. Nélson Rodrigues limitou-se a suspirar uma palavra, antes de seguir adiante: “Patético!”.
.
Joel – com quem tive o privilégio de conviver durante vinte anos que valeram por cinquenta de aprendizado – ria ao descrever esta cena. Poderia até concordar com o que Nélson Rodrigues dizia – em última instância,somos todos “patéticos” – ,mas continuava a teclar devotadamente um texto que estaria esquecido vinte e quatro horas depois. O que importava, ali, não era a transitoriedade do Jornalismo. Era a devoção – um traço que, aliás, diferencia um jornalista burocrático de um jornalista “de verdade”. Não se faz Jornalismo com tédio. Faz-se com devoção. Jornalista existe para levantar – não para derrubar – assuntos. Ponto.
.
Sou um dos piores oradores que já tiveram a ventura de transitar pelo Cone Sul da América. Ainda assim, arrisquei-me a dizer umas palavras ao receber o Prêmio Embratel de telejornalismo.
.
Como sempre acontece quando me vejo diante de qualquer plateia, terminei me esquecendo de metade do que gostaria de dizer.
.
Agora, mando às favas todos os escrúpulos da auto-referência: é hora de falar um pouco sobre o Jornalismo.
.
Sou um quase dinossauro. Tenho 54 anos. Comecei a trabalhar em redação aos dezesseis. Posso dizer que aprendi duas ou três coisas.
.
Em homenagem aos colegas que suam a camisa, gastam sola de sapato na rua, atazanam os poderosos, levantam escândalos e,por fim, vibram quando são reconhecidos, publico o que tentei dizer mas não disse totalmente na hora da premiação.
.
Era algo assim:
.
“Toda atividade – seja qual for – precisa de um lema, uma bandeira, um slogan. O meu poderia ser qualquer outro, mas é : “Fazer jornalismo é produzir memória”. O jornalismo pode ser útil, então. Pode jogar luzes sobre o passado. Por que não? .
.
É preciso ter convicção. Pois bem: posso estar errado, mas acredito que fazer jornalismo é olhar o mundo, os fatos, os personagens e as histórias com os olhos de uma criança que estivesse vendo tudo pela primeira vez; somente assim, o Jornalismo será vívido,interessante, inquieto – não este monstro burocrático,chato e cinzento que nos assusta tanto;
.
fazer Jornalismo é saber que existirá sempre uma maneira atraente de contar o que se viu e ouviu;
.
fazer Jornalismo é ter a certeza de que não existe assunto esgotado. Há fatos a explicar sobre 1964, por exemplo; tudo pode ser revirado: a crucificação de Jesus Cristo merece ser investigada. Por que não ? Jornalista não pode se deixar vencer pelo tédio destruidor – nunca;
.
Se um estreante perguntasse, eu diria: deixe o tédio em casa. Traga a vida das ruas para a redação. Porque, em noventa e oito por cento dos casos, o que a gente vê na vida real é mais colorido e mais arrebatador do que o que se publica nos jornais ou o que se vê na TV;
.
Diria também: não faça jornalismo para jornalista. Faça para o público!
.
Fazer jornalismo é não praticar nunca,jamais,sob hipótese alguma, a patrulhagem ideológica. Ponto. Um general – seja quem for – deve ser ouvido com tanta atenção quanto o mais renitente dos guerrilheiros. Lugar de votar é na urna. Não é na redação;
.
(eu disse ao general Newton Cruz: não quero parecer bom moço, jornalista vive procurando escândalo e declarações bombásticas, mas, como personagem jornalístico, o senhor me interessa tanto quanto Luís Carlos Prestes, a quem, aliás, entrevistei algumas vezes);
.
Por fim: fazer jornalismo é desconfiar,sempre,sempre e sempre. A lição de um editor inglês vale para todos: toda vez que estiver ouvindo um personagem – seja ele um delegado de polícia, um praticante de ioga ou um astro da música – pergunte sempre a si mesmo, intimamente : por que será que estes bastardos estão mentindo para mim?
.
Não existe pergunta melhor”.
.
...
.
