sábado, 31 de março de 2012

Barão Vermelho ~ Down em Mim

E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down

quinta-feira, 29 de março de 2012

Paixão e carnificina

Paixão é algo engraçado. É um sentimento que pode, em instantes bem próximos, te matar e te dar vida. Poeticamente falando, isso é lindo. Mas quando essa tradução é colocada ao pé da letra e de maneira literal, temos um grande problema.
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Nas duas últimas semanas, tivemos quatro péssimos exemplos de paixões regadas a muito ódio, truculência e sangue. Dois bem próximos, no estado de São Paulo. Um entre a Europa e a Ásia e um na África - mostrando o quanto a dicotomia entre paixão e irracionalidade é universal.
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No Egito, saiu a punição para os torcedores do Al-Masry e do Al-Ahly, que se envolveram numa tragédia sem precedentes no começo do ano - saiba mais aqui. Eis que o Al-Masry, time da torcida que bateu, está um ano com sua licença cassada e não entrará em campo até Janeiro de 2013, além do estádio onde a batalha campal ocorreu estar interditado até 2015. Uma punição justa, creio eu. A surpresa veio na punição para o Al-Ahly, que recebeu quatro jogos com portões fechados. Por que punir quem apanhou, penso eu ? Isso é premiar quem causou toda a baderna, por mais que eles tenham sido punidos severamente. Sofrer danos e ser punido é algo inconcebível, pra mim.
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Em São Paulo, dois palmeirenses morreram em outra batalha campal que aconteceu na avenida Inajar de Souza, Zona Norte de São Paulo. A avenida, conhecido ponto de briga entre torcidas organizadas, viu uma emboscada que faria qualquer pelotão da guerra do Vietnã ficar de queixo caído, sendo que torcedores corinthianos deixaram vítimas entre os verdes. Alvinegros e Alviverdes também protagonizaram cenas lastimáveis há cerca de 100km da capital paulista. Em Campinas, torcedores da Ponte Preta e do Guarani trocaram farpas ao longo de toda a semana, e um bugrino perdeu a vida na semana do Derby Campineiro.
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Os motivos pelos quais esse tipo de fato ocorre eu explorarei em outro texto, mas deixo claro uma coisa: uma pessoa em sã consciência torce para um time, e não abomina o outro por isso. A partir do momento no qual escolher um símbolo, uma bandeira e meia dúzia de argumentos padrão passa a significar também querer ver algo diferente do que é seu morto e na sarjeta eu prefiro me retirar de qualquer discussão. Quando o status quo de algoi é odiar outro, isso torna-se um problema social, que deve ser combatido com urgência e veemência.
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O último exemplo que queria elucidar aqui tem uma resposta positiva. O "derby dos eternos inimigos", disputado entre os gregos Olympiacos e Panathinaikos, foi cancelado pois torcedores do PAO começaram a fazer arruaça dentro do estádio Olímpico de Atenas. Cadeiras queimadas, rojões jogados para a torcida adversária, confusão, quebra-quebra... infelizmente, tudo aquilo que se espera dum clássico. O país, epicentro da crise econômica que perdura desde 2008 no planeta, não poderia deixar que um caos social se instalasse graças a isso. A federação grega de futebol, então, agiu rápido: tirou seis pontos da equipe na atual temporada, dois na próxima temporada e deu quatro jogos de portões fechados enquanto mandante para o PAO.
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Perfeito. Pela irracionalidade de alguns, o clube paga. Cruel, mas fazer o quê ? Que isso sirva de lição para os torcedores, pois o clube aprendeu da pior maneira possível: além de todos os estragos, toda a diretoria do Panathinaikos demitiu-se após a punição, o que deixou o clube numa grande crise.
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Quem sabe assim, com punições rápidas e pesadas, o futebol como um todo não passe a andar nos trilhos novamente. E que assim seja aprendido o mais importante: amar o clube não significa satanizar o outro.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Nepotismo moral

