sábado, 31 de dezembro de 2011

O ano dos inícios

É simples, é curto, é rápido. Tudo o que aconteceu ao longo do ano ao redor do mundo você já viu aqui no blog ou em uma das diversas retrospectivas que sempre pipocam ao longo do ano na mídia. Não é meu objetivo me alongar aqui.
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Só queria agradecer a você. É, você mesmo, que tá lendo esse texto. Podemos nem nos conhecer, mas, duma forma ou de outra, você passou por aqui e me rendeu uma visita. Obrigado ! Por que não comenta, puxa um papo ? Pra você que me conhece, não preciso nem dizer nada. Duma forma ou de outra nos conhecemos e conversamos, e saiba que eu aprendi algo contigo, seja lá o que for. Muito, mas muito obrigado mesmo, pela companhia, pela paciência e pelo aprendizado. Permaneça aqui, 2012 vai ser bem melhor que 2011 - e 2013 vai ser bem melhor que 2012.
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Vou citar só um nome aqui: Fernanda Viegas Correia Quirino. Quando eu estava com a minha namorada, o ano foi melhor e o mundo era um bom lugar. Quando não, vi que era você quem eu precisava para continuar feliz. Fico feliz que estejamos juntos, de novo, e que venham muitos outros reveillóns como namorados - só espero que o próximo tenha nós dois juntos, seja lá onde for.
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Recomecei meu namoro (não deixa de ser um começo, certo ?), comecei minha tão sonahda faculdade de Jornalismo e, após mais de um semestre de procura, comecei a trabalhar. Na área, ainda por cima, para me dar ainda mais satisfação. 2011 foi o começo da minha vida sozinho, o início do meu tempo sem ninguém e dependendo somente do meu pensamento. Por ser o começo, ainda não é assim, mas em breve será.
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Esse texto não faz sentido e tá sem pé na cabeça, eu sei. Mas um texto desses não precisa ter nexo, creio eu. O faço apenas para registrar o fim do ano, o começo de outro e o quanto eu sou grato a 2011. Se tivesse mais tempo organizaria minhas ideias de maneira certinha, mas a última noite do ano (e a primeira madrugada do novo ano) será comemorada com um churrasco. Aliás, já tô saindo para o evento.
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Valeu 2011, você vai fazer falta. Só não vou sentir saudades pois 2012 me espera, e a eternidade também.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Veríssimo stalker

Na internet, virou conhecida a figura do stalker, aquele que segue seu/sua amada das mais diversas maneiras no mundo cibernético. O que muitos não imaginavam é o quanto essa figura tornou-se popular, ou a quanto tempo já existe. Prova disso é o livro "Os Espiões", do gaúcho Luis Fernando Veríssimo. Ótimo escritor, o portoalegrense cria uma grande trama de mistério com grandes (e boas) doses de comédia, seu ponto forte.
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A história é simples, mas a forma como é contada e sobretudo o talendo do autor em narrá-la prende qualquer leitor do início ao fim. Um editor às turras com a vida e com um casamento naufragado trabalhava contra sua vontade, e tinha algum prazer às sextas, quando ia para o bar com os amigos beber. Por algum motivo, uma história chamou-lhe a atenção, e isso vai dando graça a sua existência, como há muito não se via.
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Após muita curiosidade por parte do protagonista e dos amigos (uma hora dessas a história já era muito mais coletiva que apenas do editor), eles decidem perseguir a bela protagonista da história, e ficam ainda mais boquiabertos ao descobrirem ser parte de uma história real.
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Os personagens são bem característicos e marcantes, dando ainda mais graça para o livro. Também é interessante prestarmos atenção no nome da protagonista: Ariadne. Na mitologia grega, Ariadne ajuda Teseu a sair do labirinto. Na história de Veríssimo, seriam os espiões que deveriam salvar Ariadne do imenso labirinto no qual sua vida se transformara.
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Apesar do final comum, nada surpreendente e até certo ponto desapontante, a leitura é recomendadíssima. Seja como passatempo ou para se divertir com figuras de meia-idade platonicamente apaixonadas querendo ter alguma emoção em suas vidas que não a bebida nos finais de semana.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Tabelão do Brasilerão 2011

