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GRÉCIA X RÚSSIA
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~ Logo de cara, a maior decepção da rodada. Líder do grupo e precisando apenas de um empate, os russos conseguiram perder para um time inferior (embora experiente e cascudo). A seleção soviete tentou e tentou, mas nada furou o ferrolho grego. Nem mesmo Dzagoev, estrela da equipe na competição, foi capaz de anotar um tento. Pior para os russos, que se despedem jogando um bom futebol, mas com uma amarguíssima lembrança da Euro.
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~ Quando Grécia e Portugal fizeram a final da EuroCopa em 2004, o mundo do futebol ficou surpreso. Quando Charisteas marcou o gol da vitória ante uma seleção Portuguesa mais forte, aconteceu o mesmo. Repetindo o filme, a Grécia soube colocar seus brios em campo e derrotou uma seleção superior, com gol de Karagounis. Mostrando que o time é valente e também tem valor, Tzavellas ainda colocou uma bola na trave.
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~ O segredo da Grécia é ir na contra-mão do pensamento geral. Todos querem seleções jovens, que jogam alegremente e para cima. A Grécia, não. Sabe que tem um elenco de qualidades limitadas e joga fechada no campo de defesa, com uma porção pequena de jogadores aptos a fazer um contra-ataque mortal. Aliada a alta média de idade (ou seja, a experiência) do time, tudo isso faz um time extremamente cascudo, copeiro, "de huevos) - como falam na Argentina.
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POLÔNIA X REPÚBLICA TCHECA
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~ A Polônia foi outra seleção de quem pouco se esperava e muito se viu. Embalada pela torcida, o time soube jogar próximo do seu melhor e proporcionou três jogos interessantes para quem os viu. Para quem só estava na Euro por ser anfitriã, o saldo é positivo.
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~ Dois jogadores importantíssimos para a República Tcheca não tinham aparecido muito bem na competição, ainda: Jiracek e Baros. Eis que, no jogo decisivo, Baros dá uma grande assistência para Jiracek marcar o gol da classificação tcheca para a segunda fase, eliminado os donos da casa. Não acho merecido ou justo pelo que vi das duas seleções, mas eficiência foi o forte dos tchecos e o ponto fraco dos poloneses, então...
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~ As duas seleções mais fracas do grupo A classificaram-se, de maneira surpreendente. A Grécia baseado em sua experiência e em sua retranca, e a República Tcheca em sua força física. Ao ver que se apostassem em critérios técnicos os tchecos estariam fazendo algo inútil, o staff do time montou uma seleção que aguenta correr 90 minutos e mais um pouco com a mesma disposição. É claro que todos queriam ver jogadas mais plásticas em campo, mas estratégias são estratégias.
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ALEMANHA X DINAMARCA
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~ Única seleção com 100% de aproveitamento na primeira fase da Euro, a Alemanha foi melhor que a Dinamáquina, mas não foi tão superior assim quanto se pensa. É só atentar para o fato de que quem fez os gols da partida foram Podolski e Bender, que muitas vezes nem titulares são da Nationalelf. E, se um time faz 2x0 numa seleção que mostrou-se surpreendentemente boa com alguma má-vontade e dominando o jogo, temos aí uma favorita destacada para o campeonato.
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~ A Dinamarca perdeu um amistoso para o Brasil antes da EuroCopa por 3x1 e todos achavam que a seleção seria uma galinha morta. A Holanda viu que não era. O time escandinavo perdeu para Portugal após mostrar um poder de reação estupendo e também foi derrotado por uma Alemanha que poucos não mundo são capazes de derrotar. É admirável a força de vontade dos dinamarqueses, que fizeram o que puderam. Pena que, no grupo da morte, isso não foi o suficiente.
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~ Ainda pelo lado dinamarquês: o jovem Christian Eriksen chegou com toda a pompa e estrela, mas decepcionou demais - via precisar de mais experiência e muito mais bola, ainda. Quem saiu-se fortalecido da Euro2012 pelo time é Michael Krohn-Dehli, bom meia esquerda.
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PORTUGAL X HOLANDA
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~ Muito se cobrava a respeito do desempenho de Cristiano Ronaldo na seleção das Quinas. Contra a Holanda, ele calou a todos os críticos com uma atuação magistral, talvez a melhor individual da competição até aqui. Marcando dois gols, sendo decisivo e jogando muito bem, CR7 carregou Portugal nas costas.
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~ Se CR7 foi decisivo, Nani foi sua antítese. Acostumado e fazer grandes jogos pela seleção portuguesa, o jogador teve uma atuação para ser esquecida. Perdue no mínimo dois gols para matar a partida e que poderia muito bem complicar a vida de Portugal.
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~ De longe, a maior decepção da Euro foi a Holanda. Chegando com vários jogos de invencibilidade e a pompa de ser a atual vice-campeã mundial, a Laranja Mecânica viu-se destroçada mesmo quando jogava bem e melhor que o adversário - como contra a Dinamarca.