Pense o seguinte: você precisa de alguém para coordenar o ministério da cultura e quer sair do marasmo de nomes que todos conhecem. Eis que você tem um nome com algumas participações em trabalhos culturais (ainda que pequenos) e, ainda por cima, é filha de um grande historiador e irmã de um dos maiores artistas que esse país já teve em sua história. Parecia perfeito, mas...
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Mas Ana de Hollanda mostrou-se um tiro no pé. Tinha todas as credenciais para tornar-se uma grande ministra e se escondeu. É difícil destacar algo bom em meio a tanta fuga dela da imprensa, tanto para o bem quanto para o mal.
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Politicamente, a escolha de Dilma não foi desastrada - relembro a todos as credenciais que ela tinha para entrar no Planalto. Dilma não é culpada por escolhê-la. Aliás, a presidente teve muita coragem ao fazer tal indicação, já que boa parte da grande mídia era contrária a Ana. A versão oficial é a de que ela era inexperiente demais para tal cargo, mas a verdade é que ela é irmã de Chico Buarque, artista brigado com os grandes grupos comunicacionais do país - mesmo que o primeiro argumento fosse verdade, o segundo é bem mais forte.
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Pois bem... o que Ana de Hollanda fez ? Eu não sei. E aí está o grande problema. No momento em que todos os outros ministérios viam seu orçamento crescer, o MinC ficou na mesma. Não fazia projetos, não tinha direção, representação... a cultura estava na sarjeta, literalmente. Não se fez nada por cultura nenhuma.
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Já vi muitos falando que é impossível agradar a gregos e troianos. Se isso é verdade eu não sei, mas desagradar todo mundo é algo raro pra mim. A oposição chiou, como é natural (e, até certo ponto dever) dela. A base aliada idem, mas não só por disputas políticas, por incompetência mesmo. O caldo foi engrossar quando artistas das mais diversas orientações políticas começaram a mostrar-se contra Ana, num ato que deixou sua presença praticamente insustentável.
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Não preciso dizer aqui que sou favorável a mais ministros tecnocratas (ou seja, sem ligação partidária direta com nenhuma legenda) no governo, em detrimento aos políticos atuais. Mas o fundamental mesmo é a pessoa ser competente e ética, e Ana passa longe da primeira qualidade.
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Aprendemos da pior maneira possível que filho ou irmã de peixe pode não ser um peixinho tão genial assim.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Os diferenciados ganham a rua

