sábado, 18 de setembro de 2010

Mais uma eliminação

Lembro-me da minha primeira Copa do Mundo como torcedor. Era 1998, e o mundial foi sediado na França. Eu, brasileiro, vi os primeiros cinco jogos em solo tupiniquim, e depois fui viajar para a Disney. Em solo norte-americano, dos nossos primeiros compromissos foi ver a partida entre Brasil x Holanda, na qual a seleção canarinho venceu nos pênaltis após uma das partidas mais emocionantes da história. Também cresci vendo jogos épicos do selecionado nacional. Numa delas, em 1994, o Brasil passou pela Laranja Mecânica em outro jogo dificílimo terminado em 3x2 e imortalizado pelo gol de falta de Branco.
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Já em 2010, a euforia era grande. A Holanda sempre foi freguesa do nosso país, julgava a seleção brasileira melhor... tudo estava perfeito. Acerca do time holandês, sempre disse que eles eram diferentes. Historicamente, a Holanda nos brindava com equipes de toque de bola refinado, futebol vistoso, ofensivo e bonito. Esse ano, é uma seleção fria, calculista, eficiente, e, porque não, burocrática. O Brasil ia na raça, tinha jogadores com garra e sempre existe a chance de um de nossos habilidosos jogadores fazer uma jogada desconcertante e definir a partida em tal lance. Além do mais, nossos cruzamentos da direita e nosso contra-ataque eram conhecidos por todo o mundo como letais.
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O jogo se iniciou com rispidez. Num dos primeiros lances da partida, Luís Fabiano e van Bommel tiveram um pequeno atrito. Depois, o mesmo bôer discutiu com Robinho, em lance logo controlado pelo árbritro, mostrando o quanto seria difícil tomar as rédeas da partida.
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Após os estranhamentos iniciais, o Brasil mostrou seu futebol. Maicon, Daniel Alves e Robinho triangularam bem e fizeram o gol, bem anulado pelo juiz. Três minutos depois, Felipe Melo dá uma assistência de quarterback de futebol americano para Robinho. Após o longo passe, o camisa 11 do Brasil abre o marcador. O jogo era inteiro brasileiro e assim foi até o fim do primeiro tempo, com nossa seleção perdendo seguidas chances com Maicon, Juan e Dani Alves. No entanto, o lance mais bonito do jogo não resultou em gol. Robinho fez um carnaval pela esquerda, driblando três holandeses e rolou pra Luís Fabiano. O centroavante, de letra, tocou pra Kaká. Bem posicionado, o camisa 10 buscou o ãngulo, mas o bom Stekelenburg fez uma defesa plasticamente linda, mas nem tão difícil.
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O filme vinha se repetindo. Brasil na frente, jogando melhor e a Holanda mais amarela que laranja. Na volta do segundo tempo, mesmo atuando de azul, foi a vez do Brasil se assustar diante da grandiosidade da Copa e da Holanda. A partida mudou totalmente de figura nos 45 minutos finais de jogo. Logo aos sete minutos, o empate. Sneijder mete a a bola na área pra quem viesse cabecear. Felipe Melo e Júlio César não se entendem e a Jabulani passa pelos dois, morrendo no fundo do gol. Os europeus passam a focar suas investidas pela direita, com Robben, que caía nas costas do pendurado Michel Bastos. Num escanteio por aquele lado, Kuyt cabeceou pra trás, encontrando o baixinho Sneijder. Ele, de novo, escora pro gol e vira o jogo. O que era nervosismo transformou-se em apocalipse quando Felipe Melo dá um pisão antidesportivo em Robben e é expulso, aos 28 minutos. Dali em diante, uma tentativa desordenada de tentar empatar a partida, resultando em contrataques holandeses, os quais só não resultaram num placar ainda mais dilatado por displicência dos atacantes laranjas.
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O Brasil, tal qual em 2006, se despede do Mundial nas quartas-de-final, ante uma seleção pragmática. O filme parecia se repetir. Jogadores chorando, decepção e muitas explicações pro apagão no segundo tempo. Encerra-se o ciclo Dunga e se abre a temporada de críticas desmedidas à todos os integrantes dessa aguerrida seleção. Mesmo perdendo, eles não são perderores. Quem viu o Brasil de 2006, esses sim, viram uma seleção perdedora, com alma de derrotada. Em 2010, apenas não vencemos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Domingo gradativo

