domingo, 1 de fevereiro de 2015

Os smartphones mataram os relógios

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Nas duas últimas noites eu saí com minha namorada e meus amigos - isso explica a ausência de postagens por aqui, aliás. É claro que cada saída e cada pessoa tem suas particularidades, mas atentei para algo ontem que já tinha pensado tempos atrás e ratifiquei. O pensamento é o título desse post, aliás. 
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Vi, nas duas últimas noites, cerca de trinta pessoas - que estavam nas mesas onde eu estava. Nenhuma delas tinha um relógio de pulso. Enquanto isso, entre conversas, risadas e mordidas em comidas, as pessoas usavam o celular freneticamente, muitas vezes mostrando algo nele para seus amigos. Também vi duas pessoas viradas uma para a outra e mexendo no aparelho. O pior: já vi isso muitas vezes que, para mim, deixou de ser curioso. É chocante.
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A maioria (para não dizer todos) os smartphones tem em sua tela inicial (a que é desbloqueada) o celular, em fontes garrafais, para quem quiser saber que horas são. E, cada vez mais, os celulares são utensílios indispensáveis para todo mundo - para a vida pessoal, profissional, educacional e qualquer complemento para a palavra "vida" que você queira encaixar aqui. 
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O mais engraçado é que, em tese, é muito mais fácil ver as horas por um relógio de pulso que por um celular. Basta você olhar para o próprio braço no relógio; enquanto no celular você tem que, no mínimo, apertar um botão - isso quando não precisa tirá-lo do bolso. Isso só reforça o que disse no título - e o grau de vício que temos nos nossos aparelhos.
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Hoje em dia, relógio tem como utilidade o status e a ostentação. Usar um Rolex ou uma marca cara te deixa mais bonito e com uma aura de único, com bom gosto - uma espécie de hipster clássico. Talvez só eles saibam o quão mais fácil é ver a hora em um relógio, talvez eles não gostem de celular. Mas não se vê mais um relógio que não seja de uma marca conceituada em pulso nenhum.
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De bandeja, os smartphones também mataram uma das interações sociais mais antigas que existem. Ao menos eu não vejo há tempos uma pessoa perguntando que horas são para a outra. Fico me perguntando quantas pessoas e casais não se conheceram com essa inocente pergunta - e que, consequentemente, nem se conheceriam nos dias de hoje. 
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Daqui a pouco surge algum aparelho que vai matar o "será que vai chover?"...
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