Ao entrar no Twitter hoje me senti em dia de final do Campeonato Carioca em pleno mês de janeiro. O motivo: hoje teríamos o Clássico dos Milhões, em jogo amistoso válido (se é que existe algum jogo amistoso válido) pela Super Series, torneio que acontece em Manaus e reúne também o São Paulo.
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No futebol, tal qual no carnaval, ter algum tipo de competição é condição de existência (me apropriando de um conceito matemático) para mim. Se não vale três pontos em um torneio com sistema de rebaixamento ou para o qual se classificam apenas equipes por algum critério técnico eu não consigo ver graça.
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Como disse, não é apenas no futebol. Qual a graça do Desfile das Campeãs do carnaval? Nem eu, apaixonado pela folia de Momo, aguento ver. Tem que valer nota, causar frisson, deixar os diretores da agremiação preocupados e os torcedores com frio na espinha. Pra fazer festa sem me preocupar com nada eu prefiro chamar amigos em casa.
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Por conta do novo calendário da CBF, todos os clubes tem tempo suficiente para fazer esse tipo de jogo - e muitos andam fazendo, até mesmo participante de torneios. Pelo lado do marketing é até interessante, já que aproxima o time de uma torcida que não consegue vê-lo normalmente ou expõe a marca para o exterior. Mas, fora isso, realmente prefiro os jogos-treino contra equipes de nível técnico inferior, para dar moral para os jogadores, treinar a formação tática e ganhar entrosamento.
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Descobri, aliás, um motivo para os amistosos existirem: bandidos travestidos de torcedores brigarem. Aconteceu hoje na Arena da Amazônia, aliás. De sopetão lembrei de mais um: contundir um jogador, já que ele ainda não está na forma física adequada - aconteceu na partida entre Palmeiras e Shandong Luneng, com o atacante Pablo Mouche.
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Valorizemos a competição, e deixemos todos os nossos sentimentos para eles. Aos amistosos, que eles passem despercebidos e nada mais - já que eles tem que, infelizmente, existir.