quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lembranças de um jornal

Quando eu mal tinha ideia do que seria da minha vida e achava que ia ser um garoto gordinho pra sempre, um dos hábitos mais fortes do meu pai era comprar o jornal de sábado. E nunca falhava: ele sempre comprava o Jornal da Tarde. Por muito tempo convivi com o JT na minha casa, íntimo, me observando comer, ver televisão ou fazer qualquer prática cotidiana. 
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Apesar desse contato tão próximo, devo confessar que, naquela época, nunca gostei muito dele. Sabe-se lá porque, eu o achava meio chato e estranho. Nunca via o comum e o básico nele, que tinha poucas páginas e textos bem longos. Preferia a Folha de São Paulo e seus tradicionais infográficos, boxes e textos curtos.
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Com a separação dos meus pais, perdi aquele velho amigo de sábado. O deixei esquecido, pois, como já disse, não gostava da sua presença. Fui reavaliá-lo só quando entrei na minha faculdade de Jornalismo e comecei a conhecer um pouco mais da história daquele impresso curto, mas totalmente diferente. Subitamente, passei a admira-lo e recriminar a mim mesmo por todas as vezes que pude lê-lo com mais afinco e fiz cara feia. 
Hoje foi veiculada a última edição do jornal, após 46 anos de serviços (muito) bem prestados. Só eu que não o aproveitei, infelizmente. 

Fica o exemplo

Antes de mais nada, quero deixar bem claro que conheci Chris Christie, governador do estado americano de New Jersey, hoje. Não sei o que ele fez ou deixou de fazer, mas só pelo seu cartão de visitas ele já me deixou uma boa impressão. 
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A unidade federativa que ele governa foi uma das mais atingidas pelo furacão Sandy, que arrasou boa parte da costa do Atlântico dos Estados Unidos. O governador, então, fez elogios públicos ao presidente yankee, Barack Obama, que, segundo ele, está fazendo todo o possível para ajudar o estado irmão de New Yorka suplantar o furacão.
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A surpresa vem quando vamos um pouco mais fundo. O governador é republicano, e faz claras deferências ao democrata Obama. É o tipo de coisa rara de se acontecer no jogo político. Isso se torna ainda mais incrível quando pensamos que estamos em plena corrida eleitoral - e eleições norte-americanas são historicamente acirradas. Imagine o apoio que não é receber elogios de uma pessoa influente do partido que faz oposição a você. 
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Além de Christie, destaca-se também a posição de Obama. Ao invés de cair de cabeça na eleição que pode o reeleger, ele mostra que também é humano e ajuda quem mais precisa, mesmo em hora que não é das mais convidativas para um presidente que tenta a reeleição.
E no Brasil, quando teremos os interesses humanitários se sobrepondo aos políticos ?F

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Que bom que acabou

Já me iludi bastante, mas hoje não caio mais nessa. A grande maioria dos brasileiros não liga pra política em época de eleição: o que ele quer mesmo é se agarrar numa esperança de que algo vai melhorar. O problema é que até um dos mais nobres sentimentos que existem consegue ser deturpado nesse país tão imoral por natureza
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No Brasil, o certo é um conceito tão subjetivo que é individual. Só o meu candidato é bom, só o meu partido faz o bem, só o que eu penso é capaz de tirar o país do limbo. Quem pensa diferentemente de mim merece rajadas de palavras de ira, para ver se acorda pra vida. Se não acordar eu ao menos tentei: o burro, no caso, é ele. 
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Criam-se discussões e inimizades do nada por pensamentos diferentes. Não se conversa, se briga. Não se discute, se xinga. E a política, que não deixa de ser uma troca de experiências, ideologias e opiniões, vira guerra mental.
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Agora resta ensinar ao povo que não existe só um lado no futebol, na religião, na sociedade, no cotidiano... em tudo. Mas ao menos temos um assunto a menos para catequizar essa gente tão crua e ignorante.
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Discutir política fora do período eleitoral é importante sim, e muito. Mas existe alguma discussão benéfica em que nos vemos hoje em dia ?

domingo, 28 de outubro de 2012

Não foi Lula que fez Haddad ganhar

Vejo muita gente dizer que Fernando Haddad só venceu a eleição para a prefeitura de São Paulo pois Lula chegou de sola em sua campanha. Devo discordar. É óbvio que o ex-presidente tem sua cota de merecimento, mas ela é bem menor que o pensado. 
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Ao contrário da imensa maioria das outras cidades brasileiras, a figura de Lula não traz votos fáceis e garantidos. Traz alguns sim, mas afasta eleitores quase que na mesma proporção. O ganho, pra não dizer nulo, é irrisório, sendo assim. 
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Para exemplificar, basta alguns exemplos práticos e quase que incontestáveis: José Genoíno não ganhou para governador em 2002, Marta Suplicy não foi eleita prefeita em 2004 nem em 2008 e Aloízio Mercadante não foi nem pro segundo turno foi nas eleições de 2006 e 2010. Nas eleições Executivas, pelo menos, o lulismo não tem vez em solo paulistano
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Haddad tem um motivo muito mais óbvio e claro que seu padrinho político para ter vencido. Dois, na realidade. O primeiro é ele mesmo, com algumas propostas interessantes - sobretudo o Arco do Futuro. Mas, numa eleição que teve muito mais ataques pessoais que propostas, creio que outro fator definiu a vitória do petista.
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A campanha política do PT, visualmente, foi de tirar o fôlego. Se antes do horário eleitoral gratuito Haddad tinha apenas 3% das intenções de voto, apostou-se em um programa visualmente belíssimo. O discurso do candidato ao saber que seria candidato à prefeitura foi exibido como se fosse Winston Churchill ou John Kennedy falando, e não alguém que disputaria pela primeira vez uma eleição.
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O PSDB quase sempre teve programas bem mais bonitos que os de seus partidos concorrentes aqui em São Paulo. Agora o jogo virou e eles perderam. Seja no rádio ou na televisão, a limpidez, a qualidade e o melhor nível do programa petista era nítido. Diálogos fluidos, conteúdos claros e limpos, imagem e som cristalinos. Enquanto isso, via seus adversários com propagandas bem mais feias
Colocar o crédito por uma vitória em um medalhão é fácil, mas reconhecer a qualidade técnica de uma campanha, que é algo tão importante quanto, é de vital importância para seguir sabendo o caminho da vitória.

