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domingo, 8 de julho de 2012

Tabelão do futebol gringo 2011-2012

Com exceção do Brasil, praticamente todo o mundo do futebol está de férias. Graças ao formato diferente de campeonato, todos já conhecem campeões, classificados para competições continentais e rebaixados para divisões inferiores. Vamos relembrar alguns dos campeonatos mais importantes mundo afora:
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SELEÇÕES
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EUROCOPA
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Quem vê apenas o resultado da competição não se surpreende muito, já que venceu a seleção na qual muita gente apostava fazendo a final com outra seleção de renome e os dois semifinalistas eram seleções também bem cotadas. Mas na prática foi tudo bem diferente. A Espanha só jogou bem na final, a Itália foi muito mais longe do que imaginava (graças a grandes atuações individuais de Pirlo, De Rossi e Balotelli), Portugal teve João Moutinho, Rui Patrício e Fábio Coentrão tão bem quanto Cristiano Ronaldo e a Alemanha era a melhor seleção da competição até parar nas invenções do técnico Joachim Low. As surpresas foram a força física da República Tcheca (e o bom futebol do lateral direito Selassie) e o futebol eficiente da Inglaterra, que colocou os pés no chão e parece estar no caminho certo. Destaque negativo novamente para a França, que vinha bem e perdeu-se graças a problemas internos, e sobretudo para a Holanda, que perdeu as três partidas e mostrando um futebol muito ruim, nada condizente com a seleção vice-campeã mundial dois anos átras.
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Campeão: Espanha (3° título)
Vice-campeão: Itália
Semifinalistas: Portugal e Alemanha
Quadrifinalistas: França, Inglaterra, República Tcheca e Grécia
Decepção: Holanda
Artilheiros: Mario Gomez (Alemanha), Mario Mandzukic (Croácia), Fernando Torres (Espanha), Mario Balotelli (Itália), Cristiano Ronaldo (Portugal) e Alan Dzagoev (Rússia) - 3 gols
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COPA AFRICANA DE NAÇÕES
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Como quase sempre acontece no continente negro, as surpresas começaram já nas eliminatórias, com as eliminações das fortes e tradicionais seleções de Camarões, Nigéria e Egito. Com um pouco menos de força, mas ainda sim fortes, ficaram de fora da CAN-2012 Argélia, África do Sul e Togo. Com a bola, surpreenderam a fraqueza de Senegal, que perdeu as três partidas que disputou no grupo A, e a força de uma das seleções anfitriãs, o Gabão (que foi eliminado nas quartas-de-final de maneira invicta). A partir das quartas-de-final surgiu a surpresa que venceria a competição pela primeira vez na história. Ao vencer as tradicionais Gana (na semi) e Costa do Marfim (na final), a Zâmbia emocionou ao vencer a competição no país que foi palco de uma tragédia do futebol local em 1993. O avião que levava o time que era cotado para ser uma das surpresas da próxima Copa do Mundo explodiu e vitimou 26 pessoas. Destaque também para as torcidas das anfitriãs Gabão e Guiné Equatorial, que fizeram uma festa lindíssima a cada lance dos respectivos selecionados locais.
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Campeão: Zâmbia (1° título)
Vice-campeão: Costa do Marfim
Semifinalistas: Gana e Mali
Quadrifinalistas: Sudão, Guiné Equatorial, Tunísia e Gabão
Decepção: Senegal
Artilheiros: Manucho (Angola), Didier Drogba (Costa do Marfim), Pierre Aubameyang (Gabão), Houssine Kharja (Marrocos), Cheick Diabaté (Mali), Christopher Katongo e Emmanuel Mayuka (Zâmbia) - 3 gols
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COMPETIÇÕES CONTINENTAIS
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UEFA Champions League
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Os gigantes espanhóis eram esperados para a grande final em Munique. Mas ninguém avisou os azarões Chelsea e Bayern de Munique, que eliminaram Barcelona e Real na Catalunha e em Madrid e fizeram a final na Allian Arena. Jogando em casa, os bávaros não conseguiram furar a forte retranca azul (marca implantada pelo técnico Roberto di Matteo), que conseguiu ser decisivo em momentos difíceis (como o gol de Ramires no Camp Nou, o gol de Drogba no final do tempo regulamentar em Munique ou o pênalti defendido por Cech já na prorrogação). Surpreendeu a falta de força dos demais times ingleses. A dupla de Manchester foi eliminada já na primeira fase (United por Basel e Benfica, City por Bayern e Napoli), enquanto o Arsenal parou nas oitavas-de-final ante o Milan. Outra decepção foi o campeão alemão Borussia Dortmund, que fez uma campanha risível e foi lanterna do grupo de Arsenal, Olympique de Marseille (que tirou a Inter de Mião nas oitavas) e Olympiacos. Por outro lado, a grande surpresa positiva foi o APOEL Nicosia, que foi muito longe e só parou nas quartas-de-final contra o todo-poderoso Real Madrid, após tirar o Lyon nas oitavas e ser líder do grupo mais equilibrado da primeira fase, ficando a frente de Zenit, Porto e Shaktar Donetsk. 
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Campeão: Chelsea (1° título)
Vice-campeão: Bayern de Munique
Semifinalistas: Barcelona e Real Madrid
Quadrifinalistas: Benfica, Olympique de Marseille, Milan e APOEL Nicosia
Decepção: Borussia Dortmund
Artilheiro: Lionel Messi (Barcelona) - 14 gols
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LIGA EUROPA
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O Atlético de Madrid alcançou sua segunda Liga Europa em três anos de maneira categórica, perdendo apenas uma de vinte partidas. A vítima na partida final, em Bucareste, porém, foi o time inesquecível da competição: o Athletic Bilbao venceu duas vezes o Manchester United e encantou com um futebol ultra-ofensivo sob a batuta do técnico argentino Marcelo Bielsa. A competição, que tem histórico de ser dominada por times ibéricos, viu também Valência e Sporting Lisboa alcançando as semifinais - os portugueses, inclusive, eliminando o Manchester City nas oitavas-de-final. Novamente os ingleses decepcionaram, já que de quatro equipes na primeira fase apenas o Stoke City avançou - e ficou já na fase de dezesseis-avos-de-final, sendo eliminado para o Valência. O Fulham foi eliminado por Wisla Cracóvia e Twente, o Birmingham por Brugge e Braga e o Tottenham por PAOK e Rubin Kazan. 
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Campeão: Atlético de Madrid (2º título)
Vice_campeão: Athletic Bilbao
Semifinalistas: Valência e Sporting Lisboa
Quadrifinalistas: Hannover 96, Schalke 04, AZ Alkmaar e Metalist Kharkiv
Decepção: Tottenham
Artilheiro: Falcão García (Atlético Madrid) - 12 gols
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LIBERTADORES DA AMÉRICA
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Acabou a maior piada do futebol brasileiro. Com uma conquista invicta (o que não acontecia há 34 anos), o Corinthians exorcizou todos os fantasmas de seu passado ao fazer 2x0 no todo-poderoso Boca Juniors na finalíssima do Pacaembu,  após passar com facilidade sobre o Santos e suar muito para eliminar o Vasco. O Boca começou desacreditado, perdendo na primeira fase em plena Bombonera para o Fluminense - que eliminaria nas quartas-de-final. Mas, mantendo a fama de sua camisa pesadíssima, o time, mesmo sem muita técnica, foi avançando na segunda fase - além do Fluzão, Unión Española, nas oitavas, e a tão falada Universidad de Chile, na semifinal, foram vítimas xeneizes. Entre os brasileiros, destaque negativo para o Flamengo, eliminado ainda na primeira fase para Emelec (que foi eliminado pelo Corinthians nas oitavas-de-final) e Lanús - eliminado pelo Vasco na fase seguinte. As goleadas do Santos sobre o Bolívar (8x0 na Vila Belmiro) e da Universidad de Chile contra o Deportivo Quito (6x0 em Santiago) também merecem destaque. Por fim, dois destaques negativos: a queda precoce do ultra-ofensivo Atlético Nacional e do vice-campeão da edição passada, Peñarol.
