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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O ano da descoberta

Por duas vezes me pediram pra resumir meu ano em uma palavra ou expressão - costume que eu tenho desde pequeno. Após uma rápida pensada na primeira vez, na segunda saiu de bate pronto: 2015 foi o ano da descoberta.

Créditos: http://migre.me/szzbr
É estranho pensar que, às portas de fazer vinte e quatro anos, você começa a descobrir tanta coisa na sua vida. Parar de ligar tanto pro que vão pensar, bater no peito e assumir tudo o que você fala, defender o que pensa com mais veemência - e pedir desculpa com a mesma veemência se você tá errado.

Se parar pra pensar, não foram tantos fatos marcantes assim em 2015. Entrei na Insane após quase um ano desempregado, pela primeira vez vi as duas noites do carnaval de São Paulo, vi o Superbowl no cinema, terminei meu namoro uma vez e me arrependi, comecei a fazer terapia, voltei e terminei o namoro novamente, viajei com os meus amigos depois de muito tempo, fui no evento de despedida do Rogério Ceni, saí e voltei para o bottomline da ESPN - e mantive meu freelancer de narração esportiva.

Falando friamente foi bem pouco. Mas começar o ano empregado é algo que me motivou demais ao longo de todo o ano e me garantiu muita estabilidade - assim como os demais freelancers. Ver o carnaval pela primeira vez in loco foi uma experiência que eu quero repetir durante toda a minha vida. A viagem com os meus amigos me trouxe um pessoal que tem tanta vontade e disposição de sair quanto eu.

Créditos: http://migre.me/szzcS
Mas, sem dúvida, o fato de 2015 foi o término do meu namoro. O primeiro pra descobrir o quanto minhas impressões podem ser erradas e o quanto eu posso sofrer por isso; o segundo pra descobrir que, mesmo querendo, certas coisas não tem como mudar. Acabou no momento certo, a ponto da amizade com a minha ex não acabar. Quando vi que era inevitável, era o objetivo. Consegui. Descobri.

O fim do namoro me trouxe também a terapia. Era algo que eu tinha consciência que deveria fazer desde o meu primeiro namoro, mas precisou o segundo acabar para eu buscar ajuda. E poucas coisas me ajudaram tanto quanto a terapia. Me conhecer, me aconselhar, me fazer refletir. Me descobrir. 

Se o término do namoro é obviamente triste, hoje vejo que ele era necessário tanto pra mim quanto pra minha ex. Vê-la feliz é algo que me deixa aliviado e bem. Já eu, adivinhe, me descobri. Se a minha vontade de conhecer pessoas era imensa namorando (o que se tornava um fardo pra mim), ela só aumentou solteiro. E a vergonha? E a timidez? Aos poucos vou dando um jeito nisso. Falta muito, mas o começo de uma mudança já existe. Mais uma descoberta. 

Créditos: http://migre.me/szze4
Tentativa e erro para descobrir. Ainda não cheguei em muitas conclusões (e talvez nem em 2016 eu chegue), mas o começo é promissor. Que o novo ano traga muitos acertos e alguns erros também - para o aprendizado, ora. Mas que traga resultados, principalmente. E descobertas.

A você, um ótimo 2016. 

domingo, 10 de maio de 2015

Eu queria não dormir

Chega o fim de semana. Depois de tanto trabalhar, o máximo que você quer e imagina para você da sexta até o domingo à noite é fazer o que bem entender. 
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Créditos: http://migre.me/pO6WT
Você vê que tem muita coisa boa na televisão - tem futebol e corrida de todo jeito, tem show, tem filme, tem algo que te interessa. Você começa a ver o que vai fazer com a namorada, o que vai comer, como vai se divertir. Você pensa em descansar, arrumar algo em casa, resolver um dos vários problemas que tão escanteados nessa vida corrida. Você pensa até em trabalhar um pouco mais, já que a vida não tá fácil pra ninguém e freelancers no final de semana pagam melhor.
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O problema é que você dorme até de tarde no sábado e no domingo. O cansaço acumulado te consome sabe-se lá quantas horas do horário que, em tese, é feito para você fazer o que bem entender. 
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Conforme o tempo passa, fica mais difícil manter a disposição de outrora. Eu, que me orgulhava de dormir pouco, agora não posso ver uma cama na sexta-feira para hibernar até a tarde seguinte - perdendo vida, dinheiro, conhecimento e seja lá o que for. 
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Créditos: http://migre.me/pO6TF
Eu queria não ter sono ou preguiça. Queria viver sempre com os olhos abertos - eu sou tão calmo, não preciso nem ficar sempre alerta de maneira hiperativa, o meu normal já tá bom. 
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A disposição segue existindo, mas é difícil aceitar que o corpo já não obedece mais a cabeça como deveria. 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sintetização

Quanto mais você trabalha, mais você conhece suas virtudes e seus pontos fracos profissionais - assim como a prática existe para te apontar os erros te melhorar. Melhor ainda é quando você aprende algo para levar para o resto da vida ao trabalhar. 
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Créditos: http://migre.me/pMFaA
Sou jornalista e trabalho com informações. Mas, ao longo da minha vida e da minha formação acadêmica, ouvia muitas vezes que meus textos eram densos demais - ou seja, que eram bem escritos, mas que a quantidade de informações deixava a leitura pouco fluída.o
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Eu me perguntava se isso não era um contrassenso - ora, um texto jornalístico com menos informação? Também me perguntava se eu precisava escrever textos menores. Na verdade, eu só queria acertar meus textos.
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Eis que, de tanto ler (no trabalho, por lazer, textos aleatórios diversos), percebi que minhas contextualizações (tão importantes) fugiam demais da ideia principal do texto. Precisava reduzir as informações extras e diminuir também a quantidade de dados "embutidos". 
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Até hoje tento me readaptar, para ser sincero. Tenho vontade de compartilhar tudo com o mundo - e acho que quem mostra conteúdo passa a ser interessante; assim como acho que pessoas assim também recebem mais informações, de uma forma ou de outra. 
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Créditos: http://migre.me/pMF9l
Resultado: meus textos ficam mais leves, mas eu sempre acho que posso colocar algo mais nele. O jeito é fazer dois ou três textos, como "suítes" - jargão jornalístico que se refere a fatos que ganham cobertura em mais de um dia.
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Não é o meu gosto, mas é como fica melhor. Ossos do ofício.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Empreendedorismo

