quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Uma final digníssima.

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Todos os prognósticos davam o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana como um jogão. Muitas vezes, eles de nada valem. Neste jogo, porém, eles acertaram em cheio. A decisão entre o Estudiantes e o Internacional que foi realizada ontem no estádio Municipal de La Plata foi digna de uma final de Sul-Americana, mas sim de Libertadores da América. A torcida dos Pinchas         ( como é conhecido o time platense ) fazia uma bela festa, e os colorados estavam em bom número na Argentina. O Estudiantes contavam com Angeleri ( sempre elogiado por Maradona, técnico da seleção argentina ), Boselli, Benítez, entre outros jogadores que alguns colocam até no selecionado nacional. Além de " La Brujita " Verón, jogador de renome em todo o mundo. O Inter tinha um meio campo invejável com Guiñazu, Edinho, Magrão e D'Alessandro, além da dupla Nilmar e Alex no ataque. Ingredientes não faltavam para ser um jogaço.

O Estudiantes começam fazendo blitz, mas a primeira boa chance foi do Inter. Logo aos 12 minutos, Alex na esquerda
 cruza pra Nilmar, que finaliza mal. Os Pinchas dependiam demais de bolas alçadas na área, sobretudo por Verón que atuou bem até a segunda metade do segundo tempo. Porém, o seguro gole
iro Lauro defendia, por muitas vezes até encaixando 
a pelota sem dar rebote. Tudo conspirava contra os gaúchos, sendo que um  dos principais jogadores da equipe colorada, o argentino Guiñazu, foi expulso num lance bobo. Tudo estava complicado. No momento que vinha tomando pressão, D'Alessandro lança magistralmente Nilmar, que é derrubado na área por Desá
bato. O beque argentino já havia tido problemas num episódio de racismo com o são-paulino Grafite, e de novo mostrava que não dava sorte atuando frente a brasileiros. O lance é discutível, ao menos. Isso pouco importa agora. Mostrando ao goleiro Andújar o jogo de cintura brasileiro, Alex tem que bater duas vezes pro gol ser validado, e ele assinala nas duas oportunidades. 

2 minutos depois, D'Alessandro bate muito bem uma falta perto da área, com a bola batendo na trave e voltando caprichosamente para o goleiro argentino. Pouco depois, Alex lança Nilmar frente a frente com o goleiro, livre, mas o assistente dá um impedimento inexistente. Após o gol, o jogo é uma sequência de investidas perigosas colroadas com o Estudiantes se salvando na base da sorte.

Com o segundo tempo, tudo muda também. Lembra de Angeleri, o mesmo que sempre foi bem visto por Maradona ? Pois bem, ele com certeza pensará duas vezes antes de chama-lo pra seleção argentina. Coroando uma atuação pífia, o jogador recua mal uma bola para o goleiro, que quase resulta no segundo tento colorado feito por Nilmar, com o goleiro Andújar defendendo um chute rasteiro. A partir daí, o Estudiantes se desesperou, porém soube manter a posse de bola e atacar incisivamente. Seguidas tentativas de cruzamentos e de chutes de longe de Boselli, Salgueiro e Verón foram bem contidas por Lauro e pelas brilhantes atuações de Álvaro, Índio e Edinho. Além deles, Magrão teve algumas chances de gol, infelizmente não marcando para coroar uma bela partida onde o volante jogou correndo como juvenil.   
                                                                                                                                                                          
Os 10 minutos finais mostraram o pífio preparo físico da equipe argentina, que sequer se aguentava em campo. Mais de uma vez Verón sequer cosneguia dominar a bola, de tão exausto que estava. O colorado se fechou e conseguiu levar a vitória para casa, quebrando uma invencibilidade do time platense de 43 partidas em casa. Vale ressaltar ainda o técnico do Inter. Tite soube domar a própria equipe e o adversário mesmo com um jogador a menos, com inteligência e destreza. Deu aula ao ainda iniciante Leonardo Astrada, que não soube por rédeas no desespero de sua equipe. 

O Inter está com uma mão e meia na taça. Sinceramente, acho impossível o colorado gaúcho perder a Copa Sul-Americana, que enfim virá para o Brasil. Para melhorar, a final foi contra um time que soube honrar a conquista, porém sabia que era inferior e nos deu a oportunidade de ver um grande jogo, ao menos na Argentina. E nesses grandes jogos, a técnica sempre vence. Sendo assim, o Internacional, cada vez menos de Porto Alegre e cada vez mais orgulho do Brasil, soube ganhar com todos os méritos que lhe são cabíveis.
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