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Campeão: Corinthians (1° título)
Vice-campeão: Boca Juniors
Semifinalistas: Santos e Universidad de Chile
Quadrifinalistas: Vasco, Fluminense, Vélez Sarsfield e Libertad
Decepção: Peñarol
Artilheiro: Matías Alustiza (Deportivo Quito) - 8 gols
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NACIONAIS
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ALEMANHA
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O Borussia Dortmund tornou-se bicampeão alemão - o terceiro bi da história aurinegra após começar a Bundesliga meio titubeante, entrando nos eixos a partir do segundo terço do campeonato e virando uma máquina desde então. A alegria foi ainda mais completa já que veio a primeira dobradinha da história do BVB, que também faturou a terceira Copa da Alemanha (DFB-Pokal) de sua história. Maior papão de títulos nacionais, o Bayern foi o segundo colocado na Bundesliga (e viu Robben perder um pênalti decisivo contra o Borussia no Westfalenstadion, tal qual na final da Champions League) e também na Copa do país. Maior rival do Borussia, o Schalke 04 ficou em terceiro. Grande surpresa da competição, liderando boa parte do primeiro turno, o Borussia Monchengladbach perdeu força no fim mas, ainda sim, assegurou a quarta colocação. 
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Campeão: Borussia Dortmund (1°título)
Vice-campeão: Bayern de Munique
Champions League: Schalke 04 e Borussia Monchengladbach
Liga Europa: Bayer Leverkusen, Stuttgart e Hannover 96
Rebaixados: Hertha Berlim, Colônia e Kaiserslautern
Promovidos: Greuther Furt, Eintracht Frankfurt e Fortuna Dusseldorf
Campeão da copa: Borussia Dortmund
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PORTUGAL
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Time mais vencedor do milênio, o Porto foi bicampeão nacional nessa temporada. O time não sentiu falta do técnico André Villas-Boas (que ficou algum tempo no Chelsea) nem de Falcão García, que foi para o Atlético de Madrid. A equipe só deslanchou nas últimas rodadas, já que o campeonato inteiro foi pau a pau junto com Benfica, Braga e Sporting - os dois últimos foram caindo paulatinamente. Destaques para a boa campanha do Gil Vicente na sua volta a divisão principal português (nono lugar) e para o União de Leiria, que sofreu com a forte crise financeira e chegou a entrar em campo com apenas oito jogadores, já que os demais entraram em greve. Na Copa, a surpresa que alegrou um dos times mais tradicionais do país: a Acadêmica de Coimbra, que não vencia um título nacional há 73 anos, venceu e Sporting e sagrou-se campeão da Taça de Portugal. 
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Campeão: Porto (26º título)
Vice-campeão: Benfica
Champions League: Braga
Liga Europa: Sporting e Marítimo
Rebaixados: Feirense e União de Leiria
Promovidos: Estoril e Moreirense
Campeão da copa: Acadêmica
Campeão da copa da liga: Benfica
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INGLATERRA
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O título inglês foi decidido, literalmente, no último minuto. O Manchester City empatava em casa contra o Queens Park Rangers quando Sergio Aguero fez o gol do título, que veio graças ao número de gols marcados, terceiro critério de desempate. Se o argentino não marcasse, o título ficaria nas mãos do outro time de Manchester, o United, que vencia o Sunderland por 1x0. A fila dos citizens na principal competição inglesa já durava 44 anos, e teve o seu ápice na goleada contra o United: 6x1, em pleno Old Trafford. Destaque para a grande campanha do Newcastle e para mais uma campanha vexatória do Liverpool, que pela primeira no milênio ficou átras do rival Everton. Em tempo: se o Chelsea não vencesse a Champions League não conseguiria a classificação para o certame com a sua sexta colocação no campeonato.
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Campeão: Manchester City (3° título)
Vice-campeão: Manchester United
Champions League: Arsenal e Chelsea
Liga Europa: Tottenham e Newcastle
Rebaixados: Bolton, Blackburn e Wolverhampton
Promovidos: Reading, Southhampton e West Ham
Campeão da copa: Chelsea
Campeão da copa da liga: Liverpool
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ESPANHA
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Devemos falar que o futebol espanhol, por uma série de fatores, arrendou-se a Real Madrid e Barcelona. Para se ter ideia, a distância que separou o vice-líder Barcelona do terceiro colocado Valência foi de abismais 30 pontos. No campeonato paralelo disputado entre merengues e culés, melhor para a equipe branca, que, enfim, conseguiu destronar os catalães - com direito a uma vitória épica por 3x1 no Camp Nou. No campeonato dos demais, o Valência novamente mostrou ser o time mais forte, mas houve muito equilíbrio - 17 pontos separando o último classificado para a Champions League do primeiro rebaixado é algo a ser destacado. Destaque para o Málaga, que foi comprado por um grupo de investidores do mundo árabe e chegou a Champions League pela primeira vez em sua história; e para o Levante, que mostrou que é possível chegar às competições européias com pouco dinheiro quando se tem competência. Destaque negativo inteiro para o Villarreal que, acostumado a jogar a Champions League, fez uma campanha desastrosa e acabou rebaixado.
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Campeão: Real Madrid (32º título)
Vice-campeão: Barcelona
Champions League: Valência e Málaga
Liga Europa: Atlético de Madrid e Levante
Rebaixados: Villarreal, Sporting Gijón e Racing Santander
Promovidos: Deportivo La Coruña, Celta de Vigo e Valladolid
Campeão da copa: Barcelona
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ITÁLIA
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Desde o começo ficou nítido que o Milan iria disputar o bicampeonato contra a Juventus, que, enfim, se encontrou após o rebaixamento pós-Calciocaos. A Vecchia Signora foi campeã com uma defesa sólida e muita estrela de Alessandro del Piero, eterno ídolo juventino. Dos dois pra baixo, muita briga pelas competições européias - foram seis times separados por apenas oito pontos. Melhor para quem está na parte de cima a mais tempo. Destaque positivo para mais uma grande campanha de Udinese e Lazio, e destaque negativo para as péssimas temporadas de Roma (que não disputará competições européias na próxima temporada) e Internazionale (que ficou com a última vaga para a Liga Europa) e para os médios Palermo e Genoa, que brigaram ferrenhamente para não cair. 
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Campeão: Juventus (28° título)
Vice-campeão: Milan
Champions League: Udinese
Liga Europa: Lazio e Internazionale
Rebaixados: Lecce, Novara e Cesena
Promovidos: Pescara, Torino e Sampdoria
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De 10 em 10 campeonatos, esse tabelão ainda terá muito o que falar sobre o futebol ao redor do mundo. E falará.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tabelão das quartas-de-final da Euro2012

Após algumas partidas com um nível técnico indesejável, algumas surpresas e muitas emoções, chegamos na parte favorita de todos que acompanham futebol: os mata-matas. É aqui que as zebras passeiam e o futebol chega ao ápice de sua emoção. Relembrem como cada semifinalista chegou até essa fase no campeonato europeu de seleções: 
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PORTUGAL X REPÚBLICA TCHECA
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~ Seleção mais fraca do grupo A e responsável direta pela eliminação da anfitriã Polônia, a República Tcheca chegou sabendo que apenas uma hecatombe de proporções bíblicas levaria os eslavos para a semifinal. Por mais que Portugal não seja uma seleção com tantos jogadores fora de série, os tchechos, de longe, estavam fazendo figuração entre as equipes quadrifinalistas da Euro. Isso ficou bem visível na partida, apesar dos 10 minutos iniciais serem dominados amplamente pela seleção do leste europeu. Mas, depois, só deu Portugal.
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~ O gol da seleção das Quinas demorou pra sair. Portugal dominava a partida amplamente e fazia o que bem entendia de um adversário que só não estava na lona graças ao placar - que há muito não refletia o que acontecia no jogo. Quando João Moutinho cruzou e CR7 testou como um tiro para o gol do grande Cech, abrindo o placar, todos sabiam que Portugal já era semifinalista. A apatia tcheca após o gol, sem conseguir sequer ir para o contra-ataque, era prova viva disso.
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~ Cristiano Ronaldo, novamente, foi decisivo. Jogou demais pela seleção portuguesa, o que jamais aconteceu. Talvez ele tenha se dado conta que, se levar os tugas ao título, deve desbancar Messi e faturar o prêmio de melhor do mundo da FIFA. Por mais que Portugal tenha outros bons nomes, quando CR7 leva o time nas costas a seleção não reclama - pelo contrário, deixa, já que ele pode resolver sozinho uma partida. 
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ALEMANHA X GRÉCIA
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~ O confronto já prometia ser interessante graças ao contexto socioeconômico no qual os dois países estavam envolvidos: a Grécia, país que primeiro sucumbiu ante às mazelas da União Europeia, foi sacudido por muito dinheiro e muitas medidas de austeridade impostas principalmente pela Alemanha. Após muita revolta, caos político e problemas sociais, veio essa aprtida tão singular. Viria o troco ?