Desde quando eu entrei na faculdade eu ouvia falar de empreendedorismo. A história daquela pessoa que não tinha nada e, quase que sem querer, se tornou um empresário de sucesso com grande lucro; o começo dos grandes veículos de comunicação; os jornalistas que se livram das amarras das redações e ganham dinheiro com blogs e/ou outros novos negócios... todos esses exemplos foram dados (e incentivados) a rodo no meu curso.
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Créditos: http://migre.me/pKgzP
No meu último ano de faculdade tive uma matéria que falava de Empreendedorismo - que, no final das contas, fez todo o plano de negócios do meu livrorreportagem e me deu as bases para encarar o mercado de comunicação. Um bom começo, mas que havia morrido ali. 
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Assim que entrei na Insane, parece que tudo aquilo que eu tinha visto voltou com carga total. A própria agência é muito pautada pelo empreendedorismo dos sócios, que fundiram três agências em uma só. Boa parte deles dá palestras sobre o tema em diversas instituições, é convidado para debates e fala de novidades do mercado a todo instante. 
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Créditos: http://migre.me/pKgxv
Eu passei a respirar empreendedorismo, ainda que de maneira involuntária. Ao mesmo tempo em que redações minguam com seus passaralhos sem fim, eu vejo textos como esse que me enche de esperança - e me mostram que existe um caminho, basta criatividade e foco. O próprio Santa Zona pode trazer algo, porquê não?
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A vontade de fazer algo novo existe. Um dia eu acerto o quê.

domingo, 26 de abril de 2015

Disposição

Acontece comigo e acho que acontece com todo mundo: você imagina (ou ao menos tem uma ideia da) sua vida perfeita e, de alguma forma, age para que ela um dia aconteça. Isso envolve trabalho, suor, comprometimento e sacrifícios. E, para que isso aconteça, muita disposição é necessária. Mas tem dias (ou meses, ou fases, ou anos) que parece que a preguiça impera.
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Crédito: http://migre.me/pDfgp
Não é a só a preguiça que atrapalha, claro. Acomodamento, incapacidade, incompetência, desconhecimento, falta de comunicação... existem várias variáveis que atrapalham, mas poucas que te ajudam - é a lei da vida, creio; e as variáveis positivas, além de tudo, só tem valor quando colocadas em prática conjuntamente. 
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O pós-feriado foi um período bem interessante na minha vida profissional e astral. Após conversas e trocas de ideias, algumas mudanças foram discutidas e outras tantas aprovadas na agência onde trabalho. O simples fato dessas conversas acontecerem me motivou, algo que eu busquei espalhar para outras áreas da minha vida. 
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Não quero apenas ser um profissional melhor, quero ser uma pessoa melhor. Quero conseguir escrever um post por dia para o blog, acordar cedo para malhar, resolver todas as pendências que tenho, uma a uma. Arrumar meu celular, renovar minha CNH... tudo tá nesse bolo.
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Crédito: http://migre.me/pDfhn
O leitor mais atento viu que a minha vida astral também foi mexida. E sim, eu acredito em horóscopos - muito porque a descrição do meu signo e do meu ascendente batem muito com a minha personalidade e porque, quando passei a receber meus trânsitos astrológicos pessoais, vi que eles se encaixam com o meu dia. Foi um desses trânsitos que me surpreendeu: ele indica exatamente que estou em um período de ação, colocando em prática projetos que idealizei - é, em suma, o post inteiro descrito em uma frase.
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Amanhã eu mudo de lugar na minha agência. Amanhã quero começar a colocar em prática o que coloquei na cabeça. Que essa vontade não se perca ao me levantar do meu colchão.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Rebranding pessoal

Uma das primeiras tarefas que fiz quando entrei no meu atual trabalho foi entrevistar um dos sócios da agência sobre o contrato entre a Insane e o cliente. Lá ouvi pela primeira vez a palavra "rebranding" - que, claro, me deixou com cara de dúvida.
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Créditos: http://migre.me/ptCz6
Agradeci por fazer a entrevista com um dos sócios, e não com um desconhecido ou com uma fonte. Tive a liberdade de perguntar o que significava rebranding - algo que não aconteceria se a entrevista fosse com uma fonte externa. Basicamente: rebranding é mudar a "cara" da marca - seja o logotipo, o nome, o slogan ou coisa que seja importante para identificar a empresa. É um conceito de marketing - o que explica porque eu, jornalista, não sabia. 
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Todos que me conhecem apenas da internet (acredite, tem muita gente nesse grupo) me conhecem como "Will_SPFC". Essa era a minha "arroba" no Twitter (rede social que mais uso) até minutos atrás, na verdade. Meu Instagram, que tinha a mesma denominação, tornou-se "Will.GF"; o Twitter agora é "WilllGF" - sim, com três "l" para escapar de outros usuários. 
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Todo mundo sempre soube e sabe que eu sou são-paulino - as fotos de Luis Fabiano comemorando gols contra o Corinthians não sairão de rede social nenhuma, ao menos por ora. 
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Créditos: http://migre.me/ptCy4
Eu fui vencido pelo senso comum, na verdade. Quando o "Will [SPFC]" (sim, com as chaves) surgiu, no finado Orkut, eu era um pré-adolescente que vivia em função de futebol - e do meu time, claro. Hoje, jornalista formado, tenho uma série de outras preocupações. Acima de tudo, não posso colocar minha isenção à prova. O futebol segue como uma das minhas paixões e eu cada vez mais gosto do assunto de uma maneira amadurecida, sem defender jogadores ou clubes pelos quais eu tenho simpatia - muito pelo contrário, aliás; e o próprio blog tem vários textos meus criticando São Paulo e Luis Fabiano, por exemplo. Mas o antigo nome de usuário dava margem a dúvidas, e isso não pode acontecer na minha profissão. 
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Que as barreiras que eu encontrava antigamente possam cair, que mais amizades e contatos possam surgir. O que eu tenho certeza é que eu nunca vou deixar de ser são-paulino, assim como nunca vou deixar de fazer uma crítica por conta disso. 

