No meio de tanta sujeira, tanta pilantragem e tanta falta de transparência na política, devemos dar parabéns quando encontramos a exceção - que deveria ser a regra. Em 2010, a exceção foi Marina Silva. Em 2012, mesmo fora de qualquer disputa, a eleição já é Luiza Erundina.
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Ela, que seria vice na chapa de Fernando Haddad, pulou rapidamente fora da jogada quando viu sair do papel uma aliança absurda entre o partido da estrela e o PP de Paulo Maluf. Ela não quis saber de seu poder, seu cacife ou o que poderia ganhar. Ela pensou no que poderia perder: honra e princípios, palavras tão em desuso na politicagem nacional.
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Ela já foi prefeita de SP (a primeira mulher, a primeira de esquerda, a primeira radical, a primeira do PT) e construiu o Anhembi, incentivou fortemente a educação (colocando, inclusive, Paulo Freire como seu secretário na área) e a habitação. Longe de ser perfeita, mas íntegra e fazendo o que podia sem grandes invencionices, milagres ou farras com o dinheiro público.
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Deveríamos dar mais valor na política para quem segue o que pensa e não se esconde em legendas, poderes, alianças ou qualquer outro eufemismo de roubalheira.