domingo, 30 de setembro de 2012

Como o Palmeiras, apesar de tudo, venceu a Copa do Brasil

No mesmo estilo do post anterior, no qual falo sobre como o Corinthians venceu as Américas pela primeira vez, acho justo falar sobre como o Palmeiras conseguiu o que muitos davam como impossível: vencer a Copa do Brasil com um time bem inferior a alguns outros adversários. A análise, aqui, é mais simples, já que envolve muitos nomes, um jogo específico e um aspecto do campeonato. Explico:
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Marcos Assunção
No dia do título, comentei no Twitter que nenhum jogador merecia mais um troféu que Marcos Assunção. Não me arrependo um segundo sequer do que disse. Jogador rodado, com um bom pé dinheiro e reconhecido, ele assumiu o risco de ir prum time muito pouco cotado pra tudo. Logo tornou-se ídolo por sua entrega em campo e por suas cobranças de falta próximas da perfeição. Assunção, então, ganhou a braçadeira de capitão e ergueu a taça de campeão. Nada mais justo e merecido.
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Hernán Barcos
Nos últimos tempos, o Palmeiras caracterizou-se por ser um time com falhas (mais do que a maioria de seus concorrentes), todas elas decisivas. Um desses pontos fracos sempre foi a falta de um centroavante eficiente, efetivo e verdadeiro. Para ficar nas comparações, o Corinthians teve Ronaldo e Liédson, o São Paulo teve Washington, Luis Fabiano e Borges - que também jogou no Santos, que contou também com André. Conntratado junto à LDU, o argentino chegou e logo notabilizou-se por ser um artilheiro. Os gols do Pirata muitas vezes salvavam um jogo ruim e toda a equipe e garantiam resultados vitais para a outra fase.
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Jorge Valdivia
O talento dele é inegável, mas ele adora perder o foco, ficar contundido e arrumar confusões e polêmicas (muito) desnecessárias. Na Copa do Brasil, o Mago mostrou uma faceta que ficou evidente no Paulistão de 2008 e estava sumida: quando ele quer, ele decide. E, nos últimos títulos palestrinos, foi ele o maestro. Basta ele continuar querendo, e querer cada vez mais.
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Luan
Sei que muitos palmeirenses vão rir dessa minha colocação, mas Luan é muito importante para o Palmeiras - ao menos era com Felipão no comando. Ele era o carregador de piano, que aguentava os burros enquanto as estrelas brilhavam. Para dar total liberdade a Barcos (o técnico gaúcho nunca gostou de livrar jogador nenhum de suas responsabilidades na marcação) e para não deixar Valdivia sobrecarregado, Luan se sacrificava, vinha buscar jogo e corria como um louco. Realmente a técnica nunca foi umd e seus fortes, mas sua entrega merece ser exaltada.
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Luiz Felipe Scolari
Gaúcho, copeiro e peleador. Mais do que uma simples frase, essa é uma frase corriqueira no Rio Grande do Sul, que adora exaltar seus feitos heróicos e contra tudo e todos. Felipão é gaúcho, é copeiro e é peleador, tudo isso em doses extremas. Ele faz de tudo para motivar seus jogadores, sabe blindá-los e sabe como formar uma família - o pentacampeonato da seleção brasileira em 2002 não me deixa mentir. Na Copa do Brasil, ele conseguiu motivar um time fraco e desacreditado, e transformá-lo em um time guerreiro e vibrante, que não precisou jogar bonito (e nem bem) para tornar-se campeão. Brilhante. 
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César Sampaio
Outra figura contestada, mas essa por não ser exaltada da forma que deveria ser reconhecida. Ao chegar para o cargo de gerente de futebol, então inexistente no Palmeiras, ele assumiu uma imensa bronca: chefiar todo o elenco profissional e intermediar as sempre tensas conversas entre o técnico e a diretoria - e imagine como não eram as conversas entre o tão expressivo e sincero Felipão e uma diretoria absurdamente irracional, perdida e acéfala. Mais do que ser o primeiro a ocupar um cargo tão importante, Sampaio deu as coordenadas: paciência, inteligência, sapiência e respeito. O time e o técnico passaram a se preocupar com o que faziam em campo, e a diretoria não interferia mais tanto na equipe. 
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Chaveamento
Sem querer tirar os méritos do Palmeiras na conquista, mas sua caminhada até as semifinais foi uma benção. Enfrentar Coruripe e Horizonte, com too respeito, é um começo dos sonhos. O Paraná até tem algum nome, mas o time não mete medo em ninguém há muito. O Atlético Paranaense tem uma camisa pesada, mas a fase na época do jogo era muito ruim - e o time estava nessa mesma toada. O time, então, empolgou. Começou-se a falar que o time era um na Copa do Brasil e outro longe dela - o que eu não acredito e nem sei como isso pode acontecer, mas enfim. O último fator que fez o Palmeiras tornar-se campeão veio nas semifinais
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Vitória contra o Grêmio em Porto Alegre 
O Imortal é muito mais time que o Palmeiras, e isso é ponto pacífico. Na época do confronto, porém, o Grêmio era inconstante: mostrava lampejos do belo time que se tornou com partidas apagadíssimas. Seja como for, vencer o time no Olímpico Monumental é sempre parada duríssima, e o Palmeiras conseguiu isso. Em quatro minutos o Palmeiras fez dois gols em Porto Alegre e selou a classificação para a final. E, por mais que o Coritiba também fosse mais time, o time ficou com cara de campeão após a vitória no sul. 
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A fase atual do time chega a ser desesperadora, é verdade. Mas esses pontos aqui em cima devem sempre ser lembrados, tal qual a campanha nem tão brilhante assim, mas muito aguerrida do Palmeiras na Copa do Brasil de 2012.