sábado, 11 de abril de 2015

Devagar com o andor - a terceirização não é ruim pra todo mundo

Não basta o Executivo estar perdido: o Legislativo parece que tomou para si a capacidade de criar polêmicas que apenas o Planalto e os escândalos de corrupção tem para ganhar as páginas políticas dos jornais. A mais nova controvérsia veio nessa semana, com a aprovação por parte da Câmara de uma lei que facilita a terceirização de trabalhadores.
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Créditos: http://migre.me/pqkxT
A reação pública à medida foi de revolta e muita crítica. Dentre tudo que foi falado, as queixas mais comuns foram o desrespeito aos direitos trabalhistas e à Consolidação das Leis do Trabalho - a famosíssima CLT, presente desde os tempos de Getúlio Vargas. 
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Não venho aqui defender a terceirização, que fique bem claro. Mas tenho uma opinião um tanto quanto diferente da maioria. Antes, tenho um convite para você: informe-se e tente saber os lados bons e ruins dela. Vi muita gente compartilhando massivamente conteúdos de apenas um dos lados da discussão. Um bom texto que achei nesses moldes é o da ótima Negócios da Comunicação.
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Se eu fosse o presidente do mundo, lutaria arduamente para todos os empregos terem carteira assinada e todos os benefícios que todo e qualquer trabalhador sonha e deseja - mas que, na maioria das vezes, eles apenas sabem que existem. Ter um vínculo empregatício é algo muito mais seguro por tudo que a lei pode te amparar - Fundo de Garantia, seguro-desemprego e afins. 
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Mas, aqui, tenho que lançar mão de uma argumentação que eu, particularmente, não gosto: a exemplificação de uma única pessoa. Minha, mais especificamente. Minha Carteira de Trabalho tem apenas as anotações dos estágios e lugares em que trabalhei, sem criar vínculo empregatício nenhum. Basicamente: sou freelancer (ou PJ, ou pessoa jurídica, ou terceirizado) desde o começo da minha recente vida profissional - seja como estagiário, seja como senior. 
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Créditos: http://migre.me/pqkz1
Na primeira empresa que trabalhei (com a qual sou magoado até hoje pela minha demissão abrupta) ganhei vale-refeição, vale-transporte e seguro odontológico. Na segunda, VT. Em ambas os locais tive seguro de vida. Aí reside o primeiro ponto: o empregador sabe que, se não houver o mínimo de condição, poucos (pra não dizer ninguém) vão se colocar à disposição para trabalhar lá. E os que se dispuserem, provavelmente, não vão ter a menor capacidade de fazer o que é pedido. 
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Fui um terceirizado clássico no meu último estágio, no Hospital Israelita Albert Einstein. Meu e-mail era diferente, meu cartão magnético para destravar as portas idem. Na realidade, eu não tinha direito nem a comer lá - mas é claro que o meu "chefe" sempre fez questão de não tornar esse fato um empecilho, até pelo que eu disse acima. A compensação vinha ao receber: meu salário líquido era maior que o dos estagiários contratados pelo próprio HIAE. Eu tinha maior liberdade com o meu próprio dinheiro, que chegava de uma vez - e não ficava retido em cartões quaisquer. 
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Essa situação, aliás, sempre foi um dos motivos que me fez seguir como pessoa jurídica no meu primeiro emprego em tempo integral. Não convém discutir aqui, mas eu ganho mais como PJ do que se optasse por assinar um contrato com a empresa. Sei que não vou ter determinados benefícios e que o investimento em seguros, poupanças, aposentadorias e afins virá do meu próprio salário, mas fiz e refiz várias contas antes de optar por esse tipo de contrato e vi que, para mim, compensava. 
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Créditos: http://migre.me/pqkAb
Não só para mim, para a minha agência também. E aí entra mais uma impressão minha: quanto mais fácil o acesso à terceirização, mais fácil é abrir e/ou manter uma micro, pequena e até média empresa - o que é um enorme estímulo para empreendedores e para o próprio país, já que 99% das empresas brasileiras são PME's, e elas respondem por 27% do PIB nacional e mais da metade dos empregos no Brasil.. 
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Sobre o parágrafo acima, um adendo: se a terceirização pode ser favorável para PME's (que, literalmente, lutam para viver por ter menos recurso e estrutura) e para contratados por elas, a situação é bem mais cômoda para empresas maiores. E algo tem que ser feito para que essas empresas de maior porte não façam uma orgia com os direitos de seus atuais e futuros empregados. São elas que devem dar o exemplo - e punidas se não forem leais a quem batalha para mantê-la reconhecida.
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Além do meu emprego, faço dois freelancers para duas empresas que, por si só, são terceirizadas. Lido com duas pessoas distintas e nunca (com ênfase no nunca) tive problemas com pagamento. Eles sempre pedem para conferir o montante (que varia de acordo com as horas trabalhadas); e, caso algum erro ocorra, me ressarcem no mês seguinte - como já aconteceu, aliás. Sem drama nenhum.
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Créditos: http://migre.me/pqkB7
Gostaria de relembrar que esse é apenas o meu caso, é claro. Também relembro que atuo no jornalismo, uma área que sofre com demissões em massa e tristes trâmites jurídicos de empregados e patrões - e que cada vez mais vê a terceirização ficar comum, por sinal. Pode ser que ser PJ no Jornalismo não seja tão desvantajoso assim, pode ser que eu seja um imenso sortudo.
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A mensagem que quero deixar é que não podemos demonizar a terceirização. Devemos lutar pelos direitos trabalhistas sim, óbvio; mas se ser terceirizado é vantajoso para mim, certamente também é para várias outras pessoas.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Vinte e três - a mudança chegou