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~ Não. Mesmo com um time experiente e muito cascudo, a Grécia não foi páreo para a melhor seleção europeia atualmente - sim, os alemães são melhores que a Espanha no momento. Os helênicos até jogaram bem, mas a Alemanha... ah, essa Alemanha. Como é legal vê-los jogar, como faz bem, como eu queria ver os times que eu torço jogando um futebol tão vistoso, e com um estilo tão característico !
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~ Joachim Low fez duas mudanças há muito pedidas: Schuurle entrou no lugar de Thomas Muller, que não se encontrou na atual temporada; e Marco Reus ganhou a vaga de um ótimo Lukas Podolski. E o que aconteceu ? Os dois jogaram o fino, e mostraram que os germânicos tem muito mais que onze jogadores. 
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~ Também é necessário destacar detalhes dos quatro gols alemães no jogo. No primeiro, n Lahm acertou um chute de rara beleza; no segundo,  Boateng cruzou e Khedira emendou de primeira, num chutaço espetacular; o último foi outro golaço, do já destacado Marco Reus.
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~ Faltou o terceiro, certo ? Pois bem, ele foi anotado por ninguém mais ninguém menos que Klose, um dos maiores artilheiros da história da Nationalelf. Tanto quanto Mario Gomez, ele mostra ter um faro de gol como poucos centroavantes possuem no planeta. E, cá entre nós: se temos curiosidades sobre quatro gols numa só partida, a seleção tem que ser candidatíssima ao título.
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ESPANHA X FRANÇA
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~ Apertava na mesma tecla sempre: depois de Espanha, Holanda (pff, tadinho de mim) e Alemanha, a França é o melhor time da Europa. Dei com os burros n'água, como quase sempre. Os Bleus perderam-se após a surpreendente derrota para a Suécia - após a partida, houveram vários tumultos no vestiário francês, causando um mal-estar que em muito lembrou a trágica Copa do Mundo de 2010. A França, definitivamente, tem uma geração tão talentosa quanto sensível - e isso prejudica demais o país.
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~ A Espanha também me decepciona na Euro. É uma ótima seleção, mas nem de longe pratica o futebol vistoso que costuma praticar. Toca muito a bola, mas parece ter uma preguiça enorme de fazer gols, jogar bonito e matar a peleja. Como bem disse Antero Greco, o Barcelona não é a Fúria. O Barça toca a bola e pratica um futebol vistoso; a seleção da Espanha é apenas tediosa. 
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~ Todos esses ingredientes resultaram numa partida chatíssima de se ver, que deu muito sono. No final das contas, um 1x0 magricela ficou de ótimo tamanho para tanta inoperância espanhola e covaria francesa - os franceses deram irrisórios quatro chutes a gol ao longo de toda a partida. 
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~ Em uma seleção de Xavi Hernandéz e Iniesta, que tocam bolas magistralmente bem, o destaque da partida foi Xabi Alonso. Embora esteja longe de demonstrar a mesma técnica de seus companheiros culés, o merengue não tem a mesma paciência dos dois citados anteriormente. Nessa partida esssa característica foi de bom grado, já que a impaciência resultou em chutes a gol e finalizações prematuras - para o padrão espanhol. E foi ele quem deu a vitória para a Espanha, amrcando o único gol do jogo.
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ITÁLIA X INGLATERRA
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~ De um lado, uma seleção em crise - e que adora se superar em crises. Do outro, uma seleção eternamente em crise - e que nunca ganha nada. Isso resultou na partida mais legal e emocionante das quartas-de-final da Euro, disparadamente. Logo de cara uma bola na trave num estupendo chute de longe de Daniele de Rossi. Instantes depois, uma defesaça de Buffon após a cabeçada de Glen Johnson. Tudo isso com menos de 10 minutos de jogo.
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~ Muitas chances de ambos os lados, com a Inglaterra na retranca que consagrou o Chelsea na Champions League (dos quatro defensores ingleses dois eram dos Blues - a saber: John Terry e Ashley Cole) e saindo em contra-ataques perigosissímos; e a Itália buscando mais o jogo, perdendo ótimas chances por incompetência sobretudo de Mario Balotelli e por ótima exibição de Joe Hart, disparadamente o melhor goleiro do English Team após Seaman - mesmo que não seja um Gordon Banks ou Peter Shilton. 
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~ Na disputa de pênaltis, destaco duas cobranças: a porrada de Ashley Young no travessão (além dele, o também Ashley, Cole bateu para a defesa de Buffon) e a cavadinha mágica de Pirlo para o gol da Azzurra. 
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~ A peleja, aliás, colocava frente a frente os dois melhores meio-campistas dessa Euro: Pirlo e Gerrard. O bretão foi a síntese de sua seleção no campeonato: eficiente e brilhante na defesa, além de levar os ingleses ao êxtase fazendo lançamentos tão primorosos para a área. Já Pirlo é o ponto fora da curva da Azzurra: um futebol refinado, seguro e sereno, capaz de colocar a pelota aonde bem entender. Saiu-se melhor quem tem mais habilidade.
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Das quatro partidas pelas quartas-de-final da Euro, acertei três - ótimo desempenho se tratando de um eterno azarado em palpites. Minha aposta para a final é Portugal (não só pela minha torcida, vejo a seleção, quer dizer, vejo Cristiano Ronaldo levando os lusos ao jogo decisivo; além de não ver a Espanha tão bem assim) e Alemanha. Vamos ver se eu acerto. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Tabelão da terceira rodada da Euro2012

Agora não tem choro nem vela, como diz a minha avó. Após muita emoção nas primeiras rodadas, saíram os nomes dos oito quadrifinalistas da EuroCopa de 2012. Algumas surpresas, claro, mas seleções de peso já se enfrentarão na próxima fase.
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GRÉCIA X RÚSSIA
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~ Logo de cara, a maior decepção da rodada. Líder do grupo e precisando apenas de um empate, os russos conseguiram perder para um time inferior (embora experiente e cascudo). A seleção soviete tentou e tentou, mas nada furou o ferrolho grego. Nem mesmo Dzagoev, estrela da equipe na competição, foi capaz de anotar um tento. Pior para os russos, que se despedem jogando um bom futebol, mas com uma amarguíssima lembrança da Euro.
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~ Quando Grécia e Portugal fizeram a final da EuroCopa em 2004, o mundo do futebol ficou surpreso. Quando Charisteas marcou o gol da vitória ante uma seleção Portuguesa mais forte, aconteceu o mesmo. Repetindo o filme, a Grécia soube colocar seus brios em campo e derrotou uma seleção superior, com gol de Karagounis. Mostrando que o time é valente e também tem valor, Tzavellas ainda colocou uma bola na trave. 
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~ O segredo da Grécia é ir na contra-mão do pensamento geral. Todos querem seleções jovens, que jogam alegremente e para cima. A Grécia, não. Sabe que tem um elenco de qualidades limitadas e joga fechada no campo de defesa, com uma porção pequena de jogadores aptos a fazer um contra-ataque mortal. Aliada a alta média de idade (ou seja, a experiência) do time, tudo isso faz um time extremamente cascudo, copeiro, "de huevos) - como falam na Argentina.
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POLÔNIA X REPÚBLICA TCHECA
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~ A Polônia foi outra seleção de quem pouco se esperava e muito se viu. Embalada pela torcida, o time soube jogar próximo do seu melhor e proporcionou três jogos interessantes para quem os viu. Para quem só estava na Euro por ser anfitriã, o saldo é positivo.
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~ Dois jogadores importantíssimos para a República Tcheca não tinham aparecido muito bem na competição, ainda: Jiracek e Baros. Eis que, no jogo decisivo, Baros dá uma grande assistência para Jiracek marcar o gol da classificação tcheca para a segunda fase, eliminado os donos da casa. Não acho merecido ou justo pelo que vi das duas seleções, mas eficiência foi o forte dos tchecos e o ponto fraco dos poloneses, então...
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~ As duas seleções mais fracas do grupo A classificaram-se, de maneira surpreendente. A Grécia baseado em sua experiência e em sua retranca, e a República Tcheca em sua força física. Ao ver que se apostassem em critérios técnicos os tchecos estariam fazendo algo inútil, o staff do time montou uma seleção que aguenta correr 90 minutos e mais um pouco com a mesma disposição. É claro que todos queriam ver jogadas mais plásticas em campo, mas estratégias são estratégias.
