sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A ignorante geração Matheus Cassini

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Matheus Cassini é um ótimo meia sub-20 do Corinthians, um dos que mais tem chamado a atenção no elenco do clube na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Tem um potencial imenso e pode ser um ótimo jogador se for bem orientado quando subir ao time principal. O pior nessa história toda é que não é o futebol de Cassini que mais joga holofotes no atleta. 
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Mesmo que muito sem querer, Matheus acaba sintetizando muito essa nova fase do futebol dos grandes clubes nacionais. Sua cara jovial e seus olhos azuis claríssimos arrebataram o coração de várias meninas, que já fazem perfis de fã-clubes no Twitter e no Instagram e páginas no Facebook às pencas para ele. 
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O fato do jogador ser visto pelo grande público como bonito é um chamariz imenso hoje em dia, muito superestimado. O artilheiro do Corinthians na Copa São Paulo (e um dos artilheiros do torneio no geral) é Gabriel Vasconcelos, que nem de longe tem o destaque que os olhos azuis de Cassini dão para ele. O Timão tem ainda a melhor defesa da Copinha, mas nem o goleiro Caíque (outro bom valor, assim como Gabriel Vasconcelos) e nem o lateral-esquerdo Guilherme Arana (esse uma joia rara pensando na posição mais carente do futebol mundial hoje em dia) são tão comentados quanto Cassini. 
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Me incomoda essa tietagem toda em cima de Cassini e os outros bons jogadores ficarem orbitando em torno dele - mesmo vendo um belo futuro para Matheus, como disse anteriormente. Se o futebol é um esporte coletivo, ele tem uma ótima equipe repleta de valores tão bons quanto eles para ajudá-lo a brilhar. Mas o único que ganha a fama é ele.
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A beleza do rosto de Cassini se une a outra característica chatíssima que ele vem demonstrando, ao menos nessa Copa São Paulo: ele me parece um exemplar perfeito de jogador moldado por assessorias de imprensa e grupos de comunicação. 
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Matheus solta uma frase por entrevista na qual mostra todo o seu amor pelo Corinthians (chama a camisa de "manto", diz que "vale ouro" e esse tipo de declaração com tanta profundida quanto o reservatório do sistema Cantareira) e usa táticas batidas para introduzir essas citações, como dizer que já davam o adversário na final - algo que ele fez após a semifinal contra o São Paulo. Bom, desafio alguém a me mostrar uma simples reportagem que traga um simples indício disso. 
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Mais ainda sobre Cassini: nada contra jogadores que provocam os adversários (pelo contrário, isso anda em falta e é muito legal), mas sempre respeitando o adversário. Matheus adora jogar pra galera (falando popularmente) e desrespeitar o adversário. Contra o São Caetano, Cassini agrediu adversários; contra o São Paulo, cuspiu em oponentes - e, aqui, fica o puxão de orelha em quem revidou a agressão. 
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Essas atitudes me fazem acreditar que, ao menos hoje, Matheus Cassini é apenas um tremendo mimado. Ótimo jogador, mas tão imaturo quanto uma criança de seis anos. Se sabe muito bem o que fazer com a bola no pé, precisa ganhar consciência e caráter. 
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Pior: por todos os motivos acima citados, tudo que Cassini faz vira notícia. Um drible bonito ganha as páginas dos sites tanto quanto uma ida à praia ou um problema em uma boate. Aparecer sempre não quer dizer que você seja um sucesso. 
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É uma pena ver um garoto tão bom de bola tão superficial e raso. Que ele mude nesse aspecto, e que não perca a habilidade que tem com os pés. 
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