Uma das principais reclamações de todos os que trabalham com o futebol no Brasil é o excesso de jogos durante o ano. Não sem motivo: o Corinthians de 2012, que venceu o Mundial de Clubes, jogou impressionantes 81 partidas ao longo de todo ano. Para comparar esse número, tomo o Barcelona da temporada 2011-2012 (vencedor de quatro títulos, vice da Liga Espanhola e semifinalista da Champions League: 64 jogos.
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A diferença é gritante. Isso acarreta, entre outros problemas, no aumento do número de lesões nos atletas e na diminuição do público - que, para não gastar tanto, passa a escolher as partidas que vai ver no estádio.
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Baseado nisso, tenho uma ideia de calendário ideal. Seriam feitos alguns ajustes no regulamento de algumas competições, principalmente para dar mais emoção e menos jogos para competições que não sejam de pontos corridos. Explico abaixo.
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ESTADUAIS
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Meu modelo vai para o Paulistão, estadual da unidade federativa mais rica do país e com maior número de times no campeonato - vinte. Vale dizer que, em campeonatos menores, poderíamos ter ainda menos datas - o que é sempre bem vindo.
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No meu Paulistão ideal, manteríamos os vinte times - mas divididos em quatro grupos, com cinco equipes cada. Eles jogariam dentro dos próprios grupos em dois turnos (e teriam duas folgas). Os dois melhores de cada chave iriam para as quartas de final. Dali até a definição do campeão, sempre em jogo único na casa do time de pior campanha - mas com o empate favorecendo o time visitante. Importante: o cruzamento seria definido como na Libertadores, com o melhor primeiro colocado enfrentando o pior segundo colocado e com os respectivos cruzamentos olímpicos.
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Principalmente: o Nordestão, a Copa Verde e afins estão vetados. O ideal é, sempre, fortalecer o futebol no estado - e não na região.
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TORNEIOS SUL-AMERICANOS
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Ao longo de todo ano, e não mais com duração de um semestre. Manteríamos as catorze datas na Libertadores e deixaríamos a Copa Sul-Americana com as mesmas catorze datas. Tiraríamos duas vagas do Brasil (ficando com seis, as mesmas da Argentina) e faríamos uma fase eliminatória (uma Pré Sul-Americana) com os últimos classificados de cada país. Com os quarenta times definidos, faríamos dez grupos com quatro, se classificando os líderes de cada chave e os seis melhores segundos colocados. Novamente, confrontos de segunda fase definidos como na Libertadores.
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BRASILEIRÃO
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Aqui, nada a mudar.
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COPA DO BRASIL
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Os times que jogam a Libertadores entrariam desde a primeira rodada. Para isso, colocaríamos mais times: 128 ao todo. Muito? Não. Teríamos apenas um jogo por rodada, tal qual no que propus para os estaduais: sempre na casa do time inferior (no caso, pior no ranking da CBF) e com vantagem do empate para o visitante. Seriam apenas sete jogos até a final por time.
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SUPERCOPA DO BRASIL
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Um confronto festivo para abrir a temporada, entre o campeão do Brasileirão e o da Copa do Brasil. Sempre em campo neutro.
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Isso posto, vamos às datas na prática.
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ESTADUAIS: De 08/02 até 05/04 (rodadas no meio de semana por volta dos dias 11/02, 18/02, 04/03 e 18/03)
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TORNEIOS SUL-AMERICANOS: Nos moldes do calendário da UEFA, terças e quartas dedicadas à Libertadores e quintas dedicadas à Copa Sul-Americana - e sempre no meio de semana. Fases classificatórias nas semanas dos dias 11/03 e 25/03; fases de grupos nas semanas dos dias 01/04, 15/04, 06/05, 20/05, 03/06 e 17/06; matas-matas nas semanas dos dias 12/08, 19/08, 09/09, 16/09, 14/10, 21/10, 04/11 e 11/11.
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COPA DO BRASIL: Começando em maio, um jogo por mês até o final de novembro. Datas: 27/05, 24/06, 29/07, 26/08, 30/09, 28/10 e 19/11.
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BRASILEIRÃO: Começando no dia 12/04 e com final no dia 29/11, iria ter apenas quatro rodadas aos meios de semana. Sugestões: 29/04, 10/06, 15/07 e 23/09.
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SUPERCOPA DO BRASIL: Para abrir a temporada, seria no dia 01/02.
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MUNDIAL DE CLUBES: Já marcado. Como acontece em dezembro, não influi tanto no calendário.
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Isso tudo é uma imensa suposição. Tempos em 2015 a Copa América, que afunilaria tudo. Mas acho que nas bases do que está escrito eu me fiz claro.
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Não faltam datas. Falta vontade e organização.