O lado mais cruel da guerra

The Hurt Locker é um filmaço. Mesmo após tanto tempo na espera, gostei demais de ver o filme da diretora Kathryn Bigelow, vencedor de seis Oscar no ano de 2010 - melhor direção, melhor roteiro original, melhor edição, melhor mixagem de som, melhor edição de som e melhor filme
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O grande mérito do filme, ao meu ver, está em mostrar um lado mais nefasto (pra mim, claro) e pouco visto de guerras. Sem corpos no chão, sangue, carnificina e matança: o que se vê no longa é o lado mental da guerra. A saudade da família, as táticas extenuantes, o convívio com pessoas estranhas e a pressão de não saber se está lidando com pessoas amistosas ou não acaba com qualquer soldado.
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Não há muito o que dizer a não ser indicar pra quem estiver vivo. É um filme que mexe com seu brio e sua emoção, com performances excelentes de Jeremy Renner como sargento William James (que me deixou enraivecido boa parte do filme por sua falta de hierarquia) e Anthony Mackie como sargento JT Sanborn (bem mais racional, inteligente e ágil que seu companheiro que assume o Pelotão Bravo após a morte do sargento Matt Thompson (Guy Pearce), muito mais afinado com seus companheiros).
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A toda hora o filme dá um tapa na cara acerca de conceitos fincados na cabeça do leitor, seja qual for a mentalidade da pessoa. A diretora deixa bem claro que existem americanos com e sem caráter, bem como existem iraquianos com as mesmas características. Todos tem seus motivos, e cabe ao outro lado respeitá-lo - desde que, é claro, não se coloque a vida de terceiros em perigo. 
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Após a imensa decepção que tive com Atividade Paranormal 4 no cinema, Guerra Ao Terror fez meu fim de semana de cinéfilo.

Forçou demais

Hoje, fui ver Atividade Paranormal 4 acompanhado da minha namorada. Devo confessar que, mesmo não gostando de filmes de terror, via com bons olhos a série, que não traumatiza, mas apenas assusta. É um terror light, digamos assim. Após o quarto filme da série, porém, minha impressão mudou bruscamente.
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O começo é o de sempre: a família feliz mostrando alguns arquivos de imagem pessoal até que a presença de alguns espíritos começa a ser notada, influenciando e mobilizando o comportamento de alguns personagens e objetos. Os pequenos sustos mantiveram-se, o que é algo bom para dar aquele frenesi, mas a situação começa a descambar demais. 
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Quando um espírito consegue guiar uma faca ou abrir uma porta, começo a sentir frio na barriga - objetivo do filme. No entanto, quando um carro começa a ganhar vida própria graças a eles, acho forçado demais. 
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O longa perdeu a graça na referida cena, pra mim. Antes dela a sequência e o andamento eram bem razoáveis, lembrando os bons takes dos dois primeiros filmes. Depois, porém, as cenas de terror ficam caóticas e aceleradas, semelhantes às do histórico A Bruxa de Blair, descaracterizando totalmente a quadrilogia
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O final é algo de patético. Vários espíritos juntos que atacam uma das personagens, com direito a tomada nos rostos de zumbis, algo que nunca foi o mote de nenhum filme da saga
Por tentar fazer um terror cru, perdeu-se o suspense das ações - a grande graça dos filmes. Perdeu-se a graça, perdeu-se tudo. 

sábado, 27 de outubro de 2012

Twittadas do último debate:

~ Você viu alguma pergunta ser respondida ? Eu não.
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~ Haddad MATOU o Serra dizendo que ele tirou a caxola do Levy Fidelix.
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~ O que o Serra tem de competente em fazer propostas ele tem de travado em debates.
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~ Haddad pergunta bem mas responde como um vaso: pode ser bonito, mas não tem profundidade.
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~ PT e PSDB parecem que são cada vez mais parecidos em suas propostas. 
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~ Os partidos apenas diferenciam-se quanto ao seu poder de corrupção: um é ruim, o outro é pior. Não sei qual o pior.
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~ Serra está no segundo turno pela experiência e por ser conhecido, nada mais. Seus afilhados mancham sua carreira.
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~ Haddad está no segundo turno por seu padrinho e por seu programa, nada mais. 
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~ Me pergunto a que ponto São Paulo chegou para ter que escolher dois candidatos... assim.  
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~ Tenho pena dos paulistanos que sofrerão nos próximos 4 anos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Quando ao corpo não aguenta