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ALEMANHA X DINAMARCA
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~ Única seleção com 100% de aproveitamento na primeira fase da Euro, a Alemanha foi melhor que a Dinamáquina, mas não foi tão superior assim quanto se pensa. É só atentar para o fato de que quem fez os gols da partida foram Podolski e Bender, que muitas vezes nem titulares são da Nationalelf. E, se um time faz 2x0 numa seleção que mostrou-se surpreendentemente boa com alguma má-vontade e dominando o jogo, temos aí uma favorita destacada para o campeonato.
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~ A Dinamarca perdeu um amistoso para o Brasil antes da EuroCopa por 3x1 e todos achavam que a seleção seria uma galinha morta. A Holanda viu que não era. O time escandinavo perdeu para Portugal após mostrar um poder de reação estupendo e também foi derrotado por uma Alemanha que poucos não mundo são capazes de derrotar. É admirável a força de vontade dos dinamarqueses, que fizeram o que puderam. Pena que, no grupo da morte, isso não foi o suficiente.
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~ Ainda pelo lado dinamarquês: o jovem Christian Eriksen chegou com toda a pompa e estrela, mas decepcionou demais - via precisar de mais experiência e muito mais bola, ainda. Quem saiu-se fortalecido da Euro2012 pelo time é Michael Krohn-Dehli, bom meia esquerda. 
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PORTUGAL X HOLANDA
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~ Muito se cobrava a respeito do desempenho de Cristiano Ronaldo na seleção das Quinas. Contra a Holanda, ele calou a todos os críticos com uma atuação magistral, talvez a melhor individual da competição até aqui. Marcando dois gols, sendo decisivo e jogando muito bem, CR7 carregou Portugal nas costas.
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~ Se CR7 foi decisivo, Nani foi sua antítese. Acostumado e fazer grandes jogos pela seleção portuguesa, o jogador teve uma atuação para ser esquecida. Perdue no mínimo dois gols para matar a partida e que poderia muito bem complicar a vida de Portugal. 
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~ De longe, a maior decepção da Euro foi a Holanda. Chegando com vários jogos de invencibilidade e a pompa de ser a atual vice-campeã mundial, a Laranja Mecânica viu-se destroçada mesmo quando jogava bem e melhor que o adversário - como contra a Dinamarca.
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~ O que mais chamou a atenção pelos lados neerlandeses foi a falta de vontade do time. Mesmo perdendo, a equipe não corria, não chutava, não conseguia fazer nada e nem tentava fazer algo diferente. Isso se explica pelo racha no grupo, claramente visto após as declarações dos dois principais articuladores da Holanda, Sneijder e Robben. Caso esse problema de relacionamento não seja resovido, é capaz que o Braisl não veja tons laranjas na Copa do Mundo.
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ESPANHA X CROÁCIA
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~ Outra boa surpresa da Euro foi a Croácia. Eu achava que a seleção enxadrezada iria apenas correr átras dos espanhois e tentar beliscar algo dos italianos, mas a representação eslava me surpreendeu. Mandzukic mostrou muito valor, Rakitic e Srna mostraram que podem atuar em alto nível e Perisic, quando entrou deixou boa impressão. Faltou Modric em campo, mas os croatas saem fortalecidos.
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~ Tal qual na estreia, a Espanha precisou tomar vários sustos para acordar. O gol veio só no finzinho, com Jesus Navas. Mas... é a Espanha, e quando a Fúria marca e um show a parte. Grande passe de Cesc Fábregas por elevação, assistência de Iniesta e o gol. Esqueçamos os 90 minutos anteriores, nos quais a Croácia foi superior à Fúria, e fiquemos com essa pintura. 
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ITÁLIA X IRLANDA
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~ Mais previsível que a vitória italiana, impossível. Não porque a Azzurra mostrou porque é tetracampeã mundial, muito longe disso. Os 2x0 foram bem burocráticos, apesar do belo gol de Balotelli. A Itália foi melhor sim, mas não sobrou, como se esperava. Tem que jogar muito mais a partir da próxima fase.
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~ O que mais me incomodou na Irlanda não foi o fato do Irish Team perder os três jogos, mas sim a maneira como perdeu. Apática, sem raça e sem vontade, o time Trappatoni deixou uma péssima impressão. Nem mesmo o famoso ferrolho do técnico italiano surtiu efeito graças a falta de interesse de seus comandados. Não basta ensinar critérios técnicos para eles, mas sim mostrar o quanto uma competição desse tipo é importante para o povo de qualquer país.
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FRANÇA X SUÉCIA
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~ Ao enfrentar um time já eliminado, esperava-se que os Bleus fossem com tudo para cima, para ganhar saldo de gols frente à Inglaterra e classificar-se em primeiro no grupo. De fato os franceses foram pra cima, mas esbarraram num inspirado muro amarelo. Triste foi ver que uma seleção com jogadores do porte de Ribery e Nasri não conseguiu fazer muito (ou nada, na realidade) para conseguir uma vitória.
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~ Tal qual a Polônia, a Suécia perdeu dois jogos mostrando um futebol minimamente vistoso e com alguma supremacia ante os seus rivais em campo. Não dá pra dizer que deu azar, mas faltou um pouco de experiência para decidir a partida - o jogo contra os ingleses é a maior prova disso. 
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~ Destaque do jogo, de longe, para o golaço de Ibrahimovic. Ele gosta de jogar pelo seu país e fez uma Euro decente - mesmo não sendo o jogador que é no Milan.
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INGLATERRA X UCRÂNIA
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~ Com o futebol feio que dela se espera, a Inglaterra foi a primeira de seu grupo. Para os ingleses, além do resultado, o deleite está no fato de ver sua seleção jogando como antigamente, com muitas bolas lançadas na área - podemos achar feio, mas os britânicos acham isso lindo. O English Team vai fortalecido para a segunda fase com uma característica bem explícita. Palmas para o criticado Roy Hodgson, que conseguiu o que queria. 
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~ Aproveitando o pique, é impossível não destacar o que Steven Gerrard está jogando. O jogador do Liverpool é um monstro tanto defensivamente quanto no campo de ataque. Está na ponta dos cascos, e pode levar uma Inglaterra desacreditada aonde ninguém imagina. 
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~ Não esperava nada da Ucrânia, nem mesmo no ritmo de sua torcida. Eis que a seleção mostra alguma desenvoltura, vencendo a Suécia de virada em um jogo que ficará eternamente lembrado pelos gols da lenda Shevchenko. Contra a Inglaterra, se foi pior, foi bom a presença de Konoplyanka e Yarmolenko, que fizerma uma boa EuroCopa.
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~ O lance do gol da partida é emblemático. Gerrard, sempre ele, cruza, Wayne Rooney, que voltava de suspensão, consegue o cabeceio e o goleiro Pyatov falha bizonhamente. 
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Estão definidas as quartas-de-final e, como eu não gosto de ficar em cima do muro, darei meus palpites sobre quem vai para a próxima fase:
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República Tcheca x Portugal ~ Portugal
Alemanha x Grécia ~ Alemanha
Espanha x França ~ Espanha 
Inglaterra x Itália ~ Inglaterra

sábado, 16 de junho de 2012

Tabelão da segunda rodada da Euro2012

Segue empolgante a competição. De dezesseis times, quatorze tem chance de classificação para a próxima fase e nenhuma está garantida. Vamos, jogo a jogo, mostrar o que aconteceu na rodada.
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GRÉCIA X REPÚBLICA TCHECA
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~ Pior seleção do grupo, a seleção tcheca surpreendeu boa parte das pessoas que veem futebol. Não fiquemos, porém, tão surpresos: os dois gols da seleção foram feitos num curtíssimo período de tempo - os cinco primeiros minutos. Pode tanto ser desatenção helênica quanto um "gás" extra da seleção. Depois desse período o jogo ficou, no mínimo, equilibrado. 
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~ Não lanço mão de títulos conquistados por um jogador para falar dele mesmo, mas usarei o status de um atleta reconhecidíssimo para critica-lo: um goleiro do nível de Petr Cech não pode falhar como falhou no gol da Grécia. Por vezes já o acheu superestimado e ele sempre me calou com defesas incríveis e atuações sólidas, mas sua desastrada saída do gol no tento anotado por Gekas deu vida a uma seleção que tinha equilibrado o jogo, mas pouco assustava. 
