Sou de São Caetano, mas sou caipira. Lembro da primeira vez que visitei a Paulista, com o meu amigo Bruno. Olhava pra cima e sentia que o céu começava no teto de cada arranha-céu, no fim de cada antena. As ruas largas, os nomes conhecidos... tudo estava ao meu alcance, eu me sentia figura importante vendo links de televisão e pessoas das mais diversas.
.
Hoje, passo por lá todo dia. Sigo encantado com o tamanho dos prédios, a importância da região, o sincretismo de pessoas - e as luzes de Natal, mesmo sabendo que isso é sazonal. Acho que nunca vou perder o brilho nos olhos ao ver a linha verde do metrô ou esse fabuloso pedaço compreendido entre a Oswaldo Cruz e Marechal Cordeiro de Farias, entre o Paraíso e a Consolação.
.
No dia do aniversário de 120 anos da avenida que iria se chamar Acácias ou Prado de São Paulo, tive experiências que mostram o quão cosmopolita é a avenida. Acorcei cedo e namorei um pouco no Trianon, vendo a armação das luzes de Natal e o pinheiro da época, azul, moderno e bonito. Enquanto passava pelo MASP, vi uma imensa estrutura saudando os paulistanos com um Feliz Natal, Ao chegar no quarteirão entre a Augusta e Haddock Lobo, encontrei uma manifestação que visava ocupar um prédio abandonado - depois li que a construção era de posse da presidência da república, e os manifestantes o desocuparam após conseguir marcar uma reunião com autoridades. Nada mais Paulista que tanto tudo em algumas passadas.
É ótimo fazer parte da sua história, Paulista. É ótimo te ver todo dia, e sentir-se um cidadão do mundo.
.
"No vai e vem é gente de todo lugar
Gigante da medicina
Livros que ensinam uma boa educação
Tem rádio e tv vocês vão saber
A força da comunicação
Do bonde ao metro... evolução
Do mundo inteiro sabores a degustar
Nessa avenida um arco íris vai passar
É réveillon, vamos brindar"