~ Vi muitas pessoas comentando que o título do Corinthians foi injusto. Me pergunto como um título pode ser injusto se todos os times se enfrentam duas vezes, com cada clube sendo mandante de uma partida, mas tudo bem. O que aconteceu com o Corinthians foi algo que não tínhamos visto até hoje: o sprint (período no qual a equipe é praticamente imbatível) foi dado no início, e não no final do campeonato. Nos primeiros nove jogos da equipe no campeonato, foram oito vitórias e um empate, algo incrível. Essa sequência deu ao Corinthians uma "gordura", que a equipe apenas controlou ao longo do campeonato, sobretudo no segundo turno, quando o nível técnico da equipe caiu consideravelmente.
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~ Antes do Brasileirão começar, o Corinthians era um turbilhão. Pela primeira vez uma equipe fora eliminada da Libertadores antes da fase de grupos. Uma imensa crise se abateu, que cresceu ainda mais após a final de Paulistão perdida para o Santos. O clube (e aqui incluo todos, do técnico Tite ao presidente Andrés Sanchez) soube como lidar com tal período turbulento, e deu a volta por cima ao final do campeonato.
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~ Enquanto o Corinthians via seu futebol ruir, outra equipe crescia vertiginosamente. O Vasco da Gama foi a equipe que mais despertou paixões esse ano com seu futebol raçudo e equilibrado. Com jogadores do calibre de Dedé, Juninho Pernambucano, Fernando Prass, Felipe e Diego Souza, faltou pouco para os cruzmaltinos conseguirem o penta, dez anos após o último título brasileiro da equipe.
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~ O Vasco foi um capítulo a parte no Brasileirão. Roberto Dinamite pode ter seus vários defeitos e não ter a força política de seu antecessor na presidência do clube, Eurico Miranda, mas é uma pessoa idônea e que já fez muito pelo futebol com seu caráter, e não na base da truculência. O time teve alguns vexames ao longo do ano, mas soube se reerguer como ninguém - e quando ninguém esperava. Após começar passando vergonha no campeonato carioca (foi o primeiro grande a perder três vezes seguidas para equipes pequenas na história do torneio), o ano encerra-se com um vice no brasileiro, a final da Taça Rio perdida nos detalhes para o Flamengo, uma campanha honrosa na Sul-Americana, na qual ficou na semifinal, e, sobretudo, com o título da Copa do Brasil. O título do ressurgimento do Vascão, de uma torcida carente e apaixonada, de um clube que volta a impor respeito com sua listra diagonal e sua cruz de malta no peito.
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~ Ainda sobre o Vasco: é impossível não citar Ricardo Gomes. Após as já citadas três derrotas para pequenos no carioca, PC Gusmão foi demitido e a diretoria contratou Ricardo Gomes. Após uma passagem muito contestável pelo São Paulo, Gomes encontrou a paz, os títulos e um ambiente perfeito para ele no Vasco. Ajeitou o time ainda no estadual (a ponto de ser osso duríssimo para o campeão Flamengo na final da Taça Rio), venceu a Copa do Brasil contra um brilhante Coritiba e soube guiar a guinada cruzmaltina no Brasileirão após o final da competição. No clássico dos milhões, contra o Flamengo, na última rodada do primeiro turno do nacional, Gomes sofreu um AVC hemorrágico, que o deixou em estado grave. Ele melhorou e viu seu auxiliar, Cristóvão Borges, prosseguir trabalho à frente da equipe, quase quase venceu o segundo título nacional no ano. Mais que um trabalho e um projeto, foi uma linda história, escrita com fé e superação.
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~ O Ano do Fluminense pode ser dividido em antes e depois de Abel Braga. Antes, confusões com Emerson Sheik, que teria cantado o "bonde do Mengão sem freio" na concentração contra o Argentinos Juniors pela Libertadores, e a tumultuada saída de Muricy Ramalho, que reclamou da estrutura do clube e ouviu de Peter Siemsen, presidente recém-eleito, que teria investimentos, mas viu dinheiro sendo gasto no elenco - o que causou a saída de Muricy, enquanto os tricolores pensam que ele apenas precisava de algo para assumir o Santos. Se com Abel as confusões continuaram (incidentes com torcidas organizadas e com o atacante Fred ocorreram), os resultados apareceram. O time, então, seguiu como em 2010: capaz de protagonizar milagres (como as vitórias contra Argentinos Juniors, na Argentina, e Grêmio, no Rio de Janeiro) e vitorioso, com a terceira colocação no Brasileirão e mais um ano de Libertadores na bagagem.
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~ O ano do Flamengo foi cheio de fases. O time ia invicto, com direito a título sem derrota do campeonato carioca, até o dia 5 de Maio. A estranhíssima derrota do rubro-negro pro Ceará, no Engenhão, pela Copa do Brasil, causou uma imensa instabilidade na equipe - além da eliminação da Copa. Para reagir, mais de dez jogos depois, a equipe contou um partidas espetaculares de Ronaldinho Gaúcho. No saldo disso tudo, quarta colocação no brasileiro e pré-Libertadores garantida.
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~ Para os torcedores das grandes equipes brasileiras, apenas o título estadual não basta. Imagine então uma equipe que venceu duas Libertadores da América e um Mundial de Clubes em quatro anos ? O Internacional ganhou o Gauchão, mas a eliminação em pleno Beira-Rio ante o Peñarol da Libertadores da América gerou uma grande crise no colorado, que só foi sanada com a saída do ídolo Paulo Roberto Falcão e a chegada de Dorival Jr. Com Dorival o Inter se estabilizou e conseguiu a última vaga na Libertadores da América. Quinta posição para os gaúchos.
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~ Um time cheio de estrelas jovens que começa o campeonato como um rolo compressor. De quebra, falamos do maior vencedor de campeonatos nacionais da atualidade. De botar medo, não ? Não. O São Paulo foi o maior cavalo paraguaio do ano. Sonhava enfrentar o Santos de Neymar e tomou um couro na semifinal do Paulistão - 2x0 para o Peixe ficou barato. Na Copa do Brasil, conseguiu o impensável e passou vexame na Ressacada, ao ser eliminado pelo Avaí com um categórico 3x1. No Brasileirão, o ótimo início foi ofuscado após os humilhantes 5x0 no Majestoso contra o Corinthians. Dali até o final, mais baixos que altos, com direito a demissão de Paulo César Carpegiani, uma desastrada contratação de Adílson Batista, a demissão do mesmo e a contratação de Emerson Leão. Nem o linha-dura deu jeito, mas ele vai permanecer para o próximo ano. Elenco o tricolor tem, resta saber como ele vai render. A sexta colocação rendeu apenas uma vaga na Copa Sul-Americana.
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~ O Figueirense foi a maior surpresa positiva do Brasileirão, de longe. Após ir mal no campeonato catarinense, o Furacão do Estreito contratou Jorginho, ex-auxiliar de Dunga, para comandar a equipe. Com um time de refugos, jovens jogadores e nenhuma estrela, o Figueira conseguiu um brilhante sétimo lugar, lutando pela Libertadores até o final do campeonato e fazendo do Orlando Scarpelli um caldeirão.
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~ Aliás, fica a pergunta: a Globo foi prejudicada pelo esquema nazista de Dunga no combate ao estrelismo dos jogadores ao longo da Copa de 2010. Pouco se falou de Jorginho, e pouco deu-se créditos a um técnico que levou uma equipe desacreditada a resultados surpreendentes. Será a força da política no futebol, de novo ?
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~ O Coritiba foi a sensação do primeiro semestre. A invencibilidade do Coxa no ano só foi quebrada no dia 11 de Maio, ao perder para o Palmeiras por 2x0 na Copa do Brasil, no jogo de volta. O campeonato paranaense foi conquistado de maneira invicta, e Coxa humilhou o Palmeiras no jogo de ida da Copa do Brasil, aplicando 6x0 na equipe palestrina. Na Copa do Brasil, um vice-campeonato sofrido. No Brasileirão, a equipe não teve fora de casa a força que tinha no Couto Pereira, e isso custou uma posição além da oitava colocação obtida no Brasileirão.
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~ De longe o pior dos quatro grandes cariocas, o Botafogo chegou a dar alegrias ao seu torcedor em 2011. Com o relacionamento entre Joel Santana e os jogadores (sobretudo Loco Abreu, líder dos atletas) desgastado, Caio Jr. chegou em General Severiano. Com o elenco que tinha, ele foi longe demais. Apesar de um dos melhores meio-de-campo do país, com Marcelo Mattos, Renato, Elkeson e Maicosuel, faltava vontade e espírito vencedor. A bomba veio quando a diretoria demitiu, a três rodadas do final, Caio. O fato ilustra o quanto um momento ruim atrapalha um time, e o quanto o amadorismo de uma diretoria é ainda pior que isso. A nona colocação pegou mal para um time que passou boa parte do campeonato na briga pela Libertadores.
