sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Espírito de time pequeno

Isso, muitas vezes, falta ao São Paulo. E isso, novamente, faltou ao São Paulo ontem, contra o Once Caldas. O mesmo time que nos eliminou cruelmente, com um gol nos minutos finais, da semifinal da Libertadores de 2004 voltou a assombar o tricolor.
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A cidade era a mesma, Manizales. O estádio era o mesmo, o Palogrande. O clima de guerra e de revanchismo aparecia no torcedor são-paulino. O jogo se iniciou com um São Paulo tranquilo, tocando a bola mas não conseguindo criar. Apesar disso, o time era melhor no jogo. E, em sua principal arma em alguns anos, saiu o gol. Rogério Ceni cobra mal uma falta, a bola é desviada e vai pro gol colombiano. Com o tento, o capitão torna-se o maior artilheiro do São Paulo na principal competição sul-americana. O gol também fazia justiça ao jogo.
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Mais do que isso, ele marcava a reviravolta da partida. Após o gol, o Once Caldas iniciou uma ligeira pressão, que conseguia ser contida pelo sistema defensivo são-paulino no primeiro tempo. O que era contido se tornou explícito na segunda metade da partida. O Once Caldas veio pra cima com todas as suas armas. E, logo no início, Marcelinho perde a bola no canto esquerdo. Vélez cruza e Uribe, livre, empata. O erro do jogador causa pãnico no time, e o placar estava igual.
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O que se via da partida era um trágico cenário pro São Paulo. Chuveirinhos tentados à exaustão, laterais que não voltavam pra defesa e uma cobertura falha. Num desses erros de cobertura, Moreno arranca, do meio campo, tira 3 marcadores e chuta forte, cruzado. Um belo gol que sela a vitória dos colombianos.
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Estranhamente, após tomar o segundo gol, o São Paulo melhorou. Rodou mas a bola, tocou, com tranquilidade, e buscou lucidamente o gol, que só não veio pois Washington chutou em cima do goleiro após boa troca de passes.
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Outra derrota. Mais do que isso, outra derrota que poderia ser facilmente evitada. Se os jogadores não se desesperassem com seus próprios erros. O que falta ao São Paulo é crença individual. Temos um ótimo elenco e, talvez por isso, todos acham que podem deixar nos pés do companheiro para resolver a partida. Se cada um buscar uma jogada individual nessas ranhidas partidas, como um time pequeno, aposto que as derrotas tricolores serão bem menos frequentes.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Meu Dilema

O meu coração só aperta
Quando penso em te ver
E ver que é difícil,
Confesso que é por você
A viagem, tenho a desculpa
Mas você tem o buffet
Tua cidade é linda
Mas, por um dia... me faz viver

Tudo que eu queria eu dei um jeito |
Vem pra mim algumas horas, pago o preço |
De mais meses na agonia, não tem problema |
Eu me viro pra resolver o meu dilema |

Não é mais como antes
Você mudou, se tornou suicida
De minha parte, na verdade
Só quero te ter como amiga
Depois namorada, noiva e esposa
Casados, com duas crianças lindas
Após os problemas, poder te chamar
De amor, de paixão, de minha vida

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Gritos de campeão

Espalhados pelo Brasil afora, os primeiros gritos de campeão já ecoam no país. A Taça Guanabara se encerrou num jogo que já havia aconteido anteriormente. Pela fase de grupos, o Vasco humilhou o Botafogo em pleno Engenhão por 6x0. Dessa vez, a história foi diferente. Com gols de Fábio Ferreira e " El Loco " Abreu, o Fogão fez 2x0 no Vasco e levou o primeiro turno pra General Severiano. A equipe, de quebra, está garantida na final do Campeonato Carioca. Já em Santa Catarina, o Avaí abriu o placar contra o JEC em plena Arena Joinville. No minuto final, Ricardinho acerta um chute desacreditado e empata. Como o tricolor catarinense havia feito a melhor campanha na primeira fase, o Coelho é o campeão do primeiro turno em solo catarinense.
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Domingo de clássico no Paulistão. No Palestra Itália, o Palmeiras superou a crise e fez 2x0 no São Paulo, com 2 gols de Robert, o ídolo da Mancha Verde. Em diversos pontos da Grande São Paulo, vários incidentes envolvendo as torcidas organizadas das equipes ocorreram, e, no gramado, o técnico tricolor Ricardo Gomes sentiu-se mal e está internado. O Corinthians mandando seu jogo em Barueri não saiu do 0x0 com o ameaçado Rio Branco. O líder Santos foi até Mirassol e, atuando bem abaixo das expectativas, fez 2x1 na equipe da casa. O vice líder é o Santo André, que em Presidente Prudente bateu o Barueri por 3x1. No G4 ainda figura o Botafogo, que perdeu para o Bragantino por 2x0 na terra da linguiça.
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Cruzeiro x Atlético no Mineirão. E, como de praxe, a vitória foi celeste. O placar de 3x1 teve gol do estreante Roger pela equipe azul, que, na comemoração, roubou a cabeça do Raposão, mascote do time. Para o lado atleticano, sobraram reclamações duma arbitragem tendenciosa, segundo eles. O clássico foi marcado pelas flanelinhas, provocação dos torcedores cruzeirenses aos do Galo. Os primeiros dizem que os segundos " guardaram a vaga pro Cruzeiro na Libertadores ". No Rio Grande do Sul, pelas semifinais da Taça Fernando Carvalho, o Grêmio passou fácil pelo Inter de Santa Maria, 4x1 no Olímpico. Já o colorado, com o time reserva, jogou feio e perdeu para o Novo Hamburgo em pleno Beira-Rio. De virada, o Nóia fez 2x1, nos instantes finais, e decidirá um lugar na grande decisão ante o Imortal.
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Na Bahia, o líder do grupo 1 é também o melhor time da comepetição. O Vitória passou fácil pelo Ipitanga no Barradão, 4x0. Já o líder do grupo 2, o Bahia, ficou no empate contra o Madre de Deus, fora de casa, por 0x0. No campeonato candango, o Atlético Ceilandense abriu 3 pontos de vantagem na liderança ao bater o Dom Pedro por 2x1 em casa. O vice-líder é o Jacaré. O Brasiliense bateu o terceiro colocado Ceilândia por 3x0, longe de seus domínios. O Gama é apenas o quarto, e, na rodada, empatou com o Botafogo por 0x0. No Ceará, o primeiro turno chegou a decisão. O Fortaleza eliminou o líder da primeira fase, o Ferroviário, no Clássico das Cores, ao vence-lo por 2x1 no Castelão. O Tricolor de Aço enfrentará o Guarany de Sobral, que empatou por 2x2 com o Horizonte e venceu nos pênaltis o duelo.
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No Centro-Oeste, o líder do campeonato goiano é o Atlético. O Dragão venceu o Santa Helena, em casa, por 4x2. Mesmo ao perder, também por 4x2, para o Trindade, no Abrão Manoel da Costa, a vice líder é a Anapolina. O Goiás já aparece em terceiro lugar. O esmeraldino fez 3x1 na Canedense, no estádio da Serrinha. No Pará, o cada vez mais líder Remo enfrentou o São Raimundo no Baenão e fez 3x1. O Paysandu decepcionou e ficou no 0x0 com o Cametá em Belém. Domingo de clássico no Paraná. E, para a surpresa de todos, o Paraná venceu o até então invicto Cortiba por 1x0. O Atlético perdeu a chance de encostar no Coxa ao levar o gol de empate do Nacional, em Rolândia, nos minutos finais. O jogo ficou no 1x1. O último clássico a ser relatado aconteceu em Pernambuco. Nele, Sport e Náutico ficaram no 1x1 na Iha do Retiro. O Leão é líder e o Timbu é terceiro. A vice-líder é a Cabense, que venceu o Vera Cruz por 2x0 no Carneirão. Completando o G4 aparece o Santa Cruz, que, fora de casa, venceu o Salgueiro por 2x1.
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Pela Bundesliga, os ponteiros decepcionaram. O líder Bayer Leverkusen foi a Bremen e não conseguiu nada mais que um 2x2 ante o Werder. Sem Ribery e Robben, o Bayern de Munique também empatou, 1x1 contra o Nuremberg no Frankenstadion. O terceiro colocado Schalke 04 fez pior. Em Wolfsburg, perdeu por 2x1 para os Lobos.
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Pelo Clausura, segue o calvário dos grandes. O Boca Juniors foi até Mendoza e não passou dum 1x1 ante o Godoy Cruz. O River Plate, atuando no Monumental de Nuñez, fez pior. Os milionários também ficaram no 1x1 contra o Arsenal de Sarandí. Os líderes venceram. O Vélez passou fácil pelo Independiente, em casa, por 3x0. Já o Colón, no Cemitério dos Elefantes, fez 2x1 no Chacarita.
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Pelo Apertura chileno, o líder Unión Española bateu a Universidad Catóica por 2x1. O vice líder é a outra equipe universitária, a Universidad de Chile. La U bateu o Santiago Morning, em casa por 2x1. O surpreendente O'Higgins, terceiro colocado, parece perder força, já que perdeu para o San Felipe, fora de casa, por 2x0.
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Pela La Liga, os dois gigantes seguem seu campeonato à parte. O líder Barcelona fez 4x0 no Racing Santander, em casa. Em outra goleada, o Real Madrid fez 6x2 no Villarreal, no Santiago Bernabeu. O Sevilla se consolidou no G4 ao vencer o rival Mallorca, nas Ilhas Baleares, por 3x1.
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Pela Ligue 1 francesa, o líder Bordeaux teve seu jogo contra o Auxerre adiado. O vice-líder Montpellier perdeu a chance de empatar em número de pontos com os girondinos ao perder para o Saint Ettiene, fora de casa, por 1x0. Separados por uma diferença de 3 pontos, as equipes posteriores, na classificação, venceram. Lille, Lyon e Olympique de Marselha fizeram 2x1, 4x0 e 3x1 em Rennes, Sochaux e Nancy, respectivamente.
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Pela Premier League, a rodada foi péssima para o Manchester United. Os Red Devils perderam para o Everton, em Goodison Park, por 3x1, e viram o líder Chelsea disparar. A equipe foi a Wolverhampton e bateu os donos da casa por 2x0. O Manchester ainda viu o Arsenal encostar. Os gunners fizeram 2x0 no Sunderland, em Londres. A briga pela quarta colocação, e pela posterior vaga pra Champions League, esquentou enssa rodada. Manchester City e Liverpool ficaram no 0x0, e perderam a chance de abrir vantagem na disputa. Melhor para o Tottenham, que venceu o Wigan fora de casa por 3x0, e assumiu a colocação. Quem chega para brigar é o Aston Villa. Os Villans bateram o Burnley, em seus domínios, por 5x2.
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Pelo Calcio, a Inter vem vacilando. A equipe de Milão empatou, em casa, com a Sampdoria, por 0x0. A Roma já está a apenas 5 pontos dos líderes. Atuando no Olímpico, a equipe fez 1x0 no Catania. O Milan vem se recuperando e superou o Bari, longe de casa, por 2x0. Com Alberto Zaccheroni no comando, a Juventus segue subindo a ladeira. A Vecchia Signora bateu o Bologna, fora de casa, por 2x1.
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Pela Liga Sagres, o Benfica contou com a ajuda do rival para assegurar a liderança. No jogo mais aguardado da rodada, o Porto humilhou o vice-líder Braga por 5x1 no Estádio do Dragão. Os encarnados fizeram seu papel, e venceram o União de Leiria em casa por 3x0. O destaque negativo, novamente, fica por conta do Sporting, que empatou com a novata Olhanense por 0x0, fora de casa.
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Na Super Ligi da Turquia, o líder é o Galatasaray. No clássico de Istambul ante o Besiktas, o resultado foi de 1x1. O Fenerbahçe pode assumir a liderança, já que joga hoje contra o Bursaspor, no Sukru Saracoglu.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Zago, o bom de papo

