segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sem cabelo - e em Pânico

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Eu respeito demais o Pânico. Via demais o programa quando ele começou, mas parei há muito tempo átras, a vários anos. Mas respeito um programa que consegue rivalizar com a Globo na RedeTV! e ultrapassa a emissora carioca na Bandeirantes. Se é ruim ou se é bom não me importo nesse momento, até porque a televisão aberta brasileira tem um nível lastimável, em geral.
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No último domingo, causou um reboliço que a muito eu não via na TV nacional o corte de cabelo da Panicat Babi. Ela despediu-se de suas longas madeixas louras ao vivo, passando a máquina zero no ar. Não sei porquê ela fez isso e não quero me ater a esse ponto, fico na repercussão imeadiata que o programa causou. Na realidade, uma consequência que vem tornando-se muito comum na sociedade cibernética: a viralização de um fato e um contraponto por meio das redes sociais.
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Uma imagem que foi compartilhada diversas vezes via Facebook diz que "a gente sabe que o país tá na merda quando o corte de cabelo de uma Panicat repercute e causa mais revolta do que esquemas descarados de corrupção".
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Obviamente eu concordo com a imagem. Mas me incomoda ver essa viralização toda, duma hipocrisia que chega a ser berrante. Será que as pessoas que compartilham a foto sabem de todos os esquemas de corrupção ? Será que essas pssoas lêem o noticiário político ? Será que elas lembram em quem votaram nas eleições de dois anos átras ?
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Vou além: será que essas pessoas não vêem o Pânico ? Será que esses lindos paladinos do bom conteúdo da TV brasileira não dão risada com as palhaçadas do programa ? Será que essas pessoas são eruditas ao ponto de só postar mensagens de mobilização popular em seu mural no Facebook, sem nenhum entretenimento ou lazer qualquer ? O que será que essas pessoas agregam em conteúdo para a sociedade como um todo ?

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O Pânico não liga se vocês falam bem ou mal, se criticam ou elogiam. O programa, aliás, é um dos poucos que sabe usar a internet a seu favor, e seu nome está muito mais atrelado a comunicação que a televisão. Se eles perderem o programa eles saberão se reerguer por meio da internet. Emílio Surita acha graça de vocês que citam o programa de ontem e compartilham fotos de repulsa. 
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Outra coisa me incomoda: esses justiceiros de meia tigela que falam que a piada foi ofensiva e que agrediu as pessoas que tem câncer. Sem demagogia, amigos. Eles não quiseram e nem atacaram ninguém. Eles fizeram isso pra aparecer, simples. Isso é humor, e nenhum tipo de humor deve ser censurado.

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E, claro: a televisão é regida pelas leis do dinheiro. Quanto mais falam, mais vêem, melhor para o Pânico. Aliás, é engraçado ver que várias pessoas odeiam o programa e sabem todos os quadros que vão ao ar.
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Não sei vocês, mas eu não aguento hipocrisia e falso (e põe falso nisso) moralismo. Claro que eu não poderia me calar nesse caso. 
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