domingo, 5 de fevereiro de 2012

Crônica dum sábado perdido

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Sol, acordar tarde, almoço... sábado comum, não ? Não quando eu decidi ligar pra ver quais os pontos de venda do carnaval e, ao descobrir que vendia-se meia entrada apenas no Anhembi, eu mesmo ir lá ao invés de reclamar da sorte e da vida.
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O Anhembi é longe, amigos. São, ao todo, dezoitoe stações, entre trem e metrô, e mais quatro quilômetros de caminhada. Tudo isso sob o Sol escaldante que o concreto proporciona. Além, é claro, de não saber o caminho ao certo, apenas ter alguma noção. Fui perguntando, aqui, ali, e cheguei ao lugar - fazendo o caminho mais difícil, óbvio.
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A fila não era grande. Devia ter 150 metros, não era muito. O problema da fila é que ela não andava, não o seu comprimento. Pra mostrar a situação do local, a multidão urrava de quinze em quinze minutos, mais ou menos. Era a comemoração jocosa para anunciar que o sistema voltou a funcionar após cair. Situação lastimável, enquanto todos pareciam ter um Sol pra chamar de seu.
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Ao chegar mais próximo do ponto de venda (uma hora após o prazo para fechamdno das bilheterias), começo a me dar conta que a culpa, realmente, não era das atendentes. Elas estavam confinados em contâiners horríveis e sem a mínima higiene, a despeito do ar condicionado improvisado.
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Ao (tentar) comprar meu ingresso, a surpresa: eu precisaria de uma declaração dizendo que estudaria na minha faculdade em 2012, sendo que a minha carteirinha é válida pelos quatro anos letivos. Tentei explicar isso para a vendedora, mas... não deu certo. Foram três horas de espera com todo o Sol do planeta pra não comprar o ingresso. Não posso reclamar da vendedora, porém, que me explicou tudo o que eu deveria fazer e ainda me deu informações que ela não deveria falar - para amenizar a decepção, talvez.
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A partir daí foi um caos. Andei os quatro quilômetros de novo, fui comprar um chá mate numa galeria que conheci e ela estava fechada, gastei três reais numa Coca Zero quente, o metrô fechou a porta na minha cara duas vezes e o trem uma, minha mãe me stressou... um horror. Um dia perdido.
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O pior é ficar sozinho e ver vários casais e eu... cadê o meu par ? Cadê a minha versão da figura masculina que falava sobre qualquer assunto e dava vários selinhos no homem que sabia tudo de carnaval átras de mim, na fila ? Como é voltar pra casa pela Goiás e relembrar todas as vezes que por lá ficamos... ? Adoro ficar sozinho pra pensar, mas isso hoje me trouxe saudade e solidão, e não pensamento e reflexão. Pra completar, logo menos vou ver o seu cantor preferido no Planeta Atlântida.
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Dias ruins são necessários pra que os bons venham, certo ? Mas 2012, até aqui, foi uma sequência de péssimos momentos. Cansei de superestimar minhas pequenas alegrias pra ter um motivo pra sorrir. Já sofri demais nesse ano que nem começou.
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