segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Hilary já venceu a eleição nos EUA, diz a NFL (e outras curiosidades de Clinton, Trump e os esportes americanos)

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(Créditos: ABC/Reprodução)
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É engraçado pensar que, ao contrário de tantos outros políticos americanos (e também da maioria dos Estados Unidos), Hillary Clinton e Donald Trump não ligam pra NFL. No caso da candidata democrata à presidência, o esporte que a prende é o baseball, organizado pela MLB: ela já foi várias vezes vista em jogos e com artigos do Chicago Cubs, embora também não negue simpatia pelo New York Yankees  -  e ela, certamente, está muito feliz com a épica vitória do Cubs na World Series, que pôs a fim a incríveis cento e oito anos de jejum.
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No caso do candidato republicano a situação não é de indiferença, é quase de ódio. Donald Trump, em 2014, chegou a cogitar comprar o Buffalo Bills  - negócio que não ocorreu. Porém, ao contrário de Clinton, o ~~amor~~ do candidato se dá quase que unicamente por conta do mercado dos negócios  - verdadeira praia de Trump.
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O triângulo entre Trump, futebol americano e negócios não para por aí. Ao comprar o New Jersey Generals, ele impulsionou uma liga que concorria com a NFL, chamada United States Football League - USFL. A liga deu errado, adivinhem, muito por conta da megalomania dele.
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Mais engraçado ainda é ver que a NFL pode explicar muito bem a eleição americana. Mais precisamente, o time de Washington D.C. (capital do país) ajuda a entender essa relação: se o Redskins (time de Washington na NFL) vencer o ultimo jogo que faz em casa antes da eleição, o partido que está no poder vence. Caso perca, quem leva a presidência é o partido da oposição. Essa teoria é tão bem aceita nos Estados Unidos que recebeu até nome: é a Redskins Rule.
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(Créditos: USA Today/Reprodução)
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Desde que os Redskins estão em Washington (o time foi fundado em 1932 como Boston Braves (no estado de Massachusetts) e se mudou para a atual sede em 1937), ocorreram dezenove eleições presidenciais. Em dezoito (ou seja, em 94,7% dos casos), a regra se confirmou.
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A centelha de esperança para Trump é que a única vez em que a regra falhou foi justamente na última eleição presidencial: o Redskins perdeu para o Carolina Panthers e o democrata Barack Obama venceu a eleição sobre Mitt Rommey.
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Também vale explicar uma “brecha” na regra que acontece por conta do sistema eleitoral americano, que não se dá diretamente pela votação popular  -  mas sim pelo Colégio Eleitoral, que faz com que os delegados de cada estado votem integralmente no candidato vencedor na unidade federativa, e não proporcionalmente de acordo com os números estaduais. Assim, quando o vencedor em números totais de votos não vence a eleição, a Redskins Rule fica invertida para as próximas eleições presidenciais.
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Isso já aconteceu uma vez: nas polêmicas eleições de 2000, quando Al Gore teve mais votos totais que George W. Bush e o republicano foi eleito presidente por conta do episódio que ocorreu na Flórida, o Redskins havia perdido dias atrás para o Tennessee Titans. Já em 2004, mesmo com a derrota do time de Washington para o Green Bay Packers (que deveria favorecer o democrata John Kerry), Bush se reelegeu.
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Hilary Clinton pode preferir a MLB, mas é à NFL que ela deve agradecer.
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