Como todo adolescente, esperava ansiosamente pelos meus dezoito anos. Achava que a minha vida mudaria do nada em uma passagem de noite. E, como a maioria das pessoas que chegam a essa idade, quebrei a cara ao ver que nada tinha mudado. A vida continuava a ser uma penitência - até porque é só na teoria que ninguém bebe e não entra em qualquer lugar sem um RG falso. 
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Sabia que, alguma hora, a mudança ia chegar. Aos poucos ou abruptamente a minha vida daria uma guinada. Comecei a encaixar a minha vida ao meu gosto (e não ao gosto da minha mãe) aos poucos. Pagar algumas contas, ajudar em tarefas domésticas, ter liberdade para sair e gastar o meu dinheiro. Isso, realmente, foi conquistado nesse longo período dos dezoito até os vinte e dois.
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Ontem, no meu aniversário de vinte e três anos, eu parei pra pensar nessa história de mudanças novamente. E vi que a hora de mudar é justamente agora. 
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A começar pelo lado profissional: após oito meses parado para fazer o TCC na faculdade, voltei a trabalhar - pela primeira vez como senior, e não como estagiário. Oito horas (no mínimo) por dia, participando de várias ações e ideias e de corpo e alma em um local. Além disso, tenho dois freelancers para complementar a renda - e fazer contatos, é claro.
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Outra mudança: pela primeira vez na minha vida eu passarei um ano sem estudar academicamente. Com a faculdade encerrada, vou tirar um ou dois anos de folga para depois pensar na pós-graduação. Quero terminar o inglês (quem não tem inglês hoje em dia sofre) e começar uma ou duas línguas extras no período - tenho especial predileção pelo alemão, sabe-se lá porquê. 
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Ainda falta muita coisa, é claro. Morar sozinho, ter meu carro, conseguir ver mais a minha namorada em dias da semana... mas, se demorei alguns anos pra conseguir o que de tanto me orgulho hoje, posso ter mais tempo para bater essas metas antigas - e mais ousadas. Que venha tudo agora. O vinte e três foi só o começo.

segunda-feira, 2 de março de 2015

A vida é bem mais que a vida alheia

Aconteceu comigo, no domingo logo depois do carnaval. Estava saindo da ESPN e indo a pé até a estação Sumaré quando ouço uma súbita e forte freada na Doutor Arnaldo. Olho para a direita no instante que um Fox bate em um EcoSport; e, com a força da batida (que nem foi tão forte assim), o segundo carro atinge um Prisma. 
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Parece que o centro do mundo tinha virado aquele farol na frente da Torre da Cultura. Parece que a importância da ONU ou da Casa Branca tinham sido sumariamente diminuídas diante daquele pequeno engavetamento. As cercas de dez pessoas que estavam próximas do local da batida logo se amontoaram, cruzando inclusive a avenida com o farol aberto. 
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Os comentários eram sempre parecidos e atropelados pelas próprias pessoas. "Nossa, a menina do Fox tá chorando", "Vish, o cara da EcoSport saiu puto", "Meu deus, que moça desatenta" foram alguns dos exemplos que ouvi enquanto passava na frente do grupelho, que parecia que não tinha mais nada para fazer na vida a não ser ver aquela situação na rua. 
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Passe pelo grupo em dois segundos. Vi a batida e não parei de andar para frente. Eram 13h15 e eu teria que narrar dois jogos de casa, o primeiro às 16h. Alguns me olharam espantados por eu não dar relevância para aquele evento tão importante para outros. 
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Voltei para casa me perguntando porque raios as pessoas gostam tanto de futricar a vida alheia. Além de ninguém ganhar absolutamente nada com isso, essa atitude só prejudica os demais - a motorista que começou a chorar deve ter ficado ainda mais ansiosa ao ver que tinha gente prestando atenção nela. Os transeuntes não estavam nem aí, tanto que nenhum deles se dispôs a ajudar em nada. Só ficaram lá especulando sobre o ocorrido e comentando tudo o que viam.
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Sei que, infelizmente, esse grupo apenas representa uma enormidade de gente que faz a mesmíssima coisa não só ao ver acidentes, mas para absolutamente tudo na vida - você deve conhecer fofoqueiros, espíritos de porco, futriqueiros e por aí vai. Eu lamento por eles, mas não escondo a raiva. 
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Narrei meus dois jogos, ganhei meu dinheiro. Foi bem melhor que ficar vendo três carros batidos. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O incrível dia em que eu demorei vinte minutos para subir uma escada

Para quem não sabe, eu faço um freelancer nos canais ESPN como operador de bottomline. Vou lá semanalmente às segundas e quinzenalmente aos sábados. No último sábado (07/02), estava escalado para ir lá. Mas, na verdade, o dia de trabalho começou na sexta-feira (06/02).
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Foi um dia antes de ir para lá que vi que o bloco Sargento Pimenta sairia da estação Sumaré, onde eu desço para ir trabalhar. Pior: eu costumo chegar na emissora por volta das 15h30 enquanto os foliões passariam a ganhar as ruas às 15h.
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Só de pensar em toda a situação eu já me considerei cansado. Um dos vários pontos bons de trabalhar aos finais de semana (sim, é isso mesmo) é não ter problemas para pegar um assento no trem e no metrô de São Paulo e saborear um bom livro.
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Pego o transporte público na estação São Caetano da CPTM, fazendo baldeação na Tamanduateí e pegando a Linha Verde do metrô. Já era possível ver um fluxo maior de pessoas, mas nada de anormal. Quando chegamos na Ana Rosa (estação que baldeação entre as Linhas Verde e Azul, a mais antiga do sistema) o vagão ficou quase lotado. O mais inusitado foi ver que, na estação Consolação (que faz baldeação com a Linha Amarela e onde tradicionalmente sai muito mais gente que entra), o vagão ficou como se fosse o começo de um dia útil. 
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Espremido no meu canto, via o rosto das pessoas colados - mas felizes, o que indicava que nenhuma ia trabalhar. No espaço de duas estações o vagão inteiro cantou parabéns para alguém, ouviu o discurso da aniversariante e alguns outros gritos aleatórios. Nada contra, era (quase carnaval). Achei engraçado, aliás.
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O primeiro susto que levei naquele dia foi ao sair do vagão, na já citada estação Sumaré. Só consegui sair porque algumas pessoas seguraram a porta do vagão. O fluxo de pessoas nas únicas escadas era imenso, tanto que fiquei vinte minutos para ir da plataforma às catracas - e o que separa esses dois pontos são os tais dois lances de escada.
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Nunca vi algo parecido, e olha que tomo metrô com muita frequência desde 2011. Pior: quando o vagão seguinte chegou na estação, muitas pessoas sequer haviam pisado na escada. Já falei aqui que precisamos reformar as estações antigas do metrô paulistano, né? Pois é. Uma única escada foi insuficiente nesse caso - por mais que a estação seja bem pacata na maioria dos dias. 
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Ouvi várias pessoas na ESPN relatando seus problemas para chegar à redação, agora de carro. Vale ressaltar que a redação da emissora fica bem próxima à avenida Doutor Arnaldo, ao Hospital das Clínicas, à rua Teodoro Sampaio e a cerca de 2 km da Avenida Paulista. Aqui a minha surpresa foi menor, entretanto. Não precisa muito para perceber que não cabem mais carros em São Paulo e algo precisa ser feito. 
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Após determinado horário a ESPN oferece transporte gratuito até a estação Sumaré por motivos de segurança. Ao chegar na estação me senti no carnaval de Salvador: homens sem camisa e eles e elas majoritariamente bêbados. O chão grudava no tênis e o aroma já mostrava que cerveja não faltou mesmo dentro do metrô - tinha até uma latinha na bilheteria. O elevador para pessoas com necessidades especiais estava quebrado, bem como a catraca mais larga. 
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O que mais me impressionou, porém, foi a quantidade surreal de latinhas na estação, maior inclusive que a rua onde fica a estação. Imaginei então o local um pouco mais cedo (saí por volta das 23h, quando o bloco já tinha acabado) e as ruas adjacentes. Imaginei também o trabalho da equipe de limpeza do metrô. 
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Já com o meu livro em mãos para a viagem até o ABC de volta, um homem visivelmente bêbado esbarrou em mim - ele vinha de costas e eu estava parado. Três amigos precisaram da ajuda um do outro para sentar, e não conseguiram se levantar para pegar o vagão que entrei. 
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Nada contra bêbados, mas ela não pode prejudicar outros e toda uma comunidade que depende do transporte público. Por mais que seja difícil controlar seus atos ébrios, isso não pode acontecer. E isso vai de criação, de responsabilidade. 
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Não soube de nenhuma ocorrência mais grave no bloco nem no metrô nesse dia. Ao menos isso. Mas, com o carnaval batendo às portes, precisamos ser mais responsáveis e precisamos de uma organização maior das autoridades competentes para festejarmos a folia de Momo em paz.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Reacostumando