É interessante ver a burguesia sair daquele mundo perfeito no qual eles vivem e resolver fazer o que as pessoas com menos dinheiro (que eles tanto odeiam) fazem: protestos, ir às ruas fazer apitaço e fazer barulho quando algo a incomoda.
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Na quarta-feira, 21, estudantes da universidade presbiteriana Mackenzie resolveram protestar para impedir que o vestibular da instituição seja substituído integralmente pelo ENEM. Como sempre, existem vários lados que devem ser analisados.
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Desde sua criação, o ENEM sempre deu muito mais dor de cabeça que orgulho. Quando o governo federal passou a dar mais destaque para a prova fazendo dela a principal porta de entrada para as universidades federais, a situação só piorou - ao contrário de sua importância, que apenas cresceu. Erros administrativos e educacionais ocorrem com uma frequência assustadora, o que inspira vários comentários negativos e desconfiança.
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Nesse lado, os mackenzistas têm razão. Mas... historicamente, a instituição é ocupada por estudantes das elites paulistas, que segregam como podem os de poder aquisitivo menor. Mais (e pior): nos tempos da ditadura militar, enquanto os estudantes pregavam a volta da democracia, o Mackenzie recebia filhos de generais e apoiava o regimo que matou várias pessoas e cerceou toda e qualquer liberdade. Pior: mackenzistas, uspianos (sobretudo os da FFLCH) e puqueanos mataram-se num episódio conhecido como "Batalha da Maria Antônia" - para maiores informações, clique aqui
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Eles são contra o ENEM pelo quê, então ? Isso pioraria o nível do corpo dicente da faculdade ? Talvez, e ainda sim, por pouco tempo - conforme o curso degringola, as diferenças são bem menos sensíveis, já que estão todos no mesmo barco e o aprendizado passado acaba tendo sua importância diminuída. Será, então, que eles são contrao ENEM porque isso traria pessoas que não são da elite para dentro da faculdade ? Porque o Mackenzie perderia a força de realizar seu próprios vestibular ? É o que me parece. E isso é apenas mais uma atitude da direção da universidade que aquelas heranças egocêntricas, típicas de reacionários que vendem sua mente, sua ideologia e sua vontade em troca de algumas facilidades, não saiu da rua da Consolação.
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Ano passado, estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) protagonizaram outro episódio polêmico, que paralisou boa parte da USP no final de 2011 - escrevi sobre o assunto aqui. Uma das principais queixas relativas ao uspianos foi a de quê os protestantes eram mauricinhos que estavam depredando o patrimônio público. Temos, no caso do Mackenzie, a antítese quase que total desse fato. Agora, são estudantes que paralisaram uma via pública em prol de uma manifestação institucional privada. Ora, assuntos internos devem ser resolvidos internamente, e não no meio da rua (ainda mais da Consolação, um dos logradouros de maior movimento da maior cidade da América do Sul), o que prejudica demais o já caótico trânsito paulistano.
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Por fim: como os mackenzistas protestaram ? A manifestação ganhou amplo destaque nas redes sociais não só porque a mídia estava veiculando a notícia, mas também porque vários "protestantes" twittavam, postavam no Facebook ou tiravam fotos no Instagram e colocavam na rede. O importante não é fazer barulho ou gritar palavras de ordem, é estar lá no meio para ganhar o status de revolucionário - de meia tigela.
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Eu queria acreditar que o Mackenzie estava tomando consciência do papel social que qualquer faculdade tem. Ledo engano, infelizmente.

domingo, 18 de março de 2012

Nem o juiz pára o São Paulo

É triste ter que falar de um jogaço como foi o Sansão de hoje tendo como assunto mais importante a arbitragem - que, claro, não foi boa. Mas ela realmente me irritou hoje. Quem me conhece sabe que eu não sou de reclamar da arbitragem, mas a atuação grotesca do senhor Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza me revoltou.
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Não digo aqui que o Santos foi beneficiado ou que o jogo foi roubado, longe disso. Mas afirmo sem medo de errar que um juiz desses não pode voltar a apitar um jogo de futebol jamais. Também não reclamo do que ele fez, que fique bem claro. Eu também expulsaria Rodrigo Caio nos mesmos lances - e o volante do São Paulo poderia ter ido pro chuveiro mais cedo aliás, já que chutou Neymar por trás e não recebeu cartão amarelo. Mas o homem do apito protagonizou um espetáculo detestável hoje. Cansou de não marcar faltas para o São Paulo, inverteu tantas outras e dava liberdade para o Santos jogar também com as mãos, violando o princípio básico do futebol, jogado com os pés.
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O que mais me deixou irado, porém, foi a violência dos jogadores santistas e a passividade de Marcelo para com isso. O Santos deveria ter, no mínimo, três jogadores expulsos. Adriano fez falta por trás e só levou amarelo, Durval pegou o pé de apoio de Lucas por tráse também levou o mesmo cartão e o goleiro Rafael abandonou o gol para calçar Luís Fabiano, em lance no qual a cor do cartão também foi mais branda que o necessário. Isso me deixou revoltado ao longo do jogo.
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Falando da partida em si: foi um jogaço. Emocionante, cheio de bons lances, corrido, pegado. Lucas parece que enfim reencontrou seu bom futebol (ainda mais em um clássico, tipo de partida na qual ele vinha devendo), Dênis falhou no primeiro gol mas fez pelo menos três milagres, Rodrigo Caio (a despeito da expulsão) e Piris marcaram muito bem Neymar, Denílson surpreendeu e foi uma parede, Cortês é um verdadeiro monstro... o São Paulo jogou o fino hoje.
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Casemiro também errou, praticamente dando o segundo gol pro Santos, mas está perdoado. Neymar e Ganso pouco apareceram, parando na ótima marcação. Emerson Leão, porém, quase colocou tudo a perder ao tirar Luis Fabiano e colocar Edson Silva. Isso é pensamento de time pequeno. O comandante tricolor foi covarde demais, e, se não fosse o espetacular Lucas, seria o culpado pelos dois pontos perdidos. Custava colocar Willian José, para não perder a ofensividade e depender dos contra-ataques, já que o time se postava bem em campo mesmo com um a menos ?
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Eu não preciso de onze jogadores pra ganhar do Santos.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Kassab acertou, mas nós continuamos errando