Por vezes eu recebo no meu horóscopo pessoal via e-mail mensagens como "pegue leve, é hora de cuidar da saúde !". E eu me pergunto "ok, entendo... mas tenho tempo pra isso ?". Não, não tenho. Mas eis que a mesma saúde me dá esse tempo de maneira forçada. 
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Ainda na quarta-feira comecei a sentir um leve incômodo na minha barriga. Nada de tão grande a princípio, mas que, hora após hora, tornava-se cada vez mais desagradável. Após o jantar, porém, ela tornou-se doída demais - ainda mais com o sonolento jogo do São Paulo
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Não dormi a madrugada inteira e, logo ao me levantar, fui ao hospital. Na parte da manhã fui diagnosticado com virose e intoxicação alimentar. Ora, eu tinha dor de barriga e isso era uma virose ? Não dei bola, e levei a ideia de que tinha ingerido alguma comida estragada
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De repouso, à tarde, melhorei. Por volta das 19h, porém, a dor reapareceu com força. Não pude fazer o jogo que cobriria e, novamente, fui para o hospital. Um terceiro médico me deu um terceiro diagnóstico: infecção, sem saber do quê nem aonde. Seja como for, foi com esse diagnóstico que eu melhorei quase que totalmente.
Pode parecer pouco, uma dorzinha. Mas quem a sentiu fui eu, e, amigo, eu tava mal demais. Quem me conhece sabe que precisa muito pra eu parar de trabalhar e estudar, e a infecção conseguiu isso. 
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Meu corpo me mostrou que, de fato, eu precisava pegar leve. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eu tenho muito pra dizer, mas não tenho tempo pra falar

É, pois é. Me acostumei a fazer tudo no susto, e isso anda me irritando demais por não conseguir me dedicar da maneira que devo e que esse determinado assunto merece. Tô indo dormir quase todos os dias depois das 1h, o que me deixa stressado, de mau-humor e faz meu rendimento (no trabalho, na faculdade, em qualquer relacionamento interpessoal) cair ainda mais.
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E é horrível ter o que falar e não ter tempo para discorrer a respeito disso. Me sinto preso em mim mesmo, refém do relógio.
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Pelo cansaço, pela falta de tempo, apenas atualizo o blog para fazer esse pequeno e humilde desabafo. Não o abandono nem penso em abandoná-lo, mas tá difícil conciliar tudo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Algumas comparações sobre o buzz de Avenida Brasil

É seguro afirmar que Avenida Brasil é a novela que mais mexeu com o Brasil em sabe-se lá quanto tempo, e, porque não, muito tempo. O difícil é mensurar exatamente esse tempo.
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Exatamente, creio eu, só o IBOPE pode dizer o quanto a novela fez um buzz (pra ficar num estrangeirismo da moda) interessante. De cabeça, porém, consigo comparar. Se considerarmos que toda a atração foi um sucesso em matéria de audiência, do começo ao fim de sua exibição, coloco Mulheres Apaixonadas, do grandioso Manoel Carlos, como a última novela a dar tanto o que falar. Exatos oito anos separam as atrações. Uma década para a Globo, amigo, é uma eternidade. 
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Se levarmos em conta que final de novela é quase sempre uma atração à parte que para o país (ainda que essa foi algo que eu pouquíssimas vezes vi, com direito a links externos no Jornal Nacional), uso como medida de comparação o capítulo 100, que é o que muitas vezes mostra o sucesso ou o fracasso de uma televonela. Se vermos o burburinho que o episódio trouxe de efeito para o restante da trama, porém, creio que Caminho das Índias, de Glória Perez (lembra ?), é a que mais se aproxima do impacto causado pela novela recente. 
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Vale lembrar que, entre novelas de João Emanuel Carneiro, A Favorita também teve uma boa aceitação e uma estrutura - ainda que não causasse, nem de longe, a mesma aceitação. 
Salve Jorge, de Glória Perez, começa amanhã, e seu começo já está comprometido pois comparações sempre surgirão entre a trama anterior e a atual. Conseguirá a autora superar esse obstáculo ? 

domingo, 21 de outubro de 2012

Pequena reclamação sobre quem reclama do horário de verão

Falo desde o começo: sou indiferente ao horário de verão. Mas vejo que essa medida governamental para economizar energia é uma das coisas que mais divide opiniões em nossa sociedade - algo normal para um conjunto de pessoas que delira vendo novela e não se mexe contra a corrupção na política.
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Pois bem, muitos falam que o horário de verão é desgastante e que torna o ato de acordar muito mais complicado. Isso em tese, claro... porque, na realidade, não é nada disso. Dorme-se uma hora a menos na madrugada em que a mudança de horário ocorre, mas, depois, dorme-se uma hora mais tarde para se acordar uma hora mais tarde. Além do mais, quando o horário acaba, dormimos uma hora a mais. Qual a diferença ?
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Ao meu ver, quem reclama por esse motivo do horário de verão apenas procura um motivo pra explicar sua preguiça. Por que, fisiologicamente, não há explicação pra tanta reclamação.