Saí da assessoria de imprensa do Albert Einstein no dia 31/04. Desse dia até finalizar o meu TCC (isso do meio para o final de novembro), pouco fiz para conseguir algo novo. A dificuldade para conseguir estágios no último ano é imensa, entrar em um trainee é complicadíssimo e, acima de tudo, eu tinha o projeto da minha vida para fazer. Desencanei e mergulhei fundo no TCC.
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Toda a espera valeu a pena quando a nota 10 do Dérbi foi oficializada. Mas, depois da minha banca, entrei em uma fase bem depressiva. Um dos meus freelancers foi praticamente paralisado junto com o calendário do futebol nacional e o outro tornou-se tedioso tal qual o jornalismo nessa época do ano por conta da falta de informações. Enquanto isso acontecia, via boa parte dos meus amigos e conhecidos sendo efetivados. Bateu aquela impressão juvenil de que eu não era bom o suficiente e tudo mais. 
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Não nego o drama. Mas alguém que fica em casa boa parte do tempo está sujeito a acessos de depressão e de leve loucura. Minha avó sempre diz que a cabeça vazia é a oficina do diabo. Sei disso na prática. Aliás, você também deve saber disso - e a sua avó também deve te dizer a mesma frase. 
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Tudo mudou há uma semana. No aniversário da minha irmã (21/01) caçula recebi a notícia que fui contratado pela Agência Insane e que começaria já na semana seguinte. Precisava, de uma hora para outra, mudar uma série de péssimos costumes que adquiri nesse tempo desempregado. 
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O pior de todos, sem dúvida, foi o de dormir muito tarde. O calor também contribuiu, é fato, mas dormir em média às 04h30 (isso sem contar nas noites em claro) e acordar as 13h não é nada saudável. Isso, aliás, atrapalhava o meu almoço: eu já não costumo ter fome; logo depois de acordar, então, não comia quase nada. Nem mesmo todo o cansaço acumulado nas viagens diárias que fazia para trabalhar no Albert Einstein explica essa situação. 
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Outro péssimo vício que está, aos poucos, sendo vencidos: a preguiça. A rotina de trabalho é bem diferente daquela de ficar em casa não fazendo nada. Até mesmo a qualidade do meu trabalho deve ficar aquém do que eu posso fazer nesse começo. 
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O importante, porém, eu já consegui: voltar ao batente.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O ano do fechamento

Eu tenho uma obrigação comigo mesmo de sintetizar um ano no último dia dele com uma palavra. Sendo assim, 2014 foi o ano de vários fechamentos importantes para mim vida. E, quando falo de fechamento, falo tanto do significado literal dessa palavra (encerramento) como também da gíria "fechamento", algo como "estar junto".
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Antes de qualquer coisa, 2014 foi o ano do fechamento da minha faculdade. Saber que terminei aquele meu sonho de criança de ser jornalista é muito feliz e muito gratificante. Saber que fiz um belo livro, entrei em contato com pessoas importantes e fechei o curso com nota máxima trabalhando com um grupo de profissionais competentes e amigos me enche de orgulho. 
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O que me motivou em 2014 também foram duas meninas que sempre me incentivaram e me ajudaram, das mais diversas formas. Se tem duas pessoas às quais eu tenho que agradecer, Ellen e Amanda são elas. Elas sim fecharam comigo.
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Profissionalmente também foi um ano agitado. Fechei meu ciclo na assessoria de imprensa do Albert Einstein triste, mas sabendo que aquele não era meu lugar - apesar das ótimas pessoas que por lá conheci. Desde então, me dediquei ao TCC - mas um novo emprego com carteira assinada é a prioridade para 2015. Mantive meu freelancer de narração esportiva e ainda ganhei outro na ESPN Brasil. O objetivo é mantê-los e trabalhar - sei que é difícil. 
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Foi o meu primeiro ano inteiro namorando a Amanda, também. Como disse, foi uma das poucas pessoas que eu sei que fechou comigo o ano inteiro. Se o namoro foi ótimo, vi que muitos amigos (seja da faculdade, de infância ou de qualquer lugar)  me deslocavam e/ou fizeram coisas que não me agradaram. Eu preferi me afastar e sofrer calado. Não dá pra dizer que fechei essas amizades em 2014, mas não sei o que esperar de tanta gente em 2015 que não me resta fazer outra coisa se não lamentar e olhar pra frente - sabendo que corro o risco de ficar bem mais solitário.
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Dentre aquelas pequenas vitórias da vida, foi de longe o ano que eu mais dirigi na vida. Também foi o ano que eu resolvi aplicar o que sei de investimentos e mercado nas minhas contas pessoais - sem muito sucesso. Elas fecharam - e só.
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Tenho a impressão que, no geral, 2014 foi um ano que compensou pela agitação. O 7x1 foi compensado pela maravilha que foi a Copa (para o povo, não para o futebol); as eleições foram compensadas por todo o frenesi causado - apesar de tanta intolerância. Fico pensando o quanto a agitação é melhor que resultados negativos pelo simples motivo de tirar o tédio, mas isso é um pensamento que eu prefiro deixar para 2015. 
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Na realidade, tudo agora vai ficar para 2015. Mas, ainda em 2014, desejo a você um ótimo ano, com muitas alegrias e felicidades.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O ano da cachoeira