Post do blog do Geneton Neto sobre o ofício do jornalista. É por essas e por outras que eu tenho certeza que nasci pra isso.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sobre tudo o que aconteceu desde o último post

Como puderam ver, fiquei ( bem ) ausente graças aos estudos e ao ENEM. Uma constante nesse ano, sobretudo no segundo semestre, e que agora, com o início dos vestibulares, devem ser ainda mais frequentes.
.
Achei o ENEM uma incógnita. Devo ter ido muito bem em linguagens, melhor que o previsto em matemática e naturais e esperava mais de mim mesmo em humanas. A redação foi bem direcionada, mas, sinceramente, falar de trabalho sob qualquer efígie já é um clichê imenso de vestibulares.
.
A prova estava ligeiramente tendenciosa pro lado do governo federal e muitíssimo mal-feita. As confusões subsequentes apenas mostraram pra mim o fracasso adminsitrativo que é o exame. A ideia do ministro Fernando Haddad é excelente e eu sou totalmente à favor, Mas o MEC e o INEP mostraram pelo segundo ano consecutivo problemas graves de organização.
.
Fato recorrente 1: Corinthians e São Paulo fizeram um Majestoso disputado e igual, e o Corinthians venceu por ser mais eficiente que o tricolor. O tabu pesou novamente.
.
Fato recorrente 2: O Cardinals perdeu. A novidade aqui fica por conta do equilíbrio na partida contra o Vikings do monstro Brett Favre em Minnesota. Jogo decidido na prorrogação, indicando uma sensível melhora na franquia do Arizona.
.
Fato recorrente 3: A NBA começou, os Lakers estão invictos e são seguidos de perto pelo Boston Celtics. Destaque também pras boas campanhas de Atlanta Hawks e New Orleans Hornets.
.
Não aguento mais ver fórmulas, ciclos e constantes. Se não fosse meus amigos e a Fernanda eu já estaria totalmente louco. Por mais que a minha mãe tente, ela não cosnegue me tirar dos trilhos. Posso ter 20 minutos de extremo mau-humor, mas os 20 dias seguintes são de foco, esperança e estudos.
.
Me impressiono em ver a imbecilidade de certas pessoas, a incompreensão de outras e as duas caras de mais algumas.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Muito mais que vrum vrum

Em visita ao Salão do Automóvel, vendo um daqueles carros espantosos em todos os quesitos e positivos em todos os sentidos, perguntavam-se se aquele bólido andava. De fato, só isso faltava pra confirmar a perfeição daqueles pedaços de aço, ferro e titânio que encantavam a todos na feira.
.
É um verdadeiro show, a visita está recomendadíssima a todos que gostam de automotivos e tudo mais, isso é óbvio e nem precisaria ser dito aqui. Por sorte, por muita sorte, e graças a um convite de um grande amigo, tive o prazer de ir ao local de graça e podendo visitar o stand da Chrysler, com direito a quitutes e bebidas de graça, além de bater um papo com um dos maiores representantes da marca no país.
.
Os números são espantosos. Seja o de carros vendidos, o de lucro ou qualquer outro, é incrível ver o quanto o salão e o mercado automotivo no país gira de dinheiro. No mercado de luxo, espantam casos específicos, como o do comprador que desprezou uma Ferrari ao troca-la por um outro carro famoso, dizendo que o carro italiano é fraco se comparado com o de seu concorrente.
.
O desing é algo igualmente incrível nos carros da mostra. O BMW Vision, extremamente futurista, foi o que mais me chamou a atenção. Mesmo assim, ainda prefiro as tradicionais Lamborghini, Porsche, Maserati, Audi, mercedez e sobretudo a Ferrari, minha eterna paixão no automobilismo. Achei as mulheres superestimadas demais ( haviam, claro, as irretocáveis, mas a maioria tem rosto feio ), e foi visível a presença de carros ecologicamente corretos, sejam eles híbridos ou de qualquer outra espécie. Automóveis, mais do que nunca, se transformaram num espelho pro mundo.
.
E pra quem acha que carros são só os motores roncando, duma vez entenda o quanto a satisfação pessoal, a economia, a personalidade, as loucuras e o futuro do planeta passa em torno deles.