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~ O Vasco ganhou a Copa do Brasil e quase foi campeão brasileiro. O Santos ganhou a Libertadores e preferiu esperar o Mundial de Clubes, no qual foi surrado pelo Barcelona. São maneiras de se lidar com o nacional quando se ganha algum trofeu importante no meio do ano, e não cabe a nós discuti-los. Quem perdeu foi o Brasileirão, que poderia, com o Santos focado no campeonato, ver jogos tão espetaculares quanto o incrível Santos 4x5 Flamengo.
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~ Palmeiras e Grêmio, décimo primeiro e décimo segundo colocados, respectivamente, no Brasileirão, tem análises semelhantes. Times grandes que apostaram alto em projetos (o Palmeiras de Felipão, o do Grêmio na continuidade de jogadores refugos) e naufragaram. Por vezes rondaram o rebaixamento, e terminaram o nacional com uma vaga para a Sul-Americana, o que ficou de bom tamanho perto do desempenho pífio dos dois.
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~ Ano passado, em seu primeiro campeonato de primeira divisão após anos e anos amargando divisões inferiores até em âmbito estadual, o Atlético Goianiense sobreviveu. Suou muito, mas sobreviveu. Esse ano fez novamente um time encardido e difícil de ser batido, manteve alguns bons jogadores da campanha em 2010 (Thiago Feltri, Felipe, Anselmo, Márcio) e foi pra Sul-Americana com sua décima terceira colocação. É importante destacar também que a ascenção meteórica do Dragão, bicampeão goiano, deu-se com a força (econômica e política) de seu presidente, Valdivino José de Oliveira, dos integrantes da bancada da bola no congresso brasileiro. Nunca ouvi escândalos que o envolvam em casos de corrupção, mas é sempre bom ver a relação dele com a política nacional e atentarmos para a política interna do clube.
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~ O Atlético Goianiense tem um tabu interessante: nunca foi vencido por uma equipe comandada por Adílson Batista. Se considerarmos que o técnico dirigiu apenas grandes equipes do futebol brasileiro, como Cruzeiro, Corinthians, Santos e São Paulo, cria-se um fato curiosíssimo no nosso futebol. Os massacrantes 3x0 que o Dragão fez no São Paulo, inclusive, causaram a demissão de Adílson do São Paulo, o que deixa o tabu ainda mais interessante.
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~ O Brasileirão sentiu muita falta do Bahia. Onze anos depois, o tricolor da boa-terra voltou à elite do futebol nacional sem as perspectivas de quando era um grande time. Com a chegada de Joel Santana o Baêa acertou-se e conseguiu ótimos resultados (sobretudo a histórica virada de 3x1 para 4x3 contra o São Paulo, em Pituaçu), que o deixaram na décima quarta colocação, abocanhando a última vaga para a Copa Sul-Americana. Pouco para um time com tanta história e para uma torcida tão fanática, mas anos melhores virão para o tricolor.
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~ Um ano como tantos outros para o Atlético Mineiro. Contratações caras, as ladainhas do presidente Alexandre Kalil, dos mais lunáticos do país, o time esbanjando um dinheiro que ninguém sabe da onde veio, a torcida espetacular lotando o estádio e... nada de título. Vice mineiro, eliminado da Copa do Brasil por um time que nem existe mais (o Grêmio Prudente mudou-se novamente para Barueri) e um décimo quinto lugar que só foi conquistado pois Cuca, na bacia das almas, conseguiu dar alguma cara prum time cheio de bons nomes que, novamente, não funcionaram.
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~ 4 de Maio de 2011. A trágica data para o futebol brasileiro (saiba mais aqui) marcou também o fim do ano do Cruzeiro. Após a eliminação para o Once Caldas na Libertadores após fazer a melhor campanha na fase de grupos, o time entrou em parafuso. Cuca foi demitido, Joel deu algum ânimo (e se não fossem os pontos ganhos por ele a equipe estaria rebaixada) mas saiu logo depois e Vágner Mancini assumiu a bucha. No fim, a raposa ficou na série A, mas Montillo e cia. sabem que todo o segundo semestre foi tão horrível graças ao terrível dia citado.
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~ Na última rodada do Brasileirão, o Cruzeiro ainda corria risco de rebaixamento, e o Galo não. Para espanto de todos, o time celeste desceu humilhantes 6x0 no arquirrival, num resultado no mínimo estranho. Esse foi o último jogo dos gigantes mineiros, tão depressivo quanto o ano que passou.
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~ Definitivamente, esse não foi o ano do Atlético Paranaense. O Furacão se acostumou a começar mal o campeonato e depois reagir, mas em 2012 cabe ao rubro-negro paranaense a disputa da série B com a 17ª colocação no Brasileirão. Com um grupo pouco inspirado, no qual Cléber Santana e Morro Garcia destacavam-se pela letargia, a única coisa que mudou no clube, além da divisão, foi a Arena da Baixada, que começa a ganhar cara de Copa. Além de seu péssimo desempenho, o Furacão teve que aguentar o arquirrival Coritiba indo muito bem o ano inteiro. Como se já não bastasse, o antiquado presidente Mario Celso Petraglia voltou a presidência do CAP, anunciando que a truculência e o jeito amador de dirigir um clube de futebol volta para a parte baixa de Curitiba.
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~ Torci muito para o Ceará escapar da degola esse ano, não nego isso. Mas, não deu. A equipe de bons jogadores, como Osvaldo, Marcelo Nicácio, Geraldo e refugos como Washington e Fernando Henrique era comandada por um técnico que também me agrada, Vágner Mancini. Tudo isso e a ensandecida torcida, que acompanhava o time no alçapão do Presidente Vargas. No fim do campeonato, Mancini foi demitido e Dimas Filgueiras, eterno bombeiro do Vôzão, assumiu, mas não conseguiu segurar a equipe na série A. O Ceará merecia ficar na série A bem mais que o Cruzeiro, por exemplo.
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~ Com todo o respeito, existem equipes que entram na série A sabendo que serão rebaixadas para a série B. Sem uma grande torcida, sem lotar estádios, sem investimento e sem poder jogar em seu próprio alçapão, o que seria do América Mineiro na série A ? Piada. Mas engana-se quem achou que o Coelho ia morrer de joelhos. Mesmo sabendo que o rebaixamento seria inevitável, adorava ver jogos do time mineiro, pois eles se doavam em campo duma maneira incrível. A equipe tinha seus destaques, como os veteranos Fábio Junior, Alessandro, Irênio e Neneca, e bons nomes como Thiago Carleto e Bruno Meneghel, mas era a raça que me encantava na equipe. Com Givanildo Oliveira a equipe teve um grande salto de qualidade, chegando a vencer Fluminense, Vasco e Corinthians, mas era tarde demais. Obrigado pela luta, Coelho, valeu demais.
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~ Após longos anos sem pisar na série A, o Avaí conseguia se manter com alguma folga na série A. Para esse ano, a diretoria do Leão anunciou uma parceria com a LA Sports, empresa que ajudou o Paraná Clube a ir para a Libertadores em 2007, e foi a responsável pela queda para a série B dos paranaenses no mesmo ano. E a empresa também rebaixou o Avaí esse ano, com um time bem limitado e que não foi capaz de despertar a paixão da fanática torcida. Nem mesmo a boa Copa do Brasil deu ânimo para o Avaí, que eliminou Botafogo e São Paulo da competição. Fica a lição: parcerias com empresas parceiras no departamento de futebol tendem a dar errado.
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~ Quem manteve os técnicos ao longo do ano fez bom negócio, se pegarmos as expectativas de cada clube. Quem trocou de técnico (e quanto mais, pior), não fez muito. Tite sofreu com a eliminação precoce na Libertadores, foi mantido e foi campeão brasileiro. Ao invés de correr átras de outro profissional após o triste incidente ocorrido com Ricardo Gomes, a diretoria vascaína apostou em Cristóvão Borges, auxiliar de Gomes, e saiu-se bem. No saldo final do ano, o Coritiba, que manteve Marcelo Oliveira do começo ao final do ano, também teve grandes resultados, tal qual o Figueirense de Jorginho. São Paulo, Cruzeiro, América Mineiro e Avaí amargaram campeonatos ruins, e com técnicos com prazo de validade ínfimo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Careta amoroso

