O fato do final de semana foi a pena de morte executada na Indonésia ao brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, instrutor de vôo livre preso em 2004 por tráfico de drogas - crime que dá a pena capital ao réu no país.
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Podemos, é claro, discutir o quão rígida é essa pena. Mas ela não vale apenas para o brasileiro: outras cinco pessoas foram fuziladas (método utilizado na Indonésia) só hoje no país. Isso é lei, e é seguido por todos que estão no território indonésio. Assim sendo, não há o que contestar: ele é tão criminoso quanto qualquer outro réu julgado - e, pior ainda: preso em flagrante.
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Talvez o fato de uma lei ser cumprida à risca choque a todos os brasileiros, acostumados a qualquer tipo de jeitinho para burlar qualquer código de civilidade em benefício próprio. No Brasil, isso torna-se ainda mais polêmico por se tratar de uma leia que quer acabar com uma mazela da sociedade de maneira firme (ainda que polêmica), o que não costuma acontecer com frequência no país - aliás, já aconteceu algum dia?
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Também chama a minha atenção a hipocrisia alheia. Muitos dos que falam que "bandido bom é bandido morto" (beijo, coxinhas) agora falam que é um absurdo a execução do compatriota. Algo como "eu posso falar qualquer coisa do meu país, mas se você mexer com ele você está errado". É difícil entender essa argumentação, sinceramente.
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Não escondo de ninguém que sou favorável à pena de morte em casos de crimes hediondos e depois de todo o trâmite jurídico - por mais demorado que isso seja, mas aí é outra história.
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Ser a favor ou contra a pena capital não quer dizer que ninguém seja de direita ou esquerda, reacionário ou revolucionário, liberal ou conservador - aliás, eu abomino bastante essas dicotomias citadas. É simplesmente um modo de enxergar a sociedade, e cada um tem a sua. Por mais cruel que isso possa ser, enquanto a educação brasileira ser falha e tivermos números de guerra civil no país, creio que um dos métodos mais eficazes para controlar os ânimos de contraventores seja esse.
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Um brasileiro quis dar o seu bom e velho jeitinho e foi pego. Conheceu leis que não são frouxas nem se dobram - embora sejam contestáveis por sua rigidez. É, em suma, muito do que eu quero para o meu próprio país.