Quarta-feira o Palmeiras tomou um vareio do São Caetano, no Palestra. Os 4x1 foram a gota d'água para a demissão do técnico Muricy Ramalho, no dia seguinte. Era visível que o treinador foi mal-recebido pelo elenco, sabe-se lá por qual motivo. Talvez pelo fato de ter sido tão campeão no arqui-rival São Paulo.
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O tricolor, aliás, seria o próximo adversário do alviverde. A diretoria agiu rápida e logo na quinta-feira contratou o técnico do São Caetano, Antônio Carlos Zago. O novo comandante teve 3 dias para jogar sua primeira partida, e logo um clássico. A torcida o recebeu mal, acusando-o de racista. A crise estava instalada no Palmeiras.
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Começando o jogo, parecia que as duas equipes eram lanternas da competição. Jogo fraquíssimo tecnicamente. O São Paulo, muito superior, não conseguia ir pra cima. O Palmeiras equilibrava na raça. O primeiro tempo acaba e não deixa nenhuma saudade.
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O segundo tempo parecia que ia seguir a mesma toada, e o jogo iria prum 0x0 sonso e sem graça. Até o lance capital da partida. Eduardo correu pela esquerda, e Xandão, segundo o juiz, o puxou. O zagueiro já havia visto um cartão e foi expulso. Uma decisão, no mínimo, duvidosa. Dois minutos depois, Robert, o ídolo da Mancha Verde ( :D ), abriu o placar.
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O São Paulo, desligado desde quando a partida começou, morreu de vez. De lá pra cá foi um baile palmeirense. Algum tempo depois, Robert cabeceou sem jeito, a bola resvalou em Miranda e Rogério Ceni, de costas pra bola, aceitou. O Palmeiras por azar não fez o terceiro e a partida ficou nisso.
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O placar ficou barato pro São Paulo. Não há destaques, sejam positivos ou negativos. O time inteiro não jogou, não quis jogar, simplesmente. Rogério Ceni, como vem se tornando frequente, mais reclamou do que defendeu.
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Claro que, no futebol, existem dias aonde nada dá certo, eu concordo. Pena que isso no São Paulo aconteça sempre em clássicos e jogos decisivos. Os modinhas, claro não entendem isso. Aos que criticam Renato Silva, uma pergunta. Bom é o André Luís, né ? Ótimos eram Juninho, Amelli, Jean, Reginaldo Pinheiro e Reginaldo Cachorrão, certo ? Já vi muitos times muito, mas muito inferiores a esse, já sofri muito mais em tempos passados que com esse elenco atual. Logo, fechem a boca. Foi um dia ruim, que esperamos que não aconteça mais, apenas.
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Pro lado palmeirense, um destaque. Não, não é o artilheiro do jogo, Robert. Mas sim o novo comandante. Sem tempo para grandes inovações táticas ou treinos, ele levou o elenco no papo. Mais do que isso, os motivou o suficiente para, na raça, vencer o São Paulo. Está de parabéns.
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Quinta-feira tem Libertadores. Tem Once Caldas. Tem Manizales. Espero que não seja outro dia ruim em outro jogo importante. Se for, a crise abterá à porta, logo no início do ano.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Classificação final RJ

Passada a apuração do carnaval carioca, algumas injustiças foram cometidas e outras escolas obtiveram posições merecidas. Analisemos:
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1º: Tijuca
2º: Grande Rio
3º: Beija-Flor
4º: Vila Isabel
5°: Salgueiro
6°: Mangueira
7°: Mocidade
8°: Imperatriz
9°: Portela
10°: Porto da pedra
11°: União da Ilha
12°: Viradouro
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Unidos da Tijuca: Indiscutivelmente, um dos carnavais mais justos dos últimos anos. A escola do Borel só perdeu pontos no quesito bateria, o que não era esperado, mas, no fim das contas, não atrapalhou muito. O trofeu fez justiça a escola que desde 2004 desfila bem, a comissão de frente da escola, sensação do carnaval do RJ desse ano, e, sobretudo, ao carnavalesco Paulo Barros, um gênio que, certamente, revolucionará o carnaval da cidade.
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Acadêmicos do Grande Rio: Quem viu a escola começando seu desfile cravava: se há alguma escola para disputar o título com a Tijuca, seria a escola de Duque de Caxias. No entanto, a vermelho-e-verde da Baixada, que veio espetacularmente grande nesse ano, teve sérios problemas pra cumprir seu desfile dentro do tempo. Visivelmente, eles apertaram o passo duma forma frenética. Mesmo com tudo isso, a escola só perdeu um décimo no quesito evolução, quando deveria perder muito mais. Outro quesito no qual esperava-se que a escola perderia uma preciosa pontuação seria samba-enredo, no qual eles perderam apenas 2 décimos. Os jurados, como sempre perdoam a Grande Rio de seus erros. O vice-campeonato caiu no colo da Grande Rio.
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Beija-Flor de Nilópolis: A terceira colocação pode parecer boa, mas, para os exigentes torcedores da escola, foi motivo de reflexão. A azul-e-branco perdeu pontos exatamente nos mesmos quesitos que no carnaval passado. Os mais sentidos, certamente, foram os 3 décimos perdidos em alegorias e adereços. Muitos querem ver Alexandre Louzada, que cuida dessa parte na comissão de carnaval nilopolitana, fora da agremiação. A colocação, claro, decepcionou. Mas os erros poderiam ser corrigidos antes.
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Unidos de Vila Isabel: Morro dos Macacos está, certamente, decepcionada. Não com sua escola, mas com suas notas. O quarto lugar do carnaval é uma imensa injustiça com quem era apontada por todos como a principal oponente da Tijuca na luta pelo título. A escola, que não teve problemas em quase nada, perdeu pontos em 8 dos 10 quesitos. Espanta ainda mais os 3 décimos perdidos em bateria, enredo e comissão de frente.
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Acadêmicos do Salgueiro: A antiga campeã do carnaval resolveu, dum ano pro outro, mudar radicalmente de estilo. O Salgueiro, que é conhecido por sua conexão intensa e explosiva com o público, fez um desfile altamente técnico em 2010. Ao menos nesse ano, não se deu bem. O único quesito que chama a atenção é bateria. É complicado tirar meio ponto dos ritmistas que passaram bem pela Sapucaí, e que tem, reconehcidamente, um dos melhores batuques do Rio de Janeiro. A Furiosa se pergunta aonde errou nesse momento, e os jurados devem estar notando que foram rígidos demais em tais notas.
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Estação Primeira de Mangueira: Outra escola que inovou e não conseguiu bons resultados. Com a celebridade Ivo Meirelles na presidência, a verde-e-rosa mudou seu esquenta. Ao invés do tradicional " Hino de Exaltação a Mangueira ", de Chico Buarque, a escola fez uma versão do canto " Mengão do meu coração ", da torcida do Flamengo. Não se sabe se é graças a isso, mas nem a escola, que tradicionalmente é a que mais empolga a Sapucaí, não conseguiu isso na proporção que dela se espera. A colocação foi um pouco melhor do que se esperava. Os quesitos nos quais a escola mais perdeu pontos foram justos: fantasias e alegorias e adereços. A injustiça vem do quesito evolução. A escola só perdeu dois décimos, quando deveria perder muito mais graças ao corre-corre desenfreado que proporcionou no fim do desfile. Ficou barato pra Estação Primeira.
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Mocidade Independente de Padre Miguel: Abrir uma noite de desfiles é uma tarefa ingrata. O público está frio e pouco receptivo. A escola tem que se desdobrar para mudar esse cenário, tanto para as arquibancadas quanto para os jurados. A Mocidade conseguiu isso. Com seu samba alegre e festivo, a escola da Zona Oeste mexeu com todos. Depis dum retumbante fracasso em 2009, a estrela-guia deu a volta por cima. Surpreende também o quesito bateria. Foram subtraídos 4 décimos da eterna Bateria Nota 10. Mais que contradição, nesse ano, uma grande incoerência.
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Imperatriz Lepoldinense: Todos sabem, eu apostava fortemente na escola de Ramos. E ela, realmente, veio bonita. Mas o tripé quebrado logo no abre-alas prejudicou a escola, que esfriou e fez a escola correr no fim do desfile. Mas... meio ponto perdido em fantasias ? Seis décimos em conjunto e enredo? Estranhíssimo.
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Portela: Após um desfile high-tech demais pruma escola tão tradicionals, o desastre veio na contagem das notas, sendo que a imensa maioria delas fois juta com o desfile da Águia. Estranha-se apenas o meio ponto perdido em bateria. A Tabajara do Samba, comandada por Mestre Nilo Sérgio, foi a vencedora do Estandarte de Ouro nesse quesito. Estranho.
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Unidos do Porto da Pedra: Talvez tenha sido a grata surpresa, tanto com o desfile quanto na apuração. Apesar de ter perdido pontos consideráveis em muitos quesitos, tudo foi de acordo com o desempenho da escola de São Gonçalo.
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União da Ilha do Governador: Pela forma que passou, abrindo dos desfiles, esperava muito mais das notas da escola. Os quatro décimos tirados da vermelho-e-azul em bateria espantaram. Os 8 décimos em conjunto e sobretudo o ponto inteiro em alegorias e adereços foram revoltantes. A escola emrecia muito, mas muito mais. Uma das maiores incoerências desse ano, sem dúvida alguma.
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Unidos do Viradouro: A escola de Niterói ficou 32 décimos átras da vice-lanterna. Não há o que contestar, em nenhum quesito. Foi, certamente, o pior desfile da agremiação na Sapucaí. Espera-se que as brigas internas dentro da vermelho-e-brancoa cabem logo, pois a novata e já tradicional escola fará falta no Especial de 2011.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Classificação final SP

Passada a apuração do carnaval paulistano, algumas injustiças foram cometidas e outras escolas obtiveram posições merecidas. Analisemos:
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1º: Rosas
2º: Mocidade
3º: Vai-Vai
4º: Mancha
5º: Gaviões
6º: Vila Maria
7º: Império
8º: Tucuruvi
9º: X9
10º: Pérola
11º: Águia
12º: Tom Maior
13º: Imperador
14º: Leandro
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Rosas de Ouro: Após não vencer em dois anos nos quais merecia ( 2005 e 2009 ), a impressão que fica é a de que o Rosas ganhou no ano errado. O desfile foi bonito, mas xoxo. Faltou algo para ser considerado um desfile com aquele " plus " de campeão, sabe ? Por mais espetacular que seja Ellen Rocche e por melhor que seja a bateria De Responsa, a escola não merecia tanto assim. E, certamente, a escola entrará pro ingrato hall de escolas campeãs com um samba ruim. No caso, péssimo. Talvez o pior dentre as laureadas.
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Mocidade Alegre: A grande injustiçada desse carnaval. Fez, disparadamente, o melhor carnaval do ano, perfeita em todos os quesitos. Se sua comissão de frente, quesito que decidiu esse carnaval, não era digna de nota 10, a da campeã também não era. Fiquei com uma sensação de injustiça imensa.
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Vai-Vai: Apesar de ser a minha escola, foi beneficiada pelos jurados. Perdeu quartos de pontos em 3 quesitos. Num, injustamente. Fantasia é quesito forte na Saracura, haja visto que a escola do Bixiga é conhecida por seu extremo bom gosto. Noutro, perdeu poucos pontos. A evolução da escola foi totalmente prejudicada, com clarões imensos e correria no fim do desfile. Nisso, ficou barato pra alvinegra.
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Mancha Verde: Talvez a maior surpresa da apuração, para muitos. Para mim, não. Apostava forte na escola do Palmeiras desde o fim de seu desfile. O curioso é que a escola só perdeu pontos num quesito, e que não deveria ser tãoe penalizada assim. As alegorias da Mancha não tiveram grandes problemas, aoe menos aparentemente. Entretanto, se formos falar de colocação, ela veio bem.
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Gaviões da Fiel: Apesar de todos acharem o contrário, não esperava muito da escola. Acreditava, aliás, que ela viria ainda pior. O quarto perdido em harmonia era esperado. Mas os três quartos que os Gaviões perderam em enredo enfureceram a diretoria. Pelo fato da escola tratar do centenário do Corinthians, motivo da fundação da própria escola, eles se irritaram e jogaram mesas e cadeiras, que feriram jornalistas e a filha do diretor duma co-irmã. A torcida atirou tudo o que via pela frente nos PM's que faziam a segurança da torcida e tocaram o terror na Marginal Pinheiros, na saída do Sambódromo. Pela primeira vez em muito tempo, a apuração foi paralizada graças a confusões desse tipo. Uma pena.
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Unidos de Vila Maria: Dava toda a pinta de que viria forte como outrora. A comissão de frente era espetacular, talvez a melhor do carnaval. Essa comissão, aliás, perdeu meio ponto, uma tremenda injustiça. Não entendi o porque da escola perder 0.25 em alegorias e 0.5 em evolução. No fim das contas, isso compensou os demais erros da agremiação.
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Império de Casa Verde: A sétima colocação do Tigre foi injusta. A escola merecia ficar um pouco mais pra baixo. A agremiação deu muita sorte de perder apenas 0.25 em alegorias, merecia notas ainda mais baixas. Algo realmente estranho em se tratando do Império. Em fantasias, o mesmíssimo caso. O meio ponto perdido em enredo também estava nos planos. A escola merecia, isso sim, perder ainda mais pontos.
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Acadêmicos do Tucuruvi: Apesar de achar a colocação da escola da Zona Norte extremamente injusta, prefiro ver o lado bom. Em 9 dos 10 quesitos, a escola da Cantareira tirou nota máxima. No entanto, no quesito evolução, foram perdidos 1,75 pontos. Uma enormidade, se pensarmos que o carnaval foi decidido por 0.25. Se a escola melhorar tal quesito, ela obterá resultados bem expressivos. Ah, sim. As notas foram justas. A Tucuruvi correu demais para passar dentro do tempo. Mas, se ela tivesse um nome mais forte, duvido que essas notas ruins viriam.
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X9 Paulistana: Outra escola que merecia mais. O quarto perdido em samba-enredo é surpreendente, já que escolas com sambas bem piores tiveram nota máxima. O meio ponto perdido em bateria é surreal, a bateria de emstre Augusto proporcionou um belo show no Anhembi. Pelo fato da escola ser uma das poucas a fazer um desfile tecnicamente perfeito, o quarto perdido em harmonia e sobretudo o ponto inteiro perdido em evolução, idem. Certas coisas só os jurados vêem. Mas nem isso tira a mancha negativa pro carnaval que foi essa colcação da X9 Paulistana.
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Pérola Negra: Meu amigo Bruno definiu perfeitamente o que foi o Pérola esse ano. Ideias geniais, e execução falha. A escola perdeu três quartos em bateria e evolução e um quarto em harmonia e comissão de frente. Não vi nada demais nos 3 primeiros quesitos para perdas tão expressivas, mas o que me chamou a atenção foi a comissão de frente perder ponto. Ela foi eleita a melhor do carnaval pelo Troféu Nota 10, do Estadão. Há uma grande incoerência nesses dados.
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Águia de Ouro: Aqui começa a série de escolas que perderam pontos em grande parte dos quesitos. O Águia, por exemplo, só tirou nota máxima em mestre-sala e porta-bandeira. Supreende a imensa injustiça com o ponto inteiro perdido pela escola nos quesitos bateria e evolução.
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Imperador do Ipiranga: Para a escola da Zona Sul, a grande decepção de ser rebaixada no ano na qual subiu. Para os jurados, as vergonhosas notas dadas para a escola. O Imperador perdeu 4 pontos apenas no quesito alegoria, no qual deveria ter um desempenho próximo do perfeito. O 1,25 tirado da agremiação no quesito fantasia é chocante pelo mesmo motivo.
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Leandro de Itaquera: Disparadamente, a pior escola do carnaval. Por mais ou por menos pontos, a colocação foi justa, infelizmente.
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Que, ano que vem, as escolas façam um espetáculo melhor. Em 2010 a qualidade caiu se comparado a 2009. E meus mais sinceros parabéns aos mestres de bateria. Foram os ritmistas que sustentaram o carnaval e deram alguma graça aos desfiles.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Apuração RJ

