domingo, 29 de março de 2015

Mal-agradecido

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Você sempre acha que tá tudo bem até uma situação extrema chegar. No meu caso, a mais extrema das situações me colocou na parede e me mostrou que, por melhor que eu tente ser, eu sempre vou ser um mal-agradecido. 
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Crédito: http://migre.me/pdrth
Ao entrar no Facebook de manhã, vi uma postagem da minha madrasta dizendo que o macho do seu casal de Pinscher morreu. Ele já estava velho (14 anos) e era nítido que ele iria falecer em breve, mas a notícia sempre nos choca. 
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O Juninho (sim) tinha seus problemas desde o nascimento, como a falta dos dois dentes inferiores frontais, o rabo mal cortado e alguns fios grisalhos. Ele, que sempre foi barrigudo, emagreceu do nada e começou a ficar com os pelos amarelos (os da parte inferior do corpo, que todo Pinscher tem) muito esbranquiçados. O recado, infelizmente, era óbvio. 
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Juninho (e a Bianca, a fêmea do casal) foram os primeiros cachorros com quem brinquei após levar uma mordida no tornozelo de um Poodle Toy chamado Toffee, o que me deixou com cinofobia durante muitos anos. Não importa o que aconteça, sempre vou ter um carinho imenso por eles. E, ao saber da morte de Juninho, me veio à mente boa parte dos momentos que passei no pouco tempo que tive com os cachorros. Nunca faltou um cafuné ou uma brincadeira, mas é horrível pensar que sempre se poderia fazer algo mais. 
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Ao voltar de uma festa, minha irmã comentou que uma antiga professora da escola onde cursei o ginásio (sim, eu falo ginásio) tinha falecido. É horrível não saber quem é, e mais horrível ainda é ficar caçando gente para essa ingrata e fatal ação. Mas, pela idade que ela já tinha, suspeito que tenha sido a minha antiga professora de Ciências. 
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Crédito: http://migre.me/pdrsB
Três anos aprendendo matérias que nunca gostei, mas que passei a entender por conta de sua doce rigidez, de suas chamadas orais e suas explicações minimamente detalhadas. Que não seja ela - na verdade, que não seja ninguém e que a minha irmã tenha se enganado. Seria triste demais pensar que tudo que eu aprendi em Biológicas (um dos carmas do meu tempo de estudante) tem algum ensinamento dela, seja para simplificar, recordar ou entender. 
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Sempre vai faltar uma última palavra, sei disso. Mas o coração aperta quando nada mais pode ser feito. 
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