De alguma forma quase que sobrenatural, eu consigo guardar uma infinidade de datas e números incrível. Eu nem gosto de coisas exatas, mas tenho facilidade em lembrar delas. Guardo também nomes, pessoas e... jogos de futebol.
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É, pois é, é claro que algo relacionado ao futebol eu sempre tenho que lembrar. Mas, desde quando eu te conheci, eu só lembro dos jogos porque eles me remetem a algo que aconteceu conosco enquanto estávamos juntos. Quem um dia iria dizer que eu perderia um clássico do meu time pra te ver no parque, ou lembraria de um jogo ruim só porque vi a partida contigo enquanto o seu próprio celular te chamava de lerda... ?
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Jamais pensava em abrir mão do futebol espontaneamente e sme pensar duas vezes. Que você me mudou pra muito melhor não é novidade pra ninguém, mas é nessas horas que você percebe o tamanho da mudança.
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No domingo, Internacional e Corinthians jogaram no RS. Lembrei do jogo entre as duas equipes ano passado no mesmo estádio. O mais engraçado é que, simplesmente, eu não vi o jogo. Me falaram que foi ótimo, mas eu não vi.
Em 2010, enquanto Inter e Corinthians jogavam, eu fazia simulado do cursinho. Era um simulado da UNESP na USCS, apinhado de gente. Eu quebrava a cara com química e gols iam saindo país afora. Mas... eu não lembro desse dia graças ao jogo ou graças ai simulado. Lembro graças a você.
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Quando saí da sala, a primeira coisa que fiz foi ligar meu celular pra te mandar uma mensagem. Encontrei um amigo meu e fomos conversando, quando vi que você tinha me mandado uma SMS perguntando se eu já tinha terminado. Enquanto respondia e conversava, te vi. Inexplicavelmente te vi e parei meio segundo, como prova daquela imensa coincidência.
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Há algo que nos liga. É uma atração incrível, que me faz te perseguir por todos os cantos sem que você perceba. Naquele dia foi assim. Você estava distraída e, por algum motivo que só o acaso pode explicar, eu nem precisei te responder pra você saber que eu tinha terminado a prova.
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Fazia frio e chovia naquele domingo feio, de céu cinza. Sem muito o que fazer, nos abraçamos e conversamos, como casal que sempre fomos. Enlaçados um nos braços do outro, o vento se fazia despercebido e tudo era lindo, alegre e cheio de risadas.
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Lembro também que foi a primeira vez que eu te chamei para falar com a minha mãe. Você não foi, assustada o convite, mesmo com a insistência no mesmo. Fomos pra casa praticamente juntos, bem como juntos estávamos, juntos estamos e juntos estaremos sempre.
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Seja pra largar o futebol, reverter num mundo só nosso o frio e a chuva ou me trazer as melhores lembranças possíveis, você está presente em mim de uma forma que às vezes até eu me espanto. Me espanto, mas adoro.