Vamos dissecar os desfiles das escolas de samba cariocas. Uma a uma, as minhas impressões:
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União da Ilha do Governador: A lenda carnavalesca diz que escola que sobe do Acesso cai no ano seguinte novamente. Isso, definitivamente, não acontecerá com a Ilha. O único fato que remetia ao Acesso na escola, era, de fato, o horário. Com belas alegorias e com o primor de acabamento característico de Rosa Magalhães, a azul-e-vermelho abriu com primazia os desfiles. Bateria com várias bossas e com dois craques no comando, mestres Riquinho e Odilon, além do Estandarte de Ouro como puxador de Ito Melodia. O bom samba já dizia que a Ilha voltou e o povo delirou de alegria. Por favor, nunca mais caia.
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Imperatriz Leopoldinense: Todos sabem, eu apostava forte na Imperatriz. Mas todos também sabem que carnaval se ganha na avenida. O improvável aconteceu com a escola de Ramos, infelizmente. Um dos tripés do carro abre-alas quebrou, e, por já ter entrado na Sapucaí, não pode ser retirado. O carro teve dificuldades para ser guiado e deixou a evolução da escola lenta. Quando ele, enfim, chegou a dispersão, a escola correu para compensar o atraso. O samba funcionou bem, e a bateria foi a primeira a parar totalmente em certas partes do samba, além das inúmeras bossas que proporcionou ao público. Dominguinhos, como sempre, cantou demais e Max Lopes parece ter voltado aos melhores dias de sua carreira como carnavalesco. Num carnaval tão acirrado, porém, o problema com o carro jogará a escola pras últimas colocações.
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Unidos da Tijuca: Quando p presidente Fernando Horta pediu ao desacreditado Paulo Barros para que ele voltasse a Unidos da Tijuca, certamente não fazia ideia do tamanho do acerto que ele teve. A escola precisava da visibilidade que obteve com o próprio carnavalesco eme meados da década, e Paulo havia, aos poucos, se perdido em outras escolas. O desfile foi, literalmente, perfeito. A comissão de frente já entrou pra história, com truques de ilusionismo, fazendo mulheres trocarem de roupa em questõ de segundos. Parece que até as co-irmãs caíram na armadilha, visto que uma delas, a Imperatriz, entrou com uma petição junto a LIESA dizendo que a comissão não tinha 15, mas sim 45 integrantes, o que excederia o permitido pelo regulamento. De qualquer forma, o enredo soobre os segredoa foi muito bem explorado, com grandes segredos da himanidade, como o misterioso incêndio da biblioteca de Alexandria, retratado no abre-alas, até aos mais próximos de cada um. Bruno Ribas não prejudicou, o samba, se não era como o das escolas anteriores, levantou a arquibancada e a bateria fez bem seu papel. A escola saiu aclamada da Sapucaí, levou 2 Estandartes de Ouro ( incluindo o de melhor escola ) e, salvo uma grata surpresa, será a campeã do carnaval, 74 anos depois.
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Unidos do Viradouro: Em 2009, a Viradouro ficou em sétimo lugar por um pequeno milagre chamado comunidade. O povo de Niterói abraçou a escola e não deixou um desastre acontecer, apesar de todas as brigas e disputar internas que rodeavam a Viradouro. Mas, diz a crendice popular, raio não cai duas vezes no mesmo lugar. A agremiação foi, disparadamente, o maior fiasco desse carnaval. Homenageando o México, num enredo sem pé nem cabeça bolado pelos carnavalescos pratas da casa Júnior Schall e Edson Pereira, a escola passou com alegorias feias, mal-acabadas ( a sexta alegoria, aliás, despedaçou pouco depois de entrar na Sapucaí ), uma harmonia que deixou alguns clarões na avenida, evolução precária e com um samba fraco, que Wander Pires tentou, mas não conseguiu dar vida. Para não falar só mal da escola, a ala das baianas veio com uma bela fantasia homenageando Nsa. Senhora de Guadalupe, padroeira do país. O improvável pode acontecer, claro. Mas que a vermelho-e-branco terá que rezar muito pra ficar no Grupo Especial, isso vai.
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Acadêmicos do Salgueiro: Quando o Salgueiro de 2010 virou a esquina da Presidente Vargas com a Marquês de Sapucaí, todos sentiram, no primeiro instante, uma reedição do Salgueiro de 2009. O abre-alas era semelhante, mas numa versão piorada, do carro que fez sucesso ano passado. A comissão de frente lembrava a anterior, também. Conforme os setores iam passando, o que se sentia era uma imensa saudade do Salgueiro de 2009. As alas não empolgavam, as alegorias não tinham brilho e a escola, famosa por sua explosão na avenida, não empolgava. O samba, feito especialmente pra isso, era apenas reflexo do fracasso salgueirense na Sapucaí, tanto que nem o empolgado Quinho e seus cacos mudaram essa história. Com um carnaval tão equilibrado como o desse ano, o Salgueiro pode sim ser campeão. Mas, por critérios técnicos. O que, de fato, não é bem o Salgueiro de Renato Lage.
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Beija-Flor de Nilópolis: Impressionava o começo do desfile da Beija-Flor. Não só pelo canto da comunidade, sempre forte. Não só pelo ótimo samba, o que vem se tornando frequente na escola nilopolitana. Mas sim pelos efeitos especiais de sua comissão de frente, com um tripé representando a Catedral de Brasília que levava aos ce´su um beija-flor, e também com os neons azuis no carro abre-alas branco, visíveis de longe. Tudo tinha extremo bom gosto. Conforme o desfile se seguia, algumas fantasias se mostravam não tão resistentes e se despedaçavam. Esse foi o único problema visível. A comunidade cantou forte o belo samba, Neguinho novamente deu show e a bateria, agora órfã de mestre Paulinho, se saiu bem com seus 3 novos diretores. Se há alguma escola que pode fazer frente a Unidos da Tijuca na primeira noite, essa é a escola de Nilópolis.
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Mocidade Independente de Padre Miguel: Em 2009, a escola da Zona Oeste quase caiu, novamente. Um sacode precisava ser dado na escola pra ela voltar aos eixos novamente. O sacode foi dado, e em forma de samba-enredo. O melhor refrão da segunda noite exaltava a escola, citava a paixão muito louca dos componentes e dizia que o coração ia disparar. A grande torcida da Mocidade presente na Sapucaí entendeu o recado e cantou o bom samba nas arquibancadas. A agremiação ajudava na Sapucaí, e fez um belo desfile. Comissão de frente correta, carros bem-acabados e fantasias que não comprometiam. A eterna Bateria Nota 10 não ousou tanto como em anos anteriores, o que seria arriscado pra uma escola que desfila no primeiro horário. A escola não teve problemas com o cronômetro. Sonhar com as campeãs deve ser demais pros jurados, mas a Estrela lavou a alma nesse ano.
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Unidos do Porto da Pedra: Antes da escola entrar, apostava abertamente nela para ser o desastre e a rebaixada desse ano. Ao ver o majestoso abre-alas, com o Tigre vindo com peircing e boné, em referência ao desfile sobre moda, mudei tal palpite. O mascote, aliás, foi o mais bonito do ano. O samba-enredom ruim, acabou ficando menos pior na potente voz de Luizinho Andanças. Com carros de extremo bom gosto e fantasias que não desapontavam, a escola teve alguns problemas com o desenvolvimento do enredo, se esqueendo de alguns nomes da moda, brasileira e internacional. Apesar disso, a escola de São Gonçalo ficará no Especial por mais um ano.
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Portela: Terceira colocada ano passado, a escola de Madureira sonhava com vôos mais altos esse ano. Ao entrar na Sapucaí ela começou a esquecer isso. O abre-alas trazia uma águia pequena e que parecia ter vindo do filme Transformers. Ela tinha movimentos complexos, era barulhenta e fazia sua cabeça se transformar numa roldana em certas horas. Uma lástima. A escola abusou dos tons de azul-e-branco, como em outros desfiles, e pode perder pontos no quesito conjunto. A bateria levou o Estandarte de Ouro e não fez grandes invenções, apenas o básico. A águia, aliás,a briu um debate instantâneo: especialistas em carnaval discutirão até onde as escolam podem e devem ir com a tecnologia. Tudo graças ao enredo portelense, sobre a internet, que nãoa gradou os mais tradicionais. Oswaldo Cruz e Madureira rachou, e a Portela não passou bem.
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Acadêmicos do Grande Rio: A escola dos artistas apresentava novidades nesse ano. A vermelho-e-verde de Duque de Caxias homenageava os grandes desfiles das co-irmãs num enredo sobre os 25 anos da LIESA. A agremiação já entrou na avenida com uma polêmica: seu samba foi acusado de fazer publicidade duma marca de cerveja, e ela pode perder pontos anes de se começar a apuração. De qualquer forma, a escola trouxe 8 carros alegóricos e 4 mil componentes, o máximo permitidoe pelo regulamento. A harmonia ficou confusa e fez a escola correr nos minutos finais para passar dentro do tempo. A coreografia feita por mestre Ciça com a bateria tinha uma excelente ideia, mas teve uma execução desastrosa. Os ritmistas visivelmente atravessaram o samba, e tal ato atrasou ainda mais a escola. Plasticamente, era a principal rival da Tijuca na briga pelo título. Tantos problemas a afastaram desse status. Vejamos agora se ela volta pras campeãs.
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Unidos de Vila Isabel: Foi, certamente, o desfile mais aguardado da noite. Quando Tinga gritou o seu tradicional " Solta o bicho ! " a Sapucaí inteira tremeu. Vinha aí um samba que é, talvez, um dos melhores da história, de autoria de Martinho da Vila. O homenageado era Noel Rosa, que nasceu há exatos 100 anos e eternizou a Vila Isabel em verso e prosa. A comissão de frente representava malandros cariocas do começo do século, com seus violões. Os intrumentos, aliás, eram destaque. Iam até as mãos dos bailarinos por meio dum controle remoto que ficava escondido e servia como apoio duma mesa em certos momentos da coreografia. Sensacional. O abre-alas lembrava que no ano de nascimento de Noel o cometa Halley deu suas caras. O samba seguiu num andamento rápido demais, contrariando o que o autor queria. A Swingueira de Noel, bateria de mestre Átila, veio bem e sem inventar muito. Esperava-se mais da escola, mas o que ela fez certamente a levará pro desfile das campeãs. Sonhar mais alto também é possível.
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Estação Primeira de Mangueira: As novidades mangueirenses começaram já no esquenta. Ao invés do tradicional Hino de Exaltação à Mangueira, de Chico Buarque, a escola buscou inspiração no campeão brasileiro do ano passado e puxou " Mengão do meu coração ", para trazer consigo o Setor 1. O desfile contava a música brasileira, de todos os gêneros e de grandes mestres. As fantasias duraram o desfile todo, ao contrário do ano passado, mas as alegorias estavam mal acabadas, com toda a fiação passando aos olhos de quem quisesse ver. Tanto que duas alegorias tiveram princípios de incêndio durante o desfile. O samba, bom, ajudou muito na empolgação de componentes e arquibancada. O destaque foi a bateria Surdo Um, fantasiada de presos e que homenageava os que foram censurados por suas músicas. Em alguns momentos, os diretores de bateria puxavam grades e confinavam a bateria numa espécie de cela, o que dava um belo efeito. Apesar do belo desfile, a escola apertou o passo duma maneira pouco vista antes para fechar no tempo.
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Assim como em SP, o nível caiu no carnaval carioca. Poucos inovaram, preferiram fazer o feijão-com-arroz, tirando um pouco a graça do espetáculo. Pode-se dizer que o que brilhou em 2010 foram as baterias. Seja inovando ou seja fazendo o básico, elas se destacaram. Escola por escola, minha classificação ficaria assim:
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1º: Tijuca
2º: Vila Isabel
3º: Beija-Flor
4º: Salgueiro
5º: Ilha
6º: Mocidade
7º: Imperatriz
8º: Grande Rio
9º: Mangueira
10º: Portela
11º: Porto da Pedra
12º: Viradouro
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Tô ruim nos chutes, maas, vamos ver...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Apuração de SP