sábado, 29 de setembro de 2012

Como o Corinthians superou o trauma e venceu a Libertadores

Todos sempre alopravam os torcedores corinthianos graças ao fato do time nunca ter vencido uma Copa Libertadores da América. O dia 4 de julho, da independência americana, foi também a data da libertação de uma nação imensa, que pode, agora, colocar-se em pé de igualdade com seus rivais e sepultar seu mais antigo e temível fantasma. O passo-a-passo de como o Corinthians conseguiu isso é dado agora, em tópicos:
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A eliminação na Libertadores de 2011 para o Tolima
O clichê de que um ano começou no anterior nunca fez tanto sentido quanto nesse caso. Após a vergonhosa e inesquecível eliminação do Corinthians para o Tolima, a diretoria corinthiana decidiu manter o (muito) contestado técnico Tite para o restante do ano. Apesar da pressão inicial, a mostra de que a decisão fora acertada veio no final do ano, quando o Corinthians venceu o Brasileirão. O título sul-americano é a prova mais forte de que trabalho, planejamento, reconhecimento e paciência são as armas mais fortes que uma diretoria e um técnico podem ter. 
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A superação da mística
Ao menos eu acho que existe uma força maior que a lógica mostrada em campo, as táticas desenvolvidas ou o esforço físico dos atletas. Nélson Rodrigues clamaria o seu personagem Sobrenatural de Almeida, e eu acho que é por aí. Acho que o peso da camisa influencia muitos jogos, e possíveis fantasmas também tendem a aparecer em horas de aperto. O Corinthians superou essa mística. Brilhando nos 6x0 ate o Deportivo Táchira e jogando com seriedade e muita eficiência, via-se o time com espírito vencedor - ao contrário das impressões derrotistas que o time deixou nas eliminações para o River Plate em 2003 ou 2006 ou na já referida eliminação ante o Deportes Tolima em 2011. Isso requer um trabalho psicológico incrível, e Tite é merecedor de todos os elogios possíveis novamente. 
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O fraco Boca Juniors 
É óbvio que o Corinthians mereceu a vitória. Mas a final deixou bem claro que o seu rival era infinitamente inferior a ele, e só chegou até a final graças a sua pesadíssima camisa. Embora tenha grandes jogadores (Riquelme, Santiago Silva, Roncaglia, Viatri...), o Boca Juniors não era nem um esboço perto do campeão Corinthians. Para ilustrar isso, basta lembrar a derrota por 2x0 na Bombonera para o Fluminense, ainda na primeira fase, e o 0x0 ante o fraquíssimo Zamora - pior time da fase de grupo da Libertadores e que só conseguiu esse ponto ao longo de toda a competição. Na segunda fase, o time teve muitas dificuldades para passar pelo Union Española nas oitavas-de-final e passou jogando pior que Fluminense e Universidad de Chile nas quartas e semifinais. 
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Jogadores decisivos
A força coletiva do Corinthians é notável e indiscutível. Mas, quando isso não bastava, alguns jogadores assumiam a responsabilidade e decidiam. Quem fazia isso com maior regularidade eram Emerson Sheik e Danilo, que já fizeram gols importantes em outros times e adoram partidas históricas, marcantes e decisivas. Também é impossível não lembrar do gol de Paulinho contra o Vasco e de Romarinho contra o Boca Juniors
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Torcida
Um time com histórico ruim na competição e que não tinha um grande craque em campo. A estrela do time, na realidade, estava na arquibancada. Se não confiava em um ou outro jogador (basta lembrar a saída de Julio César para a entrada de Cássio no gol corinthiano ao longo da Libertadores) ou em Tite, a Fiel cantava mais alto para incentivá-lo - e dava certo. Embora pressionado pela mesma, o time sabia que a torcida estava ao seu lado. O resultado foi visto no último apito da competição. 
Ficam as lições para quem quiser ter uma conquista heróica e se livrar de antigas maldições com a mesma maestria com que o Corinthians execrou seu mais pesado encosto.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A pedrobialização de Fátima Bernades

Eu estudo Jornalismo e meu sonho é tornar-me reconhecido pelo que penso, faço, produzo e escrevo. Creio que todos os jornalistas são assim, um tanto quanto idealistas e muito apaixonados pelo que fazem. Mas existem alguns profissionais que sucumbem a outros bens tão importantes quanto o prazer pelo que se faz, como o dinheiro e uma infinidade de estabilidades. 
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Não gosto de falar que determinado grupo de pessoas é mais ou menos que outros em nenhum quesito. Existem sim pessoas que mudam o foco, e não cabe a nós julgar. Para mim, fica apenas o lamento em ver a mudança de foco e dois profissionais muito respeitados e que estão tomando um rumo que eu não gosto e jamais faria. 
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Pedro Bial já foi um jornalista muito respeitado. Sua cobertura do fim da União Soviética é histórica não apenas pelo fato no qual ele foi correspondente, mas também pelo excelente trabalho feito por ele. Na virada do milênio ele largou o Fantástico (que, cá entre nós, já nem era tão jornalístico assim) e passou a comandar o Big Brother Brasil - sem comentários como "o pior que existe na televisão brasileira" porque isso é subjetivo e raso demais, por favor. 
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Pedro Bial tornou-se um case (pra usar uma palavra em voga atualmente) de como perder toda a credibilidade construída em anos com apenas uma atitude - outro semichavão que eu acho bem questionável, já que ele não ficou menos competente e inteligente por largar os programas jornalísticos. Mas, depois de Bial, outra jornalista de renome largou os plantões e passou a bater cartão no entretenimento.
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Quando Fátima Bernardes anunciou sua saída do Jornal Nacional para um "projeto inovador e misterioso", todos ficaram curiosos. O que viria pela frente ? O resultado foi o programa Encontro, um retumbante... fracasso. De audiência, de qualidade, de credibilidade. 
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Já tentei ver alguns trechos desse programa, confesso. Não consegui ver muito mais que três minutos. A fim de fazer um programa no estilo Oprah Winfrey, Fátima junta a futilidade dos programas vespertinos com a total falta de orientação nas manhãs da TV Globo. Ela, de fato, conseguiu maior independência da figura de William Bonner, mas conseguiu a proeza de unir um IBOPE ruim e largar uma carreira de sucesso no Jornalismo para amargar fiascos no entretenimento.
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Para quem acha que Fátima Bernardes era "apenas" uma âncora/apresentadora de telejornal, sugiro que se informe a respeito da cobertura dela acerca  do pentacampeonato mundial de futebol do Brasil para mudar essa visão errônea. 
Como amante do Jornalismo, lamento a escolha que os dois fizeram, mesmo sabendo que cada um sabe de si. Mas Fátima parece que errou a mão ao tentar ir para o mesmo caminho que Bial. 