2012 estava longe de ser um ano ruim. Na realidade, 2012 passou bem longe de ser um ano ruim, ao todo. O que fez a diferença para a minha súbita mudança de opinião (e confusão) foi justamente o seu final
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Foi um ano tranquilo, diria até que foi um ano semelhante ao mar: teve seus dias de ressaca, teve dias furiosos mas, no geral, foi tranquilo como uma balsa num dia ensolarado no Pacífico. Teve uma demissão traumática, mas pouco tempo depois eu já estava trabalhando novamente - e diria até melhor, já que eu me sentia realmente envolvido no trabalho e como parte integrante dum grupo. Teve também desavenças com boa parte de quem me circunda, logo resolvidas. Se comecei o ano afastado duma pessoa importante, logo a reencontrei. Se briguei com ela, logo fiz as pazes. 
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Lógico que tive momentos ruins, e uma sensação ruim é difícil de se esquecer - talvez até nunca se esqueça. Mas os bons foram mais marcantes e mais abundantes ao longo do ano, em tudo. E, na maioria dos dias, era a paz interior o sentimento dominante. Era o ano do amadurecimento
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Mas tudo foi mudando bruscamente no final. Eu já tinha indícios de que algo estava fora do lugar quando me vi sozinho com alguns equipamentos no meio da principal avenida da minha cidade e sem ninguém pra me ajudar. A faculdade tornou-se um problema que eu só consegui contornar após o prazo. Meu estágio só me tranquilizou na prorrogação. Mas ainda falta muito pra eu poder voltar a respirar tranquilo e feliz
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Se o ano foi tranquilo como um oceano ou um rio, o final teve uma tormenta devastadora. Caí numa cachoeira e ainda não voltei a ficar consciente.
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Sei que sumi nesses últimos tempos. Não viajei e tô em casa, mas ultimamente ando triste demais pra ter vontade de fazer algo. 2013 vai chegar e eu vou lutar pra que a minha animação volte. Pra quem já lutou tanto em 2012 (e 2011, e 2010, e 2009...) contra tanta coisa ruim, é apenas mais do mesmo. Mas eu vou chegar com muito mais força, podem acreditar. 
Quero agradecer a todo mundo que me ajudou e fez parte duma forma positiva de 2012. Ao contrário de anos anteriores, também listo pessoas que eu não quero que façam parte do próximo ano. A quem colaborou, obrigado. A quem quis destruir, digo que vocês quase conseguiram, mas não foi dessa vez - e nunca vai ser. E, bem, falta algo para terminar o ano bem de verdade, e em 2013 não vai faltar. Pensamento positivo. 

sábado, 24 de novembro de 2012

Um ano de vida profissional

Há exatamente um ano eu começava o meu primeiro estágio na área da comunicação, que eu sempre desejei e sonhei. Pode parecer algo banal e simples, mas o 23 de novembro tornou-se, pra mim, uma data especial. Seus frutos eu colho até hoje - antes de começar a trabalhar, por exemplo, começaria escrevendo esse texto com a expressão "há exatamente um ano atrás", erro que eu corrigi após muita insistência de uma das minhas superiores ao longo desse curto mas marcante percurso
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Comecei a estagiar na KRP Relações Públicas, fazendo clipping - função desgastante e pouco valorizada pela qual boa parte dos estagiários na minha área passam. Lembro, aliás, até hoje do meu primeiro clipping e das pessoas com quem lá convivi, ainda que em curto período de tempo - Bárbara Naliato, Guilherme Saltini, Magda Pontes, Fernanda do Amaral, Kim Kutscka e Beatriz de Prá, que me acompanhou na minha mudança para a área de redes sociais
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Já "especializado" em algum setor da empresa, comecei a trabalhar com grandes pessoas, tão inteligentes quanto competentes: Anderson Leonardo, Patrícia Kusunoki, João Carvalho e Diego Ramos. Lá pude aprender que Twitter, Facebook, Foursquare e qualquer rede social é muito mais que ficar postando inutilidades ou o que vier na cabeça. Existe um trabalho importantíssimo por parte de vários clientes e empresários que querem saber, de fato, o que seu público pensa e quer - ou não quer. Infelizmente, também vi que alguns empresários não merecem o sucesso que tem nem o trabalho tão cuidadoso que merecem, bem como algumas pessoas não merecem nem o acesso a internet de tão irracionais e estúpidas.
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Também foi, certamente, o período no qual eu mais errei. Erros reconhecidos, mas não esquecidos - e pelos quais me culpo até hoje. Nunca escondi algumas ideias contrárias que tinha do restante da bancada com palavras ou mesmo com expressões faciais, também não escondo algum ressentimento com o final da minha passagem por lá - sobretudo com a quebra do meu contrato de maneira tão abrupta. Mas prefiro ficar com o imenso aprendizado que lá tive a pensar nessas picuinhas que não levam a nada. 
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Paralelamente a isso, comecei, no dia 15 de abril, meu freelancer na EST3 Estatística Esportiva, como narrador online. Além de aprender muito sobre esportes (sobretudo o principal esporte do país, o futebol), percebi uma sensível melhora na qualidade do meu texto e na minha agilidade para pensar e teclar. Agradeço a cada jogo, para mim mesmo, a oportunidade que os senhores Francisco Morgado e Claudius Pitta me dão de poder estar nessa equipe, contribuindo, colaborando e, principalmente, aprendendo.
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Pouco mais de um mês após minha saída do meu primeiro estágio, no dia 10 de setembro, comecei no Grupo Intelligenza, aonda atualmente faço meu estágio. Agora como assessor de imprensa da Eleven Press Assessoria e fazendo releases, follow-up e estando em pé de igualdade com os demais companheiros do time, posso dizer que estou aprendendo pra valer, me sinto colocando a mão na massa de fato. Obviamente agradeço também a Ricardo Mituti, Antônio Salles e Diogo Carvalho. 
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É óbvio que, também, é bom começar a ganhar seu próprio dinheiro e sua independência aos poucos, mas acho que o mais importante nesse período é aprender, aprender muito, e abstrair todos os ensinamentos que todas essas pessoas que falei (e muitas outras que não foram citadas pois apenas coloquei quem já fez parte de bancadas e áreas na qual eu já estive presente) puderam me passar. Mais que network, é know-how - e muito knowledge, pra ficar nos estrangeirismos. Isso sem contar nas histórias que vivi, passei e ouvi e todo aquele sentimento de dever cumprido a cada postagem, pauta vendida ou jogo concluído. É cansativo, mas, realmente, trabalhar engrandece o homem - e muito. 
Que venham muitos mais anos de trabalho, experiência, eficiência e sensação de que estou colaborando, de alguma forma, para que todos tenham o mesmo sentimento que eu tenho e tive e cada um desses instantes. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eu tenho muito pra dizer, mas não tenho tempo pra falar