Vamos dissecar os desfiles das escoals de samba paulistanas. Uma a uma, as minhas impressões:
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Imperador do Ipiranga: Surpreendeu. Além de ser a escola mais pobre do Grupo Especial, a escola sofreu com as enchentes durante a preparação pro carnaval. Quem esperava, assim como eu, uma escola com fantasias e acabametos porcos ficou na mão. Tudo foi muito bem confeccionado pela escola da Vila Carioca.Alguns clarões ocorreram na Avenida, e estes podem fazer a escola perder pontos importantes.
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Leandro de Itaquera: Um dos melhores sambas-enredo do ano funcionou na Avenida. Puxado por Beto Muniz e com a participação especial de Sandra de Sá, a comunidade itaquerense deu show no chão. A escola, no entanto, pecou em suas alegorias. Dos 5 carros, 4 tiveram problemas. A direção da escola deixou-se levar pelo samba e a escola apresentou muitos defeitos em sua harmonia. Tantos problemas devem rebaixar a escola da Zona Leste.
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Acadêmicos do Tucuruvi: Numa crescente desde 2008, a escola da Zona Norte cantou São Luís do Maranhão, e trouxe todos os seus diretores com a touca reggae e cabelo com dread, em referência ao fato da cidade ser a capital do reggae no país. A bateria de mestre Adamastor, aliás, fez uma paradinha reggae que empolgou. Alegorias lindas, fantasias muito luxuosas, samba bom. Uma pequena correria no fim, que deve comprometer as últimas notas na apuração. Mas a escola deve bribar, no mínimo, pra voltar pras campeãs.
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Mancha Verde: A entrada da escola palmeirense foi digna de campeonato. Apoiada em massa pela torcida palestrina, a comissão de frente e o belo abre-alas remetiam a Grécia Antiga. O desfile não perdeu seu brilho em nenhum momento, e foi das poucas que não teve nenhum problema no cômputo geral. Vem brigando pelo campeonato. Ao menos pra mim, a melhor da noite.
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Unidos de Vila Maria: Com um staff tão competente ( Baby, Quinho e Fernandinho SP nos vocais, Mercadoria como diretor de harmonia e outros ) e com uma comissão de frente muito criativa, a Vila Maria vinha dando pintas de que viria forte novamente. Não foi. O samba, fraco, não pegou nem no belo refrão. Após o primeiro setor o desfile da escola caiu vertiginosamente de qualidade. Posição intermediária, apenas.
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Rosas de Ouro: O desfile muito me lembrou o de 2008 da mesma escola, com os carros no mesmo matiz escuro. A escola teve como ponto forte a Bateria de Responsa, sob a tutela de Mestre Tornado. A comissão de frente teve um integrante que não desfilou, e que ficou apenas acompanhando a escola pela lateral do Sambódromo. Foi um belo desfile, mas... faltou algo. Outra escola que deve se perder no meio da tabela.
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Vai-Vai: Comemorando seus 80 anos, o Vai-Vai sofreu com tantos problemas. Duas de suas alegorias tinham grandes dificuldades para se locomover. Uma foi o abre-alas, que fez com que a escola tivesse que apertar o passo nos minutos finais para passar no tempo, e o último carro teve o mesmo defeito, deixando um clarão imenso na avenida. A comeptente Bateria Pegada de Macaco teve que acelerar o andamento, o que, certamente, será notado. O presente do duplo jubileu de carvalho será amargo pra Saracura.
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Águia de Ouro: Típica escola que não pode faltar no Especial, o Águia fez um belo desfile. Dentro das suas limitações financeiras e dos problemas com a enchente pelas quais passou, as alegorias vieram bema cabadas ( apesar de feias plasticamente ) e com fantasias decentes. A bateria tentou inovar, mas não conseguiu se destacar como em outros anos. O samba, apesar de fraco, era cantado por componentes e por espectadores. o Águia não cai, mas ão volta pras campeãs.
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Tom Maior: A escola inaugurou uma nova quadra, na região do Bom Retiro, e viu seus recursos se esvairirem. A escola começou seu desfile e ainda tentava terminar de montar seus carros. Na concentração, a palavra era uma só: superação. Eu incluiria outra: oração. Com fantasias pobríssimas e alegorias deficitárias, nem o bom samba e a bateria de Mestre Carlão salvaram. A escola pe franca favorita ao rebaixamento.
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Mocidade Alegre: O atual campeão do carnaval paulistano chocou já em sua entrada. A comissão de frente, com roupas brancas e vários luminosos na fantasia foi a que mais chamou a atenção na noite. Alegorias e fantasias perfeitas, sem nenhum erro de execução ou acabamento. Até o jogo de cores feito pela escola se mostrou convincente. É impossível achar um erro na escola, que, salvo alguma grata surpresa, se consagrará bicampeã.
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X9 Paulistana: Homenageando a herança portuguesa no país, o puxador Daniel Collête novamente ousou. Veio vestido de Carmem Miranda, puxando o belo samba da escola da Zona Norte. Junto com ele, os componentes da escola cantaram a plenos pulmões o samba, que, apesar da empolgação, não contagiou o público. Conhecida por seus desfiles técnicos, a escola fez um desses, de maneira perfeita. Acabamentos bem feitos e muito bom gosto, sem ousar muito em composições malucas. Certamente estará no desfile das campeãs.
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Gaviões da Fiel: O público entrou em frenesi quando o Gavião dourado, de extremo mal gosto, pisou o Sambódromo. Aliás, o primeiro setore da escola foi desastroso. Durante a coreografia, um integrante da comissão de frente levou um tombo, o que certamente tirará pontos da escola.Os carros vieram bonitos e as fantasias, luxuosas. No entanto, a escola correu para fechar seu desfile no tempo certo, o que tirará pontos da harmonia. Pouco pruma escola que fazia uma homenagem tão improtate para eles mesmos.
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Império de Casa Verde: A escola do gigantismo se apequenou. O abre-alas, que tradicionalmente é imenso e traz o tigre, símbolo da escola, estava em proporções bem menores e com um tigre pequeno, mesmo bem acabado. A inovação veio com o carro soltando neve artificial na passarela, efeito que ficou bonito. As fantasias vieram simples demais para o padrão imperiano e, até certo ponto, feias, apesar da fácil leitura. O destaque foi a bateria de Mestre Zoinho, vencedora do Troféu Nota 10, do Estado de São Paulo.
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Pérola Negra: Fechando o Grupo Especial, a Vlla Madalena pisou forte na avenida. A agremiação, que perdeu tudo em enchentes 3 vezes, prometeu muita raça no desfile. Tal raça veio, e com uma competência sublime. O samba, magistral, foi bem puxado por Douglinhas. A homenagem ao grande Rolando Boldrin tinha como pano de fundo a brasilidade, e a comissão de frente representava o Brasil jovem, com a menina encantando a todos. O Pérola veio com ótimas fantasias, e alegorias lindas, como o carro Colcha de Retalhos, dos mais bonitos desse carnaval. Esse foi o único desfile que arrancou lágrimas de mim, pelo conjunto da obra. Inesquecível.
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Antes da minha classificação, um alento: houve uma queda de qualdiade vertiginosa de 2009 pra 2010. Todos foram mais corretos e contidos, o que tirou um pouco o brilho do carnaval. No caso de SP, os sambas não ajudaram. Mas muitos desfiles dos quais eu esperava muito me decepcionaram, bem como escolas que correram demais no Sambódromo. Enfim, a classificação vem abaixo:
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1º: Mocidade
2º: Mancha
3º: X9
4º: Tucuruvi
5º: Negra
6º: Vila Maria
7º: Rosas
8º: Vai-Vai
9º: Gaviões
10º: Império
11º: Águia
12º: Imperador
13°: Tom Maior
14°: Leandro
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Vamos ver se melhoro meus palpites... nos últimos anos tenho mais errado que acertado.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Preview do carnaval carioca 2010

