sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Adeus aparelho.

Parece que um longo tempo com determinado problema passam imperceptíveis. Você acaba se acostumando, e só se lembra que o tem quando perguntam. Mesmo ao ser indagado, fala um " Ah, tenho sim ", como quem nem pensa muito no assunto. E problemas, acreditem, eu tenho muitas. Cito dois. Um que tenho e outra que até ontem, tinha.
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O primeiro, infelizmente, não tem cura. Quando falo que sou diabético, as pessoas ficam até mais assustadas que eu quando soube da doença. Elas perguntam se é difícil, das insulinas e se não sinto falta de doces, sobretudo. A resposta é praticamente padrão " eu já acostumei, tomo 4 injeções de insulina por dia mas nem sinto nada mais e tem muitos doces diet hoje em dia. " O que é custoso pra mim é fazer o destro duas vezes por dia, furando o dedo pra ver a quantas anda sua glicemia no exato instante. Mas sempre deixo passar.
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O outro problema, o que já não tenho, era o aparelho bucal. Parece que tirá-lo, após 7 longos anos, foi um carma resolvido na minha vida, mesmo que eu já nem me desse conta que ele estava lá a alguns anos. Ainda tenho que usar uma contenção fixa e outra móvel, sendo que ambas são discretíssimas e passam quase batido. E novamente, quando mostrei o resultado para meus familiares e amigos, eles ficaram ainda mais felizes que eu. " Nossa, que sorriso lindo ! " e " Nem se repara que você ficou tanto tempo com o aparelho " são respostas que já ouvi bastante, o que me anima bem.
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Vai entender essas reações. Minha mãe diz que nunca me surpreendo e nem me desespero. Prefiro assim. Até para ver a surpresa e o espanto dos demais com mais clareza. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Valeu a pena.