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~ Quando todos duvidavam de sua capacidade, Tomas Rosicky fez uma ótima partida e foi, talvez, o melhor da partida. Será que o experiente meia tem fôlego para levar a desacreditava seleção até uma improvável quartas-de-final ?
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POLÔNIA X RÚSSIA
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~ Infelizmente, não posso começar falando de futebol aqui. Enquanto alguns russos comemoravam o "Dia da Rússia" (celebrando a data na qual a União Soviética deixou de existir), outros partiram pra cima de poloneses - país que tinha uma relação delicada com os soviéticos. O clima do jogo e sobretudo entre os torcedores ficou bem tenso para a peleja por motivos extracampo. Para ver a briga, clique aqui.
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~  O primeiro tempo foi o que todos esperavam: uma Rússia incisiva e melhor em campo querendo marcar logo. Foi fazer seu gol só no fim do primeiro tempo, com o matador Dzagoev, de ombro.
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~ Já o segundo tempo... antes dos 15 minutos Blaszczykowski, um dos melhores da equipe polaca, emendou um tirambaço e empatou a partida. A partir daí foi um jogão, com as duas equipes querendo vencer e muitas oportunidades desperdiçadas de ambos os lados. 
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DINAMARCA X PORTUGAL
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~ A despeito dos resultados anteriores (a Dinamarca surpreendeu a todos e venceu a Holanda enquanto Portugal perdeu um jogo parelho contra a Alemanha), esperava-se uma vitória tranquila da seleção das Quinas. Isso ia acontecendo no primeiro tempo, com gols de Pepe (!) e Hélder Postiga. Nem mesmo o gol de Bendtner preocupou tanto, já que a superioridade lusa era evidente.
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~ No segundo tempo, porém, Portugal morreu em campo. A Dinamarca foi paulatinamente crescendo e Bendtner, de novo, empatou. Como parece estar se tornando rotina, Portugal constrói um bom placar para entregar o ouro depois. Mas Silvestre Varela, um jogador que atua bem mas nem tem tanto destaque no selecionado, desempatou e deu a vitória aos tugas. 
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~ Silvestre Varela, Hélder Postiga... falamos de muitos aqui, e cadê Cristiano Ronaldo ? Eu também me perguntou onde ele está, já que passou batido na Euro até aqui. Não falo de gols, mas de boas atuações - que ele está devendo há muito pela sua seleção nacional. No jogo contra a Dinamarca Pepe, pasmen, jogou muito bem, e Nani também teve ótima atuação. Pelos lados da Dinamarca a decepção é o jovem Eriksen, promessa do país e que pouco fez até agora. Krohn-Dehli, pela partida, e Bendtner, pelos gols, destacaram-se na Dinamáquina.
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ALEMANHA X HOLANDA
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~ Quando os grupos para a EuroCopa foram sorteados, essa foi a partida mais aguardada. Toda a expectativa mostrou-se correta, já que a partida teve um ótimo nível técnico - não foi o melhor jogo nem o mais emocionante da primeira fase, mas valeu demais a pena vê-lo.
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~ O primeiro tempo foi todo alemão. Schweinsteiger mostrou que o trauma graças a final da Champions League não existe mais, Mario Gomez confirmou sua sina de artilheiro com outros dois gols e Hummels está jogando o fino na defesa. 
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~ A Holanda perdeu suas duas partidas e precisa de um pequeno milagre para se classificar. A Orange até reagiu no segundo tempo ao marcar um gol com o artilheiro van Persie, mas precisa jogar os dois tempos com a mesma disposição (o que não aconteceu contra o time germânico) e finalizar eficientemente - o que faltou contra a Dinamarca. Sem esse equilíbrio, a Laranja Mecânica não vai a lugar nenhum se não voltar para os países baixos. 
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ITÁLIA X CROÁCIA
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~ A Azzurra martelou demais no primeiro tempo e só chegou ao gol após uma cobrança de falta magistral de Pirlo - aliás, cada vez mais parece que tudo que Pirlo faz é magistral. A Itália tem ótimos atacantes, como Balotelli e Di Natale, mas não consegue ser eficiente nas finalizações - e isso está cobrando seu preço de maneira cara demais. 
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~ Outro defeito italiano é sua alta média de idade e, para o futuro, a falta de jovens com talento para assumir o lugar dos atuais jogadores. Sem o mesmo fôlego dos croatas, o artilheiro Mandzukic empatou para a seleção eslava após falha de posicionamento da zaga azul. Agora, a Itália vai depender de resultados para se classificar- algo que vme tornando-se comum demais para uma seleção tetracampeã do mundo.
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~ A curiosidade aqui vai para o histórico das duas seleções. A Itália jamais venceu a seleção enxadrezada. Na realidade, venceu em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial - ao invadir a antiga Iugoslávia, os seguidores do "Duce" Benito Mussolini bateram o Estado Independente da Croácia, que existiu por pouco tempo. É difícil considerar tal vitória como um triunfo de fato. Desde quando a Croácia tornou-se independente, em 1991, foram dois empates e três vitórias da seleção do leste europeu.
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ESPANHA X IRLANDA
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~ A Irlanda até começou melhor, a bem da verdade. Mas a superioridade do Irish Team durou apenas quatro minutos, quando Fernando Torres abriu o marcador. Desse instante até o final do jogo foi um passeio da Fúria, que jogou bem quis e sentiu-se bem a vontade para mostrar toda sua técnica e toque de bola - na ocasião, já com um centroavante de ofício, o que facilitou a vida dos ibéricos. 
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~ Em eterna má fase nos clubes pelos quais passou, El Niño tem se mostrado importantíssimo para sua seleção. Após anotar o gol do título da EuroCopa de 2008, ele já ostenta três tentos na edição atual. 
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~ Não canso de falar o quanto sou fã do meio campo da Espanha e do Barcelona, formado por Busquets, Xavi Hernández e Iniesta. Como são rápidos, como tocam a bola, como são inteligentes, como jogam ! Contra a Irlanda não foi diferente.
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~ Aliás... e a Irlanda ? Realmente esperava ver algo de Keane, Duff e Given, mas só vi decepções. Não posso sequer colocar a culpa no experiente técnico italiano Giovani Trapattoni, pois não tenho como avaliar seu esquema tático graças a falta de vontade e raça do time. 
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~ Se em campo a Irlanda não correspondeu, nas arquibancadas o país tem, disparadamente, a melhor torcida da Euro. Após tomar de 4x0, os irlandeses não paravam de cantar músicas populares de seu país que fazem referências à pátria. Confira aqui e tente não se arrepiar.
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FRANÇA X UCRÂNIA
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~ Esse jogo quase não aconteceu. Um verdadeiro temporal caiu em Donetsk e, graças às poças d'água e trovões que caíam no entorno da Dombass Arena, o juiz paralisou a partida por mais de meia hora. O fato reacende um velho embate entre ufanistas brasileiros e quem admira o futebol internacional, sobretudo o europeu: gramados, organização e tudo que envolve o futebol extracampo são superestimados quando vem de outro país ? Cada um responde a essa questão como bem quiser.
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~ O que anda acontecendo com muita frequência na Euro2012 é um time dominar um tempo e seu adversário dominar o outro. O que aconteceu com essa partida foi algo ruim para o espetáculo, já que o primeiro tempo teve um nível técnico lastimável, sem nenhuma equipe dominante e com raros bons momentos.
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~ Já o segundo tempo foi todo da melhor seleção em campo. Com gols de Menez e Cabaye e grande atuação do centroavante Benzema, a França venceu a Ucrânia e está a um passo da próxima fase. 
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~ Mesmo tendo chances de classificação e com a Suécia já eliminada, a Ucrânia segue sendo a pior seleção do grupo. Nem mesmo a estrela de Shevchenko (o mundo viu do que ele ainda é capaz no jogo contra os suecos) e nomes como Voronin e Tymoshchuk salvam essa seleção que, se não fosse anfitriã, certamente não estaria na competição.
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~ Outra curiosidade: foi a primeira vez que a França venceu uma partida de EuroCopa sem a presença de Platini ou de Zidane. Com eles em campo foram 20 jogos e 14 vitórias, enquanto que sem eles foram 8 jogos, 3 empates e 5 derrotas. 
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SUÉCIA X INGLATERRA
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~ Para muitos, o melhor jogo da Euro até aqui. Em nível técnico realmente foi, em emoção coloco junto a Polônia e Rússia. Mas, de fato, foi uma partidaça, com duas viradas e ótimos lances.
