O ser humano tem um encanto natural para com o fogo. Convenhamos: sentir uma pequena explosão e ver que onde não havia nada agora há algo que te aqueça é fascinante. Mas todos sabemos o quanto o fogo é perigoso. Essa dualidade é mais uma daquelas que marcam a vida de cada um e toda a história da humanidade.
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Na queima de fogos do réveillon de 2014 para 2015, um pequeno desastre aconteceu logo nos primeiros segundos do ano vindouro. Pior: transmitido ao vivo para todo o mundo. Uma das balsas que soltam os fogos na praia de Copacabana (uma das mais conhecidas e maiores festas de fim de ano do planeta) começou a pegar fogo, ainda soltando os fogos de artifício.
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Me chamou a atenção não só o fato em si, mas também me veio triste lembrança: não foi a primeira vez que uma tragédia dessas aconteceu nesse local. Na virada do ano de 2000 para 2001, um homem morreu e quase cinquenta ficaram feridas (!) por conta da mesma queima de fogos. Por mais absurdo que seja, naquela época os fogos eram preparados na própria areia da praia, em meio a quem vê o show pirotécnico. Aliás, foi aquele incidente que motivou a ideia de colocar balsas no mar para a explosão dos fogos - por mais óbvio que isso seja por conta da segurança e da própria beleza do evento.
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Pior ainda é descobrir que esse tipo de acidente não é tão raro quanto parece. Fui no Youtube tentar encontrar alguma reportagem sobre o acidente de 2001 (em vão) e encontrei outro incidente que eu não vi em lugar nenhum - veja aqui. Eu mesmo, que passei o réveillon em casa, senti um forte cheio de pólvora em alguns momentos nos quais fui ver a queima de fogos da minha janela - algo que nunca tinha acontecido. Os fogos que são de baixa qualidade? As empresas que fazem a queima de fogos no RJ que são incompetentes? Ambos?
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O que mais me espanta é que eu não vejo esse tipo de situação em nenhuma outra festa semelhante ao redor do mundo...