Introduzido no país pela Constituição de 1988, o segundo turno em eleições, em tese, é perfeito. Apenas duas pessoas, comparação direta de ideias e de propostas, fica muito mais fácil de se decidir. Meu amigo Junior Carvalho, repórter político no Grande ABC, elucida isso:
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"Segundo turno é bom pra fortalecer a democracia, a importância dos debates e facilitar a comparação de propostas, já que são apenas os dois lados.(...)"
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Concordo com tudo. Na realidade, como disse anteriormente, concordo com tudo em tese. O problema é que, nesse caso, a tese não se aplica à realidade.
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Continuo achando a ideia de uma eleição decidida em dois turnos muito válida, mas não no Brasil. Melhor: não com os políticos brasileiros. É simples: aqui, as eleições mostram as propostas no primeiro turno e já no primeiro turno começam os ataques pessoais aos candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto. Com dois candidatos no segundo turno e com as propostas já na mesa, os candidatos apenas se atacam, em uma campanha baixa, leviana e que só serve para atiçar ânimos pouco amistosos - e muito menos benéficos para a sociedade e para a democracia.
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Para o segundo turno continuar sendo uma boa ideia precisamos mudar nossos políticos. Se isso não acontecer, prefiro que tudo seja decidido em apenas um dia. Poupa paciência e caráter.