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~ Para quem esperava um show de Ibrahimovic por parte dos escandinavos, teve que se contentar com uma ótima partida e dois gols de Olof Mellberg. Ibracadabra até deu uma assistência linda para o primeiro gol sueco, mas depois pouco apareceu. 
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~ Os mais antigos lembram-se de um English Team que só sabia jogar fazendo chuveirinho na área. Se eles vissem (ou se viram) o jogo contra a França e o primeiro tempo da peleja ante a Suécia, eles reconheceriam uma seleção de 50 anos átras. Gerrard cruzou lindamente para Andy Carrol abrir o marcador para a Inglaterra, como manda a tradição dos britânicos. 
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~ Podemos dizer que a partida mudou não no intervalo, mas com a entrada de Theo Walcott. Além de anotar o gol de empate, ele deu gás novo para seus companheiros e uma bela assistência para Welbeck marcar uma pintura, de calcanhar e rodando o corpo. Na bacia das almas a feia Inglaterra, que sabe que é feia pela primeira vez em muito tempo, venceu - e pode complicar a situação das demais participantes.
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Para não dizer que fiquei em cima do muro, vou dar os meus palpites acerca de quem se classifica para a próxima fase em cada grupo. Primeiro a líder do grupo, depois a segunda colocada.
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Grupo A: Rússia e Polônia
Grupo B: Alemanha e Portugal
Grupo C: Espanha e Itália
Grupo D: França e Inglaterra

terça-feira, 12 de junho de 2012

Tabelão da primeira rodada da Euro2012

Começou a Copa do Mundo sem Brasil e Argentina ! Seja essa afirmação verídica ou não, começo minha análise pessoal sobre os primeiros oito jogos da EuroCopa com esse clichê que cada vez mais parece verdade. Em parte pelo bom nível técnico das seleções até aqui, em parte pela ótima organização que se pode ver pela televisão - e que consegue maquiar os preocupantes incidentes mais violentos que estão ocorrendo e poucos estão falando. 
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Sem mais delongas (e sem falar de coisas chatas, ao menos nesse primeiro momento), vamos aos jogos, um por um, dissecados pelos olhos de quem ao menos se informou para falar - e também por quem tem uma ótica bem diferente da maioria dos torcedores, felizmente ou não:
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POLÔNIA X GRÉCIA
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~ Talvez a Polônia não estivesse nessa EuroCopa se não fosse uma das anfitriãs, mas que deu gosto de ver as Águias Brancas no primeiro tempo, deu. Não só pela equipe superior a da Grécia, mas também pelo toque de bola eficiente e pelo bom volume de jogo. É claro que o trio do atual bicampeão da Bundesliga Borussia Dortmund (Piszczek, Blaszczykowski e Lewandowski) e o ótimo meia Obraniak, do Toulouse, ajudam e muito, mas a prática mostrou-se ainda melhor que a teoria. O gol do artilheiro Lewandowski, vindo de um cruzamento de Obraniak, selava um ótimo primeiro tempo dos poloneses.
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~ Ainda no primeiro tempo, uma história épica começou a ser construída. Papastathopoulos tomou dois cartões amarelos e o consequente vermelho após duas faltas inexistentes. 
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~ Péssima atuação da arbitragem, desvantagem no placar, um jogador a menos... tudo perdido ? Não para um povo que praticamente é o berço da civilização ocidental. Logo no começo do segundo tempo, bate-rebate na área e Salpingidis, que tinha entrado no intervalo, escora. 
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~ O time que tinha dominado o primeiro tempo se via em apuros, mas contava com um goleiro jovem e talentoso. Não mais. Szczesny derrubou Salpingidis e foi expulso. Entrou Tyton, o terceiro goleiro polaco, que defendeu a cobrança de pênalti de Karagounis. A história épica da Grécia tornou-se também memorável para o goleiro da Polônia. No final das contas, para quem foi mais incrível a partida ? Certamente para quem não esperava muito do jogo e viu um belo espetáculo, como esse que vos escreve.
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RÚSSIA X REPÚBLICA TCHECA
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~ Era difícil não apontar a Rússia como favorita. Tinha mais bons nomes, era uma equipe que jogava quase que inteira na liga local, enfrentava um time refém de dois ou três atletas... no final das contas, acabou sendo uma mamata, talvez até maior que o esperado. 
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~ Dzagoev mostrou porque é um dos jogadores mais desejados da Europa atualmente. Marcou dois gols e jogou muito bem, deixando o sistema ofensivo tcheco comendo poeira. 
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~ Além de boa parte do time da República Tcheca, o destaque negativo vai para Kerzhakov. O atacante do Zenit perdeu no mínimo três boas oportunidades de fazer uma daquelas goleadas históricas na Euro. Ele, que é reserva do selecionado nacional, herdou a vaga de Pavlyuchenko, após atuações ruins do segundo. Eis que ele entra e anota o último gol da goleada russa, selando a péssima partida de Kerzhakov. 
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~ Logo no começo da partida, sinalizadores foram jogados pela torcida russa no gramado. Um evento simples pode ter várias interpretações, como pode-se ver: o sinalizador foi jogado por uma das torcidas mais intolerantes (e, por vezes, mais racistas e imbecis) da Europa, que só queria chamar atenção; ué, mas os europeus não muito bem educados e nunca dão vexame ?; é digno de nota que a transmissão do certame tenha mostrado o evento, e não omitido-o - ainda que por poucos segundos; também improtante ressaltar que o árbitro não parou a partida e nem fez estardalhaço, como muitos juízes que adoram holofotes fariam; é bom ver que o Fair Play exagerado não teve espaço na terra onde o Fair Play tradicional costuma levar vantagem - Fair Play pra quê, aliás ? O respeito, que é o mais importante, não precisa de bandeira de bandeiras tão pueris. 
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HOLANDA X DINAMARCA
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~ No chamado grupo da morte, qualquer ponto perdido pode ser fatal. Imagine, então, jogar bem melhor que o pior time do grupo e perder por 1x0 após uma jogada inspirada dum jogador que nem aparece tanto assim. A decepção holandesa é do tamanho da Europa, talvez ainda maior. 
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~ No lance do tento, o atacante Michael Krohn-Dehli levou boa parte da zaga laranja e chutou entre as pernas do ótimo goleiro Stekelenburg. Nem ele nem a Dinamarca fizeram nada muito além no resto do jogo, mas... precisava ? Os escandinavos só precisaram de um lance para decidir a parada, e fizerma isso com maestria. Destaque também para uma grande atuação do já veterano dinamarquês Poulsen.
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~ Toca, toca, toca. Chuta, chuta, chuta. Defende o goleiro, pra fora, na trave, passa perto. Esse foi o enredo do filme holandês na partida, que muito insistiu e exibiu um futebol vistoso, mas nem um pouco eficiente. Futebol a Laranja sabe que tem, mas precisa converter isso no placar. 
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ALEMANHA X PORTUGAL
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~ As duas seleções tornam-se rivais pouco a pouco no futebol. Na Copa de 2006 a Alemanha faturou o terceiro lugar em cima dos tugas, e a Nationalelf tirou a seleção das Quinas nas quartas-de-final da Euro de 2008. O confronto, grandioso por si só, tinha, além de tudo, ares históricos para apimentar ainda mais a peleja.
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~ Em campo havia uma camisa pesadíssima (a mais vitoriosa da EuroCopa) e uma de destacada tradição com ares moderninhos e embalada por um grande jogador - pipoqueiro, mas não menos grande jogador. Como time a Alemanha é mil vezes mais forte e bem entrosada e era favorita. Mas... como duvidar dum Cristiano Ronaldo, dum Nani, dum Raúl Meirelles ? E foi assim, muito mais nas individualidades portuguesas que no coletivismo tedesco, que o jogo se desenrolou.
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~ Khedira cruzou e o sempre artilheiro Mario Gómez testou pras redes portuguesas: 1x0, fim de papo. É simplista demais ver o jogo por essa ótica. A verdade é que Portugal jogou melhor, e que faltou culhão, tradição e camisa para a bola entrar - sim, eu sou romântico, ignorante e tradicional a ponto de pensar isso. Quando Portugal teve chances, desperdiçou. CR7, Nani e Silvestre Varela perderam gols incríveis, e na única boa chance que teve a Alemanha venceu. Se a tricampeão europeia e mundial fosse Portugal, talvez o jogo fosse uma sacolada homérica. Como não é, venceu o time com mais tradição, mais frio e que melhor soube decidir. 
