domingo, 22 de janeiro de 2012

Corredor central

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Eu voltava do trabalho para encontrar meus amigos quando me encontrei sozinho. Subindo a Amazonas e entrando na Goiás dei de cara com todos os lugares que já frequentamos, e dei de cara com cada lembrança que esses lugares me trazem.
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Passei em frente do Frutaska. Vi a praça em frente ao Hospital Central, na Manoel Coelho. Foram passando cada praça da Goiás, o Habib's... eu tentava fingir que não via e que não ligava, mas era inevitável lembrar de nós dois de mãos dadas, de cada papo estranho e dos nossos sorrisos bobos que escancaravam nossa felicidade em estarmos juntos pra cada pessoa naquela avenida.
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Andando, me senti cansado e sentei. Coincidência ou não, foi exatamente o mesmo banco no qual nós sentamos após você dizer que estava mal, certa vez. Lembro que nos sentamos, você estava zonza, ofegante, e parecia estar sem ar. Um pouco depois você melhorou e seguimos. Marcou porque isso nunca tinha acontecido, mesmo sendo um momento rápido demais. Marcou porque era com você. Marcou porque foi você. Você marcou.
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Ao me sentar, sozinho, coloquei minha mão direita no banco. Naquela noite, a mesma mão estava na sua perna, te acariciando, querendo que você melhorasse o quanto antes. Agora, ela estava fria, sem ninguém pra aquecê-la e sobre o banco, unicamente.
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Tudo era diferente. As pessoas eram diferentes, os carros que passavam, o meu cabelo, o tempo, a hora. O que era igual era o meu sentimento, apenas. Talvez nem isso: aquela noite, meu amor era correspondido, e, agora, eu corro átras pra te mostrar que ainda vale a pena ser correspondido. Não precisei nem lacrimejar pois garoava. O céu chorava o nosso fim.
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Levantei. Daquele ponto conseguia olhar a praça do Centro Digital, a praça na qual você me deu meus presentes de Natal, o Habib's. Olhei pra trás quando deveria caminha à frente. Olhei pra trás, lembrei de você. Ao caminhar pra frente... sei que só vou caminhar pra frente quando tiver você de volta - e poder fazer novamente tudo que lembrei quando olhei pra trás.
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A noite foi boa, mas o que marcou mesmo foi a saudade que eu tive de você naquele instante. A mesma saudade que eu tenho e que insiste em não passar.
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