Texto escrito em Outubro e que eu achava que já tinha postado. Fui procurar aqui e... nada. Então, segue:
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Já repararam o quanto o que era normal não é mais ? Hoje, o normal é algo impensável pra outras gerações. Não culpo ninguém por isso ( pelo contrário, comemoro, quebrar tradições e dogmas é muitas vezes positivo ), mas acho que certos valores antigos e hoje muitas vezes dados como caretas devem voltar para uma mocidade desvairada, sexista e extrema demais.
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Um tempo átras, li numas dessas revistas voltadas para o público feminino uma matéria escrita por uma mulher que dizia ser muito melhor ser amante que esposa. No infame texto, ela dizia que "era complicado não ter o homem sempre que ela estivesse carente", mas que gostava muito da sua situação por só recebê-lo de bom humor, ganhar ótimos presentes e não precisar dar satisfação pra ninguém. Pasmem, ela encorajava o homem a salvar seu casamento e a fazer mais amor com sua esposa.
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Durante um tempo difícil pra mim, conheci um blog sobre relacionamentos mantido por um casal de namorados ultra-moderno, que fazia rankings diversos. Em um deles, a menina falava que uma das cosias que o namorado não poderia saber era que ela saía com outros. Entre outros itens, falava que ele não sabe que ela tinha fetiche por estranhos e adoraria fazer amor (eufemismo, claro) com dois homens.
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Essas minhas observações acerca de relacionamentos chegaram em seu clímax sexta-feira. Não sei porque vi o tenebroso programa Casos de Família. O tema dizia bem qual seria a tônica do dia: "Piriguete ? Eu ? Se olha no espelho !"... foi um festival de baixaria e acusações no melhor estilo do programa de Cristina Rocha, mas eram coisas que, além de me fazer rir da situação, me deixaram enojado. A mulher que traiu o namorado ao longo de dois anos com vários homens, a mulher que dormiu com o marido da amiga por ela ter ficado com um "macho dela na balada"... absurdo. Entre tantas pérolas, destaco a apocalítica frase: "Eu conheço uma piriguete de longe porque sou uma, mas ser piriguete é diferente de ser traidora".
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Juro, eu queria estar brincando ao reproduzir essa frase, mas não estou. Ela foi dita em rede nacional, para quem quisesse ouvir.
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Eu sei que pode parecer alienante, mas fiquei horrorizado com isso. Sei que o SBT e essas revistas de classe C apelam para o sensacionalismo e para a baixaria, mas... são coisas que acontecem ditas por quem as fez, explicando até mesmo as motivações para tal. Eu, (muito) inseguro por natureza, fiquei ainda mais com essas palavras.
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Hoje estou tranquilo, inclusive já conversei com quem mais interessava falar sobre esse post. Aprendi a lidar com essa insegurança toda e até aprendi a tirar proveito dela - para não ter surpresas agradáveis, o melhor a se fazer é ser o melhor e fazer o melhor sempre, simples assim, e assim será.
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E eu percebo que não evoluí, ao menos não evoluí sentimentalmente a ponto de desejar a menina que usa shortinho ou decote e sai carimbando quem vê pela frente, por prazer ou por vingança. Sou aquele que sente medo de uma rejeição, que sonha com a menina, fala do futuro, anda de mãos dadas e abraçado e não tem vergonha de fazer caras e bocas com ela no lugar que for. Antiquado ou careta eu não sei, mas sei que gosto disso e assim - e não ligo pro que vão dizer se a menina gostar disso também. Evolução... ? Prefiro esse meu jeito.
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Você pode me chamar de viado, mas garanto que minha namorada gosta disso. E que a sua adoraria que você parasse de ser tão machão e mala e ser mais humano e romântico com ela também. Ela vai adorar e vai fazer questão de fazer algo que você gosta também. Todos saem ganhando.