O quão é chato acordar numa ter-feira as 5:55h da manhã ? Mais, o quão é incrível o dom da surpresa humana e saber que o dia mudará da água pro vinho ? Tais fatos são de fato incríveis, e puder vive-los neste dia 10 de fevereiro, que para muitos pode ter sido apenas mais um dos 365 dias do ano de 2009m nas pra fim foi especial, em dois motivos tolos mas que pra mim marcaram.
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A aula não foi um deles, já adianto. Não comi nada de especial. Até comi, dois pedaços gigantes de chocolate diet. Mas mesmo assim, não ultrapassou a tênue linha entre a normalidade e a antologia de um fato. O que me animou são dois fatos ainda mais comuns que os dois que falei. 
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Após ver a sequência de sitcoms no SBT ( Um maluco no pedaço e Eu, a patroa e as crianças ), fui fazer a coleção da escola, ou intocáveis como gostam de dizer. O problema é que, de acordo com o calendário de aulas, hoje seria dia de fazer matemática e química, somente. Até enrolei, refazendo algumas folhas de filosofia e álgebra e iniciando a redação. Mas cansei e fui pros finalmentes. E eu, exímio aluno de humanas e postulante a uma vaga em comunicação, não é que consegui fazer tudo ? O momento mágico foi o último exercício avançado de química orgânica, cheio de raciocínios lógicos e conceitos de propriedades atômicas. Ao terminar o exercício, de primeira, da forma correta, senti uma imensa sensação de prazer, indescrítivel. Cansado intelectualmente, fui dormir.
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Acordei as 18:20, e imediatamente lembrei que a data amrcava um grande amistoso entre Brasil e Itália, em Londres. Acordei e, pasmem, menos de 30 minutos e a seleção canarinha vencia por 2x0, gols de Robinho e Elano. Mas isso não foi o que mais me surpreendeu. Foi a tranquilidade da seleção, jogando bonito e colocando a Itália na roda. A seleção terminou 2008 goleando de maneira histórica Portugal, e começou 2009 vencendo de maneira incontestável a Itália. 
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Felipe Melo, contestado, jogou muito. Daniel Alves atuou improvisado como meia direita e atuou bem ao lado de Maicon. Elano surpreendeu, marcou um tento e apareceu bem também pelo lado direito. Marcelo, que já adianto que não acho jogador pra seleção, atuou bem como lateral esquerdo também. E tudo isso com a sombra de Felipão colocando em risco o cargo de Dunga, que de maneira espantosa, contornou a pressão e conduziu muito bem o time.
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Sou dos poucos que ainda briga pela seleção e gosta de ve-la atuar. Num país que tem, acredite, mais fãs da Argentina que do próprio país, cada vitória canarinho, por pior que seja, é uma lavada de alma em mim. E essa não foge a regra. Pra coroar uma bela terça-feira, que poderia ser monótona. Até foi. Mas soube se destacar.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Conversando com uma amiga, acabei me recordando da quantidade de histórias que o futebol do interior paulista possui. Nenhum outro estado é tão pródigo em contos quanto São Paulo. Citei o caso dos times " a volta dos que não foram ", o São Caetano da década de 90 que subiu pra primeira divisão paulista estadual e caiu no ano seguinte, e que depois voltou em 2001 já como time conhecido. Esse ano, temos o Oeste de Itápolis, que era da série A1 em 2003 e ninguém se lembra, cando em 2004. Hoje o time está bem no campeonato, e certamente não cairá pra série A2 novamente.
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A feliz coincidência de tudo isso é que no mesmo domingo ocorreu na metrópole caipira o maior clássico do interior brasileiro. Guarani e Ponte Preta duelaram no Brinco de Ouro da Princesa, casa brugrina. E foi um jogo sensacional, de longe a melhor partida do campeonato até agora. A chuva que caia em Campinas aumentava as pitadas de dramaticidade que o jogo adquirou conforme as chances iam sendo desperdiçadas. Aos 47 do primeiro tempo, Danilo Neco abre o placar pra Macaca num pênalti muito bem batido. 
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O segundo tempo prometia. E a promessa foi atendida logo aos 9 minutos, quando Maranhão efetuou um cruzamento da direita e Fernando Gaúcho acertou de voleio em cheio, pras redes do goleiro Aranha. Um golaço como há muito o derby não via, e o Bugre comemora o empate em sua casa. Porém, um clássico é essencialmente dualista, com heróis e vilões se confundindo. O mesmo Fernando Gaúcho, artilheiro nato, camisa 9 do Guarani, faz um gol contra num escanteio vindo da esquerda, e a Ponte salta pra frente no placar de novo aos 15 minutos da segunda etapa. Placar que, aliás, não informa o nome do time pontepretano, e sim apenas " AAPP ", de Associação Atlética Ponte Preta, as iniciais do time. Rivalidade em estado puro.
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Exatamente 5 minutos depois, o meia Cléverson, vindo do banco bugrino, acerta um chute quase do meio de campo no ângulo do goleiro Aranha, empatando de novo a partida, que acaba termimando empatada. Um singular confronto, certamente o melhor clássico de Campinas neste milênio.
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Mais um capítulo da rica história futebolística interiorana tinha acabado. Saudosismo é algo que se bem usado pode ser um excelente artifício, como agora. O Guarani pode não ser o de Careca, Zenon e Bozó. A Ponte pode não ser mais a de Dicá, Oscar e Waldir Perez. Não querendo comparar, mas o Guarani de hoje em dia tem Maranhão, Plínio, Dairo, Douglas e Fernando Gaúcho. A Ponte tem Aranha, Bia, Kim, Danilo Neco e Rodrigo Ninja. Temos que dar valor ao que temos hoje. E essa rivalidade campineira é fabulosa, engrandecedora. Parabéns as duas equipes que fizeram um grande duelo pelo Paulistão. E que continuem fazendo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fazia tempo que eu não me via numa situação dessas, de encessitar escrever para desafogar uma angústia. Pior é ver que os mesmos erros levam a mesma impressão lacônica. E eu sinceramente não entendo como uma madrugada de sexta-feira pode ser tão controversa.

Algo que eu não entendo e abomino em algumas pessoas é a mudança repetina de humor. Como num espaço de 4 dias uma menina altamente falante e simpática se transforma numa criatura que apaga o teu scrap sem responde-lo e diz que não conversa mais direito por que " tá com uma preguiça ", numa terça a tarde ?

O pior é ver que no mesmo espaço de tempo ela te mandou no mínimo duas mensagens automáticas para diferentes assuntos. E o incrível é que a pessoa que não sai de sua memória é a menina que tu conheceu, falante e que até disse que era a versão masculina dela. Prefiro não dizer que se trata do velho caso no qual a primeira impressão é a que fica, e sim que talvez o problema seja comigo.