Árbitros: bodes expiatórios, fracos, malditos... mas corajosos.‏

Ontem acompanhei o grande jogo entre Seattle Seahawks e Green Bay Packers, que fechou a terceira semana da NFL. A partida foi definida em um erro abismal da arbitragem, que anotou touchdown (a marcação de pontos máxima no jogo) ao invés de uma interceptação (roubada de bola, que daria a vitória ao time adversário) tendo duas chances para corrigir o erro e todos os aparelhos eletrônicos disponíveis - no futebol americano, a regra permite a consulta a televisões. Eis que nada mudou, e o grande jogo acabou mesmo sendo decidido em uma lambança das zebras - apelido dos árbitros do esporte.
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Como ficou claro, não é só no futebol da bola redonda que os árbitros erram, erram muito e erram lances absurdos. A grande verdade é que quem está lá para fazer justiça muitas vezes comete injustiças. Ora, eles são humanos, e humanos são falíveis, nada mais normal. A pergunta que muitos andam se perguntando é: eles estão errando demais ?
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Creio que todos aqui concordam que sim - eu inclusive. Mas gostaria de pensar e propor um pensamento contrário: com tantas câmeras, tanta pressão, tanta coisa que cerca uma partida seja lá do que for, os árbitros não estariam sobrecarregados ? Poucos pensam nisso. Qualquer torcedor de arquibancada de qualquer esporte fala mal do centroavante que perde um gol feito, do pivô que erra um arremesso de dentro do garrafão, do oposto que erra uma paralela ou de um quarterback que erra um passe de cinco metros. O que os leva a errar, além de dificuldades técnicas e impossibilidade pontuais, é a mesma pressão que os árbitros de qualquer lugar sofrem. A diferença é que os atletas, no imaginário popular, são passíveis de erros, mas os juízes, os justiceiros de cada modalidade, não. 
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A teoria faz todo sentindo e essa é a lógica. Mas... já repararam que todos os árbitros ficam no mesmo local que os atletas ? A visão de cada um deles tende a ser bem semelhante a de quem os contesta ou os apóia por motivos clubísticos. Creio que o primeiro passo para termos arbitragens melhores seria a adoção de juízes fora do gramado, com direito a aparatos tecnológicos capazes e o suficiente de julgar se uma bola entrou ou não ou se a cesta foi de dois ou de três pontos. Sem a emoção da quadra ou do gramado poderíamos ter decisões mais frias e racionais - e melhores.
Não preciso nem comentar sobre o quão urgente é a profissionalização de árbitros (falando de Brasil) para uma qualidade melhor dos mesmos - e de quem precisa de qualidade deles. Isso é óbvio e difícil é encontrar argumentos plausíveis (sem bobagens como "erros de futebol dão graça aos jogos") para quem defende os esportes em si. Isso, inclusive, ajuda a entender o porquê do referido erro no jogo de ontem - os juízes da NFL entraram em greve no começo da temporada e quem está apitando são os juízes das ligas universitárias. Isso não é motivo, mas explica porque os erros estão ficando tão frequentes na liga.
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Mudanças nas arbitragens de todos os esportes precisam acontecer com alguma urgência. Se humanos são falíveis, a Justiça não pode ter tantos erros como estamos vendo. 
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PS: comecei a escrever esse post na terça-feira e só consegui concluí-lo agora. De lá pra cá acabou o lock-out dos juízes da NFL e eles voltaram a ação. Na partida entre Baltimore Ravens e Cleveland Browns, os árbitros do jogo foram aplaudidos de pé pelo estádio, lotado. Quem diria !

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Pequena homenagem a grandes pessoas

Dizem que é nas horas ruins que vemos quem é nosso amigo e quem é nosso conhecido; quem é que está conosco ou quem não está; quem está ao nosso lado ou não. Eu concordo, mas faço uma observação importante: essas pessoas não precisam ser tão próximas nem ser tão íntimas para ser especiais nem ser importantes. Na realidade, eu aprendi isso. 
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Três das pessoas que lembraram-se de mim após esse texto foram pessoas queridas, mas que não são as pessoas mais próximas de mim. E isso, amigos, não é demérito nenhum, por uma série de fatores - o principal é que proximidade não mede amizade, gratidão, sentimento ou cumplicidade. Essas pessoas são os grandes, amigos e pessoas, Felipe Faverani, Thiago Nacao e Larissa Reis. O primeiro perguntou se eu estava bem (e isso pode ser simples, mas faz uma diferença danada pra mim) por comentário e pessoalmente; o segundo me proporcionou uma grata surpresa ao me mandar uma SMS perguntando se eu estava bem; a terceira deixou um comentário muito especial que destaca-se nesse blog tão despovoado.
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Outra pessoa também perguntou de mim. Mais do que especial, ela é única; mais do que incrível; ela é perfeita. Mais... mais do que tudo, ela é tudo pra mim. E, além de minha namorada, ela é minha melhor amiga. Obrigado, amor !
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Sei que corro o risco de alguns virem mostrar alguma preocupação para comigo, a partir de agora, por algum interesse escuso. Chato, mas sei ver quem mente ou não, qual a intenção da pessoa ou não. Agora, fica a grande atitude que essas três pessoas tiveram comigo, e que jamais será esquecida. 
Nota do blogueiro: eu queria fugir desse título, que mais parece um plágio mal-feito do programa "Pequenas Empresas Grandes Negócios", da TV Globo... mas, convenhamos, o post tudo tem a ver com o seu título, e, por isso, o mantive.