A violência virou nossa amiga

O título pode ter assustado, mas, reflita bem. Veja que, de alguma forma, ela é verdade. O que você vê na TV ? Quais esportes acompanha ? Quais jogos de videogame compra pra sua família ? Hoje, sair matando, atirando e esfaqueando é algo rotineiro, duma forma ou de outra.
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Pelos mais diversos meios, a violência tornou-se próxima, quase que íntima de todos. Ela se apoia na muleta de que é um meio, e não um fim. Mas... se, na vida real, nós matamos para conseguir algo, não deixamos de tirar a vida de alguém, certo ? É essa reflexão que precisa ser feita. Também vejo pessoas defendendo que, em alguns casos, ela é uma fatalidade. Concordo com tal visão, mas isso apenas ilustra o quanto devemos ter cuidado em tudo que fazemos hoje. E, para quem defende a violência enquanto fatalidade, existe um ótimo exemplo a ser seguido.
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Pare pra ver a programação televisiva. Isso não é nem um pouco recomendável para pessoas que tem algo pra fazer ou algo na cabeça, mas milhões de pessoas vêem pela telinha o resumo do dia ou uma ótima diversão cotidiana. Nela, programas sensacionalistas, que abordam crimes cotidianos ou espetaculares, ganham destaque. Nacionalmente, José Luiz Datena e Sônia Abrão são ótimos estandartes de apresentadores que abordam o "cotidiano dos excluídos", segundo eles. Os moradores da periferia realmente merecem saber o que acontece em sua região (já que a grande mídia fala apenas das regiões mais abonadas economicamente), mas, antes de tudo, eles necessitam de uma mensagem de esperança, e não de carnificina. Regionalmente, outros apresentadores possuem programas ainda mais violentos, com casos ainda mais carniceiros, que fariam inveja a personagens como Freddy Krueger e Jason. Martelar em episódios tão tristes e violentos é pedir para que outros do mesmo naipe ocorram, incentivando a matança generalizada e o mundo-cão longe do centro das grandes cidades brasileiras.
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Nos esportes, me dá a impressão que o brasileiro começou a levar aquilo que vê na TV para outro patamar. O MMA, também chamado de wrestling ou vale-tudo, mistura várias artes maciais em lutas que fariam as gangues suburbanas tremerem de medo. É um festival de socos, pontapés e lesões que chega a impressionar. Ver atletas sangrando é tão comum quanto ver o público urrando, extasiado. A luta acaba, basicamente, se alguém desmaia ou fica inconsciente, se um lutador "finaliza" outro (por meio dos mais variados golpes, como chaves de braço e perna) ou se algo mais grave acontece. Recentemente, Frank Mir apanhava loucamente de Rodrigo Minotauro, quanto, alguns instantes depois, ele quebrou o ombro do brasileiro. Algumas lutas depois, Lyoto Machida ia melhor em sua luta contra Jon Jones. Num ágil golpe, o americano abre um corte fortíssimo na testa do brasileiro. O norte-americano teve caminho livre para prensar o paraense e fazê-lo perder a consciência por alguns instantes. Esse, para muitos, é o esporte que mais cresce no Brasil - e que poderia ter suas lutas noticiadas nos programas da tarde-noite das emissores nacionais.
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Até mesmo esportes considerados "leves" começaram a ter sérias lesões e problemas de saúde entre seus praticantes. No Pan-Americano, Jaqueline entrou em desespero com sua contusão, acidentalmente causada pela líbero Fabi. No futebol, tornou-se comum o choque cabeça com cabeça, com algum grau de perigo sobretudo quando um dos atletas é atingido na nuca. Zonzeira e perda de consciência momentânea também são normais em lances assim. Esportes mais viris também viram febre, pouco a pouco, no país, tais como o futebol americano e o rugby. Repito que muitos casos aqui são acidentes, mas também não deixam de indicar um perigo maior e mais frequente em atividades esportivas.
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Outro meio muito utilizado pelos brasileiros para se divertir são os videogames. E a preferência de muitos são por jogos que envolvem algum tipo de violência. Sejam socos e pontapés ou tiros com as mais potentes armas, passando por facas, poderes sobrenaturais ou qualquer outra arma que a capacidade lógica desafia de se utilizar na vida real, a violência está lá. O interessante aqui é que a matança é sim um fim. Ora, você mata diversos seres inferiores para chegar num ser superior e... matá-lo. Não importa aqui o enredo do jogo: se é simulador de guerra, aventura, luta ou o que quer que seja. Virou diversão usar armas e facas para transformar o oponente em carne de açougue e fazer o que bem entender dele.
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Isso cria um cenário muito peculiar: gradativamente, pessoas perdem o interesse em ver TV, sobretudo jornais ou programas sensacionalistas, que, segundo os antigos espectadores, era violento demais, e que só "passava tragédia". E lá vão eles jogar videogame ou ver esportes... cheios de tragédia, das mais diversas formas.
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O automobilismo deu, recentemente, uma boa mostra do quanto a fatalidade pode ser violenta: a morte de Dan Wheldon, num acidente incrível na última etapa da F-Indy. Na categoria mais vista do negócio, a F-1, o último acidente fatal foi de Ayrton Senna. Isso não quer dizer que não ocorreram acidentes gravíssimos - como os envolvendo Felipe Massa, Robert Kubica, Luciano Burti, Martin Brundle ou o que tirou praticamente todos os pilotos da corrida de Spa-Francochamps, em 1998. O que difere a F1 dos esportes é que houve um investimento maciço em segurança após a morte de Senna, com a criação da chamada "célula de sobrevivência" no cockpit ou com o fortalecimento do capacete com diversas fibras, deixando-o mais resistente. Investimentos que não vemos em televisão para melhorar sua programação, esportes para deixar seus atletas mais seguros ou programadores de games para deixá-los mais educativos e menos violentos. Porém não há como exigir muito dos outros enquanto o próprio governo não investir o que deve em educação, fazendo com que as crianças passem a ver com outros olhos que não os da diversão tais meios propagadores da carnificina.
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Seria negativo demais falar que é um caminho sem volta, e que a violência é intrínseca à sociedade. Há maneiras de evitá-la e deixá-la longe de nós, mas que a presença dela deveria nos incomodar muito mais é algo inegável.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mito do metrô elitizado

Até esse ano, usava o metrô esporadicamente. O achava sensacional, nunca tive problemas graças ao meio de transporte ou nunca o peguei em horários de pico. Ao mesmo tempo, evitava ao máximo pegar trem, devido as péssimas condições das estações e das locomotivas. Para ver minha namorada com mais frequência e, posteriormente, para trabalhar, passei a encarar essas duas conduções diariamente. E alguns antigos preceitos caíram.
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No trem, vejo muitas pessoas falando que "o metrô é diferente". Segundo eles, lá ninguém fica na porta se não vai sair na próxima estação, lá ninguém empurra, lá é melhor. Certamente essas pessoas nunca passaram pela estação Sé entre as 18h e as 19h, onde, sim todo mundo fica de pé, é uma algazarra e há um festival de empurrões, começa por aí.
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É claro que os trens tem um estado de conservação bem pior que os do metrô. Mas, analisemos: a CPTM, atual controladora das linhas férreas, é herdeira de diversas outras companhias mais antigas, muitas que datam do século XIX. Não sei por quantas reformas cada linha férrea passou para melhorias no transporte, mas é muito difícil comparar algo de 1880 com o metrô, inaugurado em 1974 - quase um século de diferença.
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Apesar disso, convém lembrar que existem metrôs que estão em circulação desde 1974, mesmo ano de todos os trens que circulam pela linha Turquesa, por exemplo. A CPTM tem trens de 1956, que estão ruins, é verdade, mas não dá pra falar que o metrô é de outro mundo, pois não é.
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O que acontece é um demérito muito grande por parte da população para com a CPTM. Embora seja de economia mista (uma parte pública, outra privada), a CPTM herdou instalações antigas e pouco fez para modernizá-la. O metrô, também de economia mista, começou do zero suas instalações e trajetos, e conta com todo o aval da população. Criou-se a imagem de que o metrô é ótimo, e os trens são péssimos.
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É claro que a CPTM tem problemas, contra os quais devemos protestar. Mas não dá para protestar enquanto nós mesmos não dermos para os trens o valor que damos para o metrô. Cobrar mudanças é necessário, porém mais necessário ainda é parar de achar que um é pior que o outro.
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Também ouço muitas reclamações acerca de quem frequenta o trem. Já ouvi que quem usa o metrô é mais educado. Mas... quantas pessoas fazem baldiação do metrô para a CPTM ? Se a pessoa fala isso ela, provavelmente, também faz baldiação. Então, como é ? A pessoa só fica educada no metrô, e na CPTM é rude ? Seria um auto-elogio, uma auto-depreciação... ? É inexplicável.
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Isso passa pelo respeito que cada instituição tem - e também pelo respeito que o povo dá para essa instituição. O metrô goza de um prestígio quase inimaginavel para um transporte público brasileiro, enquanto a CPTM sofre com uma péssima imagem ante a população. Mas acho engraçado ver que os mesmos que ficam à direita em escadas no metrô ficam à esquerda em escadas da CPTM.
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Essa diferença de instituição pode ser medida também em shoppings centers. Em shoppings frequentados por pessoas mais simples, as escadas rolantes são lotadas e demoradas pois ninguém dá passagem para quem fica à esquerda. Já em shoppings com tradição de pessoas mais abonadas, a regra do metrô também é válida. Não é uma diferença cultural, a diferença reside em qual shopping se está: no simples ou no chique.
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Respeite igualmente, seja na CPTM, seja no metrô. Ambos são importantes, e um não é melhor que o outro. Na realidade, é você que é melhor em um que em outro. E quem faz um melhor ou pior é você. Mude essa história e pare de reclamar dos outros enquanto você não faz a sua parte.