Gilberto Kassab é uma figura controversa. Ligado a Paulo Maluf e José Serra em outras campanhas e antigo membro do PFL e do DEM, fundou um partido que é tão absurdo que não se diz de direita, esquerda ou centro - o PSD. Na prefeitura de São Paulo, tomou algumas atitudes um tanto quanto truculentas, e, como toda e qualquer pessoa, errou e acertou. Como a maioria dos políticos, mais errou que acertou. Pelo seus erros (e também pélo tamanho dos seus erros), muitos criticam Kassab até quando ele faz algo bom, e não vê que alguns dos problemas nascem com a própria população.
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A última do prefeito paulistano foi impedir a circulação de caminhões nos horários de pico na região do centro expandido de SP. Como consequência, os caminhoneiros interromperam a distribuição de gasolina na cidade por alguns dias, o que causou falta de combustível para todos, de pessoas da mais baixa classe social até para quem nem precisaria mais trabalhar. Todos, por comodismo, culparam Kassab. Mas os errados são vocês, paulistanos.
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Muitos dizem que o principal problema da maior cidade da América do Sul é o trânsito. Seja medida eleitoreira ou não, Kassab fez algo para melhorar o tráfego na capital - e conseguiu, pois os congestionamentos em Sampa sofreram uma sensível queda após a medida do político. Ora, por que, então, se colocar contra a lei que beneficia o povo ?
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Não há porquê reclamar. Vocês reclamam da falta de combustível ? Pois que critiquem os grevistas, que atrapalham o trânsito com máquinas pesadíssimas, lentas e muitas vezes velhas (sendo que para montar uma transportadora é necessário alto investimento, ou seja, não falta dinheiro para esse tipo de empresa) e ainda saíram por cima graças a rejeição dos paulistanos para com o seu prefeito. Mais do que novamente acomodar-se, a população pendeu para o lado errado dessa história toda, mostrando que consciência política inexiste no país quando ela é confrontada com a facilidade de vida. Até o que é melhor fica em segundo plano quando é mais cômodo fazer algo pior.
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Repito: Kassab é polêmico e mais errou que acertou. Mas devemos dar o braço a torcer quando ele faz algo certo, e não criticá-lo por seus erros anteriores, muito mais nos sujeitarmos a quem nos prejudica diretamente, como os caminhoneiros. Aliás, não só os caminhoneiros.
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Donos de postos de gasolina lesaram o consumidor ao elevar o preço do litro da gasolina em mais de 50%, o que rasga normas do PROCON. Cartel disfarçado ? União por saber que o povo ficaria do seu lado ? Não se sabe. Mas que isso é tão ridículo quanto o que os caminhoneiros fazem, é. E, adivinhem: novamente, quem sai perdendo é a população, que pode errar, mas sempre paga o pato.
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Enfim, uma discussão mais profunda: sem gasolina, o prefeito incentivaria os munícipes a usar o transporte coletivo, o que reduziria ainda mais o número de carros nas ruas e traria benefícios para a qualidade do ar da cidade. Faltam ônibus, trens da CPTM e do metrô para isso, é verdade (e isso é erro de muitos, inclusive de Kassab), mas esse problema é muito mais antigo e muitos já aprenderam a conviver com ele. Por que não tentar, então ?
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Parem de fazer o que é mais fácil, e tomem consciência de que é necessário elogiar até a mais mal-amada das pessoas quando ela acerta. Acordem.