sábado, 20 de outubro de 2012

Tá faltando Russomano no segundo turno paulistano

Na já histórica entrevista de Celso Russomanno a César Tralli no SPTV, o bordão lançado pelo candidato do PRB a prefeito de São Paulo foi "Vamos falar de São Paulo ?" - segundo ele, o jornalista queria apenas falar de assuntos que fugiam da campanha eleitoral.
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Com Russomanno fora do segundo turno, falta quem queira falar da cidadeJosé Serra, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT, preferem se atacar mutuamente e mostrar o que já fizeram em cargos públicos passados a apresentar propostas de fato. 
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Isso só mostra o quão desnecessário são segundos turnos na política brasileira - falo mais sobre isso aqui
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Hoje vi o horário político na TV e constatei o fato. Tanto o tucano quanto o petista seguiram o mesmo cronograma: primeiro fizeram ataques ao político adversário, depois exaltaram suas conquistas e feitos em outras ocasiões para a população e, só no fim, os dois falaram sobre projetos futuros.
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Além de mostrar a debilidade do sistema eleitoral a duas vias brasileiro, isso elucida duas coisas: que a política brasileira é um jogo de cartas marcadas, onde os nomes se sucedem (se não dos candidatos principais, de seus padrinhos políticos) e a renovação inexiste; e que, se existe ataque, existem erros administrativos de ambos os lados. 
Eu não votaria em Russomanno em 2012, não nas condições nas quais ele fez seu plano de governo. Mas que faltam propostas e sobra politicagem suja e que não interessa a ninguém, isso não tem como discordar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O país da Copa, o fim do mundo e a chatice

O Brasil é, cada vez mais, o país dos clichês e das frases feitas. Uma frase de impacto (que nem precisa ter tanto conteúdo assim, basta ser forte e cair bem em algum contexto pré-determinado) torna-se rapidamente um chavão no país, daqueles que são usados por todos - e deturpado por muitos. E isso é um tremendo pé no saco, com todo o respeito. 
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Ultimamente, duas dessas frases tem me chamado a atenção pela chatice e pela falta de nexo com que são usadas. 
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A primeira é achar que todos os problemas brasileiro* vão denegrir nossa imagem na Copa do Mundo e que tudo é motivo para esculhambação. É óbvio que temos problemas graves de infra-estrutura, nos transportes, nos aeroportos, na logística, em hotelaria, em educação, em saúde. É óbvio que isso atrapalha, e é óbvio que precisamos cobrar por mudanças. 
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O que me irrita é ver a frase "é esse o país da Copa ?" ou "imagina na Copa" a torto e a direito para qualquer coisa. Problemas pessoais, problemas nada a ver, coisas sem sentido nenhum são acompanhadas pela frase, cobrando mudanças de terceiros. Essa mentalidade paternalista brasileira de depender sempre dos outros e de nunca olhar pro próprio umbigo é escrota demais. Mexa-se e não reclame - certamente algum resultado bacana virá. 
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Outra frase que certamente todo mundo já ouviu e que me dá nos nervos é a que associa 2012 com o fim do mundo graças ao filme de Hollywood ou ao calendário maia. Pra começo de conversa: não ache que é um calendário maia, azteca, inca ou seja lá o que for que vai fazer o mundo acabar. 
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A oração é muito utilizada quando algo inesperado acontece. Título do Palmeiras ? É o fim do mundo ! Libertadores do Corinthians ? O mundo está acabando ! No esporte isso tornou-se comum (e chato), mas em outras áreas a frase também se faz presente. 
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Acho engraçado quem acha que algo vem por acaso. Conquistas vem com trabalho, competência, foco e planejamento - coisas que, certamente, quem usa esse tipo de frase não sabe o que é ou não tem. 
O uso repetitivo dessas frases apenas evidencia a bobeira da nossa sociedade como um todo e o quanto não conseguimos construir argumentos com o mínimo de razão e lógica. Mostra, enfim, o quanto estamos inaptos a simplesmente pensar

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Você votaria em Joaquim Barbosa ?

Hoje, enquanto discutia com alguns amigos na faculdade em um evento acadêmico, um professor levantou a bola: se Joaquim Barbosa se candidatasse a algum cargo político, você votaria nele ? Ele teria chances de ganhar ?
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Começando pelo final: sim, ele teria boas chances de ganhar. Ele está em evidência, pouco se ouve críticas a respeito de sua pessoa, é tido como inteligente, é ministro do Supremo Tribunal Federal e é advogado dos bons, o que lhe confere alto grau de confiança ante o público. O que mais o garantiria votos, porém, não é nada disso - isso tudo é complemento.
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Ele ganhou aura de heroi após o julgamento do Mensalão. Os Estados Unidos mostram que figuras sem grandes invocações políticas podem ir longe na política tornando-se heroi de algo - lá os herois de guerra, sobretudo os da Segunda Guerra Mundial, são valorizados; aqui... bem, nós não temos herois
Eu me recuso a votar em alguém que eu não sei se tem propostas convincentes ou qual bandeira política levanta. O que o ministro do STF pensa sobre a educação, a saúde, o transporte público, o trânsito, a habitação ? Ele pode ter um caráter exemplar, mas precisa provar que é um bom gestor. Até lá, não tem meu voto

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Tomaram as dores do xingamento a Galvão Bueno