Após quase um ano de trabalho tá praticamente tudo pronto. Faltam alguns ensaios e a noite da verdade na Sapucaí unicamente. Claro que tudo se decide no Sambódromo mas já dá pra se avaliar o trabalho realizado ao longo de 2009. Pela ordem da classificação do ano passado vamos dissecar as escolas uma por uma.
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Acadêmicos do Salgueiro: A atual campeã do carnaval começou o ano dando pintas que viria forte rumo ao bi. O enredo desenvolvido pelo sempre competente carnavalesco Renato Lage chamava a atenção. " Histórias sem fim " seguia a fórmula bem sucedida da vermelh-e-branco desde 2007 com enredos de títulos auto-explicativos. Contando fábulas e crendices a Academia do Samba viria bem. O samba no entanto desapontou. O único destaque ( e única parte que se salva também ) vem do empolgante primeiro refrão ( " Uma história de amor sem ponto final/Academia do Samba é Salgueiro no livro do meu carnaval " ). Quinho com seus vários cacos até tenta mas não consegue dar vida ao samba mediano. A escola da Zona Norte aparece como candidata distante ao título. Tá mais pra voltar as campeãs apenas.
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Beija-Flor de Nilópolis: A atual bicho-papão dos desfiles apostou no que sempre deu certo na escola: enredos patrocinados que geram patrocínios e dinheiro para um desfile luxuoso. Dessa vez a escola da Baixada Fluminense homenageará Brasília com grandes incentivos do governo federal. O enredo da comissão de carnaval veio com detalhes místicos como já é tradição em Nilópolis sob a batuta de Laíla. A bateria que perdeu Mestre Paulinho terá 3 diretores que mantiveram o alto nível da batucada nilopolitana. O samba também é do estilo preferido da escola: pesado e melódico. O primeiro verso ( " Sou candango, calango e Beija-Flor " ) é um chamariz para que a forte comunidade da escola coma o asfalto da Sapucaí. A canção traz também trechos duma melodia singular como " O brilho de Jaci vem do olhar/Pra sempre refletido em suas águas/A força que fluiu desse amor é Paranoá... Paranoá " em referência ao lago brasiliense e em " Vem ver... a arte do mestre, num traço um poema/Nossa capital vem ver/Legião de artistas, caldeirão cultural/Orgulho, patrimônio mundial " citando Oscar Niemeyer e Lúcio Costa arquitetos que planejaram a cidade. A letra da música também chama a atenção sendo muito bem construída. A azul-e-branco vem forte de novo e pode levar o título novamente.
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Portela: Quando os carnavalescos novatos Amauri Santos e Alex de Oliveira anunciaram o enredo para 2010 Oswaldo Cruz e Madureira rachou. Os portelenses mais tradicionais diziam que era bobagem falar de internet. Já a diretoria e seus torcedores mais jovens gostaram do tributo prestado à rede mundial de computadores. A azul-e-branco que vem em franca subida nas colocações com desfiles não tão impressionantes assim pode agora ter uma parada. O enredo está confuso o que prejudicou demais os compositores da escola. O samba escolhido é de Diogo Nogueira que já possui certo sucesso dentro e fora do mundo do carnaval. Samba fraco e que empolga apenas em seu final ( " Um link com a nossa raiz/Rainha da passarela/Revela um Rio de paz pra viver/A senha de um amanhecer mais feliz " ) graças ao esforço de Gilsinho e da bateria Tabajara do Samba. Apesar dos últimos resultados me desmentirem desse jeito acho difícil a Portela voltar pro sábado das campeãs.
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Unidos de Vila Isabel: Tratemos agora simplesmente da franca favorita ao título do carnaval. O carnavalesco apenas confirmou o que era desejo de todos no Morro dos Macacos: um enredo sobre o centenário de nascimento de Noel Rosa eterna inspiração da escola e do bairro. O carnavalesco tomou a acertada decisão de deixar o baluarte Martinho da Vila escrever todo o enredo sobre o homenageado. O presidente de honra da escola ainda teve liberdade para fazer o samba da escola. E convenhamos... que samba ! Pra muitos o melhor da década. Totalmente fora do padrão que hoje se estabelece e delicioso de se ouvir. Letra espetacular e melodia única. Sua primeira passada é um verdadeiro poema. Seu refrão do meio idem. O tributo que Cartola e outros sambistas de nome fizeram a ele também é lembrado num belo trecho. E o mais impressionante é que o refrão principal tem apenas um verso. Verso esse para fazer todos cantarem: " Tem a energia da nossa Vila Isabel ". O samba casou muito bem com a voz de Tinga e a bateria de mestre Átila vem tirando onda fazendo bossas e exaltando a si mesma com os ritmistas cantando " Olha a swingueira ". Apenas uma grande surpresa tira o título da Vila esse ano.
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Acadêmicos do Grande Rio: Homenageando os 25 anos da fundação da LIESA a agremiação de Duque de Caxias citará grandes personagens e desfiles que pela Sapucaí ( que também completa 25 anos ) passaram. Todos serão lembrados: do supercampeonato da Mangueira em 84 até o cantor Jamelão, que faleceu em 2008. Com o dinheiro vindo de entidades ligadas ao carnaval a suspeita de que a escola de Duque de Caxias será beneficiada pelos jurados novamente aparece forte. Cahê Rodrigues fez um bom enredo mas o samba é irregular. Primeira parte fraca mas que ganha força a partir do refrão do meio sobretudo pelo casamento perfeito com o puxador Wantuir. Quem promete é a bateria. O novo diretor é o sempre irreverente Mestre Ciça famoso por suas paradinhas. Pouco para que quer um título num carnaval tão disputado como esse aparenta ser. Mas com as forças ocultas que sempre favorecem a escola... vamos ver.
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Estação Primeira de Mangueira: Com a eleição de Ivo Meirelles pra presidente a verde-e-rosa buscava dinheiro ( que estava escasso na época ) e uma mentalidade mais jovem para a diretoria. Ele então mudou tudo incluindo a chegada da carnavalesca Márcia Lage ao Palácio do Samba. Ela então anunciou o enredo dos mais aplaudidos do Grupo Especial: " Mangueira é música do Brasil ". Na sinopse ela exalta os músicos mangueirenses e mostra a influência deles na música e também a história da própria escola de samba no caldeirão musical de nosso país. A bateria Surdo Um ganhava também novo comandante: Mestre Paulinho. Após brigas com Ivo Meirelles carnavalesca e mestre de bateria saíram da escola. Essas saídas minaram um pouco o poder de fogo da escola que vem combalida. O samba é ótimo graça a sinopse de Márcia e magistralmente puxado pelo que está sendo chamado de " Três Tenores " ou trio de puxadores mangueirenses: Luizito, Rixxa e Zé Paulo. As homenagens a músicos mangueirenses vem já no refrão com o verso " Chegou a Mangueira chegou " de autoria de Chico Buarque. A letra destaca-se em toda a canção e a melodia destoa positivamente em partes como " Vai passar nessa avenida mais um samba popular/Mangueira até parece o céu no chão/É música vestida de emoção " e " Átras do trio eu quero ver/O baile começar e a noite adormecer ". A Estação Primeira vem forte mas vai perder pontos graças aos erros de sua inexperiente diretoria.
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Imperatriz Leopoldinense: Após uma sequência de insucessos tudo mudou em Ramos. A eterna Rosa Magalhães perdeu o emprego para Max Lopes que retorna a escola. Outro que volta é Dominguinhos pra puxar a nação leopoldinense como ele se refere aos seus componentes. O enredo é ótimo e contou com uma sinopse caprichada de Max Lopes falando sobre o " Brasil de todos os deuses " exaltando a diversidade religiosa do país. Mas os compositores da agremiação realmente deram um show. O samba é inacreditavelmente belo o melhor depois do antológico da Vila Isabel já falado. De letra bela e simples ao longo de toda a canção o refrão já se destaca: " A Imperatriz é um mar de fieis/No altar do samba, em oração/É o Brasil de todos os deuses/De paz, amor e união ". A elogiada bateria Swing da Leopoldina sob a tutela da revelação Mestre Marcone fazem uma paradinha total na parte " Oh Deus pai iluminai o novo dia/Guiai ao divino destino/Seus peregrinos em harmonia ". Os instrumentos vão voltando e a emoção de todos os componentes cantando o samba até o refrão é arrepiante. Aguardem uma Imperatriz cheia de garra e que fará muito bonito em seu desfile.
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Unidos do Viradouro: A escola de Niterói é a responsável pela primeira grande decepção nos prognósticos do ano. Ao demitir o puxador David do Pandeiro que atuou muito bem em 2009 ao perder o genial Mestre Ciça e o experiente Milton Cunha esperava-se uma troca de comando com profissionais da mesma qualidade. Porém o dinheiro que nunca faltou em Niterói se esvairiu nos dois anos de Paulo Barros na vermelho-e-branco. Chegou o conhecido mas desacreditado Wander Pires para os vocais. A dupla de carnavalescos é totalmente desconhecida e formada por Júnior Schall e Edson Pereira. A maior surpresa e acerto da diretoria veio da volta de Mestre Jorjão a Niterói. Com ele a Viradouro foi campeã em 1997 e a bateria deu show fazendo a histórica paradinha funk. O enredo é sobre o México e não compromete ao menos. O samba é fraco com destaque para a passagem " Os templos sagrados vão resplandescer/Palácios bordados irão renascer ". O desfile também promete ser mais do mesmo: Maias astecas revolução Mexicana e tudo o que já conhecemos do país dos nachos. A Viradouro brigará unicamente pra não cair nesse ano.
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Unidos da Tijuca: Em 2009 pela primeira vez desde 2004 a Tijuca passou despercebida no Sambódromo. Ao notar isso o presidente Fernando Horta resolveu trazer o revolucionário carnavalesco Paulo Barros de volta para a escola do Borel. Ele fez um enredo que tem sua marca registrada. " É Segredo ! " é um enredo amplo com a possibilidade de se usar vários leques de possibilidades para se contar a história e com a certeza de um desfile dinãmico. O samba não chama a atenção mas tem passagens melódicas bonitas como " Unidos da Tijuca, não é segredo eu amar você/Decifrar, isso eu não sei dizer/São coisas do meu coração " justamente a parte onde Bruno Ribas melhor canta. Com Paulo Barros é bem provável que a azul-e-amarelo vá além de sua nona colocação ano passado. Mais que isso ela será novamente notada.
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Unidos do Porto da Pedra: Se o carnaval desse ano tem uma franca favorita ao título tem também uma franca favorito ao rebaixamento. E a favorito ao descenço é a Porto da Pedra. A escola de São Gonçalo perdeu Max Lopes que fez um exceente trabalho em 2009. Para seu lugar trouxe Paulo Menezes que até hoje não foi além dum 8º lugar no Grupo Especial e já rebaixou duas escolas para o Acesso. O enredo sobre a moda tem uma ideia boa com uma execução ruim. O tigre ainda fez o maior boi-com-abóbora do ano. O samba é chato e não melhora nem com o sublime puxador Luizinho Andanças. A obra conta com versos thrash como " Há muito tempo o homem deu no couro " e " Eu sou o rococó dessa folia ". Para melhorar um pouco o refrão principal tem alguma empolgação. E só. Tudo indica que São Gonçalo terá sua escola no Acesso em 2011.
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Mocidade Independente de Padre Miguel: Após quase cair novamente ano passado a estrela novamente mudou tudo. Trouxe o jovem carnavalesco Cid Carvalho e deu nova chance a David do Pandeiro. A verde-e-branco da Zona Oeste terá como tema a loucura. A sinopse compacta e nada mais que bem-feita gerou um samba que há muito não aparecia em Padre Miguel. O samba é inteiro feito em tom maior o que traz uma empolgação incomum nos sambas de hoje em dia sobretudo na escola. O refrão é contagiante ( " Meu coração vai disprar, sair pela boca/Não dá pra segurar, paixão muito louca/Luz independente, me leva pro céu/Sou Mocidade, sou Padre Miguel " ). A canção pode não ter uma letra primorosa mas dá o que a Mocidade necessitava já há algum tempo: alegria. Isso fica claro na passagem " Serpente, chega pra lá/Hoje eu quero é sambar com a Mocidade ". A passagem antes do refrão já destacado é um verdadeiro esquenta para a explosão: " Estrela, faz o meu sonho mais real/Sacode a Sapucaí/É carnaval ". Não dá pra esperar uma Mocidade brigando por nada que não seja a fuga do rebaixamento. Mas a meta será alcançada.
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União da Ilha do Governador: Uma das escolas que deixaram mais saudade após sua queda voltou. Após o rebaixamento em 2001 e o título do Acesso em 2009 a Ilha volta com a corda toda pro desfile no Grupo Especial. Mantendo o competente puxador Ito Melodia e com a comunidade respirando altivez a diretoria ainda trouxe a experiente carnavalesca Rosa Magalhães e o correto Mestre Odilon para ajudar Mestre Riquinho na batucada da azul-e-vermelho. Rosa fez um enredo sobre Dom Quixote que se encaixou bem nos sonhos loucos da escola para 2010. Uma sinopse espetacular deu origem a um samba muito bom da escola. Letra se destacando com uma melodia apenas feita para se encaixar à ela e com algum brilho na passagem " Se Dulcineia é meu amor/Quem eu sou ?/Sou Dom Quixote de la Mancha ". O ponto forte do desfile da União no entanto deverá ser a bateria. Eles dão show no esquenta digno de torcida de futebol com todos cantando " Ôo a União voltou ". E o samba ainda destaca os ritmistas no segundo refrão com os versos " Nesse feitiço tem castanhola/A bateria hoje deita e rola ".
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Após todas essas criteriosas análises e levando em conta o horário pelo qual as escolas desfilam e sobretudo o que cada uma costuma fazer em apurações ( justa ou injustamente ) pode-se prever uma classificação final mais ou menos assim:
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1° Vila Isabel
2° Imperatriz
3° Beija-Flor
4° Mangueira
5° Tijuca
6° Salgueiro
7° Grande Rio
8° Portela
9° União da Ilha
10° Mocidade
11° Viradouro
12° Porto da Pedra
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Sim, aposto muito forte na Imperatriz. E sim, estou totalmente descrente na Viradouro.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Preview do carnaval paulistano 2010