segunda-feira, 12 de março de 2012

2.0: turbinado, a todo vapor, sem freio e com muita gasolina

Às vezes eu falo que existem dois anos-novos: o reveillón e o nosso aniversário. Talvez seja egoísmo demais de minha parte, mas parece que um ciclo realmente se encerra e outro realmente se inicia apenas quando voc^pode falar que tem um ano a mais que no dia anterior. É claro que isso é simbólico demais, e que números não fazem essa diferença toda (eu, jornalista, que o diga), mas a maturidade que a idade te traz, a responsabilidade e sobretudo a sapiência deixam bem claro que uma data é especial demais para você, e todos os outros dias são o reflexo de todo o conhecimento adquirido num período que se encerra agora.
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Deve se clichê, mas eu sinto que evoluí demais nos últimos 366 dias. Analisemos: enfim comecei a trabalhar, hoje eu saio de casa às 6h e chego por volta das 21h, comecei a ganhar meu próprio dinheiro, torno-me cada vez mais um jornalista de verdade, sinto que ganho inteligência a cada passo dado, parece que exorcizei antigos fantasmas, tô muito bem relacionado, amando e sendo amado... não tá perfeito, acredite, mas tá muito perto disso.
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Agradeço a quem partilha desse momento comigo. A quem corre comigo todo dia, toda semana, toda vez ou apenas deu alguma contribuição. De alguma forma agradeço a todos. Mas sei que os méritos por eu estar tão feliz são não só de quem convive comigo, mas também meus, por extrair tudo o que há de melhor de cada situação enfrentada.
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20 anos bem-vividos, dentro de todos os poréns. E que venham todos os demais anos, porque a minha vontade de viver, vencer, ganhar e aprender não tem limite.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Todo o charme que a mulher tem

Eu poderia copiar uma citação de alguém celebre, relembrar a história da data ou postar uma das tantas músicas ou vídeos das quais vocês já foram protagonistas, mas isso seria artificial demais pra representar criaturas tão únicas no mundo quanto vocês, mulheres.
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Vocês são a maioria no planeta e cada uma de vocês é tão diferente ! Cada uma tem seu trejeito, sua forma de falar, de olhar, seduzir... não existe uma mulher sequer parecida com a outra, quanto mais igual. Quem fala que vocês são todas iguais não passa dum recalcado que queria ter por um minuto que seja um exemplar tão belo da mais bela forma de vida existente na Terra e não consegue fazer a diferença para nenhuma de vocês.
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Acho impressionante o quanto vocês passam por situações ruins e permanecem firmes aos olhos de todos. Aguentam transporte público, trabalho, pressão, filhos, maridos, problemas... e nunca desistem de nada. Quando sozinhas desatam a chorar, mas quem não choraria ? E você que acha que é mais fraca por isso, acredite, você é a mais forte de todas. Por ser mulher e por mostrar com suas lágrimas o sentimento - e sentimento enobrece qualquer pessoa, ainda mais a nobre das criaturas.
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Por mais que eu adore os vestidos, os óculos que as deixam com caras de intelectuais, a inteligência e o feminismo, existem novos e vários perfis do sexo. Essa diversidade torna-as ainda mais encantadoras e únicas, e cabe a nós, homens, ficarmos boquiabertos com tamanho show de tudo que nós não temos e vocês possuem às pencas. Perto de vocês somos só garotos, como diria Leoni. E garotos bem babacas.
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A todas vocês que geram vidas e matam homens com um olhar ou uma cara sensual ou de pidona, os meus mais sinceros parabéns. E a todas vocês de cabeças feitas e que buscam apenas um par para passar a vida, idem. As que querem um a cada instante e usam roupas pequenas comemoram o dia 12 de outubro.