Sempre ouvi atletas e comentaristas da imprensa dizerem que o "torcedor paga o ingresso e pode cobrar o quanto quiser, desde que não aja com violência". Isso em qualquer esporte ou qualquer lugar. Eis que, no UFC Rio III, todos rasgam a antiga cartilha que parece doutrinar o Jornalismo e resolvem criticar veementemente a atitude que veio da platéia.
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Em alto e bom som, a torcida mandou Galvão Bueno para todos os lugadores possíveis e imagináveis, além de xinga-lo com vigor. A Globo, para disfarçar a vergonha, diminuía o som ambiente para aumentar quando os gritos parassem. Mas, com o volume alto novamente, os gritos voltavam. 
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Certamente, as lutas transmitidas ao vivo (entre Rodrigo Minotauro e Dave Herman e Anderson Silva contra Stephan Bonnar) tiveram, no mínimo, um decréscimo de interesse perto da reação popular no UFC Rio 3. O público estaria, então, depreciando o evento pelo qual pagou ?
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Já ouvi coisas de todos os gêneros. Que sim, que não, que não é bem assim. Acho, particularmente, que algo dessa magnitude demorou pra acontecer. Galvão sempre foi odiado e tido como chato por muitos, era óbvio que em alguma aparição pública e ao vivo dele algo desse naipe ia acontecer - na realidade já aconteceu muitas vezes, a mais célebre delas (antes do acontecido no UFC, é claro) nas oitavas-de-final da Copa Libertadores da América de 2007, no jogo entre Grêmio e São Paulo em Porto Alegre.
Como o narrador não é uma figura que determina os rumos do país, taxou-se o público de esnobe, falou-se que eles não tinham o que fazer. Mas... e se as mesmas pessoas, na mesma ocasião, fizesse algo semelhante com um Presidente da República ou chefe do Executivo de algum canto ? Pra ficar em um exemplo recente: no El Clásico, disputado entre Barcelona e Real Madrid, a torcida catalã começou a gritar enlouquecidamente no Camp Nou pela independência da Catalunha. O ato nada mais é que algo idêntico ao que ocorreu na Cidade Maravilhosa com motivações distintas. 
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O motivo de tamanho protesto e burburinho, realmente, pode ser blasé. Mas ao menos nos mexemos para combater alguém com quem não concordamos. Devemos, agora, nos mexer da mesma maneira para assuntos mais sérios - política, educação e ética me parecem bons temas. 

Algumas poucas palavras sobre Peyton Manning hoje

Na história da NFL, por 442 vezes (!) uma equipe saiu vencendo um jogo por, no mínimo, 24 pontos no primeiro tempo. O time derrotado conseguiu a virada apenas três vezes no segundo tempo. E uma delas foi hoje.
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Peyton Manning, um dos quarterbacks mais geniais da história do futebol americano, comanda o Denver Broncos, time que hoje estava perdendo. Ele é conhecido por ser preciso, eficiente e inteligente, mas também por perder partidas decisivas. Basicamente, ele sente a pressão de maneira maior que outros jogadores da mesma posição - a mais importante dum time de futebol americano.
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Pois bem, Manning virou. E com uma categoria e precisão que são características deles. Com números assustadores e incríveis, ele saiu dum 24x0 contra para um embasbacante 35x24 para o Broncos. O primeiro tempo do quarterback não foi nada bom, inclusive com direito a uma interceptação por parte do San Diego Chargers, adversário de hoje. Mas, na segunda etapa, foram três arremessos que resultaram em touchdown - a jogada nobre do esporte, que sacramentaram a derrota do Chargers
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Continuo achando que ele não faria isso num jogo de playoff, mas o que eu vi hoje foi espetacular. Eu, que sempre tive ressalvas quanto ao poder de Manning, hoje faço uma ressalva à ressalva para elogiá-lo da maneira que ele merece hoje. 
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NFL é demais e me deixa empolgado e inspirado para escrever na madrugada duma segunda-feira fria. Viva o esporte!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Como a Veja viu a Crise dos Mísseis

Em 1962, uma das potências mundiais na época, a União Soviética, colocou um pesado armamento em Cuba a fim de provocar a outra potência mundial na época, os Estados Unidos - esse até hoje país com a economia mais pujante do planeta. 
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O fato, conhecido como Crise dos Mísseis, entrou para a história como o momento no qual sentimos de perto uma Terceira Guerra Mundial acontecer, essa totalmente nuclear e com os sobreviventes sendo poucos e infelizes. Também foi um dos poucos instantes no qual os países protagonistas da chamada Guerra Fria estiveram à beira de uma guerra de fato - que nunca aconteceu diretamente. 
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Esse é o prólogo histórico. Aprendi que, em uma história com essas dimensões, não existe mocinho e vilão: todos tem sua faceta negativa. Não para a Veja, que trata os personagens yankees como se estivessem num pedestal, e os soviéticos como se fossem os comedores de criancinhas que pintavam anteriormente. 
Na reportagem, que pode ser vista aqui, é evidente que a publicação colocou apenas o que a interessava. Mas, quando uma revista se propõe a fazer Jornalismo, creio que uma visão mais ampla dos fatos deve ser dada. Além disso, os advjetivos (que, no bom Jornalismo, são erros - mas isso não parece ser algo que a Veja se lembra ou faça) dados pela revista mostram o quanto os norte-americanos são demais e os antigos russos (e, de quebra, os cubanos) não valem nada. Não sou um profundo conhecedor do episódio, mas, sinceramente, duvido que o governo americano seja tão bonzinho - evidências histórias me ajudam nessa hipótese. Também relembro que o presidente dos EUA na época era John Kennedy, uma daquelas pessoas das quais não se pode falar mal para não ser tratado como herege - algo bem diferente do tratamento dado ao premiê soviético na época, Nikita Khrushchov, ou a figuras comunistas e socialistas como Fidel Castro e Che Guevara.
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Jornalismo ?