Nas minhas outras investidas, diga-se assim, eu também não venho tendo muito sucesso, com uma única excessão, isolada por muitos fatores, aliás. Mas o caso da menina que comecei o post é de longe o mais incrível. Como pode um papo piorar tanto num curto tempo, ou como pode as primeiras impressões atrapalharem tanto ?

E no fundo eu sinto que ela é a diferente, a que pode dar um rumo pra minha vida.

A única conclusão que cheguei é que não é amor, paixão, ou qualquer sentimento afetivo que fosse. Ainda. Se ela não tivesse tanta preguiça, talvez já fosse. E eu já não sei se isso é bom ou ruim.

Poucas vezes na minha vida sento tão feliz em minha casa após um grande tempo sem computador frequentemente. Normalmente, as férias de verão são uma sequência de viagens familiares chatas e sem graça. Num primeiro instante parecia que essa sina iria se repetir. A viagem para o interior de São Paulo, mais precisamente para a pacata Lençóis Paulista foi totalmente sem graça. Até fiquei feliz em não ter ficado dois dias lá, e só. Depois ainda iria para o Rio de Janeiro ver alguns parentes. Em outros tempos isso também seria algo modorrento, pois ficávamos pouco tempo e nem saiámos de casa, na zona Norte da cidade. Minha mãe falou que esses 10 dias seriam de turistas na cidade maravilhosa. E realmente foram. Porém, não sabia que seriam dias cinematográficos e inesquecíveis. 

Chegamos no sábado, dia 10. Após uma viagem turbulenta até o aeroporto do Galeão, vimos que estávamos no Rio de Janeiro ao sair do ar condicionado do lugar. A distância entre o saguão e o o carro do meu primo, que não era de 60 metros, testemunhou cerca de 5 reclamações minhas. Também pudera, saímos de uma manhã fria em São Paulo para pegar 28 graus as 10:40h da manhã no lugar, isso com o tempo totalmente encoberto. 

Ao chegar e depois de dormir após o almoço, combinamos de ir passar o fim da tarde na praia de Copacabana. Não para tomar Sol, apenas para mostrar que de fato seríamos turistas no período. Eu, que nunca fui para o local, fiquei simplesmente maravilhado com o céu, a areia, o mar, a orla, o povo, o famoso calçadão. Tudo era divino, perfeito. Para completar, vimos alguns amigos na praia do Leme e matamos a saudade nos intervalos do futebol de areia. Após a tradicional sessão de fotos, comemos na rua Nossa Senhora de Copacabana uma pizza à francesa. Não sabíamos o que era e isso quase deu início a uma confusão, logo encoberta pela atendente que explicou do que se trata: comer sem pratos, na própria bandeja. Nesse dia eu vi que essa estadia seria longa e divertida. 

Domingo realizei um sonho de infância: conheci a Marquês de Sapucaí. Fomos ao ensaio técnico no sambódromo ver a Caprichosos de Pilares, a Grande Rio e a minha amada Beija-Flor de Nilópolis. Ver a bateria, as passistas, o samba comendo solto, tudo isso no setor 1 me deixou fascinado. A Caprichosos, que torço pra que volte ao Especial executou pela primeira vez a canção que eu tenho como tema pela minha passagem no Rio: o samba da escola do ano de 1985, entitulado " E por falar em saudade ", que se tornou célebre com o refrão " Tem bumbum de fora pra xuxu, qualquer dia é todo mundo nu... ". Confesso que não prestei atenção no samba desse ano da escola de Pilares, e que gostei de sua bateria e de sua rainha. A Grande Rio virá forte e com um samba que certamente melhorará na Avenida, já que a escola levou uma grande torcida à Sapucaí. A Beija-Flor, que dificilmente terá Neguinho, virá certamente disputando o tri, com uma força do chão nilopolitano contagiante, e com o mau-humor quase folclórico do diretor de carnaval Laíla. Porém o que mais me chamou a atenção foi ver a quantidade de pessoas que me paravam ao ver que estava cantando o samba entusiasmadamente, e como eu sabia a letra de cor. Conhecemos pessoas de todos os cantos da cidade, o que me alegrou bastante. Faça calor ou faça frio, é sempre carnaval no Rio, diria alguém. No mesmo dia conhecemos mais de perto a integrante caçula da família, a pequena Sophia, de 1 ano. Conhecemos também o prédio de meu primo Fábio e minha madrinha Carolina ( presença sempre constante, aliás ), sendo que ele, sua mulher Maíze e a pequena filha foram conosco na Sapucaí e viram boa parte dos ensaios. No almoço, churrasco com piscina pra começar um dia que se encerraria perfeito na passarela do samba. 