Após quase um ano de trabalho tá praticamente tudo pronto. Faltam alguns ensaios e a noite da verdade no Anhembi unicamente. Claro que tudo se decide no Sambódromo mas já dá pra se avaliar o trabalho realizado ao longo de 2009. Pela ordem da classificação do ano passado vamos dissecar as escolas uma por uma.
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Mocidade Alegre: A atual papa-títulos do carnaval paulistano ( são 3 nessa década, a mais vitoriosa nesse decênio ) vem, novamente, com toda a força para 2010. O enredo foi um dos primeiros a ser lançados, e agradou a todos: espelhos. Todos aqueles objetos de vidro, que fazem a festa das mulheres. A Morada do Samba, no entando, não falará só disso. O enredo, muito bem escrito pela comissão de carnaval, aliás, cita os espelhos de caráter, moral e ética. Ídolos, exemplos que todos nós temos, e, querendo ou não, são espelhos de como queremos ser. No fim do desfile, a escola do bairro do Limão fará uma homenagem ao sr. Juarez, presidente de honra da escola e que faleceu em meados de 2009. Segundo o enredo, ele é o espelho para todo o planeta, e, claro, para todo o Mocidade Alegre. O samba é um dos melhores da safra, muito bem cantado com a voz de Clóvis Pê. A Morada vem, como sempre, brigando por título.
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Vai-Vai: A escola da Bela Vista apostou no que tem de mais forte: a ligação imbatível que tem com o povo. Para isso, a comissão de carnaval apostou numa combinação tipicamente brasileira: futebol e samba. A Saracura virá prestando, no mesmo enredo, duas homenagens: aos 80 anos da Copa do Mundo e aos 80 anos da própria escola de samba. É difícil mesmo de entender, e ficou ainda mais difícil com o simplório enredo feito pela Comissão de Carnaval. Com tais especificidades, os compositores do Bixiga fizeram milagre ao criar um bom samba para esse ano. A canção, de forte apelo popular, tem no fim ( " A Copa realmente hoje é do povo/Trazendo de novo/O sonho de gritar é campeão " ) e em seus dois refrões seus pontos fortes. Na Avenida, no entanto, a escola deverá confundir a cabeça dos jurados enquanto empolga o Sambódromo. Fica difícil um título nessa situação.
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Rosas de Ouro: Chegamos a primeira grande decepção de 2010. Após um desfile espetacular em 2009, a azul-e-rosa parece ter perdido a mão nesse ano. O enredo é sobre o cacau, e não compromete em nada a evolução dos projetos da escola. Os problemas começaram na hora dos patrocínios. O Rosas está sendo exclusivamente patrocinado pela Cacau Show. A escola ficou tão dependente da marca que o refrão tinha um verso " O Cacau é Show ", que deixava isso bem claro. Pelo fato da Rede Globo não ter a indústria como parceira, a Roseira alterou o verso para " O Cacau chegou ". Não se sabe qual o pior, no fim das contas. O samba, aliás, é o maior boi-com-abóbora deste ano, e olha que tal prêmio parecia ser disputado à tapa pelas agremiações paulistanas esse ano. Com Jorge Freitas, que sempre alça boas colocações mas nunca chegou ao título, como carnavalesco, e o ótimo Darlan nos vocais dum samba ridículo, o Rosas vai se perder no meio da tabela.
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Gaviões da Fiel: No ano do centenário do Corinthians, ninguém tinha dúvidas sobre o tema da escola. A novidade veio do carnavalesco: Mestre Pantinho, mestre-de-bateria e presidente da escola, contratou Zilkson Reis, campeão pelo Mocidade em 2004, para desenvolver a sinopse. O texto ficou muito bem feito, e tudo ia as mil maravilhas para a escola corinthiana. O baque veio na escolha do samba: o ótimo samba de Ernesto Teixeira, único puxador da história dos Gaviões, perdeu. Foi escolhido um samba xoxo, que não empolga nem aos corinthianos direitos. Para não falar só mal, a parte dedicada à democracia corinthiana ( " Derrubou barreiras, questionou... e quem diria/Surgiu no futebol um ideal, democracia " ) se destaca. O desfile será bom, mas a trilha não agrada. Metade de cima da tabela pra escola, o que é uma grande decepção para o objetivo da fiel torcida corinthiana.
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Império de Casa Verde: Após um contestado quinto lugar, a escola da Zona Norte quer o tricampeonato de direito. O período de trocas foi bom para a agrmiação do Tigre: Carlão voltou para fazer os vocais e o competente carnavalesco Marco Aurélio Ruffin veio após boas passagens pela Tucuruvi e pelo Tom Maior. Com o patrocínio do grupo Schincariol e da prefeitura, a azul-e-branco fechou um enredo homenageando a cidade de Itu. do interior paulista. A escola, que já era conhecida por seu gigantismo, promete ainda mais grandiosidade para homengear a cidade onde, segundo a crendice popular, tudo é grande. Sinopse boa e pronta, a escola não conseguiu emplacar bons sambas e misturou 3 para fazer um. A opção não se mostrou uma boa alternativa e o samba ficou mediano. Desfilando com o Sol começando a sair ( uma dificuldade a mais ), a Império terá de fazer um desfile magistral para beliscar o título. O mais provável é que fique no meio da tabela.
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X9 Paulistana: A escola da Zona Norte passou despercebida em 2009, mesmo com um bom samba e um honroso sexto lugar. Para mudar esse cenário, a diretoria apostou em nomes que, embora com certo nome no mundo carnavalesco, foram revelados e tem a cara da escola. Daniel Collête foi mantido como puxador e dois carnavalescos criados na Zona Norte foram contratados: Rodrigo Cadete e Augusto de Oliveira. A vermelho-e-verde contará a herança portuguesa, tão forte na região da escola e em todo o país. Ícones da cultura portuguesa no país, como Roberto Leal, sairão na escola. O samba tem boa qualidade e foi muito bem aceito pela comunidade, que promete canta-lo a plenos pulmões. A X9 pode voltar pras campeãs, ó pá !
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Acadêmicos do Tucuruvi: Após ser a surpresa de 2009 abocanhando um merecido sétimo lugar, a escola da Cantareira trocou de carnavalesco. Para o lugar de Marco Aurélio Ruffin veio Wagner Santos, carnavalesco de grande renome que fez história ao fazer desfiles deslumbrantes na Vila Maria, não conquistando o título por pequenos detalhes. O intérprete é o já tradicional Fredy Viana, conhecido do grande público. Para 2010, a escola homenageará outra cidade brasileira, tal qual no ano passado. Dessa vez, a escolhida é São Luis, capital do Maranhão. O enredo é amplo e bem-feito, e tratará de todos os aspectos culturais e da sociedade da capital. A maior surpresa veio na escolha do samba. A Tucuruvi podia escolher um samba histórico e um muito bom. Optou pelo muito bom, infelizmente. No entanto, com tal samba, a bateria de Mestre Adamastor promete sacudir a arquibancada com a sensacional paradinha reggae no fim do samba ( " Na capital do reggae meu samba vai te embalar/Pode aplaudir, o show vai começar " ). Aposto na escola para ser uma das grandes surpresas do carnaval paulistano.
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Unidos de Vila Maria: Desde 2003 a escola do Jardim Japão vem numa ascendente inacreditável. Saiu do Grupo Acesso e chegou até a ser vice-campeã em 2007, além de fazer um desfile irretocável em 2008. No ano passado, porém, a escola perdeu a mão e ficou em oitavo lugar. A escola, sempre bancada por empresários, sentiu o baque. Demitiu o carnavalesco Wagner Santos e trouxe Fábio Borges, vindo do Rosas. O carro de som segue o mesmo, com Fernandinho SP e Baby, com participação especial de Quinho. O enredo, sobre a indústria siderúrgica, é um tanto quanto confuso, o que gerou um samba irregular. Tem, disparadamente, o melhor refrão do ano ( " Sou felicidade/Eu sou, energia/Pulsa coração de aço/No compasso da Vila Maria " ), mas os demais trechos da canção não agradam. Certamente a escola agradará visualmente no desfile, mas é pouco para quem, há pouco tempo átras, chegou tão alto.
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Pérola Negra: Após um grande desfile e uma apuração injusta com a escola da Zona Oeste, a diretoria novamente vinha fazendo tudo certinho no Pérola. Mantede o ótimo intérprete Douglinhas e o competente André Machado. O enredo desenvolvido por ele era criativo e de excelente qualidade, o que resultou no melhor samba desse ano, poético e de melodia concisa. Entitulado " Vamos Tirar o Brasil da Gaveta ", o carnavalesco msotrava a cultura, a sociedade e o bom-humor do povo brasileiro, como nos mostra o samba numa de suas inúmeras boas passaens ( " Joia rara é a cultura nacional/De um povo festeiro/Valente guerreiro/E original " ) num retrato tanto sócio quanto antropológico. Além disso, a escola homenageava o compositor, cantor, contador e ator Rolando Boldrin, dos maiores baluartes do interior paulista. A escola vinha a passos largos para brincar até pelo título, até o fator chuva entrar em ação. A escola perdeu grande parte de seus esforços 3 vezes, de maneira consecutiva, nas enchentes que assolaram a cidade e a Vila Madalena. O que poderia ser um salto imenso foi, infelizmente, um regresso. A escola brigará apenas para ficar no Especial.
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Mancha Verde: Em 2009, a escola empolgou muito e foi um fiasco na apuração. A diretoria, então, resolveu mudar. Para ajudar o grande Vaguinho nos vocais, trouxeram novamente Celsinho. Demitiram toda a comissão de carnaval e trouxeram aquela que, talvez, seja a maior contratação do carnaval paulista para esse ano: o carnavalesco Cebola, vindo da Mocidade Independente e que marcou época no início da década com o Águia de Ouro e no próprio Mancha Verde. O enredo desenvolvido tem sua marca: a loucura e a extrema competência. O Mancha homenageará os mestres, não só aqueles que nos ensinam as técnicas, mas sim aqueles que são valores éticos e morais para toda uma vida. A sinopse prevê também uma homenagem a baluartes da escola, como Dona Norma e os mestres de bateria Puro Balanço, Caju e Moleza, como diz a própria letra do samba ( " Estrela-mãe que me guia/Norma da sabedoria/Sou eterno aprendiz, Puro Balanço/Samba de Raiz " )Metade de cima da classificação pra escola palmeirense, com certeza.
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Tom Maior: Para muitos, a vermelho-e-amarelo fez o desfile mais emocionante de 2009. A décima primeira colocação foi mal recebida por todos no mundo do carnaval paulistano. A escola, porém, só evoluiu de lá pra cá. Inaugurou sua nova quadra, na região do Bom Retiro, e trouxe o experiente carnavalesco Roberto Szaniecki, que já foi campeão com a Gaviões e já trabalhou até na Mangueira. O intérprete é Renê Sobral, que evoluiu demais defendendo o pavilhão da escola. O desfile deverá ser visualmente lindo, já que a escola fará uma homenagem a capital federal Brasília, e recebeu recursos dos mais infindos e variados para tal desfile. O enredo é detalhadíssimo e ajudou na construção do ótimo samba da escola, que tem a visível intenção de irmanar a escola com a capital, o que fica claro nor efrão da música ( " É Tom Maior no coração do meu país/Sou Brasília muito mais feliz " ). Será, junto com a Tucuruvi, a surpresa do ano.
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Leandro de Itaquera: O Leão repetirá a fórmula do ano passado, que por pouco não mandou a escola de volta ao Grupo de Acesso: poucos recursos e muita, mas muita raça da comunidade itaquerense. O staff segue o mesmo, com Beto Brasil nos vocais e Anderson Paulino como carnavalesco. Ele bolou o enredo homenageando as cores da escola, o vermelho e o branco. A sinopse trata de situações nas quais tais matizes são utilizados normalmente. O samba, ótimo, tem um grande apelo popular, sobretudo no seu segundo refrão ( " O caldeirão do samba vai ferver/Leão guerreiro vai te enlouquecer/Comunidade geral/A Zona Leste faz seu carnaval " ). Para ajudar, a Majestosa Bateria está afiadíssima, com a pegada e a responsabilidade de ser a única representante da Zona Leste no Grupo Especial em 2010. Mas será necessário muito esforço para manter tal posto. O Leão vai ter que lutar com unhas e dentes para ficar no especial.
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Águia de Ouro: Após um grande acidente de percurso em 2008, quando foi rebaixada, a escola fez falta em 2009 no Especial. Foi campeão do Acesso e volta ao lugar que a viu crescer nessa década. Em 2010, o Águia conseguiu um bom patrocínio da cervejaria Pinguim e falará da cidade do recinto, Ribeirão Preto. Mantendo a equipe do título e do rebaixamento ( Serginho do Porto como puxador e Victor Santos como carnavalesco ), o Águia fez um enredo que não compromete, com um samba ruim. No entanto, o ás na manga da escola da Pompeia é sua bateria. Capitaneados pelo inventivo Mestre Juca, cheio de paradinhas e bossas, a escola deverá empolgar. Pouco para uma escola que vinha sempre sendo apontada como surpresa. A escola teve problemas com enchentes na Zona Oeste, e tem grandes chances de retornar ao Acesos em 2011.
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Imperador do Ipiranga: Vica-campeã do Acesso, o Imperador vem como azarão nesse carnaval. A escola, que nasceu protestando contra as enchentes na Zona Sul paulistana, teve seu pré-carnaval afetado por tal mal. A escola, que já vem muito mais na força da Vila Carioca e das suas imediações, com recursos limitadíssimos, teve seu trabalho ainda mais prejudicado. Com o desconhecido Anselmo Brito, o enredo desenvolvido, sobre a medicina, não comprometeu. O samba, puxado na avenida pelo grande Moisés Santiago, é fraco e não empolga a ninguém. A comunidade da Zona Sul promete comer oa sfalto, mas será muito difícil salvar a escola do rebaixamento, que é praticamente iminente.
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Após todas essas criteriosas análises e levando em conta o horário pelo qual as escolas desfilam e sobretudo o que cada uma costuma fazer em apurações ( justa ou injustamente ) pode-se prever uma classificação final mais ou menos assim:
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1º: Mocidade
2º: Mancha
3º: Tom Maior
4°: Tucuruvi
5º: Vai-Vai
6°: Vila Maria
7°: Império
8°: Gaviões
9°: X9
10°: Rosas
11°: Pérola
12°: Leandro
13°: Águia
14°: Imperador
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Surpresas podem acontecer, claro. E, como podem ver, eu realmente acho que irão acontecer.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Meu Sol

O Sol tá se pondo e eu o vejo
Da sala do meu apartamento
Enquanto eu malho e me aqueço
Qual o problema disso tudo ?
Eu aqui sozinho fico mudo
Vendo isso com o pensamento em ti
Você tem seus vários problemas
E o meu maior problema é você
Mesmo assim nada mudou em mim
E eu só queria te fazer entender que...

