quinta-feira, 21 de junho de 2012

Desabafo dum são-paulino

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De novo faltou raça, vontade, gana de vencer. De novo aquele misto de tristeza e ira tomou conta de todos os torcedores são-paulinos. Luis Fabiano, até ele, jogou mal. Lucas, autor do gol salvador e que levava consigo boa parte das esperanças do São Paulo (de bom futebol e de que não pipocasse mais) não apareceu e voltou ao seu normal: pipocar.
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Não gosto de achar culpados, ou apenas um único culpado. A culpa não é de Leão, de Juvenal, de Luis Fabiano, de Casemiro ou de quem quer que seja. Cada um errou, mas cada um teve também sua dose de acerto. Leão mexeu mal, mas colocou o time pra frente. Luis Fabiano ao menos teve presença. Se não fosse Lucas o São Paulo já chegaria morto em Curitiba. Juvenal tem o mesmo QI de uma garrafa pet, mas é são-paulino doente.
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Não existe conjunto perfeito, existem conjuntos nos quais os acertos se sobrepõem aos erros. O São Paulo foi tricampeão brasileiro só com bolas paradas, basicamente. Acho que devemos pensar no porquê as virtudes são-paulinas estão abaixo dos problemas.
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O problema, quase sempre, vem depois da eliminação. Desde 2006, quando o São Paulo é eliminado de Libertadores (saudades desse tempo !) ou de Copa do Brasil, começam burburinhos que sempre desestabilizar o time por muito tempo. Burburinhos que derrubaram Muricy Ramalho e Paulo César Carpeggiani e que começaram a derrubar Ricardo Gomes e Sérgio Baresi. Muitas vezes o São Pualo não se recuperou, ou não se recuperou a tempo, essa época ruim e se complicou o resto do ano inteiro.
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O mais triste é ver torcedores com cérebro de ostra. Ver torcedores criando bodes expiatórios, falando mal de quem falavam bem no calor do resultado e desacreditando um time que já está desacreditado o suficiente e que precisa de nós, torcedores, para se reerguer. E o que fazemos ? Empurramos o time para o limbo. A torcida do São Paulo é nojenta (não só) nesse aspecto. Temos muito (MUITO, em caixa alta) a aprender com a torcida do Corinthians, e não é só porque eles estão na final da Libertadores e nós estamos, novamente, à beira do precipício.
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Temos que dar parabéns a quem nos venceu. O Coritiba é um time que se habituou a jogar a Copa do Brasil, vai pra segunda final seguida e estava já em sua quarta semifinal da competição - histórico esse que o São Paulo não tem no certame. É um time que mantém seu técnico há bons anos, dá a ele estabilidade e sabe de seu tamanho, conseguindo grandes resultados com esse planejamento. O modelo coxa-branca é, em suma, algo que o São Paulo precisa.
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Palavras de um são-paulino doente e que está cansado não só de ver seu time tomando couro em qualquer semifinal, mas também de sair do mata-mata com um time sem alma, sem vontade, sem esquema tático, sem diretoria, sem um líder, sem nada.  
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O que me consola é que a torcida colhe o que planta. E essa torcida são-paulina, que torce pra resultados e não pro time, merece ficar sem título por mais um século.
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