Ao visitar o Corcovado na segunda-feira, conheci algumas daquelas figuras anônimas que não saem da minha cabeça. A senhora que tinha medo do trenzinho, a bela carioca que não gostava de praia nem de Sol e o gaúcho que tinha vitiligo, por exemplo. No dia de receber o abraço do Cristo Redentor, minha mãe não conseguiu tirar a foto clássica com os braços abertos graças a claridade do Sol, que estava fritando a todos no algo do morro. Foi dos poucos passeios que a madrinha de minha mãe e que acabou virando a madrinha de todos nós pode ir junto, e apenas isso valeu a ida. A vista é algo deslumbrante, e isso nem precisaria citar aqui para todo mundo saber, creio eu. 

Dentre os passeios com vistas excepcionais, pode-se incluir o Pão de Açúcar, onde pudemos ver tudo bem melhor graças ao tempo nublado e ao horário das 18:00h onde fomos. A emoção de subir o morro da Urca e o pão de Açúcar foi indescritível, e poder tirar fotos com tranqüilidade e sem Sol no local idem. Mais a tarde, ameaçou chover e, com medo de um eventual acidente como ficar parado no ar, descemos mais rapidamente que o esperado. De estação em estação, vimos um francês que tinha certamente mais de 200 picadas só ao longo da perna. Para eles, tudo é festa. Mas que os pernilongos realmente são desagradáveis ninguém discute. No penúltimo dia na Guanabara, fomos ao Mirante Santa Marta, das mais belas vistas do Rio. Após um longo percurso por dentro da Floresta da Tijuca onde ficamos perdidos um bom tempo, tivemos uma vista incrível da enseada do Botafogo, com uma panorâmica geral da cidade. Incrível. Para coroar o passeio, indo para o carro vimos uma iguana, mostrando que a beleza do lugar é realmente natural. 

Por pouco não fui ver um jogo no maior estádio do mundo pelo fato do Carioca começar 3 dias depois da minha volta pra terra bandeirante, mas ao menos fui fazer uma visita ao Maracanã. Conheci a calçada da fama, os vestiários, o campo e pude observar o estádio inteiro do alto logo ao sair do elevador. Certamente, das visões que mais mexeram comigo na viagem. O passeio foi acompanhado de perto pelo meu primo Fabio, com a filha Sophia, o que foi motivo de muitas histórias, conversas e algumas fotos antológicas, como o chute no ar dele que eu defendi. 

Como todos sabem, eu, louco por carnaval, não podia deixar de ir em locais que representavam a maior festa popular do planeta. Fomos a quadra da Imperatriz Leopoldinense em Ramos, bairro aliás onde fiquei nessa minha estadia lá. A energia é incrível, as mulheres são lindas, a bateria é espetacular. O esquenta durou algumas boas 2 horas, com sambas antigos de carnavais passados. Quando o ensaio ia começar de fato, foi cantado o hino da Imperatriz, o já tradicional “ Você Pagou com Traição “ de Beth Carvalho e o esquenta oficial do Cacique de Ramos. O clima era de desfile, todos ficavam arrepiados. Isso sem contar nos vídeos que fiz dos comandados de Mestre Marcone e da sensacional foto com duas mulatas da Leopoldina no local. No dia seguinte, ainda voltei para conferir o ensaio da bateria na rua, ainda mais de perto. O som do surdão batendo pulsando junto com o meu coração era uma sensação que eu só tinha ouvido falar, não sabia que era tão divino assim. Sem contar nas diversas passadas que demos em frente ao Palácio do samba mangueirense, e dos barracões de outras escolas de samba menores. Lamenta-se apenas não ter ido na quadra da Beija-Flor, mas ir à noite para Nilópolis é realmente um sacrifício que por vezes não é compensado, e preferimos não arriscar. 