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~ O que mais chamou a atenção pelos lados neerlandeses foi a falta de vontade do time. Mesmo perdendo, a equipe não corria, não chutava, não conseguia fazer nada e nem tentava fazer algo diferente. Isso se explica pelo racha no grupo, claramente visto após as declarações dos dois principais articuladores da Holanda, Sneijder e Robben. Caso esse problema de relacionamento não seja resovido, é capaz que o Braisl não veja tons laranjas na Copa do Mundo.
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ESPANHA X CROÁCIA
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~ Outra boa surpresa da Euro foi a Croácia. Eu achava que a seleção enxadrezada iria apenas correr átras dos espanhois e tentar beliscar algo dos italianos, mas a representação eslava me surpreendeu. Mandzukic mostrou muito valor, Rakitic e Srna mostraram que podem atuar em alto nível e Perisic, quando entrou deixou boa impressão. Faltou Modric em campo, mas os croatas saem fortalecidos.
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~ Tal qual na estreia, a Espanha precisou tomar vários sustos para acordar. O gol veio só no finzinho, com Jesus Navas. Mas... é a Espanha, e quando a Fúria marca e um show a parte. Grande passe de Cesc Fábregas por elevação, assistência de Iniesta e o gol. Esqueçamos os 90 minutos anteriores, nos quais a Croácia foi superior à Fúria, e fiquemos com essa pintura.
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ITÁLIA X IRLANDA
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~ Mais previsível que a vitória italiana, impossível. Não porque a Azzurra mostrou porque é tetracampeã mundial, muito longe disso. Os 2x0 foram bem burocráticos, apesar do belo gol de Balotelli. A Itália foi melhor sim, mas não sobrou, como se esperava. Tem que jogar muito mais a partir da próxima fase.
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~ O que mais me incomodou na Irlanda não foi o fato do Irish Team perder os três jogos, mas sim a maneira como perdeu. Apática, sem raça e sem vontade, o time Trappatoni deixou uma péssima impressão. Nem mesmo o famoso ferrolho do técnico italiano surtiu efeito graças a falta de interesse de seus comandados. Não basta ensinar critérios técnicos para eles, mas sim mostrar o quanto uma competição desse tipo é importante para o povo de qualquer país.
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FRANÇA X SUÉCIA
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~ Ao enfrentar um time já eliminado, esperava-se que os Bleus fossem com tudo para cima, para ganhar saldo de gols frente à Inglaterra e classificar-se em primeiro no grupo. De fato os franceses foram pra cima, mas esbarraram num inspirado muro amarelo. Triste foi ver que uma seleção com jogadores do porte de Ribery e Nasri não conseguiu fazer muito (ou nada, na realidade) para conseguir uma vitória.
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~ Tal qual a Polônia, a Suécia perdeu dois jogos mostrando um futebol minimamente vistoso e com alguma supremacia ante os seus rivais em campo. Não dá pra dizer que deu azar, mas faltou um pouco de experiência para decidir a partida - o jogo contra os ingleses é a maior prova disso.
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~ Destaque do jogo, de longe, para o golaço de Ibrahimovic. Ele gosta de jogar pelo seu país e fez uma Euro decente - mesmo não sendo o jogador que é no Milan.
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INGLATERRA X UCRÂNIA
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~ Com o futebol feio que dela se espera, a Inglaterra foi a primeira de seu grupo. Para os ingleses, além do resultado, o deleite está no fato de ver sua seleção jogando como antigamente, com muitas bolas lançadas na área - podemos achar feio, mas os britânicos acham isso lindo. O English Team vai fortalecido para a segunda fase com uma característica bem explícita. Palmas para o criticado Roy Hodgson, que conseguiu o que queria.
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~ Aproveitando o pique, é impossível não destacar o que Steven Gerrard está jogando. O jogador do Liverpool é um monstro tanto defensivamente quanto no campo de ataque. Está na ponta dos cascos, e pode levar uma Inglaterra desacreditada aonde ninguém imagina.
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~ Não esperava nada da Ucrânia, nem mesmo no ritmo de sua torcida. Eis que a seleção mostra alguma desenvoltura, vencendo a Suécia de virada em um jogo que ficará eternamente lembrado pelos gols da lenda Shevchenko. Contra a Inglaterra, se foi pior, foi bom a presença de Konoplyanka e Yarmolenko, que fizerma uma boa EuroCopa.
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~ O lance do gol da partida é emblemático. Gerrard, sempre ele, cruza, Wayne Rooney, que voltava de suspensão, consegue o cabeceio e o goleiro Pyatov falha bizonhamente.
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Estão definidas as quartas-de-final e, como eu não gosto de ficar em cima do muro, darei meus palpites sobre quem vai para a próxima fase:
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República Tcheca x Portugal ~ Portugal
Alemanha x Grécia ~ Alemanha
Espanha x França ~ Espanha
Inglaterra x Itália ~ Inglaterra