sábado, 22 de setembro de 2012

Eu jamais faria o que Gilson Kleina fez

Já falei aqui da minha admiração pelo técnico - mais precisamente do quanto eu andava admirado com o que ele fazia com a guerreira ("de paz e de guerra") Ponte Preta. Confesso que fui pego de surpresa quando ele aceitou a proposta feita pelo Palmeiras a ele. E, ah, quanta decepção eu tive com essa notícia. 
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Vale lembrar que antes do Palestra sondar fortemente Paulo Roberto Falcão e contratar o antigo técnico da Macaca, o presidente pontepretano, Sérgio Carnielli, disse que não liberaria Kleina de jeito nenhum. Pressionado pelas notícias, por uma equipe esmagadoramente mais histórica e pelo dinheiro envolvido na disputa, ele teve que ceder. 
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Gilson era, verdadeiramente, um rei em Campinas. Um homem trabalhador, carismático e inteligente que fez a Ponte voltar a figurar entre as grandes equipes do país e dar muito orgulho ao torcedor. Ele jogou isso no lixo saindo da equipe dessa forma, dizendo desde o primeiro instante que queria ir para o Palmeiras. Ele comentou que "queria dar um salto na carreira", e essa desculpa não me convenceu. O salto da carreira já tinha sido preparado ano passado, quando chegou-se a noticiar que ele havia assinado com o Fluminense. O tal salto ganhou força com o acesso pontepretano à série A do Brasileirão e com a incrível eliminação protagonizada pela Macaca contra o Corinthians em pleno Pacaembu, no Paulistão de 2012. 
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Essa campanha simplesmente avassaladora da equipe campineira era apenas a confirmação do salto, por assim dizer. Serviu para dizer que o Brasil já tinha mais um profissional competente no banco de reservas, capaz de fazer um planejamento exemplar, motivar seus jogadores e criar uma verdadeira família. Ele também mostrou que sabe formar um conjunto com peças pouco razoáveis e extrair o máximo de cada atleta. Um profissional praticamente completo. 
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Porém, não podemos esquecer que a Ponte Preta não tem a banca e o cartaz do Palmeiras. Não há a mesma pressão, não tem o mesmo clima de competitividade e tudo que é feito não é visto pelo grande público. Me pergunto se Gilson Kleina pode lidar com essa atmosfera totalmente nova e hostil.
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Se já tenho dúvidas sobre o quanto ele suportaria a pressão no Verdão, imagine agora com o time na zona de rebaixamento, 8 pontos átras do último time que não cai. É uma situação desesperadora, que nem um técnico campeão mundial foi capaz de aguentar por muito tempo - imagine o pobre Gilson Kleina. Se nem Felipão foi capaz de motivar e cuidar de tudo que o cercava, o que Kleina pode fazer ? 
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É óbvio que Gilson Kleina pode transformar-se num ídolo palestrino instantâneo e salvar a equipe - "ídolo" ? Creio que taria mais pra "milagreiro". Mas as chances de isso dar errado são muito maiores que as de dar certo, ao meu ver. Seria muito melhor pra ele ficar na Ponte até o fim do Brasileirão e aí sim ver o que fazer da vida. Seu trabalho estaria valorisadíssimo e não seriam poucos querendo contratá-lo, com condições muito melhores e capazes de lhe darem muito mais dinheiro. 
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Também vale lembrar que, historicamente, é muito mais difícil fazer um bom trabalho com a Ponte Preta do que com o Palmeiras, apesar da má fase do time verde nos últimos tempos - uma rápida visita às salas de troféus das duas equipes deixa isso escancarado. Que feito, Kleina ! E você colocou tudo a perder !
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Além dos erros cometidos por Kleina em instâncias que são de sua alçada, relembro de alguns fatos aqui. Hoje, o time do Palmeiras é muito pior que o da Ponte. A diretoria do Palmeiras é uma verdadeira vergonha, capaz de errar em tudo que faz e não ter um pingo de planeamento em seu sangue. Também existem fortes suspeitas de um "dedo-duro" que vaza qualquer problema pra imprensa dentro do CT do time, e as organizadas são capazes de quebrar o que verem pela frente em caso de resultados ruins. Creio que a torcida sabe que a culpa pelo desempenho vexatório da equipe é da diretoria, mas nunca se sabe o que pode acontecer com o Palmeiras. Basta uma alteração que resulte desastrada ou que a torcida não goste que a casa de Kleina cairá num piscar de olhos. 
Kleina deve enterrar sucessivos resultados espetaculares e um trabalho fora de série para cair para a série B por um time grande. O "salto na carreira", ao menos para mim, já foi dado, mas ele pode recuar novamente se não conseguir um milagre - e milagres são difíceis. Péssima decisão.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Semaninha do caralho

Deu tudo errado. Tudo o que eu não gosto aconteceu, tudo de ruim que eu sequer imaginava também aconteceu... parece que tudo não tem como ficar pior. Ou melhor, parecia que não tinha. Ao longo dessa semana eu aprendi que, sim, tudo que é ruim pode piorar. 
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E, pra piorar o que já era ruim, não houve o que me segurasse. Deu muita coisa errada em muitas áreas da minha vida, o que me traz insegurança. raiva e tristeza. É horrível. 
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E, se bem me conheço, essa situação só vai melhorar no domingo que vem. As coisas podem se ajeitar até lá, mas a data para eu respirar aliviado e poder dier "ufa, acabou", é essa. Vamos ver como eu aguento até lá. 
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PS: Foi só eu começar a escrever esse post e eu recebo uma linda surpresa. Que os ventos mudem e tudo possa melhorar !

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Unidos do Peruche 2006 ~ "Santos Dumont – Brasil e França navegando pelos ares"

Agora, tô estagiando na Zona Norte de São Paulo, em uma assessoria de imprensa. Desço na estação Carandiru do metrô, na avenida Cruzeiro do Sul. E praticamente todos os dias me pego cantando esse belo samba da Peruche ao ver a placa da avenida. Vale dizer que a escola acostumou-se a subir e cair no último milênio e, em 2006, falando sobre Santos Dumont, foi a primeira a desfilar (disparadamente o pior horário nos desfiles) no sábado de carnaval e ficou numa honrosa décima colocação, mantendo-se no Grupo Especial para o ano seguinte. Um pouco do desfile e samba aqui, e a letra é essa:
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"Luzindo, o Cruzeiro do Sul
Vem a Velha Guarda saudar
Abençoar as baianas
Que sorrindo vão girar 
As rodas do tempo
Embalando a emoção 
O passado está presente
Fruto da imaginação 
Santos Dumont
Fez a vida mais feliz 
Concebeu o 14 Bis
No desejo de voar 
Nas asas da esperança
Rasgou céus e rasou mares 
Eis aí Brasil e França 
Navegando pelos ares 
Luzes coloridas
Nesse quadro cultural
Brilham e a Cidade Luz
Vira a Paris tropical
O menino passarinho
Deixou seu ninho e ganhou o céu 
Um ilustre brasileiro
Pra quem tiro meu chapéu 

Quando o som da bateria... ecoar 
No pulso firme o relógio vai marcar 
O tempo que o surdo faz 
O toque de marcação 
No compasso do coração 

Uma explosão de energia 
Regeu em seus dias
Loucura e paixão 
Amores e a moda francesa 
Os sonhos não foram em vão 
Hoje, a luz da poesia
Acende a alegria 
Ao comemorar 
Cinquenta anos de glória 
Clareia a história
De tão lindos carnavais 

Essa noite anuncia 
Tem show no ar, e a Peruche é atração 
Cheia de graça, inovando onde passa 
Levando à massa o respeito e a tradição"

Fraqueza

Fazia tempo que eu não sentia tantos tipos de fraqueza em um só dia. Senti a fraqueza de ver o "tentar fingir estar bem" sucumbir ante o "tá tudo ruim mesmo. Também senti a fraqueza de saúde, que faz os braços ficarem dormentes e a diabetes ficar perigosa. A fraqueza mental então, aquele cansaço louco que te fazer querer sua cama mais que a sua própria vida... 
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O mais irônico de tudo é que o que muitos acham que é o maior símbolo da fraqueza significou hoje a maior luta da mulher mais guerreira que eu conheço. Tenho muito o que aprender com ela, já que até quando ela acha que é fraca ela tem uma fortaleza por dentro. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Animação e cansaço

