terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ela (não) é só mais uma

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PS: O título pode dar a entender que eu quero depreciar alguém. Muito pelo contrário, como vocês verão.
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Comecei a escrever esse texto no celular porque saudade não espera, saudade simplesmente bate. E daí que faz menos de duas horas que você se foi ? E daí que eu tô cansado, comi pouco... ? E daí ? Saudade bate, a inspiração também.
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Quando você chegou na Tamanduateí, antes da hora e me pegando de surpresa, eu parecia uma criança por dentro. Queria te abraçar, te beijar, não te soltar mais. Fui maduro, guardei minhas coisas e comecei a conversar. Mas, se dependesse de mim...
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Quando eu te vejo, me sinto bem melhor, feliz, completo. Hoje, quando você franziu a testa, ergueu a sobrancelha e deu um sorriso rápido meu mundo se encheu de cor de novo - a cor que tinha desaparecido desde o ano passado. A mesma cor que eu vi, mais forte e mais nítida, nas praças e no Sol de hoje. Com você o meu matiz é diferente, o meu contorno é melhor... eu fico melhor.
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Conforme conversávamos eu sentia tanta coisa impossível descrever. Gostava de te ver sorrir, rir e se inclinar pra frente, dos nossos papos, do seu jeito tão peculiar de ver tudo... eu adorava. Nem mesmo a sua recusa, ainda na Tamanduateí, me abateu. Ok, eu me precipitei. O mínimo que posso fazer é mostrar minha maturidade e continuar conversando. Para minha surpresa, quem se calou é você. Quem me procurou foi você, e quem buscava minhas mãos, idem.
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Dali até a Portuguesa-Tietê demorou, e aquele trajeto me fez mostrar porque você segue sendo a minha menina preferida. Até a forma como você me abraça e como me enlaça com seus braços a minha cintura mexe comigo. Me dá vontade de colocar minha mão na sua nuca, me faz querer te dar um cafuné e um beijo na testa. Vocêé irresistível, no sentido mais puro da palavra. A vontade que eu tenho de estar atado a você, seja ligando apenas o dedo mínimo das nossas mãos, é algo inexplicável.
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Quando chegamos, queria ouvir o que você queria me dizer. Como previa, você disse que não queria mais falar, que tinha perdido a coragem. A diferença é que, após isso, você falou, e falou tudo que bem quis - como deve ser: um doce não faz mal a ninguém, mas a verdade tem que vir. Aquilo foi uma facada. Engoli à seco. Mas... após tanto tempo, eu te via. Podeia abrir uma cratera na Terra naquele instante, eu só ficaria chateado se essa cratera separasse nós dois.
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Não me deixei abater. Continuei conversando quando você veio, e você sabe que quando é você é de outra forma. Quando é você, você me tem nas mãos, por mais que eu tente mostrar que eu mando algo. Me esforço, sou forte, mas você sabe o que fazer nessas horas, quando ataca, quando se defende, quando corre - e eu acho tudo lindo, por ser você.
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Quando você precisou ir embora, eu chorei. Não escondo isso - e tem como esconder... ? Mas chorei por outros motivos. Estava triste por não querermos a mesma coisa, por saber que o sentimento era o mesmo mais a vontade não. Mais do que respeitar, eu entendi... você tem o direito de fazer o que quiser, e eu preciso me reinventar pra te reconquistar. E isso vai valer a pena, pois você vai estar comigo de novo. Faço até o impossível pra isso acontecer.
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Ao fazer todo o caminho de volta, fui me lembrando de tudo que havia acabado de acontecer com uma saudade de quem não vivia tudo isso há cinquenta anos. Lembrei de nós quando vi um casal escorado no muro da Portuguesa-Tietê. Quando vi pessoas perdidas na Paraíso. Quando voltei pra Tamanduateí e vi o banco onde ficamos sentados. Eu lembro de você a todo instante, e, após um dia como esse, as lembranças apenas vieram ainda mais à tona.
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Você não é só mais uma. Falo isso porque falei no metrô que seria apenas mais uma vez que eu seria trocado. Mas... você ? Você não é só mais uma. Eu nunca esperei por alguém, nunca corri átras de alguém, nunca fiz tanto por alguém pra ficar feliz por alguns poucos minutos. Mas... você não é só mais uma. Por você vale esperar, o tempo que for. Por você vale engolir as minhas vontades, seja lá quais forem. Por você vale. Tudo.
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