segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Carandiru vive

>
Vez por outra o maior presídio da América Latina reaparece por aí com força graças a algum episódio nefasto. O de agora visa acabar de uma vez com todos os fantasmas do complexo penitenciário - e nem preciso dizer que não vai conseguir. 
.
Pavilhão Nove pedindo paz em rebelião
Com o final do julgamento de vinte e cinco policiais militares envolvidos no Massacre do Carandiru (leia aqui sobre isso) tenta-se, novamente, exorcizar tudo que ronda a antiga cadeia o bairro da Zona Norte aqui de São Paulo. Se construíram o Parque da Juventude pra tentar purificar o local de tanta matança, desgraça, tragédia e agonia, não conseguiram. A beleza do verde não apagar o negro da memória nem as cinzas estiradas ao chão. 
.
Tive um belo exemplo de como nada vai apagar o que aconteceu na Casa de Detenção de São Paulo na última madrugada.
.
Liguei a televisão antes de dormir e estava passando o ótimo Carandiru, filme de Hector Babenco inspirado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella. Contando a história dentro da prisão de alguns personagens, o desfecho é tocante - e se dá no já referido Massacre
Sobreviventes do Massacre
Em um dos intervalos do filme no Domingo Maior (intervalo em filmes, diga-se de passagem, é uma das maiores desgraças que a televisão aberta pode oferecer) eu coloquei na MTV e estava tocando Vida Loka Parte II (essa), um dos tantos clássicos do Racionais MC's. Se não é a melhor música deles nem a que mais fala da vida no Carandiru (em ambas as categorias a minha vencedora é Diário De Um Detento, essa aqui), as frases contra a PM se encaixam perfeitamente em tudo que os presidiários pensavam na antiga prisão
.
Você ainda acha que a cultura da periferia e a opressão dos "gambé coxinha" serão esquecidas ?
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :