Nos últimos tempos, essa tem sido uma das perguntas que mais anda sendo feitas na população que liga pra política no país: o voto deveria ser facultativo ou deve continuar sendo obrigatório ? Sendo bem sincero, nunca cheguei a uma conclusão sobre o tema nem nunca encontrei um argumento que faça minha balança intelectual pender de forma definitiva para um dos lados.
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Mas, pensando pelo lado de quem defende a obrigatoriedade do voto, ganhei ontem um argumento bem forte para crer que o certo mesmo é deixar tudo da maneira que está.
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Ontem, após chegar do meu freelancer, entrei no Twitter e vi minha timeline no microblog fervendo graças a um capítulo de Avenida Brasil. Não tenha nada contra quem vê novelas, cada um tem que se divertir da maneira que quiser, mesmo. No entanto, me perguntei quem teria a mesma disposição para votar sabendo que poderia definir seu futuro nas urnas e quem pesquisaria a vida e propostas de cada candidato com o mesmo afinco com que vê a novela.
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No mesmo Twitter, minha amiga Ariadnes disse que as funções de cidadã duma pessoa nada tem a ver com a novela, que ninguém é educado pra gostar de política e que isso não acontece só com novelas - acontece também com futebol e música, pra ficar em dois exemplos. Perfeito, concordei na hora com ela. Porém, existe o outro lado.
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Já pensou como seria um povo que, por natureza, já tem poucas obrigações cívicas (e consegue fugir de boa parte delas) com voto facultativo. Veríamos muito mais novelas e não votaríamos jamais - alegoria para não decidiríamos sobre nada e só iríamos querer o bem bom, sem nada sério. O povo que já é acostumado a ser lembrado (muitas vezes justamente) por suas mulheres, pelo samba e pelo carnaval viveria na mais completa esbórnia.
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Cantar oi oi oi pode ser legal, mas decidir boa parte dos próximos quatro anos é fundamental.