terça-feira, 6 de março de 2012

Ahmadinejad, o novo Jesus Cristo

Uma matéria do Jornal Nacional, que fala sobre um cristão que negou o islamismo no Irã, tornou-se viral redes sociais país afora. Entre tantas outras coisas, fala-se de conceitos triviais das duas maiores religiões monoteístas do mundo, e, claro coloca-se o desconhecido e a minoria (ao menos aqui no Brasil) como vilã da história. Mas... será que eles são mesmo tão cruéis assim, e nós somos tão bonzinhos ?
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Deixo bem claro, antes de mais nada, que sou contra religiões e, obviamente, sou contra qualquer tipo de morte ou pena graças a elas. Logo, quando falo mal do cristianismo, falo mal também de todas as outras religiões, sejam elas quais for. Também falo aqui que não tenho nada pessoal contra ninguém graças a sua esoclha religiosa - apenas, repito, acho errado seguir qualquer tipo de crença em qualquer entidade superior.
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Pois bem, pensemos aqui: a matéria da Globo coloca os árabes muçulmanos como vilões da história. De fato, matar uma pessoa graças a sua religião (e, sobretudo, por simplesmente negar uma religião dominante) é algo que beira a insanidade de tão desprezível. Nos dias de hoje, algo desse naipe ser cogitado é algo que coloca em xeque qualquer crença na evolução do pensamento humano - é um retrocesso histórico de ideias. Mas não pense que você, cristão, não tem culpa nisso.
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Basta retomar a história bíblica para ver o quanto você é seguidor duma religião que também matou várias e várias pessoas por elas negarem a deus. O antigo testamento mostra bem isso, quando mostra que Moisés (na tradição cristã, o escolhido de deus) cometia, entre outras coisas, roubos, estupros, pedofilia e um genocídio que deixaria Hitler de cabelo em pé. Para efeito de comparação, todo homem cananeu (etnia surgida dos israelistas após o Êxodo) e toda mulher que não fosse virgem do mesmo grupo étnico. Já as virgens deveriam tornar-se escravas (sabe-se lá de que tipo) do grupo de Moisés - deve ser daí que Lampião tirou ideia para o seu grupo saqueador no Nordeste. Isso é tão grave quanto matar uma pessoa por ela não seguir determinada religião, certo ?
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Novamente comparando: enquanto Moisés, a mando de deus, matou várias pessoas, Lúcifer (satanás, belzebu, diabo, chame como quiser) matou seis pessoas contadas no antigo testamento. Ora, quem seria pior ?
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E agora aparece Mahmoud Ahmadinejad, o presidente iraniano que ameaça matar (ou, infelizmente, já matou) o cristão árabe Yousef Nadarkhani. Uma atitude deplorável do iraniano, é óbvio. Mas negar a realidade cristã de antes é tão horrível quanto.
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A discussão poderia ganhar um ótimo pano de fundo: o quanto as religiões, infelizmente, ainda pautam a política do planeta - e o quão destrutiva qualquer religião é. Mas claro que a conversa mudou de foco: para todos, os muçulmanos são vilões, homens-bomba e culpados por uma infinidade de coisas, desde o aumento do preço do petróleo até as mais diversas pragas que a ciência não consegue explicar. Vivo dizendo que enquanto o Ocidente e o Oriente não conhecerem-se, respeitando suas diferenças, viveremos nesse eterno lamaçal ideológico, sem paz e sem sapiência suficiente para termos uma vida com um pouco de inteligência. E, novamente, essa questão ganha um contorno dramático.
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Revelado o lado cristão que ninguém comenta e reforçado o lado islâmico que todos já conhecem, fica a pergunta: você vai continuar tendo fé matando, indiretamente, outras pessoas, ou vai passar a acreditar que quem faz o seu próprio caminho é você, e não algo ou alguém superior ?

