Já sofremos muito, nos irritamos muito e nos chateamos muito falando de tudo que aconteceu. Eu não quero retomar antigas discussões aqui bem como não preciso falar que cada dia sem falar com você é um martírio. Mas eu preciso dar um jeito pra mim, e isso nem de longe quer dizer que eu quero você longe da minha vida.
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Sexta-feira eu saí com meus amigos e o que mais marcou a noite foi a nossa conversa - que, aliás, é o documento mais original do que eu penso agora, sem tirar uma letra do que foi dito. Sábado eu bati o carro mas o que eu vou guardar é a sua SMS. Domingo eu fiquei sem luz mas eu tinha esperanças de que tudo entre nós voltasse a ser como era antes. E o meu fim de semana acabou da maneira mais trágica possível na segunda-feira, quando eu vi que, ao menos por agora, tudo era uma imensa ilusão.
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O que resta pra mim é caminhar sozinho. Não ter ninguém pra contar sobre o meu dia, sobre detalhes sórdidos do que aconteceu, do motorista que cruzou a pista indevidamente ou do folgado do metrô. Agora é a hora de ficar calado e canalizar a minha dor. Ao menos eu fico tranquilo sabendo que não vou te consternar nem te atrapalhar, e, enfim, vou deixar você viver em paz - o que você mais queria. Mas você não faz ideia do quanto é horrível te ver distante e feliz, indo pra lá e pra cá, tirar fotos com um sorriso de orelha a orelha e ver que você sim tá bem, e eu morro de saudades suas todo o tempo.
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O que mais me dói, acredite, não é ver que nossas vontades não batem. É saber que eu não penso na minha, aceito a sua e mesmo assim você a recusa - e me recusa. O seu argumento não deixa de ser válido, mas quem tem que sofrer com as consequências sou eu, sendo que eu sou a consequência. Se eu me prontifico a me virar com ela, eu não quero respostas na hora, eu quero que a sua vontade prevaleça, seja ela qual e como for.
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Hoje é aniversário de uma grande amiga sua e, pesquisando, vi algo que pode ser algo relacionado a isso. Se for, você certamente estará lá - não só pela festa, pela sua amiga. Hoje é aniversário da sua cidade e há vários eventos rolando, e eu não sei sequer se você foi pra algum deles. Não sei se você foi no último show do Exaltasamba em São Paulo ou se você foi pro vale do Anhangabaú ver sertanejo de graça. Eu simplesmente não sei, e eu fico aqui, de coração apertado, na mão. Deixei você viver e não deveria ficar assim, mas eu fico. E você não tem nada a ver com isso, sou eu que tenho que ficar agoniado por gostar de você ao ponto de deixar você em paz mesmo quando o que eu mais queria é tirar a sua paz.
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Cabe a mim sofrer sozinho. Te ver feliz sem mim, te ver bem mais feliz sozinha do que quando estava comigo, já que naquela época você não anunciava nossos eventos aos quatro ventos como faz agora. Já que como te esquecer eu não vou conseguir, cabe a mim ficar quieto. Calado, vendo sua vida repleta de coisas pra ver acontecer, e me ver cada dia mais distante. Talvez um dia você volte nem que seja pra falar "eu quero te ver, mas não quero o que tínhamos"... já vai ser um começo, e você sabe que esperanças eu tenho. Talvez você nunca mais volte e me esqueça, preferindo sair e viver, algo que eu nunca te proibi. A única certeza que eu tenho agora é a de que eu vou ficar calado, esperando que você cumpra a sua promessa de não ser orgulhosa comigo quando tiver vontade de mim, qualquer que seja. Eu tô te esperando.
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