terça-feira, 21 de abril de 2009

Um presidente, uma capital, um mártir, um Deus.

>
Pra nós brasileiros, talvez dia 21 de Abril seja a data a ser lembrada com mais carinho. Todas as gerações de tupiniquins viram um grande acontecimento nesse dia. Todos históricos.
.
De Minas Gerais saiu um mártir da Independência de nome Joaquim José da Silva Xavier. Nome comum, tão igual aos outros. Mas que pagou por sua vida para levar a frente seu ideal de liberdade. 
.
Na década de 50, um visionário de nome Juscelino Kubitschek chamou dois gênios de nome Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e fez do inóspito Planalto Central a capital federal, dando cores diferentes ao cerrado. 
.
A tal capital viu anos de uma autoritária ditadura militar. Para acabar de vez com esse fantasma, os deputados elegeram Tancredo Neves para redemocratizar o país. Sua frágil saúde, porém, não o deixou tomar posse, e ele sempre foi lembrado com carinho como aquele que, mesmo morto, conduziu o país para a democracia novamente. E nos mesmos anos 80, outra figura nos dava a alegria de ver futebol.
.
Para alguns, um simples técnico de futebol. Para muitos, digno de ser chamado de mestre. Para os são-paulinos, não há como não chama-lo de Deus. Ele é certamente o maior ídolo da história do clube. Diga-se, talvez seja o único clube que não tenha como figura mais importante um ex-jogador. 
.
Poucos conseguiram unir resultados com futebol arte. Talvez, ele tenha sido o único. Taxado de pé-frio graças ao fracasso nas Copas de 82 e 86, ele chegou ao São Paulo em 1990 e o estigma parecia que iria se manter após o vice brasileiro para o Corinthians. A maré começou a mudar em 91 ao vencer o mesmo time no Paulistão e vencer o Campeonato Brasileiro. Porém, sua genialidade iria aparecer mesmo a partir do ano seguinte.
.
Creio que o biênio de 1992 e 1993 tenha sido o mais brilhante de um ídolo, como ele. Vencer 7 títulos, sendo 2 mundiais e 2 continentais é tarefa para poucos. Para nenhum. Apenas para ele. Deus do futebol. Mito. Único. 
.
Nossa gratidão, porém, não veio de todos esses resultados, essas conquistas. Ele deu a essência do São Paulo Futebol Clube. Imponente. Respeitoso e respeitado. Com um belo futebol, só interessando a vitória. Gigante. Dentro e fora de campo. Único.
.
Sua imagem na terra do Sol nascente após o gol de Raí em 92 sintetiza tudo. Ele fechou um grupo de craques, de menor importância que ele, é bem verdade. Obra de um ser divino que soube formar de bons jogadores um time imbatível, em todos os pontos do campo e em todos os campos do planeta. Sua lembrança é eterna. A cada jogo importante basta reparar que a torcida tricolor sempre o cita, clamando seu nome à plenos pulmões nas arquibancadas.
.
Três anos. Três longos e malditos anos sem você, Telê. Hoje temos um discípulo teu, competentíssimo. Tua cria. Mas ele jamais será você. Aliás, jamais teremos outro feito você. Saudades daquele que modernizou o futebol, encantou uma geração, foi mito dentro e fora do gramado. Saudades daquele mestre. De ti, mestre. Eterno mestre.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :