domingo, 20 de julho de 2014

Copa é demais, mas não podemos viver só disso

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Parece que, quando a Copa do Mundo acaba, nós tomamos uma série de socos nocauteantes até voltar a realidade. Toda aquela magia se acaba e toda a sua vida fica mais cinza. Como pode ver, não falo apenas de esportes - mas, ao ver alguns jogos do Brasileirão, a vida nem cinza é; é preta mesmo. 
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Não devemos, porém, achar que o futebol é o único esporte que existe. Na verdade, logo chega a hora de uma série de outros esportes ganhar importância. Para alguns, essa hora chega logo após a Copa do Mundo. Para outros, porém, ela chega só às portas dos Jogos Pan-Americanos ou, pior ainda, das Olimpíadas.
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Futebol é espetacular, mas existem esportes tão legais quanto. E as Olimpíadas, por exemplo, tem um charme especial. Várias histórias, atletas de ponta, cultura, festa e tudo mais. E nós só valorizamos os atletas que nos representam na hora dessas competições, mas eles já estão honrando nossa bandeira há tempos. Dou três exemplos simples disso:
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Na Liga Mundial de vôlei, o Brasil venceu a tradicionalíssima Itália por 3-0 (com direito a humilhantes 25x11 no primeiro set) em plena Florença e vai decidir o título do torneio pela décima quarta vez em vinte e cinco edições - ou, se quiser, a décima segunda final nas últimas catorze edições. O interessante é que o Brasil não foi eliminado na primeira fase por muito pouco - mais precisamente, por ter um set a mais de saldo que a Polônia. Por fim: a Itália, eliminada hoje, é octacampeã do torneio - a segunda maior vencedora da Liga Mundial.
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Ano passado, a seleção feminina de handebol venceu o Mundial da categoria ao vencer a anfitriã Sérvia. O Brasil, que sempre foi conhecido por ter boas jogadoras mas sucumbir para seleções mais fortes, enfim escreveu seu lugar na história. Vale dizer que a seleção foi campeã invicta com duas vitórias sobre as vice-campeãs e com vitórias também ante Hungria e Dinamarca - juntando essas três adversárias, temos ~só~ três títulos mundiais dez aparições em finais. 
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Você talvez não veja boxe desde quando o grande Acelino "Popó" Freitas deixou de lutar por cinturões, e talvez ache MMA muito mais legal. Mas, após um grande período sem pugilistas, o Brasil tem uma dupla de irmãos que é muito boa de ringue. Esquiva (medalha de prata no peso médio nas Olimpíadas de Londres) e Yamaguchi Falcão (bronze nos meios-pesados) começaram recentemente no boxe profissional. O cartel dos dois já é respeitável. Juntos, eles tem quatro vitórias e um no contest (luta sem resultado) em cinco disputas. Na semana passada, Yamaguchi nocauteou sem dó o porto-riquenho Jesus Cruz
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Ainda sobre Yamaguchi Falcão, minha amiga Barbara Gonçalves (dona do Depois do Ringue), fez vários elogios a ele e a luta que ele fez. Ou seja, ele realmente tem potencial:
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"Yamaguchi é ousado, tem confiança e abusa da guarda baixa. Tem uma boa movimentação de pernas e consegue aplicar uma sequência de golpes com velocidade, o que desequilibra o adversário com mais facilidade. Na luta contra o Jesus ele aplicou muitos golpes duros, principalmente com a esquerda, que é seu ponto forte. Tem boa postura no início da luta, sabe manter distância certa do adversário e consegue criar estratégia pra se defender e contra atacar. Ele fez poucas lutas no profissional e ainda não conseguiu mostrar muito do que é capaz. Mas como fez uma boa carreira no Boxe Olímpico é certeza de ser um bom profissional"
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Entretanto, o que me deixa mais puto é que tudo isso pode/poderia ser visto. A Liga Mundial teve os jogos em solo brasileiro (na primeira fase) transmitidos pela Globo, e todos os demais passam no SporTV. O Mundial de Handebol Feminino teve transmissão da TV Esporte Interativo e a luta citada de Yamaguchi Falcão passou na Fox Sports. Quantos sabiam disso ? Quem viu esses eventos ?
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Reclamar da vida quando não ganhamos nas Olimpíadas é fácil. Quero ver enxergar os esportes que não se chamem futebol.  
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