Eu disse que terminaria, e cá estou eu terminando. Demorei sim, mas nenhuma demora apaga a história e os resultados construídos no futebol ao redor do mundo. Já que a Europa já foi inteiramente dissecada, vamos agora para os principais campeonatos sul-americanos e o créme de la créme da CONCACAF, da Ásia e da África. Para ver os dois primeiros tabelões, clique aqui ou ainda aqui.
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NACIONAIS
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PARAGUAI
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Foi uma disputa acirrada entre os dois gigantes do futebol paraguaio e o time mais bem sucedido internacionalmente do país há algum tempo. Cerro Porteño, Olimpia e Libertad foram até a penúltima rodada com chances de título. Os gumarelos, time do coração do presidente da CONMEBOL, o sr. Nicolas Leóz, ficaram na 21ª jornada. Na última, o maior clássico nacional definiria o campeão. O derby terminou com vitória do Ciclón, e com mais um título no currículo azul-grená.
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Campeão: Cerro Porteño* (29° título)
Vice-campeão: Olimpia*
Libertadores da América: Libertad*
Copa Sul-Americana: Olimpia, Cerro Porteño, Tacuary e Guaraní
Rebaixados: Sportivo Luqueño* e Sportivo Carapeguá*
Promovidos: General Díaz* e Deportivo Santaní*
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ARGENTINA
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Fundado em 1957, o Arsenal de Sarandí já tinha até mesmo dois títulos internacionais em seu currículo, mas faltava mostrar para toda a Argentina que tinha força para vencer também dentro do país. Com três pontos de vantagem sobre o também ascendente Tigre, a equipe do viaduto fez história deixando para trás os mais tradicionais Vélez Sarsfield e Boca Juniors - terceiro e quarto, respectivamente. Mas o título mais comemorado por quem acompanha o futebol argentino de longe foi o da segunda divisão, que selou o retorno do gigante River Plate para a primeira divisão nacional. O promedio de puntos, confuso sistema que rebaixa equipes no país, quase fez outra vítima bem conhecida: o San Lorenzo, que foi mais forte que o Instituto de Córdoba e ficou na primeira divisão. O autor do blog também lamenta a não-ascenção do time que ele gosta no país hermano, o Rosário Central - que parou nos playoffs para o San Martín de San Juan.
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Campeão: Arsenal (1° título)
Vice-campeão: Tigre*
Libertadores: Arsenal, Tigre*, Vélez Sarsfield*, Boca Juniors* e All Boys*
Copa Sul-Americana: Independiente, Racing, Tigre, Argentinos Juniors, Colón e Boca Juniors ou Estudiantes
Rebaixados: Banfield e Olimpo
Promovidos: River Plate e Quilmes
Campeão da copa: Boca Juniors ou Racing
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COLÔMBIA
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O atual campeonato já começou com uma grande perda: o América de Cali, único time que jamais havia caído para a segunda divisão nacional, foi rebaixado após um playoff contra o Patriotas. Sem o gigante, alguns outros times bem conhecidos dos brasileiros foram muito mal. O Cúcuta foi o lanterna, com o Once Caldas e o Independiente Medellín apenas uma posição à frente. Millionarios, Atlético Nacional e Junior Barranquilla também não estavam entre os times que avançariam para a próxima fase. Nos quadrangulares, ficou decidido que Deportivo Pasto e Santa Fé fariam a improvável final, com título dos cardenales, encerrando uma fila de 37 anos.
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Campeão: Santa Fé (7° título)
Vice-campeão: Deportivo Pasto
Libertadores: Santa Fé, Tolima* e Deportivo Pasto*
Copa Sul-Americana: Deportivo Cali*, La Equidad*, Boyacá Chicó* e campeão da Copa Colômbia
Rebaixados: América de Cali e Deportivo Pereira
Promovidos: Deportivo Pasto e Patriotas
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URUGUAI
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Quem esperava um Peñarol voltando a ser dominante no país após chegar na final da Libertadores da América no ano passado se enganou redondamente. Mesmo tendo o terceiro melhor índice de pontos no ano, os carboneros não conseguiram levantar nenhuma das duas taças uruguaias. O Apertura foi vencido pelo rival do Peñarol, o Nacional. Já o Clausura ficou nas mãos do Defensor Sporting. As duas equipes se enfrentaram na estranha semifinal do campeonato uruguaio. Explico: estranha porque se o Nacional vencesse, selaria o título de campeão, já que o vencedor do confronto enfrentaria o time que fez mais pontos no campeonato - o próprio Nacional. Se desse Defensor, teríamos mais uma fase para apurarmos o campeão. Os Albos, porém, trataram de simplificar tudo e, com gol do título de Álvaro Recoba, venceram o campeonato nacional.
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Campeão: Nacional (44° título)
Vice-campeão: Defensor
Libertadores: Nacional, Defensor e Peñarol
Copa Sul-Americana: Nacional, Cerro Largo, Liverpool e Danubio
Rebaixados: Rampla Juniors, Cerrito e Rentistas
Promovidos: Central Español, Juventud e Progreso
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CHILE
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Campeonato historicamente equilibrado, uma equipe vem fazendo história no país. A Universidad de Chile venceu o terceiro torneio nacional consecutivo ao bater o bravo O'Higgins nos pênaltis, com muito sufoco. Porém, o jogo que vai ficar na história dos torcedoras da La U certamente é a semifinal contra o arquirrival Colo-Colo, no qual o Balé Azul goleou por 4x0 - após perder a primeira partida por 2x0. Destaque também para a Unión Española, que eliminou a Universidad Católica e só parou no vice-campeão.