Fechando os pontos que qualquer turista sempre visita no Rio, fomos aos arcos da Lapa. Mais do que isso, pegamos o bonde de Santa Tereza e fomos até o Largo do Guimarães, local onde temos um intenso comércio local, muito bonito por sinal. Voltamos antes de anoitecer e tiramos fotos na escadaria Selaron, também na Lapa. Para fechar o dia, comemos na pizzaria Guanabara, onde segundo minha prima Carolina e seu marido Marcelo ( que obviamente foram no passeio ) os famosos tem aficção pelas redondas de lá, que de fato são muito apetitosas. 

Mesmo nos dias que não saí acontecia algo de bom. Minha mãe foi no Mercadão de Madureira sem a minha pessoa e de lá trouxe um relógio para mim, coisa que estava necessitando a algum tempo. Quando ela e o Fábio foram ao Saara, ganhei a minha camisa do carnaval 2009 da Beija-Flor. Aliás, mesmo não indo aos conhecidos pontos turísticos do Rio de Janeiro eu me divertia. Na véspera do feriado de São Sebastião minha mãe voltou ao Saara, dessa vez comigo. Compramos camisas e panos das mais variadas espécies, e minha mãe comprou pra ela uma camisa da Imperatriz, escola do coração dela. Na Avenida Rio Branco, comprei uma camisa retrô do Vasco da Gama, relembrando Roberto Dinamite ( maior artilheiro da história do clube carioca ). 

O outro objeto que comprei lá foi um mascote do São Paulo, num estande de um ateliê no shopping Rio Sul. Aliás, shopping foram um ponto que eu me surpreendi positivamente no RJ, e muito. Dos 3 que visitei ( Norte Shopping, Rio Sul e Nova América ) gostei muito deles, amplos e com muitas lojas. Não sabia da cultura deles de grandes centros comerciais de classe média, e gostei muito. 

Histórias nesses 10 dias não faltaram. Pra começo de conversa, tomamos banho de balde alguns dias. Devido ao consumo bem maior que o normal, provavelmente a pressão da água não agüentou e causou transtornos. Logicamente, eu fui o primeiro. Ao ver que durante o banho a água estava caindo mais lentamente, peguei um balde e joguei inteiro pra tirar o condicionador da cabeça. Haja visto o calor escaldante na cidade, foi um alívio e no mínimo engraçado. Tomar banho com dois baldes regulando a água virou uma diversão sem fim pra mim. Eu também quase deixei a janela do meu primo Romeu, nosso anfitrião, cair. Fui fechar e a dobradiça quebrou na minha mão. Chamei a filha dele e a minha mãe e elas consertaram, enquanto eu suava pensando “ To aqui e fiz merda, que lindo. “ 

Aliás, graças a água que não estava tão confiável provei as iguarias culinárias mais gostosas de minha vida, certamente. E não foi nada requintado. Pelo contrário, simples demais, até. O arroz, feijão, fritas e o bife acebolado da casa Maranguape ( um boteco de esquina de Ramos, não se iluda pelo nome ) se saiu muito melhor que a encomenda, nos fazendo almoçar lá 3 vezes. Certamente o melhor feijão que já comi em minha vida, sendo que todo o resto estava muito bom também. As vezes, certos problemas nos trazem algum retorno bom, como foi o caso. 

Aliás, a mesma Casa Maranguape foi cenário do último dia da viagem, onde quase ficamos na cidade por um tempo maior. Estávamos lá quando uma chuva torrencial começou, por volta das 13h. Como tínhamos que estar no aeroporto até as 17:50h, pensávamos que ela não iria atrapalhar. E ela não parava. A rua onde estávamos estava inundada alguns quarteirões pra frente. De fato ficamos ilhados. Ao conseguir pegar um táxi ( um Santana para 4 pessoas e 4 malas grandes, onde uma veio deitada sobre o Fábio e sobre mim e outra foi inteira no colo da Ellen ) nos demos conta da tempestade que caia. A Avenida Brasil estava totalmente inundada, e estavam assaltando a todos na Linha Vermelha na altura do bairro do Caju, pois não tinham locomoção possível para escapar. Chegamos ao Galeão pegando ruas totalmente alternativas. Lá, mais calmos, fizemos o balanço altamente positivo da viagem. Aliás, lá eu recebi um olhar de uma carioca anônima que eu dificilmente vou esquecer, que até meu primo percebeu. 

