sexta-feira, 25 de julho de 2014

Costumes fúnebres

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Falei aqui sobre algumas mortes que acompanhei, chamando a atenção para fatos marcantes desses falecimentos. E, lembrando dessas mortes, tento pensar no meu próprio funeral.
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Calma, eu não tenho tendências suicidas nem falo "vou morrer" com a mesma frequência de um teenager. Só quero falar um pouco sobre duas tradições que cercam enterros, velórios, funerais e coisas desse gênero. Na verdade, como eu imagino essas tradições aplicadas no meu próprio enterro, velório ou funeral - que, espero, demore bastante pra acontecer.
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Eu sou apaixonado por epitáfios. Explico: epitáfios são frases colocadas em lápides que fazem uma referência qualquer ao falecido. Para mim, é uma forma tardia de entrar para a eternidade ou de coroar uma existência grandiosa. Confesso que quero um epitáfio que marque, de algum jeito. Algo bonito ou irônico (carregado de humor negro), de preferência. 
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Gosto muito do epitáfio desejado por um dos dos ex-presidentes mais queridos do Brasil: "Aqui jaz, muito à contragosto, Tancredo de Almeida Neves". É marcante, forte e engraçado. Confesso que vi na internet um epitáfio escrito "Enfim offline" e achei genial, algo que cai como uma luva inclusive pra mim - que vivo na internet. Mas, claro, quero algo de minha própria autoria. 
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Outro fato bem comum que eu imagino no meu velório é a colocação de bandeiras em cima do meu caixão. É algo que eu quero, mas que não sei se daria certo. Tudo porque eu gostaria de colocar várias bandeiras, e ia ficar uma zona completa. Se eu colocar a bandeira do São Paulo, eu queria colocar também a do Benfica. Eu não quero ter que colocar ou a da Vai-Vai ou a da Beija-Flor: eu quero as duas. Caso eu tenha alguma relevância para minha cidadeu, meu estado ou meu país, viria também a de São Caetano, São Paulo e Brasil. Sete bandeiras em um caixão é demais, e caso eu não seja enterrado com as quatro primeiras ditas, no mínimo, acho que eu não estaria sendo bem representado ao morrer.
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Jamelão, mestre até nisso, foi dos poucos que morreu e teve duas bandeiras para encaminhá-lo à eternidade: da Mangueira e do Vasco da Gama.
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São só pensamentos distantes e vagos. Espero ter tempo para pensar neles. 
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