Pode parecer irônico, mas o gênero musical dos bad boys, das histórias mais escabrosas e de quem adora levar uma vida conturbada é, na verdade, muito sensível. Tão sensível quanto cancerianos, signo zodiacal de quem nasce no dia 13 de julho. Aliás, sabem porquê o Dia Mundial do Rock é comemorado nessa data ? Graças ao Live Aid, evento que angariou fundos para os famintos da Etiópia. Tem causa mais sensível que essa ?
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Desde quando o rock 'n roll surgiu, nos anos 50, via-se muita sensibilidade. Não (só) pela música em si, mas pelo que ele representava. Quando os primeiros grandes rockeiros, tais como Bill Haley e os Cometas e Chuck Berry (e o seu impagável duck walk), surgiram, eles representavam o ressurgimento econômico yankee, e a visão que todo o país queria mostrar: o da felicidade e da criatividade. E, claro, haja sensibilidade para saber como mostrar isso tão bem quanto eles conseguiram mostrar.
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Com Elvis e Beatles, até hoje os reis do gênero, novamente o rock mostrou como ninguém o recado - com muita sensibilidade, obviamente: a música já andava sozinha, e tinha seus próprios astros. A mensagem já chegava com facilidade para todos, e o rock tornava-se, então, o ritmo musical mais ouvido do planeta. Pouco depois, o Rolling Stones encaixou-se no mesmo grupo.
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O rock sempre representou a sociedade, e a partir dos anos 70 sua capacidade de persuasão e de reflexo social chegou ao ápice. Crise econômica ? Surge o punk do Ramones e do Sex Pistols - esse, inclusive, debochando da rainha e clamando pela anarquia local. O punk representava os marginais ? O rock progressivo de Pink Floyd e Led Zeppelin eram as cabeças pensantes.
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No Brasil, o rock que engatinhava com Celly Campello e com a Jovem Guarda amadurece com Rita Lee, Mutantes, Raul Seixas e Camisa de Vênus. Nesse momento, o gênero torna-se popular também no país do samba.
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Na década de 80, o mundo em transformação com a paulatina derrocada da União Soviética e o final da Guerra Fria via bandas tão versáteis quanto talentosas, capazes de falar de diversos assuntos sem perder a maestria - Queen, U2, Bon Jovi e Gun's Roses. A turma dos metaleiros também surgiu, com Metallica, Iron Maiden, Judas Priest e sua turma. Há também o AC/DC, uma banda que eu considero fora de qualquer categoria por manter-se sempre fiel ao seu estilo, ser muito querida e encantar a todos - clique aqui e saiba do que estou falando.
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Com a ditadura cambaleante, a safra mais incrível de músicos brasileiros soltou o verbo e os acordes da guitarra com Titãs, Legião Urbana, Barão Vermelho, RPM (...).
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Mal uma nova década começou, os anos 90 surgiram com um clima underground no ar. O grunge de Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains deu um fôlego novo ao gênero. Tão pesados quanto um mundo sombrio, em que não se sabia quais seriam os rumos a ser tomados, Green Day, Offspring, Red Hot Chili Pepper, Linkin Park e Blink 182 deram ainda mais juventude ao rock 'n roll. As letras pensadas de Oasis, Radiohead e Blur se contrapõem a eles, enquanto o Brasil via nascer o rock mineiro (Skank, Jota Quest, Tianastácia), os Raimundos, o Charlie Brown Jr. e o até hoje imbatível mangue beat da Nação Zumbi de Chico Science - acha que os pernambucanos não faziam rock ? Acha mesmo ?
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Coloco aqui outra banda que não se encaixa à época na qual viveu. Na realidade, eles são exceções até hoje, sendo insuperáveis, imbatíveis e não dando chance para ninguém copiá-los. Viva os Mamonas Assassinas !
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Dos anos 2000 pra cá, creio que todos tem alguma noção de como tudo aconteceu. Surgiram várias correntes e várias bandas que a internet nos proporcionou. Hoje, cada um ouve o que quer - e existme gostos para todos os tipos.
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A música é o retrato cultural mais perfeito que existe, e o rock, como o gênero mais ouvido do planeta, tem papel fundamental nisso. Quanta sensibilidade em saber retratar tão bem um grupo pequeno, médio, grande, ou até mesmo o mundo inteiro !
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Parabéns, rock 'n roll. E que você siga sendo tão sensível e tão canceriano para todo o sempre.
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