Tudo de bom, amor

Já conversamos o suficiente sobre muita coisa, e eu me sinto muito tranquilo agora. É claro que seria melhor e mais fácil se pensássemos igual, mas é muito óbvio que não é assim - e nós já nos acostumamos com isso. Mas todos aqueles traumas e medos meus passaram, e o que eu tenho aqui, agora, é só saudade.
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Saudade de ficar em casa e não poder sair pra te ver, saudade ao saber que vou sair de casa trabalhar e não vou tocar você, saudade ao falar por você só por mensagens pequenas, saudades do seu papo, do jeito como você brinca comigo ou como você me dá certeza e resolve dilemas de longa data meus com um sorriso, uma palavra e um beijo.
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Saudade, é só saudade. Que você tenha uma ótima viagem, você merece. O nordeste é lindo e você vai adorar. Realize lá tudo o que quiser e sonhar, porque você, mais do que ninguém, merece fazer - e não se arrepender de nada depois.
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Espero que pra você passe devagar, quase parando. É o tipo de viagem que acontece poucas vezes na vida, e cada uma deve ser aproveitada ao máximo. Enquanto isso, peço que passe muito rápido pra mim, para eu poder ao menos falar com você o quanto antes. E depois quero ouvir cada experiência que você viveu em solo nordestino.
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Eu te amo, e minha contagem regressiva para o dia 10 já começou.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Espírito natalino

Acho engraçado isso que chamam de espírito natalino. Vejo muitos falando que as pessoas ficam mais caridosas, bondosas, simpáticas... precisa uma data no calendário pra todo mundo ficar assim ? Será que você realmente precisa de um dia pra te impulsionar a ajudar uma pessoa, dar um sorriso, compartilhar experiências ? É preciso um dia para todo mundo rir ?
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Também acho engraçado ver a origem da data em si. O natal, para os católicos, é a data do nascimento de Jesus Cristo. Sim, Jesus Cristo, e não Papai Noel. Pra relembrar a data daquele que "morreu por nós em nome da fé" vocês... trocam presentes. Trocam presentes a tal ponto que até os ateus começaram a comemorar a data. E, me desculpe, se nós comemoramos não é pra celebrar Jesus, e sim pra ganhar algo. Bom, os cristãos hoje tem o mesmo espírito, então tudo bem.
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Especificamente na minha família, o natal é uma chatice. É um festival de hipocrisia que não tem fim. Pra variar um pouco, hoje tive um dia complicado com a minha mãe - sempre que ficamos sob o mesmo teto por um tempo maior é assim. Pra tirar as fotos na hora de entregar os presentes, todos estavam sorrindo. Não, ninguém esquecia o que passou, apenas fingia - e acho que mentira é um pecado capital segundo o cristianismo, não ? Meu avô estava visivelmente irritado com a demora para sairmos de casa, também. Muito no clima, não ?
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E assim foi minha noite feliz. Como o meu natal é puro fingimento, então deixo falar que foi feliz mesmo.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Fazendo história

Desde 1998 a Argentina não tinha um campeão invicto. Ao vencer o All Boys por 1x0, col gol de Cvitanich, o Boca Juniors conseguiu essa façanha na Categoria A. Também foi definido o útil representante argentino na Libertadores. É o Godoy Cruz, que fz 1x0 no Atlético Rafaela no Nuevo Monumental. O time de Mendoza desbancou Argentinos Juniors (o Tifón venceu o Olimpo por 1x0), o Racing (que perdeu por 1x0 para o Vélez Sarsfield) e Independiente e Tigre, que empataram por 1x1 em confronto direto.
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Acabou o conto de fadas do Admira Wacher na Austrian Bundesliga. O Almirantado perdeu por 2x1 para o Red Bull Salzburg e foi da liderança para a quarta colocação. O novo líder é o Ried, que venceu o Wiener Neustadt por 2x0. Rapid Viena e Wacker Innsbruck ficaram no 0x0 e o atual campeão Sturm Graz goleou o Austria Viena por 5x1 na UPC-Arena.
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Vinte e nove gols em oito jogos. A ótima marca foi registrada nas quartas-de-final da Primeira de Chile. Nos jogos de volta, o Colo Colo venceu de novo o La Serena por 3x1, a Universidad Católica fez o mesmo ante o Audax Italiano, por 1x0, a Universidad do Chile fez 3x0 no Unión Española e o Cobreloa anotou 4x1 no Unión La Calera. Todos que venceram estão na semifinal.
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Com grande atuação de Danilinho, ex-Atlético Mineiro, o Tigres voltou a ganhar a primera de México após 46 anos. Ele fez o segundo gol da partida, depois de Peralta e antes de Pulido. O Santos Laguna marcou e deixou o 3x1 no Placar, mas o título ficou mesmo para a equipe treinada por Ricardo Ferretti, em Nueva León.
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Caiu o último invicto na Premier League. Em Londres, o Chelsea venceu o Manchester City por 2x1 e colaborou com a graça do campeonato. Destaque também para a vitória do Stoke City sobre o Tottenham, com direito a gol originado de um lateral, feito por Etherington.
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Dois pontos separam os quatro primeiros colocados no Calcio. No clássico da rodada, a líder Juventus empatou com a Roma por 1x1. Melhor para a Udinese, que venceu o Chievo no Friuli por 2x1. Fora de casa, Milan e Bologna empataram. Os rossoblú seguraram os rossoneri por 2x2.
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Foi suado, mas o Benfica venceu o Marítimo pela Liga Sagres no estádio dos Barreiros por 1x0, gol de Óscar Cardozo. No segundo pelotão do campeonato, a Acadêmica de Coimbra foi até o José Arcanjo bater o Olhanense por 2x0.
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Nos dois jogos que fecharam a rodada da Bundesliga, destaque para a vitória líder Bayern de Munique, de virada, sobre o Sttutgart na Mercedes-Benz Arena, por 2x1. Em casa, o Borussia Dortmund decepcionou sua torcida ao empatar com os diabos vermelhos do Kaiserslautern por 1x1. De quebra, o time amarelo ainda perdeu o wunderkind Mario Gotze contundido.
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Os únicos times que venceram na Swiss Super League foram o sexto colocado e o lanterna. O décimo Lausanne fez 2x1 no Grasshopper e o Servette fez os mesmos 2x1 no vice-líder Luzern. Thun x Young Boys, Zurich x Sion e Neuchatel Xamax x Basel empataram por 1x1.
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Muito equilíbrio nas semifinais da Primera de Equador. O El Nacional venceu a LDU por 2x1, atuando em casa. Já no George Capwell, o Deportivo Quito surpreendeu o Emelec e venceu por 1x0, gol de Martínez.
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Surpresa no Mundial de Clubes. Pelo segundo ano consecutivo o time mexicano vencedor da CONCACHAMPIONS não foi até as semifinais. O Monterrey perdeu nos pênaltis para o Kashiwa Reysol, campeão japonês (e não asiático) após empatar no tempo normal por 1x1. Os reis do Sol enfrentarão o Santos na semifinal do Mundial. Já os catarianos do All Sadd bateram o Espérance, da Tunísia, por 2x1 e tem que segurar o Barcelona pra ir à final.
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Segue a freguesia do Dallas ante o New York dentro da própria casa. No Cowboys Stadium, foram três partidas e três vitórias do Giants. No do último domingo, um jogaço, com direito a touchdown dos vencedores com menos de um minuto para o final do jogo, anotando 37x34. Em jogo menos movimentado, o Seahawks venceu o fraquíssimo Saint Lous Rams por 30x13 em Seattle.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Deixem a São Silvestre em paz !