Hoje foi um dia muito bacana. A despeito do cansaço de ir pra faculdade, voltar pra São Caetano e ir até a Visconde de Inhaúma logo cedo não é algo que eu recomende pra ninguém, muito menos pra mim mesmo. Mesmo com esse detalhe, tiro coisas boas: as fotos de ótima qualidade, a entrevista que fiz com meu amigo (a despeito de não respeitar padrão nenhum recomendado pela faculdade) e a animação de quem estava na pracinha e só queria mesmo era se divertir. 
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Cansado e já com algum mau-humor graças a isso, é ótimo ver minha namorada e ficar um tempo, por menor que seja, com ela. Encontrá-la, seja no metrô por cinco minutos, é daquelas coisas que fazem qualquer dia valer a pena. Hoje conseguimos ficar um pouco mais juntos, conversar, abraçar, beijar um pouco mais. Não o suficiente (na realidade nunca é o suficiente), mas algo pra fazer do dia algo bom, não importa o que venha depois.
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Tudo fica ainda melhor quando você revê no lugar mais improvável possível uma amiga que há muito não via, que mora longe e que por um acaso estava por lá. Saber o que ela faz da vida, me manter atualizado sobre alguém que tornou-se distante (não importa o grau de amizade que tínhamos ou temos) também ajuda.
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O trabalho, até mesmo o trabalho, tem sido algo gratificante. É excelente chegar, saber o que fazer e simplesmente fazer, sem interrupções ou atitudes grosseiras - e, além disso, sentir que todos lá estão no mesmo ritmo e querem falar das mesmas coisas.
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Na volta, outro encontro ao acaso com um amigo. Repete-se aqui o que foi dito no terceiro parágrafo, com a diferença de que tal pessoa esteve presente na sua vida por anos, que passaram há algum tempo. As lembranças da pré-adolescência voltam com tudo e, por mais que eu prefira o presente ao passado, um pouco de saudodismo não mata ninguém. 
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Cheguei em casa radiante com tudo isso. Eis que as obrigações acadêmicas me impedem de colocar toda a minha alegria no papel decentemente, ou explorar um tema de forma inspirada. No fim, o cansaço venceu novamente. Mas, ah, como é bom se sentir bem ao menos por algum curto período de tempo !

domingo, 16 de setembro de 2012

A Copa (de quem manda) no Brasil

Ao contrário de muitas pessoas, sempre fui favorável à Copa do Mundo no Brasil. Aos que falam de problemas sociais, corrupção e qualquer que seja o motivo para ser contrário ao evento, respondo: a quantidade de dinheiro que entrará no Brasil graças ao torneio é um montante que, talvez, nós nunca tenhamos visto na história nacional. Dinheiro desviado é um problema que não é exclusivo da Copa e politicagens da FIFA não podem entrar nesse cômputo, pois o Comitê Organizador sempre soube que as bizarras exigências existiam.
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Mas não posso deixar de registrar minha indignação com o rumo absurdo que os símbolos da Copa estão tomando. O logotipo propriamente dito foi o primeiro dessa série simbológica a sair. Muito criticado, não foi o meu sonho de consumo, mas achei passável - por mais que a ocasião merecesse algo bem melhor. 
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A palhaçada começou com os nomes sugeridos para a bola da Copa. Carnavalesca, Bossa-Nova e Brazuca desagradaram a todos desde o primeiro tempo. É uma visão clichê e superficial do país, que só agrada para quem deseja propagandear o país de qualquer jeito quando poderíamos escancarar de vez o Brasil para o mundo - algo que a China fez muito bem nas Olimpíadas de 2008. 
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Vale dizer que a bola deveria se chamar Gorduchinha, nome que ganhou muita força nos bastidores para homenagear um dos maiores narradores esportivos de todos os tempos, Osmar Santos. Desde quando ficou-se sabendo que a bola não teria o nome que todos desejavam, todos sentiram-se traídos e revoltados. 
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Aí veio o mascote. Um... tatu-bola ? Ok, é um animal bem característico da fauna brasileira. Mas, ao meu ver, deveríamos ter algo mais imponente e marcante. Isso sem contar no design dele, que mais parece um Digimon.
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Hoje saíram os nomes para o terrível mascote. Pasmem: as opções são Amijubi, Fuleco ou Zuzeco. Eu queria estar brincando, mas não estou. Dá a impressão que a mãe das SNZ definiu tais nomes de tão bizarros.
Das duas, uma: ou o Brasil se sujeitou a pressões externas (leia-se FIFA) para ter símbolos tão idiotas e sem nexo com a nossa cultura, ou aqueles que mandam no país desprezaram totalmente os anseios populares e pretendem fazer uma Copa do Mundo ao seu bel prazer. Quem perde, como sempre, é a maioria. Coisas do Brasil - o país da Copa. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Primeiro !

Sabe amor, eu faço toda a questão do mundo de ser a primeira pessoa te dar parabéns no dia certinho, sem antecipações ou atrasos. Não faço isso pra parecer especial ou pra querer chamar a atenção: faço isso porque você merece todo o meu esforço de, duma forma ou de outra, querer fazer algo importante (mesmo que seja algo tão banal) nessa data tão especial pra você - e, consequentemente, pra mim também. 
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Às vezes eu lembro de tudo que a gente já passou juntos, sejam coisas boas ou ruins, e, meu... prum casal que já passou por cima de tanta coisa, eu tenho certeza que um belo dia vou te ver de véu e grinalda falando, no fundo dos meus olhos, "sim" ao ser perguntada se você me aceita como seu legítimo esposo. Tenho saudades dos tempos que bastava cruzar algumas ruas pra te ver, mas sei que o metrô nos ajuda demais para nos vermos com frequência. E, bem, conto os dias pra que o fim de semana chegue logo, da mesma forma que odeio quando você vai pra Ibiúna e eu fico com saudades suas. 
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Saudades suas, aliás, que "só" existem a partir do momento que nós nos despedimos até a hora na qual nos encontramos novamente. Como eu te disse, parece que quando eu te digo tchau uma parte de mim se vai, e ela só volta pra mim quando eu te reencontro. Tenho certeza que isso acontece porque você já é uma parte de mim. A melhor, a maioria, a mais feliz, a mais bonita, alegre, contente... a parte que faz o restante querer seguir em frente. 
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Eu queria que você soubesse o quanto eu te amo, mas, assim, só um pouquinho... é tanto, e tão intenso, que eu tenho certeza que não existe sentimento maior e mais bonito no mundo que o meu por você. Eu me apaixono a cada dia e cada vez mais por você a cada momento no qual passamos juntos, seja conversando pela internet ou pessoalmente.
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Pra você ou só posso desejar tudo de bom, porque, olha... se tem alguém que merece tudo que existe de bom no mundo é você, não tenha dúvida. Quero que você saiba também que eu me sinto o homem mais feliz do mundo ao seu lado, pois sei que a melhor mulher do mundo anda de mãos dadas comigo na rua. Sei o quanto você é competente profissionalmente, excelente pessoa e demais em tudo que faz, mas, olha, tenho certeza que o seu melhor lado é como namorada, simplesmente porque você é perfeita nesse papel. 
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Eu te amo, e quero que o seu dia seja especial demais. Vou me concentrar pra que tudo seja perfeito pra você. Também quero participar de toda a sua vida da maneira que participei desses quase três anos, dessa nossa maneira que só nós entendemos e gostamos tanto. Você é tudo pra mim.
O meu parabéns acompanha um imenso obrigado por tudo que você representa na minha vida.  