É, pois é. Me acostumei a fazer tudo no susto, e isso anda me irritando demais por não conseguir me dedicar da maneira que devo e que esse determinado assunto merece. Tô indo dormir quase todos os dias depois das 1h, o que me deixa stressado, de mau-humor e faz meu rendimento (no trabalho, na faculdade, em qualquer relacionamento interpessoal) cair ainda mais.
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E é horrível ter o que falar e não ter tempo para discorrer a respeito disso. Me sinto preso em mim mesmo, refém do relógio.
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Pelo cansaço, pela falta de tempo, apenas atualizo o blog para fazer esse pequeno e humilde desabafo. Não o abandono nem penso em abandoná-lo, mas tá difícil conciliar tudo.

domingo, 7 de outubro de 2012

Por que o voto no Brasil é obrigatório

Nos últimos tempos, essa tem sido uma das perguntas que mais anda sendo feitas na população que liga pra política no país: o voto deveria ser facultativo ou deve continuar sendo obrigatório ? Sendo bem sincero, nunca cheguei a uma conclusão sobre o tema nem nunca encontrei um argumento que faça minha balança intelectual pender de forma definitiva para um dos lados. 
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Mas, pensando pelo lado de quem defende a obrigatoriedade do voto, ganhei ontem um argumento bem forte para crer que o certo mesmo é deixar tudo da maneira que está. 
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Ontem, após chegar do meu freelancer, entrei no Twitter e vi minha timeline no microblog fervendo graças a um capítulo de Avenida Brasil. Não tenha nada contra quem vê novelas, cada um tem que se divertir da maneira que quiser, mesmo. No entanto, me perguntei quem teria a mesma disposição para votar sabendo que poderia definir seu futuro nas urnas e quem pesquisaria a vida e propostas de cada candidato com o mesmo afinco com que vê a novela.
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No mesmo Twitter, minha amiga Ariadnes disse que as funções de cidadã duma pessoa nada tem a ver com a novela, que ninguém é educado pra gostar de política e que isso não acontece só com novelas - acontece também com futebol e música, pra ficar em dois exemplos. Perfeito, concordei na hora com ela. Porém, existe o outro lado. 
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Já pensou como seria um povo que, por natureza, já tem poucas obrigações cívicas (e consegue fugir de boa parte delas) com voto facultativo. Veríamos muito mais novelas e não votaríamos jamais - alegoria para não decidiríamos sobre nada e só iríamos querer o bem bom, sem nada sério. O povo que já é acostumado a ser lembrado (muitas vezes justamente) por suas mulheres, pelo samba e pelo carnaval viveria na mais completa esbórnia.
Cantar oi oi oi pode ser legal, mas decidir boa parte dos próximos quatro anos é fundamental.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Animação e cansaço

Hoje foi um dia muito bacana. A despeito do cansaço de ir pra faculdade, voltar pra São Caetano e ir até a Visconde de Inhaúma logo cedo não é algo que eu recomende pra ninguém, muito menos pra mim mesmo. Mesmo com esse detalhe, tiro coisas boas: as fotos de ótima qualidade, a entrevista que fiz com meu amigo (a despeito de não respeitar padrão nenhum recomendado pela faculdade) e a animação de quem estava na pracinha e só queria mesmo era se divertir. 
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Cansado e já com algum mau-humor graças a isso, é ótimo ver minha namorada e ficar um tempo, por menor que seja, com ela. Encontrá-la, seja no metrô por cinco minutos, é daquelas coisas que fazem qualquer dia valer a pena. Hoje conseguimos ficar um pouco mais juntos, conversar, abraçar, beijar um pouco mais. Não o suficiente (na realidade nunca é o suficiente), mas algo pra fazer do dia algo bom, não importa o que venha depois.
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Tudo fica ainda melhor quando você revê no lugar mais improvável possível uma amiga que há muito não via, que mora longe e que por um acaso estava por lá. Saber o que ela faz da vida, me manter atualizado sobre alguém que tornou-se distante (não importa o grau de amizade que tínhamos ou temos) também ajuda.
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O trabalho, até mesmo o trabalho, tem sido algo gratificante. É excelente chegar, saber o que fazer e simplesmente fazer, sem interrupções ou atitudes grosseiras - e, além disso, sentir que todos lá estão no mesmo ritmo e querem falar das mesmas coisas.
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Na volta, outro encontro ao acaso com um amigo. Repete-se aqui o que foi dito no terceiro parágrafo, com a diferença de que tal pessoa esteve presente na sua vida por anos, que passaram há algum tempo. As lembranças da pré-adolescência voltam com tudo e, por mais que eu prefira o presente ao passado, um pouco de saudodismo não mata ninguém. 
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Cheguei em casa radiante com tudo isso. Eis que as obrigações acadêmicas me impedem de colocar toda a minha alegria no papel decentemente, ou explorar um tema de forma inspirada. No fim, o cansaço venceu novamente. Mas, ah, como é bom se sentir bem ao menos por algum curto período de tempo !