Desde quando foi criada, em 1924, a São Silvestre passou por bruscas modificações para agradar a federações, corporações, organizações e todo o tipo de entidades superiores que visam acabar com tradições voltadas para o divertimento de uma população específica.
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Não discuto aqui a proibição ou a permissão de estrangeiros no evento. Creio que isso é uma mudança que ocorre devido a importância e tamanho da corrida. Como qualquer evento, começou pequeno e foi crescendo. Com o crescimento, restringir a prova para paulistas ou brasileiros, apenas, é fechar a porta para o futuro.
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Sou contra graves e grandes mudanças estruturais. Inicialmente, a São Silvestre era disputada à noite, com início às 23:30h. Como o percurso tinha pouco menos de 9km, os corredores chegavam no final por volta da meia-noite, à beira do reveillón. Imagina que sensacional começar a correr num ano e terminar no outro, acho essa simbologia fenomenal.
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A partir de 1988, para atender as detemrinações da Federação de Atletismo, a prova começou a ser disputada à tarde. Agora imagina uma prova disputada no começo do verão brasileiro, à tarde, no meio do coração financeiro do país, cheio de concreto e gases poluentes. É duma imbecilidade imensa. E daí que a federação não reconheceria ? A prova continuaria tendo muito valor para quem a conhece, sobretudo para os paulistanos e para seus vencedores.
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No mesmo ano, a corrida também teve sua distância alterada, passando a ter 15 km. A parte mais desgastante da prova (a subida da avenida Brigadeiro Luís Antônio) foi incluída nessa fase do evento. Na época, a organização da prova sofreu críticas por achar (o que tornou-se verdadeiro) que a prova perderia sua característica inicial, de ser de tiro curtíssimo e totalmente diferente do que se fazia no atletismo mundial.
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Esse ano, mais mudanças drásticas, e novamente para pior. Por causa das comemorações do reveillon paulistano, na avenida Paulista, o itinerário da prova foi novamente alterado, terminando no parque do Ibirapuera, e não mais em frente a faculdade Cásper Líbero. O trecho da Brigadeiro foi mantido, agora um pouco antes do final da prova. O final agora será em frente ao Obelisco do Ibirapuera, o que acarreta na presença de um imenso trecho em descida que percorrerá a avenida Pedro Álvares Cabral.
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Ora, um trecho em subida é desgastante em qualquer hora, e um trecho em descida no final da prova aumenta demais as chances de contusões como torções e fraturas. Seja para um profissional ou para um amador, isso é algo desastroso - e, para a organização, é um vexame.
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O pior é saber o porquê essa nova mudança ocorreu: graças aos festejos de reveillon, estava difícil para a prefeitura conciliar os dois eventos.
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Para quem não sabe, o reveillón na Paulista começou em 1997 - nada perto de uma prova que ocorre desde 1924. Esqueceram de toda a tradição da São Silvestre em favor do reveillón na avenida porque esse atrai mais público e mais dinheiro, acabando com as raízes do que era o final de ano na região. Triste lógica, pior para o povo.
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E assim vamos seguindo, com a prefeitura mandando e desmandando, acabando com todo o glamour e tradição da corrida, a organização se subjugando e não mantendo o interesse de quem corre e de quem vê, além de fazer escolhas desastrosas... querem acabar com a São Silvestre, mas nós não pode deixar que isso aconteça.