Alguns dias já são especiais desde o princípio graças aos eventos que carrega consigo. Domingo é uma dessas datas, com vários eventos esportivos acontecendo ao longo do dia. Ontem, porém, a quantidade de partidas dos mais variados esportes me surpreendeu. Pra completar, alguns eventos fora dessa esfera chamaram a minha atenção
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Domingo de manhã já tem uma tradição: quinzenalmente, a F1 a ocupa. No dia 12, iria acontecer o sempre aguardado GP de Monza. O templo ferrarista, minha escuderia de coração, e circuito no qual eu sonho ver uma vitória do Cavallino Rampanti. Ela veio ontem, nas mãos de Fernando Alonso. A corrida pode ter sido modorrenta, com a vitória vindo após pit stops, mas a Ferrari venceu, e isso que vale. Segundo lugar pra Jenson Button e terceiro prum apagado Felipe Massa.
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Depois da corrida vem sempre o futebol. De todos os países: Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, Portugal... mas claro, o que mais chama a atenção é o Campeonato Brasileiro. Nele, vi o meu São Paulo atuar desastrosamente e perder por 2x0, placar magro diante do ótimo futebol mostrado pelo Botafogo na Cidade Maravilhosa. O Tricolor, que estava em recuperação, foi freado, e precisa urgentemente de mais regularidade para buscar novo arranque no nacional. Jogando como ontem, a tendência é voltar a cair na tabela.
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Simultaneamente ao futebol, Estados Unidos e Turquia se enfrentavam pelo Mundial de Basquete. Certamente, foi o torneio acompanhado de maneira mais próxima pela minha pessoa, devido ao fuso-horário amigo, à seleção de ótimos nomes formada pelo Brasil ( mesmo perdendo pra Argentina, nas oitavas-de-final ) e graças a emoção de certas partidas. No derradeiro jogo, os norte-americanos não precisaram se esforçar tanto para bater os donos da casa por 81 a 64. Chama a atenção não só a facilidade com a qual os yankees venceram, mas também a seleção, apenas com Derrick Rose, Chauncey Billups e Lamar Odom como destaques dos times da NBA. O selecionado foi esvaziado, e mesmo assim mostrou a competência dos norte-americanos no esporte, inventores e realizadores duma das ligas esportivas mais bem quistas do planeta.
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Essa também foi a primeira semana da NFL, a tradicional Kickoff Week. Quinta-feira já havia acompanhado a vitória dos atuais campeões, o New Orleans Saints, ante o Minessota Vikings, por 14 a 9. No domingo, vi trechos de Green Bay Packer 27 x 20 Philadelphia Eagles, e, com o coração na mão, acompanhei a vitória do meu Arizona Cardinals fora de casa por 17 a 13, contra o Saint Louis Rams. No fim da noite, ainda acompanhei o incrível jogo entre Dallas Cowboys e Washington Redskins. Num duelo de torcidas que se odeiam, o outrora freguês da capital venceu uma das equipes mais populares da liga, após uma falta no touchdown que daria a vitória pro time rival, com o cronômetro zerado. Simplesmente de tirar o fôlego.
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Além de tudo isso, houve o VMA, que coroou as invenções e bizarrices de Lady Gaga, e a volta de Eminem ao estrelato. O palco de apresentaçõe,s dos mais bonitos que já vi em minha vida, viu shows sem graça, com exceção para a apresentação do Linkin Park. Foram premiados também Justin Bieber e 30 Seconds to Mars. Para as revelações, lanço luz para a até então desconhecida banda Florence + The Machine, de som mais lento e calmo, o qual me agradou muito. Infelizmente, minha torcida pelo Muse não rendeu nada além dum prêmio de melhores efeitos especiais. O VMA2010 desapontou, e não foi marcante como o dos últimos anos.
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A surpresa fica para os dois ( sim, isso mesmo, dois na mesma noite ) debates políticos realizados pelos candidatos à presidência da República, na RedeTV e na TV Gazeta. Nele, mais do mesmo: a candidata do governo exaltando " seus " feitos à frente do país, e uma oposição tentando desesperadamente desmoralizar o trabalho de seus rivais, atacando desordenadamente e sem ação alguma. Além dos erros de Dilma Rouseff no primeiro debate - ela não compareceu ao segundo -, tais quais " questães " e " pograma ", nada de novo, desmotivando ainda mais todos os brasileiros.
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Que dia, não ? Todo domingo poderia ser recheado de boas atrações na televisão, como o de ontem.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mark pra Derek, sobre Lexie.

" Cliches become cliches for a reason: because they worked. It's great, isn't it ? When you feel something so strong with someone else, and it's not just about the sex ? And, it is... it's true. "
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É ótimo, Sloan. É realmente ótimo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dia das minhas paixões