Não importa o que aconteça |
O mundo vai girar, isso não muda |
A minha luta sempre vai ser contigo |
E comigo pois não sei te esquecer |

Tanta coisa aconteceu e eu lembro
Ainda a data em que te conheci
Uma foto e um sorriso de lado
A luz solar dava o tom quando te vi
De novo o astro-rei se faz presente
Nessa música que te homenageia
Tal qual o Sol na gente
Sou um planeta e ele o Sol rodeia
Sem ti não há pulsação ou vida
Só a sobrevida e a ausência de paz

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Modinhas

Um tempo átras vi a transmissão do jogo Chelsea x Sunderland pela sempre primorosa ESPN Brasil. O primeiro tempo terminou 4x0 pros blues, num jogo onde o resultado foram humilhantes 7x2 pro time londrino. No intervalo um telespectador mandou o seguinte recado:
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" Hoje o meu Chelsea vai massacrar esse pequeno Sunderland ! "
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Ele foi prontamente repreendido pelo narrador Paulo Andrade, com o qual eu me identifico muito pelo fato dele ser sulsancaetanense como eu. A resposta foi a seguinte:
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" Pequeno entre aspas. O Sunderland tem 6 títulos ingleses, o dobro do Chelsea, por exemplo. A questão é que não são todos os clubes que conseguiram sobreviver à globalização do futebol. "
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A intervenção foi perfeita. Hoje o time de Stamford Bidge tem um dono multimilionário que banca um timaço. O Sunderland não tem essa sorte. Sobrevive às custas de sua torcida, que o ajudou em toda a sua história e deu ao clube todo o seu patrimônio e conquistas. Porém quem pega a atual fase e escolhe torcer para o Chelsea desconhece esse lado da história.
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O lado glamuroso dum time com Drogba, Anelka, Essien e Cech cega, assumo. Mas... pergunte aos torcedores do time azul quem foi Zola. Ou um jogador mais antigo. Eles não saberão. Eles não amam o clube. Eles amam o atual momento do time, que por sinal é ótimo. Quando o time não corresponder em campo eles irão sumir.
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Amar um clube é, acima de tudo, apoia-lo e saber da sua história. E, ao menos para mim, apoiar é cantar o tempo inteiro. Interar-se nas conquistas longínquas do time é algo essencial. Para saber as características do time, seus antigos ídolos, rivais e identidade.
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Isso acontece muito no Brasil também. E infelizmente com o meu time. Graças a seus resultados recentes expressivos, o São Paulo atrai multidões por onde passa. Mas caso os títulos não viessem com certa frequência, eu realmente duvido que as pessoas continuariam o seguindo. Pergunte a um são-paulino " fanático " quem foi Ponce de León ou em qual década atuaou a linha média formada por Ruy, Bauer e Noronha.
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Falar de Rogério Ceni, Muricy Ramalho, Hernanes e Mineiro é fácil. Eu já sofri muito em anos como o de 1999, onde, além de não ganhar nada, o São Paulo amargou eliminações traumáticas para seus maiores rivais. Muitos abandonariam o clube. Eu não. Nessas horas o meu amor é testado. E é na adversidade que se aprende a vencer. Mais que isso: nessas horas o amor te dá forças pra seguir em frente.
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Ganhar ou perder é consequência. A causa é a instituição. O objetivo pode ser ser campeão, mas caso não dê, eu entendo. E agradeço os momentos felizes que meu time me proporcionou.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O futebol de todas as letras

Partida após partida, o futebol nos reserva letras diferentes, se comparassemos o esporte com a música. Scripts encaixaria melhor no contexto, mas um lance em especial explica a mudança da palavra. No SanSão do campeonato paulista, Robinho fez um lindo gol de letra, no clássico de seu retorno. O Santos venceu o São Paulo por 2x1 e é líder, com 13 pontos. Também com 13 pontos aparece o surpreendente Botafogo de Ribeirão Preto, que, na rodada, passou fácil pelo Mogi Mirim, 3x0 no Santa Cruz. Duas equipes completam o G4, com 14 pontos. O terceiro colocado é o Corinthians, que não tomou conhecimento do Sertãozinho e fez 4x0 na capital. O quarto é a Ponte Preta, que fez um ranhido jogo contra a Portuguesa em seus domínios, mas ganhou por 2x1, com Finazzi fazendo o tento derradeiro, novamente. O destaque negativo continua sendo o Palmeiras. Apesar da vitória por 3x2 sobre o Bragantino no Marcelo Stéfani, o alviverde é apenas o sexto colocado.
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No Rio de Janeiro, as semifinais da Taça Guanabara estão definidas. E, como todos esperavam, os 4 grandes degladiarão entre si. O campeão da chave A, o Flamengo, encara o segundo do B, o Botafogo. O confronto marcará a reedição das 3 últimas finais do estadual. Na rodada, o rubro-negro jogou com o freio de mão puxado, mas venceu o Boavista por 2x1. Já a Estrela Solitária passou como quis pelo Resende, fazendo 5x2 e com direito a show de El Loco Abreu, que fez 3 na partida. O outro confronto juntará o vencedor do grupo B, o Vasco da Gama, ante o Fluminense, vice campeão do A. A equipe cruzmaltina tropeçou em casa, e empatou com o Madureira por 2x2. O Fluminense não saiu do 0x0 con o Olaria.
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Nas Alterosas o líder é o surpreendente Democrata de Governador Valadares. A equipe bateu o Ituiutaba, fora de casa, por 2x1. Com o time misto, o Cruzeiro passou fácil pelo Villa Nova por 4x2. Também no Mineirão, o Galo não passou dum empate ante o Ipatinga, 1x1, com direito a um frangaço do goleiro atleticano Carini. No Rio Grande do Sul chegam as finais da Taça Fernando Carvalho, a primeira fase do estadual. O Grêmio atropelou o Universidade por 5x1 longe de seus domínios e terminou como líder do Grupo 1. O Imortal poderá enfrentar Veranópolis, Caxias ou Pelotas na próxima fase. Com mais dificuldades, mesmo no Beira-Rio, o Internacional fez 2x1 no Avenida e assegurou a primeira colocação do Grupo 2. O Inter fará o clássico JuveNal ante o Juventude, que perdeu para o Santa Cruz, fora de casa, por 1x0.
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Na Bahia, os grandes venceram. Atuando em Pituaçu, o Bahia se reencontrou com a vitória ao fazer 2x0 no Atlético de Alagoinhas. Apesar disso, o tricolor da boa terra é vice-líder do grupo 2. Está átras do Fluminense, que, em Feira de Santana, venceu o Colo-Colo de Ilhéus por 2x1. Também em Feira de Santana o líder do grupo 1, o Vitória, bateu o Feirense por fáceis 3x0. Na capital federal, o líder é o Gama, mesmo com o empate por 0x0 com o Atlético Ceilandense, fora de casa por 0x0. O Brasiliense teve melhor sorte em Luziânia, ao bater os donos da casa por 3x0. Apesar da vitória, o Jacaré é apenas o sexto colocado.
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Em Santa Catarina, dois times dividem a ponta, e eles jogaram nessa rodada. Apesar do equilíbrio na classificação, o Avaí humilhou o Joinville por 5x1 na Ressacada, e agora ambos tem 15 pontos. Em recuperação, o Figueirense viajou até Jaraguá do Sul e não tomou conhecimento do Juventus, batendo-o por 4x1. O Figueira, no entanto, ainda é apenas o sétimo colocado. Terceiro e quarto colocados também jogaram, e a partida também foi desigual: o Metropolitano, quarto, com 12 pontos, ganhou de 4x1 do Atlético Ibirama, terceiro. No Ceará, o líder é o Guarany de Sobral, que venceu por 2x1 o Quixadá fora de casa. O Ceará vem se recuperando, e fez 2x0 no Crato. No clássico da capital, o Fortaleza sofreu, mas bateu o Ferroviário por 3x2.
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No clássico da rodada do estadual de Goiás, o Atlético venceu o Vila Nova por 3x1 e assumiu a ponta do campeonato, com 14 pontos. Com a mesma pontuação, mas com desvantagem no saldo de gols, aparece o CRAC, que empatou com o Trindade por 1x1. O Goiás venceu a segunda seguida, contra o Santa Helena no Serra Dourada, por 2x0, e já aparece na sexta colocação. No Pará, o domingo foi de clássico. No tradicional RePa, Paysandu e Remo ficaram no 1x1 no Mangueirão. O Leão é o líder, enquanto o Papão é vice. O terceiro colocado é o Independente, que venceu o Ananindeua por 3x1 fora de casa.
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O domingo também foi de clássico no Paraná. O Atlético bateu o rival Paraná, na Vila Capanema, por 1x0. O Furacão é o vice-líder. O primeiro colocado é o Coritiba, que passou fácil pelo Iraty por 3x1 na capital. Em Pernambuco, nada de novo. O líder Sport, sem dificuldades, fez 2x0 na Cabense, em casa. O Náutico, que após um início claudicante já é o segundo colocado, teve dificuldades, mas bateu o Vitória de Santo Antão por 1x0 nos Aflitos. Além dois dois grandes e da Cabense quarta colocada, completa o G4 o Salgueiro. O Carcará do Sertão fez 2x0 no Araripina, em casa.
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Pela Bundesliga, três times se mantém na briga pelo título. O líder segue sendo o Bayer Leverkusen, apesar do empate ante o Bochum por 1x1 no Ruhrstadion. Com o tropeço, o Bayern de Munique se aproveitou e empatou no número de pontos com o time já referido, perdendo apenas nos critérios de desempate. Os bávaros venceram o atual campeão Wolfsburg, fora de casa, por 3x1. Três pontos átras vem o Schalke 04, que também tropeçou empatando com o Freiburg por 0x0 fora de casa.
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No Clausura argentino, o líder é o Vélez Sarsfield, que bateu o Gimnasia por 2x1 no José Amalfitani. Os grandes continuam decepcionando. O River Plate foi incapaz de bater o Rosário Central, em Buenos Aires, e ficou no 0x0. O Boca Juniors, no Colosso del Parque, perdeu para o Newell's Old Boys por 4x2.
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Nenhuma novidade na La Liga Espanhola. O líder Barcelona passou pelo Getafe, no Camp Nou, com alguma dificuldade, por 2x1. Já o Real Madrid enfrentou o Espanyol em casa e bateu os periquitos por 3x0. No Mestalla, o terceiro colocado Valência fez 3x1 no Valadollid. A mudança se deu no quarto lugar. Após a derrota do Sevilla por 2x1 ante o Zaragoza, o Mallorca assumiu a posição. O time das Ilhas Baleares suou para vencer o Villarreal por 1x0 em casa.
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Na Ligue 1 da França, o líder Bordeaux bobeou de novo. Perdeu para o Rennes, por 4x2, no Route de Lorient. O Montpellier, vice-líder, se aproveitou do tropeço e ganhou do Boulogne, por 2x0, fora de casa, e agora está a apenas 3 pontos da liderança. Destaque negativo para o outrora papão Lyon, que não saiu do 0x0 com o Toulouse fora de casa. Quem surpreendeu foi o Olympique, que no Velódrome massacrou o Valenciennes por 5x1. O Lyon é o quarto e o time de Marseille, o quinto.

