Você deve conhecer a crise de 2008 muito mais pela fama que ela criou mundo afora do que pelo impacto dela na economia brasileira. Mas saiba que ela foi devastadora. Foram momentos difíceis ao redor da Terra, mas o mundo já está praticamente recuperado - tem um ou outro país ou região que fogem à regra, como quase sempre acontece. O mais importante é que o mundo aprendeu muito com a recessão recente, assim como aprendeu demais após a Quinta-Feira Negra.
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Sei que a partir de 2002 (ou seja, um ano após o apagão) o Brasil começou a crescer demais economicamente, mas longe de acompanhar o ritmo de crescimento do consumo de energia. A conta simplesmente não fecha.
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Como o seu bolso já deve ter acusado, a gasolina ficou mais cara no país inteiro nos últimos dias. Se você teve algum contato básico com redes sociais na última semana deve ter visto muita gente contando casos diversos e reclamando do preço da gasolina.
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O mais engraçado é que quem faz essas reclamações não deixa de encher o tanque. Paga o que tiver que pagar, mas sem o carro não pode viver. Ônibus? Trem? Metrô? Bicicleta? Trólebus? Ora, faça-me o favor! O ilustríssimo classe média não abandona seu automóvel, custe o que custar. Entre a economia e o conforto (e o status), prefere os dois últimos.
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Não tenha dúvida que os ônibus, os trens, os metrôs e afins estão lotados, infelizmente. Mas qual foi a última vez que você não pegou trânsito ao ir trabalhar? Ao pesar as duas situações, os motoristas preferem olhar para o próprio umbigo do que para o restante da sociedade - sem ver que o umbigo dele também pertente à sociedade. Isso para não entrar nos méritos ambientais, já que um carro polui muito mais que qualquer condução pública.
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Paralelamente a isso, vemos um tristíssimo episódio que devasta a Petrobras, outrora orgulho brasileiro. Tal qual tantos outros escândalos, o problema é o mesmo: corrupção.
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Guardar lugar na fila é errado, e é algo que muitos fazem. Mas e se alguém oferecesse um carro, uma casa ou uma boa quantia em dinheiro para ganhar seu voto, você se venderia? Se nós não temos acesso aos bilhões envolvidos no petrolão, podemos trazer a situação para valores e situações bem mais próximas de nós - como eu fiz acima.
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É fácil se revoltar com o que vemos todos os dias nos (radio/tele)jornais. É revoltante mesmo. Mas, se você faz o mesmo que eles (dadas as devidas proporções), você mesmo é um deles e esta atrapalhando o bom andamento do país.
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Passe a ver a notícia com outros olhos. Como tudo na vida, elas também trazem aprendizados. E, nesse caso, aprender é mudar o próprio comportamento.