Tabelão da série B

~ Esse ano não deu nem graça. Na segunda melhor campanha da história de um campeão da série B (perdeu apenas para o Corinthians de 2008 e superou, entre outros, o Vasco de 2009, o Palmeiras de 2002 e o Atlético Mineiro de 2006), a Portuguesa levou o campeonato como quis. O ófensivo e ótimo time de Marco Antônio, Luís Ricardo, Weverton, Henrique, Ananias e cia e do espetacular técnico Jorginho deu alegrias para uma torcida acostumada a sofrer. Grande campanha, título pra jamais ser esquecido pelos lusitanos - que voltaram a aparecer a vestir a camisa na cidade de São Paulo.
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~ Se o campeão teve campanha destacada, o lanterna fez o mesmo. Com um time que beirou a ridicularidade e o amadorismo, o Duque de Caxias mostrou que futebol no Rio de Janeiro se limita aos quatro clubes grandes do Estado. Trocas de técnicos constantes, falta de paixão, apoio e incentivo... deu tudo errado pro Duque esse ano. Não dá pra culpar nem a proibição de jogar no estádio Marrentão.
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~ Ok, não dá pra falar que o Duque só caiu por ser obrigado a jogar no Engenhão, em São Januário e em Volta Redonda ou que o Salgueiro só não se deu bem por ter que jogar nos arredores de Recife. Mas que isso é ridículo, é. A não ser que exista algum perigo de desabamento e falta de segurança reais (já que na grande maioria das vezes isso serve apenas como desculpa, sem refletir a verdade sobre a construção), ele deve ser utilizado sempre pela equipe mandante. Só mais uma das palhaçadas da CBF que ajudam a tirar a graça do futebol.
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~ Além da Portuguesa, outro paulista subiu. Com uma campanha consistente, mesmo tendo que jogar alguns jogos em Araraquara, a Ponte Preta voltou a série A após cinco anos na Segundona. Para a torcida que mais comparece ao estádio do interior de São Paulo, um presente. Para a diretoria, consequência do trabalho bem feito. Para o técnico Gílson Kleina, que recebeu proposta do Fluminense, um merecido prêmio.
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~ Pernambuco está em festa. Seus dois representantes na série B subiram, um com sobras e outro graças a tropeços e mais tropeços de seus adversários. Quem fez um campeonato consistente foi o Náutico, que desde sempre esteve no G4 e fez o artilheiro do campeonato, Kieza, que anotou 21 gols. Já o Sport só subiu porque seus rivais perderam todas as chances possíveis, imagináveis e não imagináveis na disputa pela última vaga. No final das contas, um gol de Bruno Mineiro contra o Vila Nova, no semi-alagado Serra Dourada, coroou a dramática partida e a campanha inconstante.
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~ Vale falar sobre a tal disputa pela última vaga. Como Lusa, Timbu e Macaca abriram vantagem desde o começo, criou-se um segundo pelotão de times, que brigariam por apenas uma vaga na série A de 2012. O Vitória perdeu um jogo inacreditável para o São Caetano, no qual vencia até os 44 do segundo tempo, tomou dois gols e levou a virada do São Caetano. Após um primeiro turno desastroso, o Bragantino reagiu no segundo, mas não conseguiu subir. O Boa Esporte esteve sempre rondando o G4, mas pouco entrou na zona de acesso. Já o Americana, por fim, caiu demais no último terço do campeonato, deixando a vaga escapar.
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~ Na parte de baixo da tabela ocorreu algo parecido com a parte de cima, com três times sendo rebaixados bem antes que o esperado. Além do Duque de Caxias, o Salgueiro fez um campeonato patético, mostrando alguma força no início mas vendo-a esvairir a cada rodada posterior. Já o Vila Nova foi dependente demais do atacante Roni, o que mostrou-se uma aposta errada, também rebaixado.
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~ Faltava um time ser rebaixado e, novamente, houve grande movimentação no décimo sétimo lugar. Ele acabou ficando com o Icasa que, em casa, perder a Portuguesa por 2x0 - aliás, temos que ressaltar aqui o profissionalismo da Lusa, que não lutava por mais nada e fez o que sabe. Até a última rodada, São Caetano, ASA de Arapiraca, Paraná e Guarani poderiam ser rebaixados.
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~ A inconstância foi a marca de alguns times da zona da pasmaceira, que não vai a lugar algum. O Criciúma sempre esteve perto do G4, mas terminou numa decepcionante décima quarta colocação após um final de campeonato ruim, já desmotivado - apesar da força de sua torcida no Heriberto Hulse. O Goiás começou mal (chegando a ir pro Z4), reagiu muito bem e chegou a sonhar com oa cesso, mas não foi além de um décimo primeiro lugar. O ABC, no começo do campeonato, era destaque, no G4. A saída do técnico Leandro Campos fez o tim desabafar, e ele voltou para colocar o time na décima colocação.
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~ Aliás, devemos destacar o trabalho feito por Marcelo Veiga no Bragantino. O técnico está initerruptamente na Linguiça Mecânica há 4 anos, levando o time pra a série B e mantendo-o, além de levar o time a uma semifinal de Paulistão no mesmo ano, sendo eliminado em jogo muito equilibrado contra o campeão Santos. Ótimo exemplo de como um técnico pode alçar o time a resultados incríveis e inesperados.
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~ O trofeu de time mais sonolento da série B vai para o Grêmio Barueri. Nunca teve chance real de subir nem de cair, e, claro, terminou o campeonato numa modesta nona colocação. Sem grandes destaques dentro de campo, a volta da franquia para Barueri (após começar na cidade e ir para Presidente Prudente) foi discreta, mas a equipe deve crescer por ter uma ótima comissão técnica e uma diretoria totalmente profissional.
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~ É um fato inegável e doloroso admitir que os times de empresários estão aí e não sairão de cena enquanto as equipes tradicionais, aquelas que mexem com milhões de pessoas, não acordarem. Após a passagem do Barueri-Prudente em dois Brasileirões seguidos, foram três equipes com essa característica na série B de 2011, e todos mudaram de cidade para jogar esse ano. Além do já citado cado do Barueri, o Americana era o Guaratinguetá e o Boa Esporte era o Ituiutaba, e todos terminaram na metade de cima da tabela. Sem pressão e pensando como uma empresa, eles tem vantagens e desvantagens. Mas, para o futebol, não é algo bom.
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~ Pelo segundo ano seguido, os quatro times ascendentes em um ano não caíram da série A no ano anterior. É bom ver essa rotatividade, que dá a força e graça para a série B, lembrando que o futebol de um país não é forte se suas divisões inferiores também não tiver força.

Paulista 120 anos

Sou de São Caetano, mas sou caipira. Lembro da primeira vez que visitei a Paulista, com o meu amigo Bruno. Olhava pra cima e sentia que o céu começava no teto de cada arranha-céu, no fim de cada antena. As ruas largas, os nomes conhecidos... tudo estava ao meu alcance, eu me sentia figura importante vendo links de televisão e pessoas das mais diversas.
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Hoje, passo por lá todo dia. Sigo encantado com o tamanho dos prédios, a importância da região, o sincretismo de pessoas - e as luzes de Natal, mesmo sabendo que isso é sazonal. Acho que nunca vou perder o brilho nos olhos ao ver a linha verde do metrô ou esse fabuloso pedaço compreendido entre a Oswaldo Cruz e Marechal Cordeiro de Farias, entre o Paraíso e a Consolação.
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No dia do aniversário de 120 anos da avenida que iria se chamar Acácias ou Prado de São Paulo, tive experiências que mostram o quão cosmopolita é a avenida. Acorcei cedo e namorei um pouco no Trianon, vendo a armação das luzes de Natal e o pinheiro da época, azul, moderno e bonito. Enquanto passava pelo MASP, vi uma imensa estrutura saudando os paulistanos com um Feliz Natal, Ao chegar no quarteirão entre a Augusta e Haddock Lobo, encontrei uma manifestação que visava ocupar um prédio abandonado - depois li que a construção era de posse da presidência da república, e os manifestantes o desocuparam após conseguir marcar uma reunião com autoridades. Nada mais Paulista que tanto tudo em algumas passadas.
É ótimo fazer parte da sua história, Paulista. É ótimo te ver todo dia, e sentir-se um cidadão do mundo.
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"No vai e vem é gente de todo lugar
Gigante da medicina
Livros que ensinam uma boa educação
Tem rádio e tv vocês vão saber
A força da comunicação
Do bonde ao metro... evolução
Do mundo inteiro sabores a degustar
Nessa avenida um arco íris vai passar
É réveillon, vamos brindar"

É difíci o Triunfo

Todo dia, quando eu vou pro meu trabalho, eu passo na frente dum prédio de nome Triunfo. Mais precisamente, Edifício Triunfo, 585 da Haddock Lobo, em Cerqueira César, no mesmo quarteirão da única saída da estação Consolação do metrô que não tem indicações na parede. Desde sempre eu fiz analogias com aquela construção, e, cada dia mais, ela faz sentido.
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Na primeira vez que visualizei o prédio, antes de uma prova para ver meus conhecimentos na área, vi que o meu triunfo se dava por estar começando a andar com as próprias pernas e por sentir que um emprego estava próximo para mim. Na segunda vez, após uma entrevista, minha felicidade girava em torno de ter passado na tal prova e ter a chance de voltar ao local para mostrar o quanto eu conhecia, individualmente e com mais atenção de alguém dentro da empresa.
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Hoje, passo pelo prédio todo dia. Mais que conseguir o emprego, sinto que cresço e aprendo algo todo dia lá, me tornando útil para um grupo de pessoas fazendo o que sei e aprendi. Nunca deixo de visualizar o edifício, símbolo do meu triunfo. Triunfo difícil, tão ou mais que colocar em pé um edifício.
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"Na pista, pela vitória, pelo triunfo
Conquista, se é pela glória, uso meu trunfo"