Ela já era fraca antes das últimas semanas. Agora, sem a presença de seu nome mais forte, a oposição brasileira agoniza. O escândalo envolvendo o outrora incorrompível Demóstenes Torres não tirou apenas sua filiação ao DEM, mas também ilustra o quão frágil é/está a oposição a brasileira - e como esse poço sem fundo parece não acabar jamais.
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No Congresso, a parte governista dá de lavada. Na Câmara dos Deputados, o governo conta com 326 cadeiras, enquanto a oposição leva 94. No Senado, enquanto a situação dispõe de 52 votos, seus adversários políticos contam com apenas 17.
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Em ambos os casos, o governo tem o triplo de votos que a oposição. Além disso, a minoria bate cabeça tentando encontrar um líder, uma voz forte ou um projeto de como bater de frente realmente com a situação, que tem ótimos números de aprovação popular. Nem mesmo as conhecidas (e escusas) movimentações políticas nos bastidores de Brasília parecem dar jeito no panorama político - muitas vezes, diga-se, parece que só piora.
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Não custa nada relembrar que durante o governo FHC quem é de situação hoje era oposicionista, e vice-versa. De 1994 até 2002 a oposição fazia barulho e sabia como agir, ainda que fosse derrotada na maioria das causas nas quais entrava de sola. Hoje em dia o cenário é bem diferente, muito mais parecido com uma massa homogênea, sem vozes críticas que bradam pelo bem, mas sim de pessoas que convergem para a mesma opinião por saber que sua voz não será ouvida e nem sairá vencedora quando tivermos algum debade prolífico.
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Não quero falar que o PT é melhor ou pior, nem que algum partido seja. Alerto a todos que uma oposição forte é algo realmente fundamental, para que determinado grupo não faça o que bem quiser com o país. E está claro que nós não temos uma voz contrária ao que vemos todo dia, hoje.