domingo, 14 de outubro de 2012

O feriado sempre faz o clima mudar

Novamente, ao chegar um feriado prolongado, o clima mudou. Antes do dia 11 (bem antes, na realidade), se via o Sol todos os dias, um calor senegalês, daqueles que torna uma rápida ida até a padaria um martírio que deixa impossível andar 100 metros fora de casa sem que algumas gotas de suor comecem a aparecer - isso sem contar em regata e short, que também apareceram com força em pleno outubro no Verão fora de época.
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Parece piada, mas não é: no dia 11, exatamente quando todos já estavam carregando as malas, o frio apareceu - e com força. Voltamos a usar blusa, cachecol, calça e outras vestimentas típicas do inverno. E, então, o feriadão inteiro foi passado sob tempo feio, garoa e uma imensa vontade de se ficar em casa, na cama, dormindo. 
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Não sou habitué de viagens quase nunca, mas sou favorável a quem sai da cidade para fazer o que bem quiser quando pode. E, bem, esse tempo que não quer dizer nada e só dá preguiça me irrita - e, se me irrita, imagine o quanto irrita quem tinha algo programado. 
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O pior: para terça-feira já temos previsão de calor novamente. Ou seja, a virada no tempo só serviu mesmo para matar os planos dos turistas que gostam do calor e já tinham sua ida à praia consumada. 
Em novembro teremos outros dois feriados, os dois prolongados. Que o Sol e o calor apareçam, para, enfim, não termos surpresas desagradáveis quando o que mais queremos é dispersar e sair de casa.
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Errata: como me corrigiu o amigo Fábio, o título está errado. Deveria ser "o feriado sempre faz o tempo mudar", já que o clima leva em consideração condições climáticas de vários e vários anos e períodos.

Por um hino nacional menor

Não, não quero colocar abaixo a canção-máter da pátria totalmente. A verdade, pra mim, é que o hino nacional brasileiro é grande demais e isso mais prejudica do que ajuda na maioria das vezes. O encurtamento do hino, para mim, é uma necessidade.
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Óbvio que uma canção nacional longa é algo raro, e isso é uma peculiaridade positiva. Mas um hino menor, para nos adequarmos ao "padrão" de hinos mundo afora, é algo importante. 
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Estamos longe de sermos os primeiros a fazer isso. A Marselhesa, por exemplo, tem sete estrofes, mas o mundo canta apenas duas do hino nacional francês. Fratelli d'Italia, o hino nacional italiano, tem cinco estrofes, e nós cantamos apenas uma. 
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O segredo está em quando usamos a versão completa e a reduzida. Na França e na Itália, os hinos completos são executados apenas em ocasiões formais ou predeterminadas, para que a nação não se esqueça de canção inteira. Mas, na maioria das vezes, executa-se a versão comprimida, mais empolgante, fácil e contagiante. 
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Nosso hino é belíssimo e não seria difícil escolher algumas de suas partes para encurtá-lo e formar uma canção ainda mais bonita - certamente uma das mais lindas do planeta. 
Convém lembrar que não é apenas o hino nacional que precisa ser encurtado. Outras canções, como o hino da Independência e o hino à bandeira são tão bonitos quanto e também precisam da mesma adaptação para tornarem-se mais palpáveis e populares. 
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Enquanto isso, vemos o hino tornar-se tão comum em eventos quaisquer a ponto de ser desrespeitado e passar despercebido... o encurtamento do hino, mais que uma necessidade, é uma urgência. 

sábado, 13 de outubro de 2012

As duas citações célebres mais lembradas por mim

"Nom dvcor, dvco" ("Não sou conduzido, conduzo")
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A citação é o lema da cidade de São Paulo e, realmente, tem tudo a ver com a Locomotiva do Brasil: ela conduz e nunca deixou ninguém conduzi-la. Invejo a força da frase e, quando quero uma dose de motivação (quem me conhece sabe que minha alto-estima inexiste), sempre tento pensar em coisas que eu conduzo, e não sou conduzido - quase sempre sem sucesso. A força e a imponência dessa frase em latim sempre me encantaram.
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"Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las" ~ Voltaire
Escritor, ensaísta, deísta e filósofo eram as ocupações do francês, mas certamente essa sua frase inspirou demais o pensamento liberal de raiz ao redor do mundo. Como todos sabem, sempre fui apaixonado por Jornalismo, e sempre gostei dessa verdadeira arte nos moldes propostos por Voltaire: sem nenhum tipo de censura e com total liberdade, concordando ou não com o que está sendo dito. Gostaria que todos os jornalistas tivessem essa frase como um mantra, e que não apenas pensassem nela como também colocassem na prática os ensinamentos que essas poucas palavras trazem. 

