domingo, 8 de fevereiro de 2009

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Conversando com uma amiga, acabei me recordando da quantidade de histórias que o futebol do interior paulista possui. Nenhum outro estado é tão pródigo em contos quanto São Paulo. Citei o caso dos times " a volta dos que não foram ", o São Caetano da década de 90 que subiu pra primeira divisão paulista estadual e caiu no ano seguinte, e que depois voltou em 2001 já como time conhecido. Esse ano, temos o Oeste de Itápolis, que era da série A1 em 2003 e ninguém se lembra, cando em 2004. Hoje o time está bem no campeonato, e certamente não cairá pra série A2 novamente.
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A feliz coincidência de tudo isso é que no mesmo domingo ocorreu na metrópole caipira o maior clássico do interior brasileiro. Guarani e Ponte Preta duelaram no Brinco de Ouro da Princesa, casa brugrina. E foi um jogo sensacional, de longe a melhor partida do campeonato até agora. A chuva que caia em Campinas aumentava as pitadas de dramaticidade que o jogo adquirou conforme as chances iam sendo desperdiçadas. Aos 47 do primeiro tempo, Danilo Neco abre o placar pra Macaca num pênalti muito bem batido. 
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O segundo tempo prometia. E a promessa foi atendida logo aos 9 minutos, quando Maranhão efetuou um cruzamento da direita e Fernando Gaúcho acertou de voleio em cheio, pras redes do goleiro Aranha. Um golaço como há muito o derby não via, e o Bugre comemora o empate em sua casa. Porém, um clássico é essencialmente dualista, com heróis e vilões se confundindo. O mesmo Fernando Gaúcho, artilheiro nato, camisa 9 do Guarani, faz um gol contra num escanteio vindo da esquerda, e a Ponte salta pra frente no placar de novo aos 15 minutos da segunda etapa. Placar que, aliás, não informa o nome do time pontepretano, e sim apenas " AAPP ", de Associação Atlética Ponte Preta, as iniciais do time. Rivalidade em estado puro.
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Exatamente 5 minutos depois, o meia Cléverson, vindo do banco bugrino, acerta um chute quase do meio de campo no ângulo do goleiro Aranha, empatando de novo a partida, que acaba termimando empatada. Um singular confronto, certamente o melhor clássico de Campinas neste milênio.
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Mais um capítulo da rica história futebolística interiorana tinha acabado. Saudosismo é algo que se bem usado pode ser um excelente artifício, como agora. O Guarani pode não ser o de Careca, Zenon e Bozó. A Ponte pode não ser mais a de Dicá, Oscar e Waldir Perez. Não querendo comparar, mas o Guarani de hoje em dia tem Maranhão, Plínio, Dairo, Douglas e Fernando Gaúcho. A Ponte tem Aranha, Bia, Kim, Danilo Neco e Rodrigo Ninja. Temos que dar valor ao que temos hoje. E essa rivalidade campineira é fabulosa, engrandecedora. Parabéns as duas equipes que fizeram um grande duelo pelo Paulistão. E que continuem fazendo.
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