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~ A atuação do zagueiro alemão Hummels foi de encher os olhos de qualquer um. Taticamente, tecnicamente e fisicamente brilhante, encantou até mesmo aqueles que só veem o futebol pelo lado ofensivo. 
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ESPANHA X ITÁLIA
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~ Após ter vencido uma EuroCopa e uma Copa do Mundo, a Espanha, enfim, parecia ter se livrado da pecha de amarelona. Com uma geração fantástica formada na Catalunha e complementada por jovens de Madrid, Valência e Vizcaya, a Fúria, enfim, entrou pra história. Mas, do outro lado, havia a maior vencedora europeia de Copas do Mundo e uma camisa respeitadíssima. 
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~ Faltou bom futebol. Em planos de jogo a Itália deu um banho, conseguindo afastar bem a seleção espanhola de sua área - faltou chute ao gol por parte da Espanha, mas chutar de longe é o mesmo que quebrar toda uma ideologia. Quem quebraria um espírito vencedor, não ? 
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~ Se a Espanha tem Xavi e Iniesta, que não erram um passe desde que o mundo é mundo, a Itália tem Pirlo. E ele descolou um lançamento fabuloso para Di Natale, o vovô artilheiro, guardar um chute no cantinho de Casillas. Outro espanhol bom de bola e com toques refinados, David Silva chamou a responsabilidade para si e encontrou Fábregas, que empatou a partida.
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~ No meio de tantos ibéricos talentosos, um espanholzinho destoa. Com início de carreira promissor no primo pobre de Madrid, Fernando Torres nunca virou o jogador que projetava. Com mais uma de diversas chances dadas, ele fez questão de desperdiçar diversos lances. Até quando El Niño vai atrapalhar seu país ?
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~ Após o jogo, o elenco espanhol fez algo que me surpreendeu negativamente: reclamou do gramado do estádio de Gdansk, na Polônia. Iniesta, Xavi Hernandez, Cesc Fábregas e o técnico Vicente del Bosque cornetaram o gramado, que não havia sido molhado. O italiano Pirlo, maestro até fora de campo, deu um ótimo cala-boca: “O gramado é o mesmo para os dois times”. Mesmo com o campo seco favorecendo um jogo mais lento, cadenciado, defensivo e feio (coisa que a Azzurra sabe fazer muito bem), foram palavras muito bem encaixadas, em um timing perfeito. 
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IRLANDA X CROÁCIA
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~ Pra quem vê de longe, seria um jogo pouco chamativo. Uma seleção que nunca teve um time espantoso e outra que vive até hoje de resquícios de uma equipe iluminada da virada do milênio. Mas havia muito mais em jogo. A Irlanda é um país legal por natureza, com uma cultura fabulosa herdada dos celtas. Cervejas, saiotes e músicas (que vão bem além do U2) falam por mim. Já a Croácia chama a atenção por seu berrante uniforme e pelos sufixos de cada sobrenome. Era um jogo alternativo bacana, mas que foi liquidado com alguma facilidade pelos croatas. 
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~ Mandzukic fez dois, Jelavic fez um. Não é necessário dizer muito mais sobre a partida, que teve uma vitória do ataque sobre a defesa - vale ressaltar que a seleção verde é treinada pelo tradicional e retranqueiro italiano Giovanni Trapattoni. Nem mesmo Keane e Given deram jeito no Irish Team. Na realidade, quem tentou dar um jeito foi o zagueiro St. Ledger, ao fazer o gol de empate - e de honra, no somatório da partida. E olha que ainda ficou barato, já que Perisic, Eduardo da Silva e sobretudo Modric decepcionaram.
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FRANÇA X INGLATERRA
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~ Em mais um grande duelo anunciado para a primeira rodada da Euro, duas seleções de quem muito se espera e quase sempre o saldo é negativo. A França até melhorou de uns tempos pra cá, mas a Inglaterra... vencedora uma única vez da Copa do Mundo, o English Team parece que vai perdendo seu encanto paulatinamente. Na última Euro, em 2008, os bretões mal estiveram presentes. Com time com alguns bons nomes e poucos craques, seria necessário engolir o eterno ar blasé inglês e reconhecer que o time está longe da tradição de uma das seleções mais tradicionais do mundo.
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~ Por outro lado, estou confiante quanto a França. Uma das seleções com quem eu mais antipatizo graças ao seu histórico favorável contra o Brasil, os Bleus parecem ter encaixado um time decente - na minha opinião, é a melhor equipe após as três favoritíssimas da Euro: Espanha, Alemanha e Holanda, pela ordem. Soma-se a isso um técnico jovem e competente lutando pela sua afirmação, como Laurent Blanc e um punhado de estrelas ligeiramente jovens, como Ribery e Nasri e tenha um embrião de um time que ainda não chegou no seu ápice, mas já assusta. 
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~ A Inglaterra, para minha surpresa, assumiu acertadamente que tá longe de er um grande time e se defendeu. Fez seu jogo feio e pouco apaixonante, mas é isso que a atual entressafra de atletas pode proporcionar. Roy Hodgson, técnico pouco vencedor e famoso por levar equipes bem pouco vencedoras e com pouca técnica bem longe, armou seu ferrolho e soube muito bem jogar como time pequeno (que a Inglaterra não é) e pouco tarimbado (que a Inglaterra é). Numa cobrança de falta do sempre competente Gerrard, o pouco falado Lescott cabeceou. Seria uma vitória do futebol durão ?
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~ Antes de continuar a história do jogo, um adendo: por que sempre jogadores de defesa pouco falados acabam marcando gols após cruzamentos na área e tornam-se herois ? Os que me vem a mente agora são os de Rondinelli e Ronaldo Angelim (ambos do Flamengo), mas tem muitos outros exemplos - deixo o leitor lembrar de um, dois, vinte, duzentos ou vários outros.
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~ Na base do "desespero-vai-como-pode-e-dá" conhecido do "melhor-time-em-campo-que-não-consegue-muita-coisa", Nasri chutou de longe, no cantinho do ótimo goleiro Joe Hart. A França ficou devendo sim, mas mostrou que, quando um de seus jogadores diferenciados (pra ficar numa palavra que eu odeio, tanto quanto a seleção francesa) resolve decidir, é difícil segurar. 
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~ Gerrard foi novamente muito bem após a partida: "Estamos satisfeitos com um ponto". Traduziu muito bem o espírito duma equipe que não pode sonhar muito, mas fez bem o seu papel dentro de campo - e que, caso se coloque em seu devido lugar, pode ir (muito) longe.
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UCRÂNIA X SUÉCIA
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~ Antes de mais nada: quando um jogo chama a atenção por apenas dois jogadores, ou por quaisquer dois fatos antagônicos, eles quase nunca se sobrepõem. Nessa partida, os dois principais nomes foram decisivos. E como é ótimo vê-los decisivos ! O futebol prestou seu tributo a dois nomes que dificilmente ganharão algo com suas seleções, mas que merecem muito crédito. De um lado, Zlatan Ibrahimovic. Do outro, Andriy Shevchenko. E, mais legal que tudo, não houve empate técnico ou qualquer outra artimanha que o futebol prega para premiar dois nomes. Houve um vencedor, mas o outro não saiu por baixo. É uma dessas coias que apenas o futebol é capaz de fazer. 
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~ A Suécia é melhor, e mostrou isso primeiro. Ibracadabra fez o gol, mas o time de Isaksson, Mellberg, Larsson, Toivonen, Svensson e Elmander merece toda a atenção. Coletivamente, é boa equipe.
~ Embora a Ucrânia também tenha seus Tymoschuk e Voronin, quem decide e quem marcou a história da seleção ucraniana é Shevchenko. Eis que ele marca os dois gols da virada. Ah, futebol ! E ele ainda sai de campo após os tentos, ovacianado por uma legião de fãs. Não só os ucranianos presentes no estádio, pelos suecos também. Não só por ucranianos e suecos no estádio, mas em seus países. Não só por ucranianos e suecos, todo o mundo aplaudia um dos maiores atacantes da história do futebol. 

