Para um processo seletivo para uma vaga de estágio numa assessoria de imprensa, tive que fazer uma redação cujo título deveria ser minha maior qualidade profissional. A palavra escolhida foi competência, e o texto explicava o porquê dessa escolha tão arrogante - que quem me conhece sabe que não é nem de longe o meu forte. Hoje eu vi que esse título poderia ser facilmente substituído por outra palavra - a que intitula essa postagem.
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Passei na primeira fase desse processo seletivo e o responsável por prospectar os futuros candidatos fez diversos elogios a mim. Elogiou meu desempenho nos testes, minhas ideias, minha desenvoltura ao me comunicar e fez questão de ressaltar que eu era o favorito pFara a vaga. Conversou um pouco comigo para saber um pouco mais da minha relação com alguns valores que ele julgava importante na assessoria, e ele novamente me elogiou. A vaga era praticamente minha, pelo que senti. Ele inclusive comentou que gostaria de contar com o possível novo estagiário já na segunda-feira.
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Eis então que eu joguei limpo com ele. Poderia fingir que não estava de olho no mercado e que a condição salarial proposta me agradava plenamente, mas fui franco. Disse que tenho um concurso público para fazer e, caso passe, gostaria de ir para lá pois as condições salariais são muito melhores - enquanto ele queria um estagiário que ficasse muito tempo na assessoria. Eram duas propostas muito diferentes para dar certo.
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Ele disse que isso pesava muito contra mim - em um tom lacônico que praticamente derrubou qualquer chance minha lá. Mas, ao mesmo tempo, me elogiou ao dizer que tenho personalidade e fui franco com ele - ora, é o mínimo que posso fazer para com quem me deu a oportunidade de mostrar meu valor e me recebeu tão bem.
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Praticamente perdi uma vaga que era quase minha e coloquei todas as minhas esperanças em um concurso que eu mal sei se vou passar. Seja como for, estou em paz por ter sido franco - mesmo podendo ter sido burro a ponto de perder uma potencial vaga. Não dá pra dizer que fui corajoso pois prefiro ver que fui apenas sincero.
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Agora é estudar pro concurso, pro arrependimento não ser maior que a franqueza.