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A eleição das redes sociais

Após passar mais de um semestre trabalhando com mídias sociais, me tornei (ainda) mais chato ao analisar e procuar referências a esse tipo tão novo e fascinante de comunicação. No tempo que fiquei em casa e acompanhei o horário eleitoral gratuito, pude reparar o quanto as diversas plataformas dessa espécie começam (mesmo que bem pouco nesse início) a tornar-se uma importante ferramenta para obter votos. 
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Em São Paulo, a candidata à Prefeitura Soninha Francine (PPS) exalta demais seus programas na internet, disponibilizando a íntegra de comerciais, materiais e programas em seu canal no Youtube - algo, aliás, que muitos candidatos estão fazendo. Ela também é muito atuante em suas redes sociais pessoais, sobretudo no twitter.
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Porém, um partido destaca-se por seu amplo apoio às midias sociais, complementando muito bem seu horário no rádio e na TV. Todos os candidatos a vereador na capital paulista do PMDB podem, logo abaixo de seu nome, colocar a URL de seu Facebook ou de seu Twitter para os eleitores saberem mais sobre suas propostas. Em tempos nos quais a maioria da população tem acesso a internet, é uma sacada muito inteligente e pioneira dos coordenadores da campanha peemedebista. 
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Para terminar, o candidato a prefeitura de São Caetano do Sul do mesmo PMDB lançou seu jingle - viciante, inclusive. Eis que o refrão da canção começa com os sugestivos versos "É pra curtir, é pra compartilhar" - ações muito familiares para qualquer pessoa que saiba o mínimo no Facebook.
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Na cidade do ABC Paulista também ocorreu o maior anti-exemplo de redes sociais em campanhas políticas: o vídeo que tirou Edgar Nóbrega (PT) da campanha à prefeitura municipal, divulgado no Youtube. Ele negocia o apoio de seu partido ao partido governista e... o resto é história. 
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Resta agora saber como tais estratégias serão aceitas pelo público em geral. Em tempos nos quais o interesse pela política em geral está baixíssimo, deslocar o conteúdo dos candidatos da TV e do rádio para qualquer outro lugar pode ser um tremendo erro - ora, quem vai buscar informações e projetos na internet quando pode se fazer tantas outras coisas ? Por outro lado, é uma tentativa, e qualquer tentativa deve ser valorizada. Ao investir em redes sociais, é visível a preocupação dos candidatos com seu público mais jovem - público esse que historicamente carrega a esperança de renovação e correção do eleitorado e de seus representantes. 
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Em eleições passadas já tivemos cases com redes sociais, ainda que timidamente. Marina Silva, a grata e grande surpresa das eleições de 2010, usava (e usa até hoje) constantemente seu Twitter para propagar suas ideias. Dilma Roussef e José Serra ameaçaram seguir pelo mesmo caminho, mas abandonaram suas vidas cibernéticas tão logo o pleito acabou. Nos EUA, Barack Obama reforçou seu carisma e sua aproximação dos jovens eleitores nas eleições americanas de 2008 ao tornar-se hard user de Twitter.
É cedo para falarmos algo, mas, mesmo assim, é um momento decisivo. Se esses candidatos emplacarem boas votações, as redes sociais virão com tudo para a eleição de 2014. Se não, podemos ter mais uma boa ideia relegada ao segundo plano eternamente, e fecharemos ainda mais portas para novas iniciativas na politicagem nacional.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Os programas de governo dos prefeituráveis de São Caetano

O título do post diz tudo. Gostaria de reiterar aqui que não falarei da eleição em si (tumultuadíssima, quentíssima e cheio de entreveros), pois o pleito e todos os fatos que o cercam merece uma postagem especial - especialíssima, na realidade.
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Pela minha ordem de preferência (e minha consequente simpatia, e minha consequente cola para votar), os candidatos:
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Paulo Pinheiro
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É, basicamente, um projeto palpável. Nenhuma intervenção maluca ou obra faraônica: é um programa até certo ponto ousado, mas a ousadia consiste em demandar melhor a parte humana do governo e facilitar os trâmites burocráticos. E, claro: é o único candidato que cita incentivos a AD São Caetano, grande vitrine da cidade - estamos no Brasil, e de nada adianta ter o melhor IDH do país se não temos mais um time no Brasileirão, infelizmente. 
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Pontos fortes: macrovisão muito bem feita pelo candidato; apoio ao time da cidade; facilidade dos projetos e humanização dos mesmos; continuidade do que já ocorre de bom na cidade no atual governo. Alia-se tudo isso a experiência legislativa do candidato com a vontade dum partido imenso nacionalmente a ter uma cidade estratégica para seus planos no país.
Pontos fracos: falta de ousadia ao não propor sequer um grande projeto.
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Fernando Turco
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Como único candidato de oposição, o socialista quer uma cidade mais justa e igualitária - mais do que promessa de campanha ou diretriz do seu partido, isso fica bem nítido no plano de governo do candidato. Não sou socialista, mas gostei bastante das propostas e das ideias do prefeiturável - o que é proposto para o transporte público, por exemplo, é simplesmente perfeito. Entretanto, o candidato perde pontos ao ser tão contrário a verticalização da cidade. Ora, pra onde São Caetano vai crescer se não continuar sua verticalização ? E, ora, como colocar em prática qualquer projeto se não continuar crescendo, seja da maneira que for ?
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Pontos fortes: humanização das propostas; olhar novo para a cidade; tdo relacionado ao transporte público
Pontos fracos: a radicalização em não desejar e não deixar de maneira alguma a verticalização da cidade.
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Edgar Nóbrega (in memorian)
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Coloquei-o aqui por alguns motivos: para dar voz a um candidato atuante na cidade; para mostrar o quanto uma certa candidatura forte não tem pé nem cabeça e em respeito a quem foi corajoso o suficiente de colocar o PT na disputa numa cidade historicamente burguesa. Seu projeto de progama era bem frágil e confuso, mas gostei de ver as propostas para a área da saúde e a vontade de Egar em aliviar os impostos municipais e aliviar, assim, a tributação sobre os munícipes.
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Pontos fortes: propostas para a saúde pública; vontade de aliviar a carga tributária municipal
Pontos fracos: dificuldade de leitura de seu programa, muitas ideias sem pé nem cabeça; desconectividade das propostas.
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Regina Maura
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Programa de governo (ou o mais próximo que ela chega disso)
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A candidata que representa a dinastia Tortorello mostra uma fraqueza sem igual em suas parcas propostas para uma cidade que o PTB conhece tão bem. Pra começo de conversa, ela disponibiliza suas propostas em vídeos (algo inovador, é bem verdade) curtíssimos, com menos de um minuto e meio cada. Será que é possível governar São Caetano com tão poucas propostas ? Em seu site, ela também disponibizou vídeos sobre quatro áreas de atuação. A educação, por exemplo, não tem vez em suas propostas. O transporte, idem. Ela simplesmente não tem propostas, não quer fazer nada, não tem o que fazer nessas áreas ? Acha que tais pontos estão perfeitos na cidade e não são necessárias intervenções, será ? Desmotivante. 
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Mandei um e-mail para a coordenação da campanha pedindo acesso a um projeto de campanha dela por escrito e completo, com propostas para todas as áreas. Não obtive resposta, logo, penso que a candidata não acha necessária a interação com os eleitores nem interferir nas áreas que já citei. 
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Pontos fortes: vídeos com as propostas.
Pontos fracos: faltas de propostas para muitas áreas importantes; poucas propostas apresentadas no geral, falta de um programa completo para ser disponibizado para o eleitorado; falta de interação com quem solicitou informações. 
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Quero com essa postagem explicar minhas motivações para votar em quem vou votar (o que está óbvio com o meu texto) e, também, facilitar o trabalho de busca dos sulsancaetanenses átras das propostas dos candidatos da cidade. Também relembro que Edgar Nóbrega não está mais concorrendo à prefeitura graças ao vídeo no qual ele é flagrado negociando monetariamente o apoio do PT a gestão do atual prefeito José Auricchio Junior, em 2009.
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Vote com consciência, vote bem e pense em toda a cidade ao teclar os dois números escolhidos antes de digitar "confirma".