segunda-feira, 5 de março de 2012

Brincadeira cada vez mais séria

Eu poderia dizer aqui que a brincadeira virou coisa séria, mas isso seria clichê demais - e seria mentira. Tenho um blog há tanto tempo para ser o meio lugar den desabafo, o meu canto de opinião incontida nesse mundo tão igual e fechado a novas ideias. Ele nunca será sério o bastante a ponto de lotá-lo de clichês politicamente corretos, até porque eu não sou assim. Mas que essa brincadeira anda ficando cada vez mais séria é inegável.
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Veja só a novidade, aqui no canto direito: agora o Santa Zona e a Avesso TV são parceiros. Quem diria que, um dia, esse humilde blog, de layout simples e tão básico, chegaria a esse ponto... ? Uma parceria, seja com quem for, é sempre algo gratificante. Bem-vindos, parceiros.
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Eu não vou me ater a escrever coisas para agradar ninguém, nem muito menos escrever a mando de alguém. Aqui só entra o que eu penso, a minha visão de mundo, os meus achismos. Mas como uma parceria cai bem... como é bom ver que tem alguém que confia no seu "trabalho" e acredita no que você acha. Como é bom ver tantos anos sendo, duma hora pra outra, reconhecidos e compensados.
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Lá átras, quando a brincadeira tinha ares pueris, ela era boa. Agora, ela tornou-se sensacional. Luto contra o tempo e contra o cansaço do emprego remunerado, mas, duma forma ou de outra, sempre sobra um tempo pra vir aqui - mesmo que bem menos do que eu gostaria. Agora a brincadeira ganhou ares adultos, cheios de responsabilidade e sedução. Se extrapolar em algum desses quesitos, era uma vez a brincadeira - e eu terei um problema. Mas eu sei brincar com a luxúria psicológica e com a responsabilidade a qual carrego. E vamos que vamos !
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Novamente, bem-vindos, parceiros. A quem me lê, saiba que nada vai mudar por aqui. E a todos que colocaram fé nesse canto cibernético, o meu muitíssimo obrigado.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O dia em que o Estado disse amém

No mesmo dia, dois atos regulamentados por leis nacionais colocaram em xeque a suposta laicização do Estado brasileiro. Em duas claras afrontas a separação entre igreja e governo, quem saiu perdendo, mais uma vez, foi o povo. Mas, dessa vez, o estrago pode ser ainda maior.
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O dis em questão é o tão singular 29 de fevereiro, que só ocorre uma vez a cada quatro anos e marca os anos bissextos. O dia, tão especial, tornou-se trágico nesse ano de 2012 graças a nomeação do senador Marcelo Crivella para o ministério da pesca e graças ao começo da regulamentação da chamada "lei do pai-nosso"
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Pra quem não conhece, Marcelo Crivella é senador do PRB do Rio de Janeiro, e, antes de político, era pastor da igreja Universal - a mesma de Edir Macedo, de quem é sobrinho. Com todo o respeito, mas não preciso explicar que pessoas desse naipe são totalmente dispensáveis do Planalto, quanto mais eleitos pelo povo. Crivella talvez tente o milagre da multiplicação dos peixes e dos recursos para fins hídricos no governo de Dilma Rousseff, mas talvez só ele acredite em sua capacidade e no investimento nessa área. Além duma escolha lamentável (comentada pela própria presidente de que só foi feita para "beneficiar um partido aliado"). Por mais que ele seja um dos senadores mais prolíficos em assuntos impactantes, para subir na vida creio que uma pessoa deve lançar mão de posições radicais - e Crivella é um servo de deus naquela medida que passa a ser preocupante.
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Além disso tudo, fica a pergunta: sendo sobrinho de Edir Macedo, e sendo o dono da TV Record uma das pessoas mais influentes do país, ele não seria apenas um fantoche de Edir para estreitar e pavimentar perigosos laços com o Executivo nacional ? Isso sim é preocupante. Ao colocá-lo no ministério, Dilma assinou o risco - risco totalmente dispensável, diga-se.
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Em Ilhéus, litoral sul da Bahia, a "lei do pai nosso" entrou em vigor. Segundo o texto, uma vez por dia os alunos devem parar e orar. É um flagrante desrespeito a culturas que não as cristãs Brasil agora. Ainda mais na Bahia, talvez o estado de maior sincretismo religioso brasileiro... é uma afronta.
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Já não basta o sobrinho de Edir Macedo no governo, os feriados puramente católicos romanos, todo o racismo velado que existe contra pessoas não cristãs... todos são obrigador a orar ? É um disparate o qual eu me recuso a acreditar - e fazer, caso fosse obrigado. E, como toda lei, quem não a cumpre corre o risco de ser preso. Já pensou em ser preso por não rezar ? Estando com suas contas em dia, ajudando o país com seu trabalho, sendo uma pessoa de bons modos e costumes, e... ser preso por não rezar ? Um absurdo completo.
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O Brasil é um país laico, diz a nossa constituição. Diria Roberto Pompeu de Toledo que o Brasil é um estado laico com a proteção de deus - ironicamente, claro. Não quero esse deus pra mim, não quero deus nenhum - e cada dia menos quero esse país moldado por radicais e pessoas sem o mínimo preparo, instrução e respeito com quem não faz o que a maioria faz.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A relação inversamente proporcional entre tempo e inspiração