Entramos na sala de embarque nos despedindo do Fábio, e antes que a saudade começasse a bater recebemos uma ligação do meu pai. As únicas palavras que eu consegui entender foram “ Nasceu, nasceu ! “ e a ficha caiu. Eu ganhei a minha segunda irmã. Graziela nasceu bem, após uma gravidez abençoada da Sandra. O parto foi cesária e hoje estarei indo ao Santa Joana conhece-la. 

Apesar de tudo isso citado acima, o melhor sem dúvida foi a estadia. As pessoas que revisitamos. Afinal, o que faz uma viagem não são os lugares pelo qual passamos, e sim as pessoas que conhecemos. E com isso, deixo o meu agradecimento a dona Carmen, Romeu, Denize, Igor, Clara, Fábio, Carolina, Maize, Marcelo e Sophia. Conhecendo de fato o Rio, tão maravilhoso, com pessoas tão maravilhosas foi encantador. 

Já falei que essas férias davam um filme. Certamente um filme de Hollywood, onde tudo acontece, algumas coisas dão errado mas o final é sempre feliz.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Eu ainda existo, calma.

Após o desligamento do PC aqui em casa no início de Dezembro até esse dia primeiro de Janeiro, se foi quase um mês inteiro. E não foi qualquer mês. Foi o último, o derradeiro e festejado Dezembro. Foi o mês no qual eu vi o quão bom foi 2008. Passar direto na escola, enquanto alguns nomes carimbados repetiram ( raridade na escola, aliás ), sendo 15 no terceirão e um número pouco inferior no segundo ano. Parece que até a escola mudou pra 2009. Haja visto que até a língua mudou com suas reformas, isso não seria um choque. Chocante foi a guinada que a própria vida deu nesse ano.

Antes de sair de férias, fui duas vezes na Globo em 3 dias, nas gravações do Programa do Jô e do Altas Horas. Conheci nomes do naipe de Jô Soares, Benito di Paula, Bira, Serginho Groismann, Denise Fraga e da bela Bruna Marquezine, por mais juvenil que seja. As gravações do programa do " gordo ", como ele mesmo se entitula, já foram ao ar na mesma semana. Já o Altas vai ser apresentado dia 31, e eu certamente aparecerei na TV, ficadica. 

Pena que o período de festas foi conturbado. No dia 24 ao ir ceiar na casa do meu tio, quase ficamos presus duas vezes em diferentes enchentes na Vila Prudente e na Mooca. Tava vendo a hora que começaríamos a comer arroz branco dentro do Celta do meu pai. Mas escapamos e chegamos a tempo. Depois, passei fiação, instalei antenas e coloquei internet na nova casa do meu pai. Ao chegar em meu quarto dia 31, montei o PC inteiro, liguei TV, DVD e rádio ( novo, por sinal \o ), e principalmente instalei o home theater do PC pra ouvir minhas músicas, algo que sentia falta.

Presentes foram agradáveis e em número razoável. Uma infindiade de camisas e shorts, um Egeo, um Quartz e um sem fim de chocolates diets. Tá ótimo. Porém o melhor presente veio exatamente na virada de 2008 pra 2009.

Não teve nada demais, talvez seja só ilusão minha. Mas o astral que dominou aquela noite foi impagável. Não sei o por que, mas foi. Ao comer um bolo de cocô que minha mãe fez, fui à janela da minha sala e refleti rapidamente na vida. Os fogos foram a trilha sonora perfeita, alegre e celebrativos como só. Naquele momento, bastou a mim agradecer e relembrar que não fiz pedido algum no reveillon passado, e decidi manter a linha para ter um 2009 ainda melhor que o ótimo 2008.

Mas não seria muita prepotência de minha parte pedir para me esforçar mais, me stressar menos e passar num vestibular de alguma faculdade federal ? Não, não seria. Com trabalho vai-se ao infinito, e é isso que tomarei como base nesse ano. Vi que realmente estou me tornando respeitado pela minha família quando minha mãe falou que os limites para o PC acabaram e que terei carta branca para sair mais. Mas, principalmente, quando me deram a chance de abrir a champagne pela primeira vez. Não pensei duas vezes em agita-la e deixa-la espumando para no segundo da virada, estoura-la. Foi um momento único para mim. 

Prefiro dizer que não foi 2008 que acabou bem, mas sim que 2009 começou de maneira excepcional. E esse ano promete MUITO. 

Aquela vibe pra vocês.