Novamente empregado

Não gosto de sair falando por vários motivos e anuncio apenas quando termino o primeiro dia de expediente. Uma vez finda a labuta, falo pra vocês que estou estagiando de novo. 
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Ainda estou me acostumando a nova empresa, que tem algumas ramificações importantes - eu ainda não sei se pertenço a esse ou aquele grupo, mesmo sabendo quem são meus companheiros na empreitada. Aos poucos vou me adequando e me acostumando com tudo
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As diferenças para o meu antigo estágio são gritantes. O lugar é muito diferente, as pessoas idem, o esquema de trabalho, o clima... é tudo diferente demais, nem parece que fazem um trabalho semelhante. Ao menos sei que os clientes com quem trabalharei são muito mais a minha cara do que eram os antigos, e, apesar de demandarem mais ou menos trabalho, são grandes empresas. 
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Ah, uma coisa não muda: eu chego cansado em casa da mesma forma, num grau de saturação que fica difícil até mesmo se manter acordado depois do jantar.

domingo, 9 de setembro de 2012

Ainda bem que a gente tem a gente

Eu tava com tanta saudade de você, tanta saudade, amor ! É ótimo te ver após um feriado longe, é ótimo conversar com você pessoalmente e não por SMS's - que ajudam, claro, mas nada como te ouvir e saber que você também tá me ouvindo. E não importa qual seja o assunto, eu tô aqui pra te ouvir. Seja sério ou não, seja uma besteira... vale tudo, tudo é bom com você !
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Essa noite eu vi (mais uma vez) que não importa o que aconteça, é você que tá sempre comigo - como diz o título dessa postagem, uma frase que eu até comentei com você, dizendo que faz todo o sentido. Seja pra comer pão e tomar café com leite, seja pra tomar a matéria da sua faculdade, pra te dar selinho até dizer chega, te abraçar pelo pescoço e ficar conversando um assunto qualquer... sério, você é demais !
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Eu te disse que eu achava impossível um dia eu amar tanto alguém quanto eu te amo, mas você mudou essa minha concepção antiga. Você é tudo pra mim. 

Eu simpatizo com trabalho bem feito

Depois que comecei a cobrir jogos (para quem não sabe, faço um freelancer na área de narração esportiva), passei a me flagar tendo algumas torcidas enrustidas por alguns times. Na realidade não por times, mas sim por algumas fases de clubes - por time todo mundo sabe quais clubes eu torço, por quais eu tenho simpatia e quais os dois clubes que eu não aguento ver na frente. É uma relação estranha, mas que passa basicamente por um único ponto: o trabalho. 
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Como eu não tenho muito o que torcer para a imensa maioria dos times, gosto de analisar a situação (ainda que empiricamente, na minha própria mente) de cada um deles. A diretoria, o técnico, o grupo de jogadores... essas banalidades que poucos dão importância. E percebo que existem trabalhos muitos bem feitos Brasil afora. Esses trabalhos contam com o meu apoio e, porque não, tem minha torcida para que durem e sirvam de exemplo.
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O exemplo mais clássico de trabalho bem feito no futebol brasileiro para mim, hoje, está em Campinas. Gilson Kleina e a sua Ponte Preta me conquistaram duma forma que eu não sei explicar. Acho formidável o que o técnico fez com a Macaca: transformou um grupo bem mais ou menos com um ou outro destaque em um time. Mais, muito mais: um time encaixado, com padrão de jogo e com muita vontade, dificílimo de ser batido. Edson Bastos é um goleiraço; Cicinho é um lateral-direito que talvez não se encontre mais no futebol brasileiro, Diego Sacoman, Ferron e Thiago Alves tem muitas qualidades; Baraka chegou do Mogi-Mirim e mostra um futebol que me agrada demais; Marcinho costuma dar trabalho; Roger é o eterno homem-gol pontepretano; Giancarlo é um grande centroavante reserva; Rildo e Luan compõem muito bem os flancos ofensivamente. Gilson Kleina tem um elenco bom montado por ele e, mais do que isso, tem esse elenco na mão. É um excelente projeto - que já dá resultados surpreendentes.
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Trabalho não de técnico, mas de diretoria, encontra-se no sul do país. Mais precisamente, no Alto da Glória. Desde a chegada da diretoria do atual presidente Vilson Ribeiro o Coxa tem uma cara: contratar técnicos que gostem de trabalhar com jogadores jovens. Foi assim que Ney Franco reconduziu a equipe para a primeira divisão nacional após pegar uma equipe em frangalhos, foi assim que Marcelo Oliveira levou o Coxa a duas finais seguidas de Copa do Brasil e foi assim que a diretoria, ao demitir Marcelo, chegou ao nome do "desconhecido" Marquinhos Santos. Desconhecido para nós, mas a diretoria coxa-branca sabia muito bem aonda está pisando: Marquinhos era o técnico da seleção brasileira sub-17 - ou seja, ele sabe trabalhar com jovens. Hoje, os paranaenses desceram 3x0 no Flamengo, que é a antítese das equipes que falarei aqui: é desorganizado, desarrumado, não tem projeto nenhum, é uma equipe sem garra e sem brio e que não faria muita falta no Brasileirão do ano que vem se for pra fazer esse papel vergonhoso que vem fazendo nesse ano - tanto dentro quanto fora de campo.
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Com toda a pompa e todo o nome aparece também o Corinthians, que jogou hoje. A atual situação política do time, com Mário Gobbi na presidência sucedendo seu "padrinho" Andrés Sanchez, explica o bom momento da equipe. Tite foi eliminado pelo Tolima na Libertadores passada e pela Ponte Preta no Paulistão desse ano. A diretoria confiou no técnico quando nenhum corinthiano aguentava mais o gaúcho. Resultado: um Brasileirão e uma Libertadores da América - sonho de consumo da equipe alvinegra. Óbvio que não torço para o Corinthians, mas reconheço todo o trabalho feito pelo técnico e pela diretoria na manutenção desse trabalho tão bem tocado, e o trabalho pode ser medido pelos incríveis resultados que a equipe vem conquistando. 
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Falei apenas de times que jogaram hoje, mas faço duas ressalvas para equipes que ainda não atuaram: o Náutico tornou-se um time de refugos muito bem organizado e praticamente imbatível nos Aflitos; e a Portuguesa de Geninho ganhou uma cara nova, bem diferente do time rebaixado no Paulistão. Com atacantes (Araújo e Kieza; Bruno Mineiro e Ananias) muito bons, volantes (Souza, Elicarlos, Martinez; Léo Silva, Moisés, Boquita) que chegam muito bem à frente, laterais (Lúcio, Patric; Luis Ricardo, Marcelo Cordeiro, Rai) de alguma qualidade e zagueiros (Ronaldo Alves; Gustavo, Rogério) minimamente competentes, essas equipes saíram do limbo e sonham hoje com vagas na Copa Sul-Americana - sonho bem palpável e possível, diga-se. No caso da Lusa, temos ainda o pentacampeão mundial Dida, toque de experiência no go, rubro-verde e com muita qualidade apesar de sua idade avançada.
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Também são muito bons os trabalhos de Atlético Mineiro e Fluminense, mas não falo desses pois tais equipes tem muito mais visibilidade e dinheiro que as que mais me fascinam no momento - com a óbvia exceção do Corinthians.
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Não falei de nenhum craque nesse texto. Talvez seja execrado por elevar tanto jogadores de nível técnico tão discutível - e eu tenho ciência disso. O texto apenas mostra que não é tão difícil quanto se pensa montar um time de verdade com um elenco apenas mediado. E, claro, a minha constatação óbvia: alguns nomes precisam parar de ser achincalhados por aí.