Desconstruindo a propaganda da Brahma sobre a Copa

A tentativa é válida: ir na contramão do senso comum e de um clichê que anda em alta por aí- quando nos deparamos com algo ruim, logo falamos "se agora tá assim, imagina na Copa !". Irritante (eu mesmo pretendo fazer um texto sobre isso) demais, claro, e só mostra a falta de habilidade brasileira em argumentar com o mínimo de conhecimento e contextualização. 
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No entanto, a propaganda da Brahma é uma ode ao fanatismo exacerbado, aquele que torna-se (bem) negativo. Além disso, o tom do comercial é dum ufanismo que deixaria Galvão Bueno orgulhoso - ou seja, é chato. 
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Para deixar o meu ponto de vista bem claro, peguei apenas o texto a propaganda para análise:
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"O Brasil é o país do futebol, mas também é o país das festas."
Nada pior que começar com dois clichês. Empobrece o texto e o produto final como um todo. O Brasil é mesmo o país do futebol, mesmo com cifras tão baixas perto dos clubes europeus, tratando tão mal os torcedores e estando na modestíssima 14ª colocação no ranking de seleções da FIFA ? Isso pra não falar na seleção atual, obviamente. Somos o país das festas mesmo ? Com base em quê eles falam isso ? Tem algum dado ? Informação errada e sem fundamento é o cúmulo para quem faz comunicação.
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"Por isso, a nossa Copa do Mundo da FIFA vai ser a melhor de todas."
Então só por sermos o país do futebol e das festas (segundo a propaganda, que fique bem claro) faremos a melhor Copa o Mundo da história ? E eu achava que, pra fazermos isso, teríamos que ter estádios modernos, infra-estrutura, cidades-sede preparadas, organização... essa frase é nojenta. É como falar que a pessoa que fez o melhor livro do mundo é o melhor escritor do mundo, desconsiderando o teor do livro, os vários contextos e muitas outras coisas. É uma relação de causa e consequência sem pé nem cabeça. É, repito, nojento.
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"Alguns insistem que os nossos aeroportos não vão dar conta, que o trânsito vai ser um caos, e sempre dizem: "se está assim agora, imagina na Copa ?"'.
Só um adendo aqui: alguns ? Todos estão dizendo isso - e, muitas vezes, embora sendo chato, com um grau de razão difícil de ser questionado.
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"Pessimistas, pensem bem."
Aviso: ainda dá tempo de não ler o festival de lorotas que vai tentar te deixar mais brasileiro mas que só vai te deixar com vontade de ir para a Argentina. 
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"O país que faz os maiores clássicos, o reveillón e o carnaval vai fazer a melhor festa já vista."
Novamente uma relação de causa e consequência sem lógica alguma. Quem precisa de organização, quem precisa de infra-estrutura, quem precisa de modernidade ou profissionais competentes ? Também é ridículo o tratamento que a propaganda dá para a Copa, sempre comparando-a com uma festa. Novamente levamos tudo do nosso jeito brejeiro e festeiro, sem seriedade nenhuma, dando motivos para imensos preconceitos mundo afora. Festa eu faço em casa, a Copa no meu país eu quero que seja um evento memorável e que nada dê errado. Bem, eu avisei que daqui pra baixo o nível ia ser risível, você quem optou em ver tudo...
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"Vamos imaginar como os aeroportos vão estar lotados. Sim, estarão, de torcedores empolgados e atletas incríveis."
Antes de mais nada: levar o nosso grave (e eterno) problema dos aeroportos em um tom tão pejorativo e caricatural é ridículo. Não precisamos achar que tudo vai ficar bom graças a um pensamento ou a uma propaganda, precisamos trabalhar e cobrar de quem faz tudo isso. Torcedor empolgado em aeroporto lotado simplesmente não existe. Nem a mais empolgada das pessoas aguenta aquela fila interminável que vemos em nossos tão frequentes apagões aéreos. Eles não estarão empolgados, estarão revoltados. E você acha realmente que vai estar no saguão e trombar com o Messi, ir ao banheiro e encontrar no mictório ao lado o Sneijder ou comprar café antes do Drogba ? 
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"Vamos imaginar como teremos engarrafamentos. Sim, teremos, de trios elétricos."
Só por curiosidade: já imaginou um engarrafamento de trio elétrico ? Um tipo de música altíssima o dia inteiro ? Não existe paz nem sossego, só a festa interminável que faria nós pedirmos pelo fim imediato já no segundo dia desse verdadeiro pandemônio. E, bem, você realmente acha que em cidades que tem engarrafamentos porque começou a chover nós não teremos nada com um evento do porte da Copa do Mundo ?
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"Imagine as praias, imagine as cidades, imagine o Brasil."
Imagine as praias lotadas e poluídas, imagine as cidades imundas, com vários roubos, homicídios e crimes diversos, imagine o Brasil construído com dinheiro público que ninguém fiscalizou e que poderia ser investido em outras áreas e não num evento que dura um mês !
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"Imagine que onde houver futebol vai ter Brahma, e onde tiver Brahma vai ter festa."
Futebol e festa, de novo... essa relação é corrosiva e só vai nos deixar ainda pior em nosso planos, planejamento e organização - temos isso, aliás ? E, cá entre nós, existem cervejas muito melhores que a Brahma. 
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Sempre fui a favor da Copa do Brasil pela visibilidade que ela dará ao nosso país e por achar que é a chance de ouro de tirarmos o nosso atraso em algumas áreas fundamentais ante o planeta. Mas isso não faz de mim um cego que cai em qualquer jogada barata de quem quer que seja. Eu cobro, e fiquei possesso com a referida propaganda. 
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O reclame foi feito pela Agência África, de Nizan Guanaes. Parabéns pelo verdadeiro desserviço, pessoal. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Músicas católicas