Na National League grega, o Panathinaikos segue seu caminho para o título. O PAO foi até Larissa e venceu o time da casa por 3x0. Seis pontos átras vem o Olympiakos, que atropelou o Levadiakos por 5x1 no Karaiskákis.
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Rodada de clássicos na Premier League. Em Stamford Bridge, o Chelsea não deu sopa pro azar e segue firme na liderança, após bater o Arsenal por 2x0, com dois gols de Drogba. Já no Merseyside Derby, o Liverpool, em grande ascenção, fez 1x0 no Everton, com gol de Kuyt. Quem teve vida fácil na rodada foi o Manchester United. Os Red Devils passaram fácil pelo lanterninha Portsmouth, vencendo por 5x0 em casa.
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Pelo Calcio, os times de Milão vivem fases opostas. Enquanto a líder Internazionale segue a passos largos para o pentacampeonato, sobretudo após passar pelo Cagliari por 3x0 em casa, o Milan perdeu a vice-liderança na rodada. O time rossonero empatou com o Bologna, fora de casa, por 0x0. Quem foi para a segunda colocação foi a Roma, que, em Florença, fez 1x0 na Fiorentina. Os outros dois grandes seguem seu calvário. A Juventus foi até Livorno e ficou no 1x1 com os donos da casa. Já a Lazio perdeu na capital para o Catania, por 1x0, e entrou na zona de rebaixamento.
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Pela Liga Sagres, o líder é o Benfica, ao menos até a partida entre Braga e Belenenses, que será realizada nesta segunda-feira. Os encarnados foram até Setúbal e empataram com o Vitória por 1x1. O Porto passou sem dificuldades pelo Naval, 3x0, em casa. A decepção, novamente, fica por conta do Sporting. No José Alvalade, a equipe perdeu para a Acadêmica de Coimbra por 2x1.
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Na Suíça, um tabu está próximo do fim. O Young Boys está perto de conquistar o título 24 anos após seu último triunfo na Super League, mesmo com a derrota apra o vice-líder Basel por 4x0, no St. Jakob-Park.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Papo no corredor

Garoto 1: " E aí cara... tu não ia fazer a Anhembi ? "
Garoto 2: " Eu vou. "
Garoto 1: " Po legal. Qual curso ? "
Garoto 2: " Ah... sei lá. Alguma coisa de gráfico. "
Garotos 1 e 3: ( Risos )
Garoto 1: " Porra... como assim tu vai fazer faculdade e não sabe o curso ? "
Garoto 2: " Não sei mesmo cara. Mas eu acho que é design gráfico por que é no mesmo campus de moda e gastronomia. Só mulher. "
( Garotos 1 e 3 dão risada. O garoto 2 finge estar penetrando a parede. )
Garoto 1: " Isso por que tu namora eim filhão. "
Garoto 2: " É como disse o nosso amigo outro dia: Vai trair ela de novo !? "
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Se isso é ser tido pelas meninas como gatinho e tudo de bom prefiro ser um ninguém. Tenho valores. E bem maiores que isso e que esses.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O charme dos grandes clássicos

Em 3 estados brasileiros, os clássicos de maior importância histórica ocorreram. Começando pela terra bandeirante, o Corinthians venceu o Palmeiras por 1x0 e colocou fim a um tabu de 4 anos sem vitória sobre o time alviverde. De nada adiantou a incessante pressão palestrina após a expulsão do lateral Roberto Carlos, o que valeu foi o gol de Jorge Henrique. Os outros dois times da capital decepcionaram. O São Paulo jogou mal e conseguiu, no fim, um empate com o Sertãozinho por 2x2. A Portuguesa perdeu para o Botafogo, no Canindé, por 2x1. Na Baixada, o Santos venceu sem brilho o Oeste por 2x0. Os dois grandes que venceram e o Botafogo formam o G4, que é fechado pelo Santo André. O time do ABC venceu o Ituano por 2x1 fora de casa.
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O mais charmoso clássico carioca também aconteceu no domingo. Num jogo de 8 gols, o Fluminense fez 3 gols, mas permitiu a virada do Flamengo, com 3 gols de Adriano. O FlaFlu terminou em inacreditáveis 5x3 pro rubro-negro. Sem dificuldades o Vasco fez 3x0 no Friburguense, com novo hat-trick de Dodô. Com grandes dificuldades, o Botafogo virou pra cima do América no Engenhão. " El Loco Abreu " fez o primeiro, e o Fogão fez 2x1 no sangue. O Madureira segue a sua boa fase ( é o vice-líder do grupo B, na frente da Estrela Solitária ) e bateu o Macaé, fora de casa, por 2x1.
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O último grande clássico ocorreu em solo gaúcho. O Inter venceu o GreNal ante o Grêmio por 1x0, com gol do criticado Alecssandro em Erechim. Mesmo assim, o colorado é apenas o vice-líder do Grupo 2. O líder é o surpreendente São Luiz, que massacrou o Porto Alegre em casa, por 5x0. Em Caxias, a equipe da casa fez 2x0 no Novo Hamburgo, segundo colocado do grupo 1. O outro time da cidade, o Juventude, perdeu para o Veranópolis por 1x0.
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Surpreende o equilíbrio do campeonato Mineiro. O Ipatinga venceu o mistão do Cruzeiro por 3x0 em pleno Mineirão. Mesmo assim, apenas 4 times tem 4 pontos. O líder é o Uberaba, que desapontou e ficou no 0x0 em casa com a Caldense. Os demais times venceram. América, Atlético e Democrata derrotaram Uberlãndia, Tupi e Villa Nova por 3x1, 3x2 e 1x0, respectivamente.
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Os grandes decepcionaram na Bahia. O Vitória foi a Feira de Santana e empatou com o Fluminense por 2x2. O Bahia fez pior: atuando em Pituaçu, perdeu para o xará Bahia, também de Feira de Santana, por 5x3, na estreia de Edílson. O líder do grupo 1 é o Vitória da Conquista, que venceu o Itabuna em casa por 1x0. O primeiro colocado do grupo 2, o Camaçari, decepcionou e ficou no empate com o Madre de Deus por 2x2. No Distrito Federal, o Gama venceu o clássico estadual contra o Brasiliense por 3x1 e assumiu a ponta do campeonato candango. Num clássico das cidades-satélite, o Ceilândia fez 3x1 no Atlético Ceilandense. Apesar da vitória, o Gato Preto é o terceiro, átras do rival Atlético.
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Em terras catarinenses, o líder é o Joinville, que venceu o vice-líder Atlético, em Ibirama, por 1x0. O terceiro colocado é o Brusque, de Viola. O clube fez 3x2 no Chapecoense no Índio Condá. Destaca-se aind aa má fase do Figueirense. O Figueira perdeu por 1x0 para o Metropolitano, fora de casa. No Ceará, o líder é o Ferroviário, que ganhou longe de seus domínios do Maranguape por 1x0. O clássico entre Fortaleza e Ceará não saiu do 0x0 no Castelão.
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Na estreia do técnico Jorginho pelo Goiás, o esmeraldino fez 2x0 no rival Vila Nova. Em batalha de primeiro e segundos colocados, o líder CRAC venceu o Atlético Goianiense por 3x2 em Catalão. Os tradicionais, enfim, dão as caras no Pará. O líder é o Remo, que fez 2x0 no Santa Rosa no Baenão. O Paysandu aparece logo átras, após aplicar 2x1 no Ananindeua na Curuzu.
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No Paraná, o líder é o Coritiba. O Coxa Branca, jogando na Vila Capanema graças a punição da CBF, que interditou o Couto Pereira, venceu o Toledo por 3x1. O vice-líder é o Corinthians, que perdeu para o terceiro Atlético na Baixada por 2x0. Fecha o G4 o Paraná, que foi a Cianorte e ficou no empate com os donos da casa por 1x1. Em Pernambuco, o líder Sport tropeçou no Vera Cruz, empatando por 1x1 em plena Ilha do Retiro. O Náutico foi ao sertão e venceu o Araripina por 2x1. Terceiro e quarto colocados perderam na rodada. O terceiro é a Cabense, que perdeu para o Central em Caruaru por 1x0. O tradicional Santa Cruz foi a mesma cidade e não teve sorte melhor. A Coral perdeu por 3x1 para o Porto.
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Na final da Copa Africana de Nações, o Egito conseguiu um inédito tricampeonato de fato ao bater a seleção de Gana, por 1x0. O autor do gol do título foi o reserva Gedo, aos 40 minutos do segundo tempo. Com a conquista, os faraós ganharam o sétimo título continental, sendo a maior vencedora da competição.
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Pela Bundesliga, os 3 primeiros seguem firmes. O líder é o Bayer Leverkusen, que venceu o Freiburg por 3x1 na BayArena. Dois pontos átras do time vem o Bayern de Munique, que sem dificuldades fez 3x0 no Mainz em casa. O Schalke 04, terceiro colocado, também venceu. Os azuis reais anotaram 2x0 no Hoffenheim, em casa. A decepção da rodada foi o Borussia Dortmund, que perdeu para o Sttutgart por largos 4x1.
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O Clausura argentino começou nesse fim de semana, e os grandes já desapontam. O Boca Juniors ficou no 2x2 com o Argentinos Juniors, fora de casa. O River fez pior. Perdeu para o atual campeão Banfield, no Monumental de Nuñez, por 1x0. Dos times que vão pra Libertadores, dois venceram. O Estudiantes passou fácil pelo Arsenal por 3x0, em La Plata. Já o Lanús jogou na sua Fortaleza e fez um belo jogo contra o Huracán, o qual venceu por 3x2.
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Pela La Liga, os dois grandes dispararam ainda mais na ponta. O Barcelona, com dificuldades, passou pelo Sporting, em Gijón, por 1x0, e segue líder invicto. Já o Real Madrid foi até a Galícia enfrentar o decadente Deportivo La Coruña, e venceu por 3x1, com direito a um verdadeiro golaço de Benzema após toque de calcanhar de Guti. Os dois gigantes foram favorecidos pela derrota do terceiro colocado Valência, que perdeu o Sevilla por 2x1 no Ramon Sanchéz Pizjuán.
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A Ligue 1 viu uma surpresa. O líder Bordeaux não conseguiu passar pelo vice-lanterna Boulogne em pleno Chaban-Delmas. O jogo ficou no 0x0. Melhor para quem o acompanha, ainda que de longe. Caso do segundo colocado Montpellier, que venceu o Olympique de Marseille em casa por 2x0, e do Lille, que passou pelo Lens no Lille-Metropole por 1x0.
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A briga na Eredivisie League segue ranhida. O líder PSV bobeou ao empatar com o Vitesse fora de casa por 0x0. O Twente aproveitou a falha do time de Eindhoven e, jogando no Grolsch Veste, fez 2x0 no Roda.
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Pela Premier League, um clássico mexeu com os dois maiores vencedores dos últimos tempos na Inglaterra. O Manchester United foi ao Emirates Stadium e não tomou conhecimento do Arsenal: 3x1. No entanto, o líder ainda é o Chelsea, que venceu o ameaçado Burnley fora de casa por 2x1. Liverpool e Manchester City venceram Bolton e Portsmouth por 2x0, em casa, respectivamente e encostaram no quarto colocado Tottenham, que apenas empatou com o Birmingham fora de casa por 1x1.
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A neve atrapalhou a rodada do Calcio. A neve adiou a partida entre Parma x Inter no Ennio Tardini. Os nerazurri viram o arquirrival Milan empatar com o Livorno, no San Siro, por 1x1. O empate milanista foi ótimo para a Roma, que fez 2x1 no Siena em casa e já tem o mesmo número de pontos que o time do Norte da Itália. Fechando o G4 encontra-se o Napoli, que não saiu do 0x0 com o Genoa no San Paolo. O clássico da rodada, disputado entre a Juventus, do novo técnico Alberto Zaccheroni, e a Lazio ficou no 1x1 em Turim.
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Pela Liga Sagres, nada de novo. O Braga venceu o Sporting por 1x0, em casa, e lidera junto com o Benfica, que bateu o Vitória de Guimarães por 3x1 no Estádio da Luz. Sem dificuldades, o Porto foi a Ilha da Madeira e fez 4x0 no Nacional.