.
Confesso que me incomodo quando vejo pessoas que tem redes sociais e não fazem a mínima questão de se relacionar com seus amigos ou com outras pessoas - falo isso porque acho quase inconcebível alguém que não tenha Facebook nos dias de hoje, embora conheça pessoas que não tenham conta no referido site.
.
A situação é um pouco mais complicada para que tem Twitter, ao meu ver. Ninguém é obrigado a fazer Twitter. E, ao fazer, você praticamente concorda que está lá para se relacionar com outras pessoas - e que, implicitamente, quer expandir seus horizontes com amizades novas, por mais superficiais que elas sejam. Sendo assim, porque se esquivar tanto de contatos sociais por lá? Não faz sentido para mim.
.
Apesar de tudo isso, sei que as redes sociais apenas trazem para a internet situações que acontecem fora dela - embora tenham pessoas que detestem falar pela rede, enquanto outras se soltam na tela do computador, celular ou qualquer coisa semelhante. Me parece que as pessoas, cada vez mais, vivem em bolhas nas quais apenas utilizam as outras para o que bem entendem. Pior: quando encontram alguma pessoa disposta a ter alguma amizade bacana e que a admire de alguma forma, preferem ser apenas conhecidas.
.
Não consigo entender essa situação, confesso. Por mais intensa que uma amizade possa ser (e não falo de amizades coloridas ou coisas afins, apenas relacionamentos em que duas pessoas conversem, troquem algum mínimo segredo e tenham empatia entre si), qualquer situação é facilmente contornável em seu começo. Não é como um começo de namoro, no qual há compromisso e é público que os dois estão juntos. Se duas pessoas são diferentes, não precisam forçar uma amizade, ora. Mas nem a tentativa eu vejo acontecer, e isso me intriga.
.
O finado Orkut já dizia muito sobre a nossa era: tínhamos contatos, não amigos. Por mais que o Facebook tenha alterado a nomenclatura, a definição de relacionamentos só não segue a mesma porque ela é cada vez mais fria e superficial. Uma pena - para todos nós.