sábado, 19 de novembro de 2011

Dois pra baixo, dois pra cima

Com os campeonatos nacionais praticamente acabados, começam as definições. Enquanto os dois primeiros rebaixados para a série B saíram hoje, três vagas para a série A do ano que vem já estão preenchidas
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O Vasco reassumiu a liderança do Brasileirão ao vencer por 2x0 e rebaixar o Leão da Ilha, com gols de Felipe e Élton. Já o São Paulo jogou bem e fez 3x1 no América Mineiro, também rebaixado. A rodada também teve a surpreendente vitória do Ceará, querendo escapar da degola, ante o Grêmio, por 3x1.
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Na série B, mais dois acessos. Após sair perdendo para o ABC, a Ponte Preta virou e fez 3x1 nos potiguares, fazendo a festa da torcida, que invadiu o gramado do Moisés Lucarelli. O Náutico, mesmo perdendo para o Boa por 2x1, subiu graças a virada histórica do São Caetano contra o Vitória, por 2x1. A vitória do azulão foi ruim para o ASA, que ganhou do Bragantino por 1x0, para o Paraná Clube, que tomou 3x0 do Sport, para o Guarani, que goleou o Salgueiro por 4x1, para o Barueri, que fez 2x1 no Criciúma e para o Icasa, que ficou no 0x0 com o Goiás. A campeã Portuguesa recebeu a taça após mais uma goleada, 4x0 em cima do fraquíssimo Duque de Caxias. Em jogo que pouco valia, o Americana venceu o Vila Nova por 2x1.
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Definidos os classificados para a última fase das eliminatórias da CONCACAF. No grupo A passou El Salvador, que goleou Suriname por 4x0. Mesmo perdendo para Trinidad e Tobago por 2x0, a Guiana surpreendeu e tirou os trinitinos da disputa, na chave B. No grupo C, deu a lógica, que fez o Panamá passar, ao fazer 3x0 na frágil Dominica. Em Toronto, o Canadá goleou São Cristóvão e Névis por 4x0 pela chave D, com direito a gol do melhor jogador da MLS da temporada, Dwayne de Rosario. Com 100% de aproveitamento, Guatemala avançou, com a vaga sendo assegurada após golear Granada por 4x1, em Saint George. Por fim, na chave F, Antígua e Barbuda perdeu para o Haiti por 3x1, mas classificou-se.
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Saíram os últimos classificados para a EuroCopa de 2012. Em grande partida de Cristiano Ronaldo, Portugal venceu a Bósnia-Herzegovina por 6x2 em Lisboa e garantiu sua vaga. Atuando em Pogdorica, a República Tcheca venceu pela segunda vez Montenegro por 1x0, gol de Jiracek, no estádio Pod Goricom. Já na Le Coq Arena, em Talinn, a Estônia ficou no empate por 1x1 com a Irlanda, resultado que classificou os irlandeses. Por fim, o 0x0 entre Turquia e Croácia classificou os croatas.
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A Argentina sofreu, mas fez 2x1 na Colômbia, de virada, e segue bem nas eliminatórias sul-americanas. A albiceleste contou com gols de Messi e Aguero para virar contra os cafeteros, que saíram na frente com Pabón. A ascendente Venezuela é a terceira colocada graças a vitória por 1x0 contra a Bolívia, com gol de Vizcarrondo. Dois 2x0 completaram a rodada: do Equador no Peru, em Quinto, e do Chile no Paraguai, em Santiago.
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No Thursday Night Football, o jogo corrido deu a vitória pro Broncos contra o new York Jets, em Denver. O time da casa, que vem se especializando em jogadas terrestres, contou com um touchdown corrido do quarterback Tim Tebow faltando menos de um minuto para o final do jogo. Destaque também para o improvável TD do offensive guard Matt Slauson, do Jets. Após um fumble da equipe nova-iorquina, Slauson viu a bola e entrou na end zone, em jogada rápida e inusitada.
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Já temos seleções classificadas para a penúltima fase das eliminatórias asiáticas para a Copa. Jordânia e Iraque, no grupo A, Uzbequistão e Japão, no grupo C, Austrália, no grupo D, e Irã, no grupo E. O Iraque, comandado por Zico, venceu a Jordânia em Aman por 3x1. No equilibrado grupo B, a favorita Coreia do Sul perdeu para o Líbano por 3x1, mesmo liderando a chave. Mesmo classificado, os samurais japoneses perderam para a Coreia do Norte por 1x0 em Pyongyang, em partida marcada pelo veto de bandeiras japonesas no país socialista. A Austrália fez 1x0 na Tailândia em Bangkok (os australianos jogam suas competições internacionais na Ásia para dar maior competitividade aos eventos futebolísticos na Oceania). Por fim, o Irã fez 4x1 na Indonésia em Jacarta, selando sua classificação.
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Na África, goleadas. O Quênia venceu as ilhas Seychelles por 4x0, a Namíbia fez 4x0 em Djibuti, Moçambique venceu Comores por 4x1, a Etiópia destroçou a Somália por 5x0 e a República Democrática do Congo anotou 5x1 na Suazilândia. Destaque também para Togo, que venceu Guiné-Bissau por 1x0. Junto com Libéria, Guiné Equatorial, Lesoto, Ruanda, Congo e Tanzânia, as seleções classificadas vão para a segunda fase das eliminatórias, em dez grupos com quatro seleções, nos quais apenas a seleção campeão avança para a derradeira fase.
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O jogo entre Bayern e Borussia Dortmund embolou a Bundesliga. O Borussia viajou até Munique e venceu os líderes por 1x0, gol de Gotze. Agora, apenas dois pontos separam Bayern e os Borussias, já que o Borussia Monchengladbach atropelou o Werder Bremen por 5x0, com hat-trick de Marco Reus. O Schalke 04 também encostou nos líderes, ao golear o Nuremberg por 4x0 em Gelsenkirchen. A rodada, porém, ficou marcada pelo adiamento da partida entre Colônia e Mainz 05, em virtude da tentativa de suicídio do árbitro Babak Rafati, que apitaria a partida.
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O Rangers segue invicto, mas não venceu na Scottish Premier League. Os Gers empataram por 0x0 contra o St. Johnstone, em casa. O Celtic venceu o Inverness por 2x0 no Caledonian. Em ótima campanha, o Motherwell venceu fora de casa o Aberdeen por 2x1.
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O Real Madrid suou, mas venceu o Valencia por 3x2 no Mestalla e manteve-se líder da Liga espanhola. Três pontos átras aparece o Barcelona, que não teve dificuldades para golear o Barcelona por 4x0, com direito a gols dos zagueiros Puyol e Piqué. Após um início de temporada sensacional, o Bétis vai delfinhando. Em mais uma derrota, a equipe perdeu para o Villarreal por 1x0.
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O Montpellier encostou de novo na liderança da Ligue 1. A vítima da vez foi o Olypique de Marseille, apenas na décima colocação, por 1x0. Atual campeão, o Lille não passou do empate por 0x0 contra o Toulouse. Quem também venceu foi o Saint-Ettiene, que fez 2x0 no Nice no Municipal du Ray.
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Três jogos, três gols e uma vitória no Calcio. A Internazionale venceu o Cagliari por 2x1 e dá uma respirada no campeonato italiano. Fiorentina x Milan e Napoli x Lazio ficaram no 0x0.
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O Ajax passou por uma grande vergonha em plena Amsterdã. Pela Eredivisie, os godenzonen iam vencendo até os 40 minutos do segundo tempo, mas o NAC Breda fez dois gols e empatou por 2x2, fazendo os mandantes saírem vaiados de campo. No Polman Stadion, Heracles e Twente ficaram no 1x1. O concorrente ao título que venceu foi o PSV, que fez 3x1 no De Graafschap.
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No duelo dos invictos da Premier League, o Manchester City mostrou porque é o líder da competição ao fazer 3x1 no Newcastle. Outro mancuniano, o Manchester United suou para fazer 1x0 no Swansea, no Liberty Stadium. Destaque também para a recuperação do Arsenal, que virou pra cima do Norwich por 2x1 em mais uma grande partida de Van Persie, e para a grande vitória do Queens Park Rangers, surpresa do campeonato, ante o Stoke City: 3x2 dos Hoops.
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A seleção feminina de vôlei até terminou bem a Copa do Mundo, ao fazer 3x0 na Argentina e na República Dominicana. No entanto, os resultados não apagaram a péssima impressão deixada pela equipe na competição. As brasileiras obtiveram um quinto lugar, sem direito a vaga olímpica. A Itália sagrou-se bicampeã da competição, à frente dos Estados Unidos, da China e do Japão.