No fim de semana, um acontecimento bizarro ocorreu no futebol africano. Pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações, houve um triplo empate pela liderança do grupo G. Como apenas o vencedor da chave se classificaria, a seleção da África do Sul comemorou seu empate contra Serra Leoa, e comemorou ainda mais a vitória do eliminado Egito sobre a ponteira isolada Níger.
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Houve grande festa dos Bafana Bafana no estádio de Port Elizabeth ( sede da Copa do Mundo de 2010, inclusive ), que tinham saldo de dois gols positivos ao final do grupo, enquanto Serra Leoa tinha saldo zero e Níger, dois negativos - as três seleções tinham nove pontos.
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Ao sair o comunicado da CAF ( Confederação Africana de Futebol; entidade como a CONMEBOL na América do Sul ou como a UEFA na Europa ) sobre as seleções classificadas para a CAN 2012, a ser organizada conjuntamente por Gabão e Guiné Equatorial, a surpresa: era Níger quem ia.
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Ora, porque isso ? Toda a festa tinha sido em vão ? Como ficava a seleção sul-africana, tão tradicional no futebol continental e tão mais tradicional que o selecionado nigerino ? Como a CAF fez isso ? Mais, por que a CAF fez isso ?
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Aí veio o baque: no regulamento da CAN, no que tange às eliminatórias, ficou previsto que o primeiro critério de desempate em caso de pontos iguais entre duas ou mais seleções seria o confronto direto, e não o saldo de gols. Como Serra Leoa e África do Sul empataram as duas partidas realizadas entre si, e Níger venceu as duas equipes em casa ( mesmo tendo perdido fora para as duas também ), Níger tinha seis pontos nos confrontos diretos, enquanto sul-africanos e serra-leoneses tinham cinco.
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A Associação de Futebol da África do Sul tentou reverter a situação alegando que, no futebol mundial, o desempate entre seleções empatadas dá-se pelo saldo de gols com muito mais frequências - certamente eles não se lembram do SuperPaulistão de 2002, no qual o São Paulo eliminou o Palmeiras por ter menos cartões amarelos nos dois confrontos. Prevaleceu o certo, embora bizarro: o que está escrito no regulamento, que rege toda a competição e não deve, em hipótese alguma, ser rasgado após o início do certame.
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O técnico sul-africano, Pitso Mosiname, disse que "entrou para se classificar, não para ganhar". Um golzinho da África do Sul mudaria tudo. Não houve gol, nada mudou. O caso só ilustra o quanto é necessário para todos de uma delegação ( do presidente da confederação até membros da comissão técnica, incluindo aí o técnico e os jogadores ) o conhecimento pleno e absoluto dos regulamentos das competições que estão jogando, para evitar surpresas desagradáveis como essa.
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Mas... será que a torcida também não sabia que o empate não bastava ? Será que a mídia local também não ? Será que ninguém procurou se informar, ler um jornal, nada... ? É um caso extremo e absurdo, é verdade, mas ilustra o quanto o conhecimento prévio do que diz o regulamento é importante.
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PS: Descrições e indagações à parte, como é legal o futebol que não é mostrado pela mídia brasileira... casos folclóricos, bizarros e engraçados como esse não ganham destaque aqui. Isso sim é futebol, isso é alegria - não para o sul-africanos, claro, mas...
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