Mesmo sendo ateu e muitas vezes sendo radicalmente contra o que diz a igreja Católica Apostólica Romana, nunca deixei de reconhecer o valor da  de quem acredita em alguma entidade superior ou ser transcendental. Também nunca falarei mal do cancioneiro católico, que, ao meu ver, é muito bonito e tocante.
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Quem nunca ouviu "Romaria", imortalizado na inesquecível voz da Pimentinha Elis Regina no final dos anos 70? Os versos "Sou caipira pira pora nossa, Senhora de Aparecida" são reconhecidos de longe pela força que ganharam ao longo dos tempos e pelas lágrimas de quem as entoa. 
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Outra música marcante da música católica é "Nossa Senhora", lançada pelo Rei Roberto Carlos (um dos artistas mais católicos existentes, que faz tudo na cor azul muito por ser a cor que identifica Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil) no começo dos anos 90. Tal canção é outro hino religioso contemporâneo. Ou você nunca ouviu "Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração" por aí ? 
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Talvez o último grande hino católico seja lembrado pela voz da cantora Joanna. A música, de nome "A Padroeira", ganhou fama por ser tema de uma novela da Globo de mesmo nome. 
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Uma música que eu conheço mas que não é tão falada ao lembrarmos de músicas canônicas é da dupla sertaneja Bruno e Marrone, de nome "Nossa Senhora do Brasil", que é tão bonita quanto as acima citadas.
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Nascido nos anos 90, vi no final da década a chamada Renovação Carismática, que visava tirar as missas da mesmice, tornando-se boa de ser vista para uma pessoa mais jovem. Nesse contexto apareceu o padre Marcelo Rossi, maior ícone desse movimento católico. Suas músicas, muito mais animadas que o padrão religioso, fizeram muitos o criticarem (o chamando inclusive de evangélico), mas, de fato, ele conseguiu trazer muitos fiéis mais novos. Como duvidar do poder que músicas como "Erguei as mãos" e "O Senhor tem muitos filhos" (a primeira já foi até "esquenta" do Salgueiro em 1999 e a última, tão popular, tornou-se canto da torcida do Palmeiras) na juventude católica de hoje em dia?
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Hoje, muitas bandas difundem o evangelho católico por aí com algum sucesso. Padre Fábio de Melo, Rosa de Saron e inclusive a evangélica Oficina G3 cumprem seu papel comercial e fiel.
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Nada melhor que fazer justas homenagens no dia da padroeira do Brasil, mesmo sendo ateu. 

Minha mais recente paixão gastronômica

Uma semana átras, minha mãe apareceu tomando algo num potinho azul pequeno. Ela logo perguntou se eu queria iogurte grego, e a priori eu recusei por ver que a iguaria tinha como primeiro nome iogurte - algo que a minha mãe adora e eu só gosto quando tem algum sabor de fruta como morango ou uva
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A curiosidade, porém, bateu forte alguns dias depois. Peguei uma colherada e o sabor não me pareceu dos melhores. Após uma segunda prova, porém, me encantei. É bem diferente do já falado iogurte: é azedo, mas não tanto, e tem uma consistência única - além daquele gosto insuperável que só os derivados de leite possuem.
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Minha mãe comprou o produto da Vigor e da Nestlé. Só comi o da primeira marca, por ter uma consistência mais firme - o da segunda empresa é praticamente líquido e me assustou um pouco. O primeiro foi unanimidade e todos gostaram, enquanto o segundo deixou minha mãe com uma má impressão mas passou pela prova da minha irmã. 
Ainda não foi disponibilizada uma versão diet da iguaria e já vi que a Vigor tem uma versão sabor baunilha, que muito me interessou. É perfeito para quem quer tomar leve na manhã e acordar com um bom gosto na boca. Recomendo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Essa é a minha vida, esse é o meu clube, esse é o meu São Paulo !

Sou um desses torcedores azedos que não perdoa uma atuação sem raça e sem inteligência do meu time - mesmo sabendo que dias ruins todo mundo tem, como diria a música. O que poucos sabem é que eu sou simples e não sou difícil de ser agradado. Um jogo inteligente, raçudo e com um ou outro belo lance já é o suficiente pra me deixar suspirando. Ontem, a partida do meu São Paulo Futebol Clube contra o Vasco da Gama realmente me deixou muito feliz. 
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É difícil elencar aqui o que eu mais gostei. Os dribles de Osvaldo, primeiramente pela esquerda e depois pelo lado direito, foram espetaculares - o lance do segundo gol, no qual ele gingou na frente de Jonas*, é incrível. Luis Fabiano, meu ídolo tricolor, apareceu pouco, mas foi muito bem quando exigido - como no primeiro gol. Douglas, surpresa na ponta direita no lugar que é cativo de Lucas no São Paulo, foi outro que se destacou. Até mesmo Paulo Miranda, outrora mal amado e em quem eu sempre tive esperança, se achou na lateral-direita e vem fazendo partidas monumentais. Por fim, é sempre necessário citar Rogério Ceni que, novamente, fez defesas milagrosas e sequer tomou gols. Além de sua brilhante partida no nível técnico, a liderança que Rogério impõe aos companheiros é algo que o SPFC, talvez, jamais tenha visto em sua história. 
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O próprio time emplacou uma boa sequência. Após uma vitória arrasadora no Choque-Rei contra o Palmeiras, três pontos em um jogo muito importante, difícil e decisivo como esse. O próximo adversário é o Figueirense, que não deve trazer tantos problemas e deve confirmar a boa fase. Que assim seja !
Não deixem o São Paulo crescer, principalmente em pontos corridos. Vocês deixaram, e a Libertadores da América já tá logo ali.