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Campeão: Universidad de Chile (16° título)
Vice-campeão: O'Higgins
Libertadores: Universidad de Chile, O'Higgins) e campeão do Clausura
Copa Sul-Americana: Universidad de Chile, Universidad Católica, Cobreloa, O'Higgins e Deportes Iquique
Rebaixados: Santiago Morning e Ñublense
Promovidos: Antofagasta e Rangers
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Terminamos aqui o giro sul-americano. Iria falar sobre o campeonato equatoriano, mas, ao contrário dos demais países hispânicos de relevância do continente, o torneio tem apenas um campeão por ano, definido no final de 2012. Também quero ressaltar que, graças a grande inventividade dos cartolas sul-americanos, que conseguem fazer campeonatos estrambolicamente confusos, os times com um asterisco (*) ainda não estão garantidos nas competições marcadas.
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MÉXICO
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O país vive o que podemos chamar de "era Monterrey", já que a equipe rayada domina não só o campeonato mexicano, mas também a CONCACHAMPIONS - principal competição continental. No entanto, quem deu o ar da graça na final foi o time que mais vezes tenta barrar o ímpeto azul-e-branco: o Santos Laguna. Após empatar a primeira partida da final por 1x1, a equipe de Torreón venceu seus rivais por 2x1 e ficou com o caneco. Destaque também para a recuperação do América, que após ficar na penúltima colocação do nacional anterior, chegou até às semifinais - perdendo para o Monterrey. Dessa vez, os grandes que amargaram posições ruins foram o Pachuca (lanterna) e Chivas Guadalajara (antepenúltimo).
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Campeão: Santos Laguna (4° título)
Vice-campeão: Monterrey
CONCACHAMPIONS: Tigres, Santos Laguna, Guadalajara e Monterrey
Rebaixado: Estudiantes Tecos
Promovido: León
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ESTADOS UNIDOS
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No país que exportou o modelo neoliberal para o resto do planeta, o time com mais dinheiro venceu. Com uma constelação para os padrões yankees, incluindo David Beckham e Landon Donovan, o Los Angeles Galaxy bateu a surpresa Houston Dynamo na decisão. Destaque também para os bem arrumados (tanto dentro quanto fora de campo) Real Salt Lake e Sporting Kansas City, que pararam nas semifinais. A decepção foram os muito ricos Chivas USA e New York Red Bulls. O primeiro foi o vice-lanterna na conferência oeste, enquanto o segundo ficou nas quartas-de-final.
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Campeão: Los Angeles Galaxy (3° título)
Vice-campeão: Houston Dynamo
CONCACHAMPIONS: Los Angeles Galaxy, Seattle Sounders, Real Salt Lake e Houston Dynamo
Campeão da copa: Seattle Sounders
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ÁFRICA DO SUL
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Liga nacional do país mais desenvolvido da África, o campeonato sul-africano está longe de ser um primor técnico. Na realidade, não é nem o melhor do continente - essa primazia pode caber a Tunísia ou Egito. O que torna o campeonato tão interessante é a quantidade de times fortes e conhecidos fora de seu país, algo que os campeonatos citados anteriormente ainda não conseguiram fazer. Seja como for, o Orlando Pirates (time que reunia os brancos na época do apartheid) venceu a disputa interna contra o Moroka Swallows, na última rodada do certame. Outro imenso do país, o Kaizer Chiefs, que era a equipe preferida dos negros, ficou aoenas na quinta colocação.
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Campeão: Orlando Pirates (9° título)
Vice-campeão: Moroka Swallows
CAF Champions League: Orlando Pirates
CAF Confederations Cup: SuperSport United
Rebaixados: Jomo Cosmos e Santos Cape Town
Promovidos: Pretoria e Chippa United
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JAPÃO
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Profissionalizado apenas em 1992 (com uma grande contribuição de brasileiros como Zico e Toninho Cerezo), o futebol japonês conta com muito equilíbrio e descentralização para tornar-se atrativo - e é. Em 2011, não foi diferente. Três times lutavam pelo título até a última rodada, e quem levou a melhor foi o Kashiwa Reysol, fo técnico brasileiro Nelsinho Baptista. Também foi tocante a campanha do Veggalta Sendai, muito prejudicado pelo tsunami que atingiu o noroeste do Japão em março e comoveu o mundo. Decepcionante foi a campanha do Urawa Red Diamonds, dono da torcida mais fanática do país. Por três pontos a equipe não foi para a segunda divisão nacional.
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Campeão: Kashiwa Reysol (1° título)
Vice-campeão: Nagoya Grampus
AFC Champions League: Kashiwa Reysol, Nagoya Grampus e Gamba Osaka
Campeão da copa: FC Tokyo
Campeão da copa da liga: Kashima Antlers
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E que venha mais futebol no ano, no semestre ou seja lá qual seja o sistema bizarro de campeonato. O importante é ter bola na rede, troféu levantado e muita emoção.