Parece lei de Murphy, mas a explicação é tão lógica que não dá pra colocar a culpa numa lei que parece mais uma lenda urbana. Se você está ocupado, fazendo algo, existem mais chances de acontecer algo notável do que quando se está no ócio. Tanto que falta tempo para contar essas experiências.
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A não ser que você tenha alguma fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo ou algum distúrbio dessa natureza, dormir, acordar e fazer algo cotidiano não é nada inspirador. Não te dá vontade de escrever sobre aquilo, guardar o momento com uma fotografia, não te deixará com saudades e o fato será esquecido pouco depois. Ora, qual inspiração se tira no ócio ?
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Sobre a pergunta acima, vários exemplos podem contestar as minhas afirmações. Mas quantas vezes uma pessoa fica ou sente-se no tédio ? É um número bem maior. Ou seja, as grandes ideias surgidas no ócio são exceções - e as exceções simplesmente confirmar uma regra.
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O tédio te deixa letárgico. Sobrevivendo, sem viver de fato. E você não sabe como fazer para sair dessa situação - é uma inércia que te rouba a vida. É horrível - palavra de quem já ficou muito nessa situação.
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Em uma determinada hora, você consegue algo. Um emprego, algo voluntário, um motivo para viver todos os dias. Eis que os dias ganham cor e a inspiração vem a cada respirar da pessoa amada ou a cada segundo no competitivo mercado de trabalho. Tudo parece ser bonito, tudo pode render um texto. Mas agora, "ocupado", como fazê-lo ?
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Agora, você tem muita coisa e pouco tempo pra contar. Tudo se inverte duma maneira que também não é a ideal. Quantas grandes ideias já foram desperdiçadas por simplesmente não serem colocadas em prática ? O tempo não pára, diria Cazuza. Só faltou alguém dizer que além da inspiração também não acabar, conciliar duas variáveis imparáveis é complicado.
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Minha experiência pessoal é bem elucidativa. Desde quando comecei a trabalhar, parece que tudo pode gerar um texto. Uma experiência, uma capa de revista, uma situação. Mas muitas vezes me falta tempo para organizar minhas ideias no formato de texto. Em outras vezes sinto-me cansado demais para isso, e em algumas outras tenho afazeres obrigatórios diversos para cumprir. Logo, o texto é deixado de lado, injustamente - algo com o qual me sinto em dívida comigo mesmo.
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Ainda não consegui me habituar e conciliar com essa nova realidade. Sei que vou aprender, mas que seja logo. Antes que várias outras boas ideias sejam descartadas, sobretudo.