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Novamente empregado

Não gosto de sair falando por vários motivos e anuncio apenas quando termino o primeiro dia de expediente. Uma vez finda a labuta, falo pra vocês que estou estagiando de novo. 
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Ainda estou me acostumando a nova empresa, que tem algumas ramificações importantes - eu ainda não sei se pertenço a esse ou aquele grupo, mesmo sabendo quem são meus companheiros na empreitada. Aos poucos vou me adequando e me acostumando com tudo
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As diferenças para o meu antigo estágio são gritantes. O lugar é muito diferente, as pessoas idem, o esquema de trabalho, o clima... é tudo diferente demais, nem parece que fazem um trabalho semelhante. Ao menos sei que os clientes com quem trabalharei são muito mais a minha cara do que eram os antigos, e, apesar de demandarem mais ou menos trabalho, são grandes empresas. 
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Ah, uma coisa não muda: eu chego cansado em casa da mesma forma, num grau de saturação que fica difícil até mesmo se manter acordado depois do jantar.

domingo, 9 de setembro de 2012

Eu simpatizo com trabalho bem feito

Depois que comecei a cobrir jogos (para quem não sabe, faço um freelancer na área de narração esportiva), passei a me flagar tendo algumas torcidas enrustidas por alguns times. Na realidade não por times, mas sim por algumas fases de clubes - por time todo mundo sabe quais clubes eu torço, por quais eu tenho simpatia e quais os dois clubes que eu não aguento ver na frente. É uma relação estranha, mas que passa basicamente por um único ponto: o trabalho. 
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Como eu não tenho muito o que torcer para a imensa maioria dos times, gosto de analisar a situação (ainda que empiricamente, na minha própria mente) de cada um deles. A diretoria, o técnico, o grupo de jogadores... essas banalidades que poucos dão importância. E percebo que existem trabalhos muitos bem feitos Brasil afora. Esses trabalhos contam com o meu apoio e, porque não, tem minha torcida para que durem e sirvam de exemplo.
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O exemplo mais clássico de trabalho bem feito no futebol brasileiro para mim, hoje, está em Campinas. Gilson Kleina e a sua Ponte Preta me conquistaram duma forma que eu não sei explicar. Acho formidável o que o técnico fez com a Macaca: transformou um grupo bem mais ou menos com um ou outro destaque em um time. Mais, muito mais: um time encaixado, com padrão de jogo e com muita vontade, dificílimo de ser batido. Edson Bastos é um goleiraço; Cicinho é um lateral-direito que talvez não se encontre mais no futebol brasileiro, Diego Sacoman, Ferron e Thiago Alves tem muitas qualidades; Baraka chegou do Mogi-Mirim e mostra um futebol que me agrada demais; Marcinho costuma dar trabalho; Roger é o eterno homem-gol pontepretano; Giancarlo é um grande centroavante reserva; Rildo e Luan compõem muito bem os flancos ofensivamente. Gilson Kleina tem um elenco bom montado por ele e, mais do que isso, tem esse elenco na mão. É um excelente projeto - que já dá resultados surpreendentes.
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Trabalho não de técnico, mas de diretoria, encontra-se no sul do país. Mais precisamente, no Alto da Glória. Desde a chegada da diretoria do atual presidente Vilson Ribeiro o Coxa tem uma cara: contratar técnicos que gostem de trabalhar com jogadores jovens. Foi assim que Ney Franco reconduziu a equipe para a primeira divisão nacional após pegar uma equipe em frangalhos, foi assim que Marcelo Oliveira levou o Coxa a duas finais seguidas de Copa do Brasil e foi assim que a diretoria, ao demitir Marcelo, chegou ao nome do "desconhecido" Marquinhos Santos. Desconhecido para nós, mas a diretoria coxa-branca sabia muito bem aonda está pisando: Marquinhos era o técnico da seleção brasileira sub-17 - ou seja, ele sabe trabalhar com jovens. Hoje, os paranaenses desceram 3x0 no Flamengo, que é a antítese das equipes que falarei aqui: é desorganizado, desarrumado, não tem projeto nenhum, é uma equipe sem garra e sem brio e que não faria muita falta no Brasileirão do ano que vem se for pra fazer esse papel vergonhoso que vem fazendo nesse ano - tanto dentro quanto fora de campo.
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Com toda a pompa e todo o nome aparece também o Corinthians, que jogou hoje. A atual situação política do time, com Mário Gobbi na presidência sucedendo seu "padrinho" Andrés Sanchez, explica o bom momento da equipe. Tite foi eliminado pelo Tolima na Libertadores passada e pela Ponte Preta no Paulistão desse ano. A diretoria confiou no técnico quando nenhum corinthiano aguentava mais o gaúcho. Resultado: um Brasileirão e uma Libertadores da América - sonho de consumo da equipe alvinegra. Óbvio que não torço para o Corinthians, mas reconheço todo o trabalho feito pelo técnico e pela diretoria na manutenção desse trabalho tão bem tocado, e o trabalho pode ser medido pelos incríveis resultados que a equipe vem conquistando. 
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Falei apenas de times que jogaram hoje, mas faço duas ressalvas para equipes que ainda não atuaram: o Náutico tornou-se um time de refugos muito bem organizado e praticamente imbatível nos Aflitos; e a Portuguesa de Geninho ganhou uma cara nova, bem diferente do time rebaixado no Paulistão. Com atacantes (Araújo e Kieza; Bruno Mineiro e Ananias) muito bons, volantes (Souza, Elicarlos, Martinez; Léo Silva, Moisés, Boquita) que chegam muito bem à frente, laterais (Lúcio, Patric; Luis Ricardo, Marcelo Cordeiro, Rai) de alguma qualidade e zagueiros (Ronaldo Alves; Gustavo, Rogério) minimamente competentes, essas equipes saíram do limbo e sonham hoje com vagas na Copa Sul-Americana - sonho bem palpável e possível, diga-se. No caso da Lusa, temos ainda o pentacampeão mundial Dida, toque de experiência no go, rubro-verde e com muita qualidade apesar de sua idade avançada.
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Também são muito bons os trabalhos de Atlético Mineiro e Fluminense, mas não falo desses pois tais equipes tem muito mais visibilidade e dinheiro que as que mais me fascinam no momento - com a óbvia exceção do Corinthians.
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Não falei de nenhum craque nesse texto. Talvez seja execrado por elevar tanto jogadores de nível técnico tão discutível - e eu tenho ciência disso. O texto apenas mostra que não é tão difícil quanto se pensa montar um time de verdade com um elenco apenas mediado. E, claro, a minha constatação óbvia: alguns nomes precisam parar de ser achincalhados por aí.