terça-feira, 6 de março de 2012

Ahmadinejad, o novo Jesus Cristo

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Uma matéria do Jornal Nacional, que fala sobre um cristão que negou o islamismo no Irã, tornou-se viral redes sociais país afora. Entre tantas outras coisas, fala-se de conceitos triviais das duas maiores religiões monoteístas do mundo, e, claro coloca-se o desconhecido e a minoria (ao menos aqui no Brasil) como vilã da história. Mas... será que eles são mesmo tão cruéis assim, e nós somos tão bonzinhos ?
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Deixo bem claro, antes de mais nada, que sou contra religiões e, obviamente, sou contra qualquer tipo de morte ou pena graças a elas. Logo, quando falo mal do cristianismo, falo mal também de todas as outras religiões, sejam elas quais for. Também falo aqui que não tenho nada pessoal contra ninguém graças a sua esoclha religiosa - apenas, repito, acho errado seguir qualquer tipo de crença em qualquer entidade superior.
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Pois bem, pensemos aqui: a matéria da Globo coloca os árabes muçulmanos como vilões da história. De fato, matar uma pessoa graças a sua religião (e, sobretudo, por simplesmente negar uma religião dominante) é algo que beira a insanidade de tão desprezível. Nos dias de hoje, algo desse naipe ser cogitado é algo que coloca em xeque qualquer crença na evolução do pensamento humano - é um retrocesso histórico de ideias. Mas não pense que você, cristão, não tem culpa nisso.
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Basta retomar a história bíblica para ver o quanto você é seguidor duma religião que também matou várias e várias pessoas por elas negarem a deus. O antigo testamento mostra bem isso, quando mostra que Moisés (na tradição cristã, o escolhido de deus) cometia, entre outras coisas, roubos, estupros, pedofilia e um genocídio que deixaria Hitler de cabelo em pé. Para efeito de comparação, todo homem cananeu (etnia surgida dos israelistas após o Êxodo) e toda mulher que não fosse virgem do mesmo grupo étnico. Já as virgens deveriam tornar-se escravas (sabe-se lá de que tipo) do grupo de Moisés - deve ser daí que Lampião tirou ideia para o seu grupo saqueador no Nordeste. Isso é tão grave quanto matar uma pessoa por ela não seguir determinada religião, certo ?
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Novamente comparando: enquanto Moisés, a mando de deus, matou várias pessoas, Lúcifer (satanás, belzebu, diabo, chame como quiser) matou seis pessoas contadas no antigo testamento. Ora, quem seria pior ?
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E agora aparece Mahmoud Ahmadinejad, o presidente iraniano que ameaça matar (ou, infelizmente, já matou) o cristão árabe Yousef Nadarkhani. Uma atitude deplorável do iraniano, é óbvio. Mas negar a realidade cristã de antes é tão horrível quanto.
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A discussão poderia ganhar um ótimo pano de fundo: o quanto as religiões, infelizmente, ainda pautam a política do planeta - e o quão destrutiva qualquer religião é. Mas claro que a conversa mudou de foco: para todos, os muçulmanos são vilões, homens-bomba e culpados por uma infinidade de coisas, desde o aumento do preço do petróleo até as mais diversas pragas que a ciência não consegue explicar. Vivo dizendo que enquanto o Ocidente e o Oriente não conhecerem-se, respeitando suas diferenças, viveremos nesse eterno lamaçal ideológico, sem paz e sem sapiência suficiente para termos uma vida com um pouco de inteligência. E, novamente, essa questão ganha um contorno dramático.
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Revelado o lado cristão que ninguém comenta e reforçado o lado islâmico que todos já conhecem, fica a pergunta: você vai continuar tendo fé matando, indiretamente, outras pessoas, ou vai passar a acreditar que quem faz o seu próprio caminho é você, e não algo ou alguém superior ?
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