Rogério Ceni causou polêmica na entrevista pós-jogo da sofrida vitória do São Paulo sobre o Danubio, no Uruguai. Perguntado por um repórter se ele torceria para o Corinthians (que joga contra o San Lorenzo e cuja vitória beneficiaria o Tricolor), Rogério foi enfático: "Torcer para o Corinthians? Jamais!"
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A frase rapidamente se tornou viral nas redes sociais. E não, o título dessa postagem não está errado - até porque eu não ratifico a ideia de Rogério.
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Segundo o Aurélio, torcer significa "dar apoio a ou esperar resultado positivo de". O começo da minha argumentação é simples: nenhum são-paulino vai torcer para o Corinthians na vida, mas vão esperar um resultado positivo do time hoje. A palavra torcer, por si só, é forte demais para descrever a situação.
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Um são-paulino, por motivos óbvios, vai torcer para o São Paulo sempre. Mas ele também tem que torcer para o bem do São Paulo. E, no caso, o melhor para o São Paulo é a vitória do Corinthians. Não, nenhum tricolor precisa (nem deve) gritar gol ou sair na rua com uma camisa da Gaviões da Fiel gritando "Timão eô", mas é preciso entender a situação.
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Ao menos para mim, torcer cegamente e irracionalmente para o Corinthians perder hoje é ser muito mais "anti-corinthiano" que são-paulino. Ser anti do maior rival, aliás, me parece um mal grave cada vez mais comum em tempos de extremismo em tudo. Nem mesmo a remotíssima chance de eliminação corinthiana e classificação de São Paulo e San Lorenzo me convence.
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Situações semelhantes já aconteceram várias vezes. A mais recente (e uma das mais extremas) que me lembro aconteceu na última rodada do Brasileirão de 2014. Por culpa da própria incompetência, o Palmeiras dependeu de um empate do Santos contra o Vitória para seguir na Série A. Eis que o Peixe faz 1x0 e salva de vez o Verdão.
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É certo que a rivalidade entre Palmeiras e Santos é bem menor que a que envolve São Paulo e Corinthians. Mas ela existe, e isso basta. Gritar gol do Santos foi querer o bem do Palmeiras - e nenhum palmeirense se arrepende disso, mas sim da campanha horrenda do próprio time.
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O são-paulino, historicamente tão arrogante, não parece ver isso. Ver o outro mal é melhor que ver ele mesmo bem. Isso ajuda a explicar tanta coisa errada no clube nos últimos tempos.