sábado, 8 de setembro de 2012

Santos 1x2 São Paulo, Paulistão 2003

Muitas vezes eu tenho algo planejado e acabo não fazendo o que planejei por um motivo bem babaca: começar a navegar no Youtube e, muitas vezes, recordar da minha infância. E boa parte das minhas memórias de infância estão ligadas ao futebol, sobretudo ao meu São Paulo. Hoje não foi diferente.
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Vendo alguns vídeos anteriores, vi os gols da partida que entitula esse post. Muitos talvez nem lembrem do jogo, já que ele ocorreu na primeira fase de um dos Paulistões mais estranhos que eu me lembro. Mas, ah, eram dois timaços. O Santos tinha boa parte dos garotos que deram o Brasileirão de 2002 pro Peixe e o São Paulo era a equipe que brilhava - quando a partida não era decisiva nem era contra o Corinthians. 
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Voltando ao Paulistão: ele foi transmitido pela Globo e pelo... SBT. Num dos últimos sopros de grandeza da emissora de Silvio Santos, o canal 4 paulista conseguiu os direitos da transmissão do certame, o que não foi digerido bem para a TV carioca - o jogo de estreia do campeonato, entre Santos e Santo André, teve um intervalo de 40 minutos graças a uma imensa pendenga no intervalo, inclusive com a Globo querendo cortar o sinal do SBT. Também acrescento que as transmissões do SBT foram excelentes, com narradores do calibre de Paulo Andrade e Dirceu Marchiori. 
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O campeonato em si era bizarro. Eram 3 grupos com 7 equipes, com o improvável número de 21 times. Em toda rodada havia um jogo duma equipe grande às 11h do domingo (!) para deixar as emissoras satisfeitas - lembro dum Internacional de Limeira e São Paulo nesse horário que doía apenas de ver o Sol, imagine jogar.
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O grupo 1, que tinha o Palmeiras, terminou com a liderança da União Barbarense. O grupo 2, de São Paulo e Santos, teve como ponteira a Portuguesa Santista - hoje na quarta divisão estadual. Já o grupo 3, do Corinthians, foi vencido pelo São Caetano. 
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Lembro que o jogo do post me marcou demais, já que eu sempre fui apaixonado pelo São Paulo e a equipe não vinha correspondendo, sobretudo em grandes jogos. Naquele dia tudo foi diferente, porém. Robinho jogou muito, o Santos era uma verdadeira seleção, mas o São Paulo tirou forças sabe-se lá da onde (já que tomou um pau boa parte da partida) para vencer - e eliminar o Santos ainda na primeira fase.
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Os reflexos desse jogo, possivelmente, são vistos até hoje. Minha aficção quase que doentia por Luis Fabiano vem muito do golaço que ele fez na partida, e o considero mais ídolo que Rogério Ceni pois o goleiro falhou feio no gol santista - é idiota sim, mas explique isso prum garoto de 11 anos... e o que um torcedor sente uma única vez jamais é esquecido. 
Você pode ver o compacto do jogo aqui - e eu espero que você tenha alguma lembrança daquele campeonato que foi muito mal-organizado, mas foi emocionante até dizer chega. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sobre o hino da Independência

Muitas pessoas dizem que a canção é mais bonita que o próprio hino nacional - não sei se concordo ou não, me limito a dizer que acho as duas músicas lindíssimas. Mas me pergunto hoje se todos sabem que, durante 9 anos, o que hoje é o hino da independência foi o próprio hino nacional. 
Como a música é de D. Pedro I (com composição de Evaristo da Veiga), ele logo outorgou sua canção como hino do país cuja proclamação de independência foi feita por ele. Quando ele abdicou ao trono em favor de seu filho sua popularidade estava em baixa e a música era muito ligada ao agora ex-imperador. A canção, então, desceu alguns patamares no panteão de símbolos nacionais e o atual hino nacional, composto ainda em 1822 mas que "não pegou" quando de sua autoria, foi reconhecido como principal música brasileira. 
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Outra história interessante: o hino da independência foi feito por D. Pedro ainda no dia 07/09, na cidade de Santos, por volta das 16h. 
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Vale dizer também que o Brasil é o único país do planeta que tem um hino especialmente feito para homenagear sua independência. Alguns países colonizados fizeram músicas para celebrar sua emancipação de suas respectivas metrópoles, mas eles foram logo alçados a condição de hino nacional. 
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Seja como for, a canção é espetacular. A letra está aqui em baixo e você pode conferi-la aqui:
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"Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil."