Venho insistentemente dizendo que tudo deu certo no esporte pra Espanha em 2010. Copa do Mundo vencida, Rafael Nadal número um do mundo no tênis, Fernando Alonso fazendo ótima temporada na F1. Hoje, porém, dei-me conta que quem venceu tudo nesse ano foi a Catalunha, e não Madrid. Alonso pipocou na última corrida, Nadal perdeu pra Federer o torneio mais celebrado da atual ATP e a Fúria da Copa não era espanhola, e sim catalã.
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Dos 11 titulares da Espanha, 7 eram do Barcelona. Todos os 8 gols da seleção foram feitos por culés. O artilheiro da seleção foi David Villa, o destaque ( e o mais cotado pra ser o melhor jogador do mundo no ano ) é Xavi Hernandéz e o gol do título foi de Iniesta. Todos os jogadores aqui citados são azuis-grená. Desde 2005 o time é o mais comentado do planeta, sempre exibindo um futebol de encher os olhos. Rápido, inteligente, bonito, driblador, versátil, altivo... só há adjetivos bons para falar do Barcelona desde meados da década.
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Mesmo com tudo isso, o time da Catalunha estava em baixa. Havia perdido a Champions League para a Inter de Milão de José Mourinho no pré-Copa, e estava átras do arquirrival Real Madrid, também de José Mourinho, depois do Mundial. Havia raiva, angústia e um desejo enorme de vingança dos barcelonistas para com todo mundo. Contra os merengues, contra Mourinho, contra quem duvidava de tal time fascinante.
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Hoje era dia de revanche. Mal o jogo começou e Messi fez um daqueles lances antológicos que só a Pulga consegue. Chutou de longe e sem ângulo, por cima, e a bola pegou no travessão. Xavi fez 1x0 e não haviam passado nem 10 minutos de jogo. A pelota foi rolando e o que se viu foi um massacre catalão. No fim de tudo, um 5x0 sonoro, massacrante, impiedoso e merecido do Barça.
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O Real Madrid perdeu as estribeiras ao longo do jogo. Sérgio Ramos foi expulso após um pontapé antidesportivo em Puyol. Até Casillas, capitão da Espanha na Copa, colocou o dedo na cara de seu companheiro de seleção Piqué. Definitivamente, o clássico mexeu com toda a Espanha, toda a Europa e todo o planeta.
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Mourinho, que disse que vencer o Barça estava no seu DNA, sentou no banco e nada fez, engolindo suas palavras. Cristiano Ronaldo pode estar em uma ótima temporada, mas, quando pressionado, continua o mesmo mimado e chorão de sempre.
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Acima de tudo, foi um jogão. Quem não gostava de futebol aprendeu a gostar se assistiu 5 minutos da partida e viu o toque de bola envolvente do Barcelona, a atmosfera, o Camp Nou em festa. Um jogo pra história de qualquer complemento nominal que você queira colocar aqui.