Para todos os brasileiros ( sobretudo os que gostam de tal adjetivo, ou melhor, os maduros o suficiente pra isso ), Sete de Setembro é sempre uma data marcante. Não pelos desfiles cívicos ou pela demagogia histórico-política - ainda mais em tempos de eleição -, mas pelo momento no qual pudemos, enfim, deixar a incômoda alcunha de colonos e passar a ser chamados por esse adjetivo tão forte e singular: brasileiros.
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O dia da pátria, melhor, o dia do nascimento dela, deveria ser comemorado tal qual a Queda da Bastilha, na França, ou o Quatro de Julho, data da independência americana. Por motidos diversos, não é assim tratada. Um erro, pois seria o dia perfeito de encher nosso peito com os ares ufanistas que o dia nos traz. O dia é para poucos, mas para os bons: dia de exaltar o Brasil. Fica a lembrança da data e a crítica social aqui feita.
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Outra paixão minha terá um dia único. O São Paulo Futebol Clube comemora hoje 20 anos da estreia de um dos seus maiores ídolos: Rogério Ceni. O maior goleiro-artilheiro do mundo tem mais de 900 jogos pelo clube, com 90 gols. Ganhou 20 títulos em sua gloriosa carreira, além de ter 15 títulos individuais na estante de casa. Mas não são esses números que fazem de Rogério Ceni a verdadeira lenda que é.
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Ele chegou ao São Paulo pouco antes da época mais vencedora da história do clube. Integrou a era Telê Santana, e começou a se destacar nos tempos das vacas magras, durante a escassez de títulos do tricolor. Sua grandiosidade não vem dos números, e sim do que ele representa: o torcedor em campo. A liderança de sua presença, sua garra, sua fibra, e seus verdadeiros milagres debaixo das traves. Me curvo ante o mito sobre o qual escrevo.
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Há algo melhor que vencer a Argentina em pleno Sete de Setembro ? Por enquanto, o Brasil vai vencendo os hermanos por 48 x 46 em partida válida pelo Mundial de Basquete. Mesmo caso o pior aconteça, podemos ficar com a lembrança duma geração espetacular, repleta de bons jogadores e que suou pelos companheiros e pelo país. Mas estamos vencendo, e seria lindo despacha-los nessa data tão singular pra nós. Afinal de contas, é como diz o nosso belíssimo hino da Independência:
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" OU FICAR A PÁTRIA LIVRE OU MORRER PELO BRASIL ! "

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ninguém sabe disso, mas...

Alguns integrantes do PSDB, principal partido de oposição ao governo durante o mandato Lula e nas eleições, tiveram seu sigilo bancário quebrado, por pessoas ligadas à Receita Federal da cidade de Mauá, no ABC Paulista. Pra quem não sabe, Mauá é governada por Osvaldo Dias, do PT. A Receita Federal é um órgão ligado à União, logo, capitaneado por pessoas do governo.
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Em Minas Gerais, caso semelhante: um partidário do PT acessou dados do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, partido de José Serra. Talvez os casos não devam ser elvados pro ãmbito eleitoral, pois ocorreram há no mínimo um ano átras. Entretanto, eles devem sim ser comentados, mesmo com toda a pressão contra de diversos setores da sociedade.
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Os petistas, nas eleições passadas, fizeram dossiês contra José Serra, candidato ao governo paulista, e Geraldo Alckmin, então candidato a presidência. O PSDB não explora isso pra tentar salvar a candidatura serrista, indo pouco a pouco para o ralo, a mídia não comenta, e Dilma finge que não sabe.
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Tá tudo errado. Dum lado por quebrar sigilos, do outro por fazer disso algo demasiadamente demagógico, apelando para fatos antigos a fim de reverter uma eleição marcada pelos erros de estratégias tucanos. Ante isso, a relegada Marina Silva soltou a melhor frase sobre o episódio:
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" Tem um problema grave acontecendo. Se é político é grave. Se não é político, é gravíssimo. "
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A eleição só vai ter um turno em 2010, infelizmente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dois centenários

É dia de festa. O centenário do Corinthians ultrapassou fronteiras e tornou-se data comemorativa em vários pontos do globo. Talvez em Bauru também tenha festa, ou festa dupla. O Noroeste também comemora 100 anos. Mas... Noroeste ?
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A Locomotiva pode não ter os craques, os ídolos, a história, os times e o dinheiro do clube fundado em data idêntica à sua. Merece respeito, e muito, é claro, porém não dá pra comparar peso de camisa e tradição.
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Peguemos o presente. O Corinthians desejava o título que lhe falta para o centenário: a Libertadores da América. Caso o troféu viesse, veríamos uma agitação nas ruas paulistanas semelhante à Paris da Revolução Francesa. Não conseguiu. Perdeu o Paulistão e caso o Brasileirão terminasse hoje não seria campeão, o mínimo esperado para tamanho projeto.
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O Noroeste fez diferente. Na série A2 do estadual, montou um time limitado, unicamente para voltar á elite, e retornou. A festa foi local, e muitos não tomaram conhecimento das comemorações. Aliás, a maioria dos torcedores só tomou conhecimento dos 100 anos do Norusca para tirar onda com os corinthianos. Quem gosta do time caipira não liga pra isso, e se dá por satisfeito em ver que a equipe cumpriu o prometido.
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Futebol é resultado, centenário é celebração. No critério esportivo, o centenário do Noroeste é mais marcante.